nome próprio “Acbor” é considerado como não sendo nada mais que uma variante da palavra hebraica traduzida gerbo. — Gên. 36:38; 2 Reis 22:12.

O gerbo ou rato-canguru é um roedor saltador que, de certo modo, assemelha-se a um canguru em miniatura, e ainda é encontrado nas partes áridas do Oriente Médio. Os gerbos, dos quais existem muitas variedades, variam na extensão combinada da cabeça e do tronco de c. 5 a 20 cm. Suas orelhas e seus olhos são grandes. Os membros dianteiros são curtos, mas os dois membros traseiros medem c. dois terços da extensão total da cabeça e do tronco somados. A cauda é a parte mais comprida desse animal, e termina com pequeno pincel de pêlos. Isto habilita o gerbo a reter o equilíbrio quando salta e também lhe fornece apoio quando está em pé. A coloração geral dos gerbos é castanho-amarelada, tendo partes de baixo brancas e, amiúde, uma cauda de ponta negra. Este animal noturno prefere as terras desérticas, passando o dia quente em sua toca subterrânea, mas aventurando-se a sair dela durante a noite fria para procurar alimento.

Embora os árabes que habitam o deserto da Síria utilizem o gerbo como alimento, ele era legalmente imundo para os israelitas. (Lev. 11:29) Mas, parece que os israelitas apóstatas ignoravam esta proibição da Lei. — Isa. 66:17; compare com a nota da NM, ed. 1958, em inglês: “gerbo”, como variante de “roedor saltante”.

Os gerbos destroem os cereais e outras colheitas. Durante o tempo em que a Arca sagrada estava no território dos filisteus, a praga de gerbos, divinamente enviada, levou aquela terra à ruína. — 1 Sam. 6:4, 5, 11, 18.

GERIZIM, MONTE

O monte Gerizim, conhecido agora como Jebel el Tor, junto com o monte Ebal, a NE, acha-se situado no coração do distrito de Samaria. Contrapondo-se um ao outro, tais montes são os mais destacados da região e guardam o significativo desfiladeiro E-O. Entre os dois montes há um vale fértil, o vale de Siquém, no qual se situa a moderna Nablus. Siquém, forte e importante cidade de Canaã antes de os israelitas entrarem na Terra Prometida, erguia-se no extremo E do vale, a c. 2,5 km a SE de Nablus. A localização estratégica dos montes Gerizim e Ebal lhes concedia um significado militar e político, tal área também tendo importância religiosa. O pico do monte Gerizim ascende a c. 853 m acima do mar Mediterrâneo.

Em harmonia com as instruções dadas por Moisés, as tribos de Israel se reuniram nos montes Gerizim e Ebal, sob a direção de Josué, pouco depois de conquistarem Ai. Ali, o povo ouviu a leitura das bênçãos que colheriam se obedecessem a Jeová, e das maldições que os aguardariam caso desobedecessem a Ele. As tribos de Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim colocaram-se em frente do monte Gerizim. Os levitas e a Arca do pacto estavam situados no vale, e as outras seis tribos colocaram-se diante do monte Ebal. (Deut. 11:29, 30; 27:11-13; Jos. 8:28-35) Pelo que parece, as tribos colocadas em frente ao monte Gerizim respondiam às bênçãos lidas em sua direção ao passo que as outras tribos respondiam às maldições lidas na direção do monte Ebal. A ampla multidão podia ouvir as palavras de posições situadas na frente de qualquer dos dois montes, provavelmente devido, pelo menos em parte, à excelente acústica dessa área. — Veja também Juízes 9:7.

Um templo samaritano, rivalizando o de Jerusalém, foi construído no monte Gerizim por volta de 432 A.E.C., e foi destruído por volta de 110 A.E.C. Segundo a tradição, foi construído por Sambalá e desolado por João Hircano. [Veja Antiquities of the Jews (Antiguidades Judaicas), de Josefo, Livro XI, cap. VIII, pars. 2 e 4; Livro XIII, cap. IX, par. 1; Wars of the Jews (Guerras Judaicas), Livro I, cap. II, par. 6] Os samaritanos, mesmo até os tempos modernos, têm celebrado festas, como a da Páscoa, no monte Gerizim, no que acreditam ser o local do seu antigo templo. Foi evidentemente com respeito ao monte Gerizim que a mulher samaritana disse a Jesus Cristo: “Nossos antepassados adoravam neste monte; mas vós dizeis que o lugar onde as pessoas devem adorar é em Jerusalém.” — João 4:5, 19, 20.

[Foto na página 669]

Monte Gerizim (esquerda) e monte Ebal separados pelo vale de Siquém.

GERSOM

[residente temporário ali].

O primogênito de Moisés por meio de Zípora; nascido em Midiã. (Êxo. 2:21, 22; 1 Crô. 23:14-16) Jetro, sogro de Moisés, dirigiu-se a Moisés no deserto, trazendo-lhe Zípora, esposa de Moisés, e seus dois filhos, Gersom e Eliézer. (Êxo. 18:2-4) Jonatã, descendente de Gersom, serviu ilegalmente como sacerdote para os danitas, porque, embora fosse levita, não era da família de Arão. — Juí. 18:30.

