Mas, parece que Esaú não concluiu sua mudança para Seir senão algum tempo depois de Jacó voltar a Canaã. (Gên. 36:6-9) Por fim, os descendentes de Esaú, os edomitas, desapossaram os horeus (Deut. 2:4, 5, 12; Jos. 24:4), e a terra passou a ser chamada de Edom. Não obstante, o seu nome mais antigo, “Seir”, também era aplicado aos descendentes de Esaú, e à área em que viviam. (Núm. 24:18; compare com 2 Reis 14:7; 2 Crônicas 25:11.) Parece que, durante o reinado do Rei Ezequias, homens da tribo de Simeão dirigiram-se ao monte Seir, e, depois de terem aniquilado o restante dos amalequitas, os simeonitas passaram a residir ali. (1 Crô. 4:41-43) Quanto aos pormenores sobre a geografia e a história de Seir, veja EDOM, EDOMITAS; HOREU.

SEIS

Veja NÚMERO, NUMERAL.

SELA, I

Numerosas referências bíblicas mencionam a colocação de selas em jumentos (Gên. 22:3; Núm. 22:21; 2 Sam. 17:23; 19:26; 1 Reis 2:40; 13:13, 27; 2 Reis 4:24), mas nenhuma descrição é provida a respeito de selas. À base da evidência de monumentos antigos, parece que as selas antigas para os cavalos eram pouco mais do que um acolchoado de pano ou de couro. O verbo hebraico “selar” significa, basicamente, “prender”, indicando que as selas eram amarradas por tiras ao animal. Um relevo antigo representa uma sela em forma de caixa amarrada por tiras à traseira de um camelo de uma só corcova. Não se pode afirmar nada definido sobre o ‘cesto da sela do camelo’, mencionado em Gênesis 31:34.

Sob a Lei, tornava-se impura qualquer pessoa que tocasse numa sela sobre a qual estivera montado alguém que tinha uma secreção, como também a pessoa que tocasse num artigo sobre o qual se sentara uma mulher menstruada. — Lev. 15:9, 19-23.

SELA, II

[rocha]. Uma das principais cidades edomitas que foi capturada pelo Rei Amazias, de Judá, e rebatizada de Jocteel. (2 Reis 14:7) Sela pode ser a “cidade fortificada”, cujo nome não é revelado, a que o Salmo 108:10 se refere.

Esta cidade é comumente identificada com Umm el-Bayyarah, uma acrópole rochosa situada a c. 80 km ao S da ponta meridional do mar Morto. Este sitio se localiza no canto O da planície, onde a cidade nabatéia de Petra foi mais tarde erguida. Acessível por meio de uma garganta estreita e serpenteante, e cercada de penhascos precipitosos, compostos de arenito, esta planície é bem protegida. As impressionantes ruínas de Petra, incluindo templos, túmulos e moradias escavadas na rocha, não faziam parte da antiga cidade edomita de Sela.

SELÁ

Uma expressão hebraica transliterada, encontrada com frequência nos Salmos e que também aparece em Habacuque, capítulo 3. Embora em geral se concorde que é um termo técnico para música ou declamação, desconhece-se seu significado exato. Sustenta-se que significa uma “pausa, suspensão, ou restrição”, quer do entoar do salmo — para haver um interlúdio musical — quer tanto do canto como da música instrumental — para a meditação silenciosa. Em qualquer dos casos, a pausa era, sem dúvida, empregada para tornar mais impressivo o fato ou o sentimento que se acabara de expressar, permitindo que penetrasse o pleno sentido da última declaração. A tradução de Selá pela Septuaginta é diápsalma, termo definido como “interlúdio musical”. Selá sempre surge no fim de uma cláusula e, geralmente, no fim de uma estrofe, cada ocorrência da palavra sendo num cântico que contém algum tipo de orientação ou de expressão musical. No Salmo 9:16, é acompanhada de “Higaiom”, que alguns entendem que ali se relaciona com a música da harpa.

SELÊUCIA

Fortificada cidade portuária do Mediterrâneo, que servia à Antioquia, da Síria, e se localizava a c. 26 km ao SO daquela cidade. Estas duas localidades se interligavam por meio duma estrada; e o navegável rio Orontes, que fluía junto a Antioquia, desaguava no mar Mediterrâneo, a alguns km ao S de Selêucia. Acompanhado por Barnabé, Paulo partiu de navio de Selêucia, no começo de sua primeira viagem missionária, em 47 EC. (Atos 13:4) Embora, depois disso, não seja nominalmente citada no relato dos Atos dos Apóstolos, a Selêucia provavelmente figurava nos eventos narrados ali. (Atos 14:26; 15:30-41) Pará diferençar esta cidade de outros locais de nomes similares no antigo Oriente Médio, ela às vezes é chamada de Selêucia Piéria. Situava-se logo ao N da moderna Suveydiye ou Samandag, na Turquia. Depósitos sedimentares do Orontes converteram o porto da antiga Selêucia num charco.

