Unificação da família dividida

“Esposa, como sabes se não hás de salvar o teu marido? Ou, marido, como sabes se não hás de salvar a tua esposa?” — 1 Cor. 7:16.

1. Que predisse Jesus Cristo com respeito às famílias, e por quê?

FAMÍLIAS divididas — como pode acontecer algo assim? Pode acontecer quando um ou mais membros duma família aprendem a verdade de Deus, a verdade a respeito dos propósitos de Deus, conforme revelada na Bíblia Sagrada. Sim, foi isto o que Jesus Cristo predisse em Lucas 12:51-53: “Imaginais que vim dar paz na terra? Deveras, eu vos digo que não, mas antes divisão. Pois, doravante haverá cinco divididos numa casa, três contra dois e dois contra três. Estarão divididos, pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra sua mãe, sogra contra sua nora e nora contra sua sogra.” Jesus mostrou que nem todos numa família reconheceriam ou apreciariam prontamente a verdade procedente de Deus.

2, 3. Visto que Jesus não e rompedor de matrimônios qual é o modo sábio de se lidar com uma família dividida?

² Visto que a verdade de Deus não é popular neste mundo, muitos se opõem a ela e especialmente se ressentem quando membros de sua própria família tomam uma posição a favor de Deus e de seu reino. As famílias divididas, conforme indica a profecia de Jesus, haviam de existir com certeza. Mas significa isto que a situação numa família dividida não tem esperança, que nada se pode fazer para sanar a situação? Não! É possível haver melhora. Jesus não é rompedor de casamentos, de modo que aprender alguém a verdade de Deus não significa romper o matrimônio. O modo sábio e otimista de proceder numa família dividida é especificado pelo apóstolo Paulo em 1 Coríntios 7:12-16:

³ “Se algum irmão tiver esposa incrédula, e ela, contudo, estiver disposta a morar com ele, que ele não a deixe; e a mulher que tiver marido incrédulo, e ele, contudo, estiver disposto a morar com ela, não deixe seu marido. Pois o marido incrédulo está santificado em relação à sua esposa, e a esposa incrédula está santificada em relação ao irmão; de outro modo, os vossos filhos seriam realmente impuros, mas agora são santos. Mas, se o incrédulo passar a afastar-se, deixa-o ajustar-se; o irmão ou a irmã não está em servidão em tais circunstâncias, mas Deus vos chamou à paz. Pois, esposa, como sabes se não hás de salvar o teu marido? Ou, marido, como sabes se não hás de salvar a tua esposa?”

4. Em que sentido pode a esposa crente “salvar seu marido incrédulo?

⁴ Pode a esposa crente, então, “salvar” seu marido incrédulo por permanecer junto dele? Sim, pode ser possível. Se ela com o tempo “salvar” seu marido, naturalmente se tratará duma salvação em sentido relativo, visto que a salvação procede de Jeová. (Rev. 7:10) Mas a esposa pode de modo relativo salvar seu marido, assim como alguém pode usar os salva-vidas de uma companhia para salvar um homem do afogamento. A companhia talvez tenha um barco com equipamento de salvamento. E quando os guardas salva-vidas vêem alguém debater-se no mar, lançam-lhe um salva-vidas para salvá-lo. Quem tirar alguém do mar bravio é quem é mais ativo na salvação, mas também precisa ser tomada em consideração a companhia, visto que ela proveu os aparelhos de salvamento. Jeová faz os arranjos de salvação, mas ele usa pessoas para participarem nesta obra de salvar vidas.

5, 6. Então, qual é a atitude correta da crente para com o cônjuge incrédulo?

⁵ Portanto, a esposa crente pode “salvar” seu marido incrédulo. Ela pode ajudá-lo à salvação. Quão animador isto é! Para fazer isso, o apóstolo Paulo diz que a esposa deve permanecer com seu marido incrédulo. A esposa cristã prega as boas novas do Reino aos de fora, portanto, por que não devia ajudar os membros de sua própria família, especialmente aquele com quem é uma só carne? Por isso, as esposas cristãs que têm maridos incrédulos nunca devem perder a esperança de que sua família dividida seja reunificada!

⁶ Tome, por exemplo, o caso de certa mãe de três filhos, na Espanha. Ela sofreu cruel oposição quando aprendeu a verdade bíblica. Seu marido até mesmo recorreu a um tribunal católico pedindo o desquite, acusando a esposa de envenenar a mente dos filhos. O tribunal concedeu ao pai a custódia dos filhos. Tudo parecia perdido. Mas ela apelou para Deus. Mais tarde, por acaso, o marido se encontrou com um antigo amigo. Quão surpreso ficou de saber que seu amigo era então testemunha de Jeová! Depois de uma palestra de duas horas, iniciou-se um estudo bíblico com o marido. Ele mudou, e agora sua família está “mais unida do que antes”. Portanto, as esposas cristãs nunca devem perder a esperança.

7. Que fatores talvez expliquem por que um marido continue incrédulo e, por isso, o que devem fazer os ministros cristãos?

⁷ É também bom lembrar-se de que nem sempre é o caso de o incrédulo odiar diretamente a verdade de Deus. Ora, o caso talvez seja só que não soube da verdade bíblica ao mesmo tempo, e por isso se ressente de que seu cônjuge se adiantou a ele. É também possível que não se fez nenhum esforço de realizar um estudo bíblico com a família inteira. Em resultado disso, o membro incrédulo talvez não compreenda o que as testemunhas de Jeová realmente ensinam e como são realmente. Ou pode ser que o marido não quer ser ensinado religião pela sua esposa? É preciso que os ministros cristãos analisem a situação quando o marido permanece incrédulo. Qual é a causa do problema?