GERSONITAS

Os descendentes de Gérson, ou Gersom, o primeiro dos três filhos de Levi que foi citado nominalmente, por meio de seus dois filhos, Libni e Simei. (1 Crô. 6:1, 16, 17) Os gersonitas constituíam uma das três grandes divisões dos levitas. No primeiro recenseamento feito no deserto, totalizavam 7.500 varões, de um mês ou mais de idade. Os que tinham de trinta a cinqüenta anos e que serviam no tabernáculo somavam 2.630 varões. (Núm. 3:21, 22; 4:38-41) O serviço dos gersonitas no deserto consistia em cuidar dos panos do tabernáculo e da tenda de reunião, do reposteiro da entrada da tenda de reunião, dos cortinados do pátio, e do reposteiro da entrada do pátio. (Núm. 3:23-26; 4:21-28) No acampamento do deserto, seu lugar era do lado O do tabernáculo. Atrás deles, a certa distância do tabernáculo, acampava a divisão de três tribos de Efraim. (Núm. 3:23; 2:18) Quando os maiorais de Israel apresentaram seis carroças cobertas e doze touros para o serviço do tabernáculo, Moisés deu duas carroças e quatro touros aos filhos de Gérson. (Núm. 7:1-7) Quando o acampamento mudava de lugar, os gersonitas marchavam junto com os meraritas, entre a divisão de três tribos de Judá, que ia à frente, e a divisão de três tribos de Rubem. — Núm. 10:14-20.

Aos gersonitas foram concedidas treze cidades, junto com suas pastagens, nos territórios de Manassés, Issacar, Aser e Naftali. Quedes, na Galiléia, e Golã, em Basã, concedidas a eles, eram duas das seis cidades nacionais de refúgio. (Jos. 21:27-33) Quando Davi reorganizou os levitas, foram atribuídos a alguns dos gersonitas o canto especial, a tesouraria e outros deveres. (1 Crô. 6:31, 32, 39-43; 23:4-11; 26:21, 22) Os gersonitas achavam-se entre os levitas que se empenharam na obra de purificar o templo nos dias do Rei Ezequias. — 2 Crô. 29:12-17.

GESÉM

[chuva].

Um árabe que, junto com Sambalá e Tobias, opôs-se a Neemias na reconstrução do muro de Jerusalém. Estes inimigos primeiro caçoaram de Neemias e de seus colaboradores. (Nee. 2:19) Daí, conspiraram e tramaram contra Neemias, mas isso de nada adiantou. (Nee. 6:1-4) Por fim, tais opositores enviaram uma carta para Neemias, citando a acusação de Gesém de que Neemias e os judeus planejavam rebelar-se e que Neemias se tornava um rei para eles. Nisto, também, tais inimigos falharam. (Nee. 6:5-7) Citarem Gesém na carta parece indicar que era um homem de influência. Pode-se observar que eram boas as relações entre a corte persa e as tribos árabes, segundo relatado, depois da invasão do Egito pela Pérsia.

Uma forma em dialeto de Gesém, o nome Jasm, é mencionada em uma inscrição encontrada na antiga Dedã, na parte N da Arábia. O nome Gesém aparece numa inscrição em aramaico sobre uma tigela de prata, encontrada no Egito. O texto reza: “O que Qaynu, filho de Gesém, rei de Quedar, trouxe (como oferta) à (deusa) Han-’Ilat.”

GESTOS

Veja ATITUDES E GESTOS.

GESUR

Veja ARÃ.

GETSÊMANI

[um lagar de azeite].

Provavelmente um jardim de oliveiras, equipado dum lagar para trituração de azeitonas para obtenção de azeite. Getsêmani estava localizado a E de Jerusalém, do outro lado do vale do Cédron (João 18:1), ou no próprio monte das Oliveiras, ou perto dele. (Luc. 22:39) Ali Jesus Cristo amiúde se reunia com seus discípulos. (João 18:2) Na noite da Páscoa de 33 E.C., ele, junto com seus discípulos fiéis, retirou-se para esse jardim, a fim de orar. Encontrado e traído por Judas Iscariotes, Jesus foi ali preso por um bando armado. — Mat. 26:36-56; Mar. 14:32-52; Luc. 22:39-53; João 18:1-12.

O local exato do jardim de Getsêmani não pode ser determinado, porque (segundo o testemunho de Josefo) todas as árvores ao redor de Jerusalém foram abatidas durante o sítio romano em 70 E.C. [Wars of the Jews (Guerras Judaicas) Livro V, cap. XII, par. 4] Uma tradição identifica Getsêmani com o jardim que foi murado pelos Franciscanos em 1848. Mede cerca de 46 por 43 m, e localiza-se na bifurcação da estrada na encosta O e ao sopé do monte das Oliveiras. Oito oliveiras, existentes neste jardim, já se acham ali há séculos.

[Foto na página 671]

Local tradicional do jardim de Getsâmani, com a Porta de Ouro e uma parte do Domo do Rochedo (Zimbório da Rocha) ficando visível, do outro lado do vale do Cédron.

GEZER

[porção].

Uma cidade régia no lado interior da planície costeira da Palestina. Gezer é primeiramente mencionada quando seu rei tentou, sem êxito, salvar Laquis do exército israelita sob Josué. (Jos. 10:33; 12:7, 8, 12) Gezer foi designada como local fronteiriço para os efraimitas (Jos. 16:3; 1 Crô. 7:28), mas eles não desalojaram por completo os habitantes cananeus dali. (Jos. 16:10; Juí. 1:29) Gezer também foi concedida aos coatitas como cidade levítica. — Jos. 21:20, 21; 1 Crô. 6:66, 67.

No tempo de Davi, esta cidade estava ligada aos filisteus, como no caso em que Davi desfez o poder deles, “desde Geba até Gezer”. (2 Sam. 5:25; 1 Crô. 14:16) Também, Sibecai, o husatita, distinguiu-se durante a derrota dos filisteus