SELO (SINETE)

Selos antigos, empregados para fazer impressões, consistiam em um pedaço de material duro (pedra, marfim ou madeira) que tinham letras ou desenhos gravados em reverso. Eram feitos de vários formatos, incluindo cones, quadrados, cilindros, escaravelhos, e cabeças de animais. (A respeito dos anéis de sinete ou anéis de chancela, veja ANEL [ARGOLA].) Os com formato cilíndrico mediam comumente c. de 2 a 4 cm de comprimento. Gravado na superfície curva, o cilindro, quando rolado sobre argila úmida, produzia uma impressão contínua em relevo. Amiúde, os selos cilíndricos eram furados de ponta a ponta, e, assim, podiam ser pendurados num cordão.

Os selos impressos podiam indicar a propriedade ou a autenticidade, e podiam impedir que se adulterassem documentos ou se violassem outras coisas, inclusive sacolas, portas e até mesmo túmulos, que eram selados. (Jó 14:17; Dan. 6:17; Mat. 27:66) Quando o profeta Jeremias adquiriu um campo, uma cópia da escritura foi deixada aberta, mas uma segunda cópia foi selada, talvez por ser dobrada de modo a fechá-la, amarrando-a com um cordão e então se colocando um pouco de cera ou de outra substância macia sobre o cordão, imprimindo-se com um selo o material macio. Caso surgisse posteriormente alguma questão sobre a exatidão da cópia aberta, a escritura que fora selada diante de testemunhas podia ser apresentada. (Jer. 32:10-14, 44) A pessoa a quem se confiara o selo do rei podia expedir decretos oficiais, a impressão do selo autenticando os decretos. (1 Reis 21:8; Ester 3:10, 12; 8:2, 8, 10) Afixar o selo duma pessoa a um documento podia significar a aceitação dos seus termos. (Nee. 9:38; 10:1) Já foram encontradas numerosas alças de jarras antigas, que contêm impressões de selos. Tais selos poderiam ter indicado a quem tais jarras e seu conteúdo pertenciam, ou, talvez, fornecer um indício da quantidade ou da qualidade do conteúdo.

EMPREGO FIGURADO

O emprego real de selos fornece a base para diversas expressões figuradas que podemos encontrar na Bíblia. Predisse-se que o Messias iria “apor um selo à visão e ao profeta”. Isto se daria porque, por cumprir as profecias, o Messias as carimbaria como sendo autênticas e inspiradas por Deus. (Dan. 9:24; compare com João 3:33.) No sentido duma marca de posse ou de propriedade, Abraão recebeu a circuncisão como um “selo” da justiça que possuía. (Rom. 4:11) Visto que o apóstolo Paulo tinha ajudado muitos cristãos coríntios a se tornarem crentes, eles serviam qual selo que confirmava a genuinidade de seu apostolado. (1 Cor. 9:1, 2) Os cristãos da primeira centúria são mencionados como “selados” por meio de espírito santo, o que é um penhor antecipado de sua herança celeste. (Efé. 1:13, 14; 4:30) O selo significa serem possessão de Deus (2 Cor. 1:21, 22) e mostra que se encaminham verdadeiramente para a vida celeste. O livro de Revelação (Apocalipse) mostra que o número dos que são finalmente selados é de 144.000. — Rev. 7:2-4; 9:4.

A Bíblia menciona algo que é cerrado, escondido ou secreto como sendo selado. As mensagens proféticas ficaram ‘seladas’ durante o tempo em que não eram entendidas. (Dan. 12:4, 9; Rev. 5:1; 22:10; compare com Isaías 8:16; 29:11.) E diz-se que Jeová “põe selo em volta das estrelas”, evidentemente significando que ele as oculta da vista, por meio de nuvens. — Jó 9:7.

SEM

[nome, renome, fama].

Um dos três filhos de Noé; destes “se dispersou toda a população da terra”, após o Dilúvio global. — Gên. 6:10; 9:18, 19.

Embora os três filhos sejam alistados de forma coerente como “Sem, Cã e Jafé”, existe certa incerteza quanto às suas posições relativas, no que tange à idade. Ser Sem mencionado primeiro não constitui, em si, uma indicação definitiva de que Sem era o primogênito de Noé, uma vez que o primogênito do próprio Sem (Arpaxade) é alistado em terceiro lugar nas listagens genealógicas. (Gên. 10:22; 1 Crô. 1:17) No hebraico original, Gênesis 10:21 permite que haja mais de uma tradução possível, algumas versões referindo-se a Sem como “irmão de Jafé, o mais velho [ou, ancião]” (AV; NM), ao passo que outras o chamam de “o irmão mais velho de Jafé”. (AZ; ALA; BV; CBC; IBB; PIB; So) As versões antigas igualmente divergem, a Septuaginta, a tradução de Simaco e o Targum de Onkelos apresentando Jafé como o mais velho, ao passo que o Pentateuco samaritano, a Vulgata e as versões siríacas colocam Sem como o irmão mais velho de Jafé. O peso