8. Em que grau diferem os incrédulos, e como se pode obter progresso ao se ajudar um incrédulo?

⁸ Lembre-se de que os incrédulos diferem quanto ao grau da incredulidade. Alguns perseguem amargamente o crente. Outros apoquentam continuamente o crente, tentando quebrantar a sua integridade. Ainda outros desanimam sutilmente o crente. Outros mostram indiferença para com a adoração verdadeira. Outros cônjuges incrédulos são favoráveis à verdade de Deus, mas fazem pouco para progredir espiritualmente. Pode-se fazer progresso gradual em ajudar o incrédulo de qualquer destas categorias. Exibir as qualidades cristãs corretas resulta em se vencer a oposição ou em se suscitar interesse. Se o incrédulo for favorável, o crente, com a ajuda da congregação cristã, deve esforçar-se em atingir o alvo de unificar a família por meio de um estudo bíblico domiciliar. Se o incrédulo estiver oposto, o crente precisa perseverar, mesmo sob desaforos e perseguição.

O PRIMEIRO OBJETIVO É MANTER A INTEGRIDADE

9. (a) Qual é o objetivo principal do cristão numa família dividida? Por quê? (b) Se o incrédulo insistir numa decisão final, o que se deve fazer?

⁹ Isto nos leva ao primeiro objetivo a ser alcançado numa família dividida. Qual é? O crente precisa manter a integridade para com Deus e obedecer àquele por meio de quem Deus fala hoje — seu Filho amado, Jesus Cristo. Renunciar à integridade significa renunciar à própria vida. (Heb. 1:1, 2; 2:3; Mat. 10:32-35) Quando considerou a família dividida, Jesus disse: “Deveras, os inimigos do homem serão pessoas de sua própria família”, e depois Jesus explicou: “Quem tiver maior afeição pelo pai ou pela mãe do que por mim, não é digno de mim; e quem tiver maior afeição pelo filho ou pela filha do que por mim, não é digno de mim.” (Mat. 10:36, 37) Mas o que fazer quando precisa haver uma solução decisiva? O crente terá de “obedecer a Deus como governante antes que aos homens”. (Atos 5:29) É verdade que pode tratar-se duma longa guerra de nervos, mas mantenha em primeiro lugar o objetivo de preservar a integridade. O crente deve negar-se a se deixar provocar ou a gritar, quando a situação se torna difícil. Deve dar-se conta de que é melhor agüentar o ultraje do que ultrajar. (Efé. 4:26, 29, 31) E todos os membros da congregação cristã podem ajudar a estas pessoas que travam a batalha da integridade no fronte doméstico. Anime-as a perseverar, a manter a integridade ao Deus Todo-poderoso.

10, 11. Por que é importante manter a integridade a Deus para se ajudar o incrédulo?

¹⁰ Lembre-se sempre do seguinte: A integridade do crente é obrigatória para se habilitar o incrédulo a ver a importância de se amar a verdade de Deus. Pense no que poderia acontecer se a esposa deixasse de manter a integridade por concordar em não freqüentar as reuniões da congregação cristã. Não poderia o marido achar que estas reuniões afinal de contas não podem ser tão importantes assim, senão nunca teria renunciado a elas? Não poderia ele pensar que o interesse dela na Bíblia é apenas uma mania passageira e sem conseqüência? Neste caso, como pode a crente esperar que o incrédulo se interesse na Palavra de Deus?

¹¹ Por outro lado, se a esposa continuar a ir às reuniões da congregação cristã, explicando ao seu marido incrédulo por que elas lhe são tão importantes, pode ser que com o tempo ele fique impressionado. Não poderá acontecer que o incrédulo por fim aceite um convite de ir a uma destas reuniões e de ver assim por si mesmo sua natureza proveitosa? Por isso, o cônjuge crente precisa sempre lembrar-se de que manter a integridade resulta em benefício não só para o crente, mas também para o incrédulo.

O SEGUNDO OBJETIVO É AJUDAR O CÔNJUGE INCRÉDULO

12. (a) Para se alcançar o segundo objetivo numa família dividida, o que deve o crente procurar fazer? (b) Quando a permanência com o cônjuge incrédulo resultar em perseguição doméstica, como se deve encarar isso?

¹² Manter o crente a integridade é obrigatório se se há de alcançar o segundo objetivo — e este é o de ajudar o cônjuge incrédulo a aprender a verdade de Deus. Para fazer isso, o cônjuge crente procura permanecer com o cônjuge incrédulo. Por viverem juntos, o incrédulo está em constante contato com a adoração verdadeira, e isto é muito proveitoso para o cônjuge incrédulo e para os filhos. A mãe de Timóteo, que era judia, evidentemente continuou com seu marido grego incrédulo, dando sempre instrução bíblica ao seu filho Timóteo. (Atos 16:1; 2 Tim. 1:5; 3:14, 15) Esta educação religiosa domiciliar recebida por Timóteo venceu a influência pagã de seu pai grego. De modo que, quando o apóstolo Paulo chegou pela primeira vez à cidade, Timóteo juntou-se à sua mãe judia e à sua avó em se tornarem cristãos. (1 Tim. 1:1, 2; 2 Tim. 1:1, 2) Continuar a conviver com um cônjuge incrédulo pode submeter o cônjuge crente a alguma forma de perseguição doméstica. Mas, em vez de se separar, o cônjuge crente pode aceitar isto como sofrimento pela causa de Cristo e pode esforçar-se a demonstrar ao cônjuge incrédulo uma boa perseverança cristã. “Se perseverais quando estais fazendo o bem e sofreis, isto é algo agradável a Deus.” — 1 Ped. 2:20.

13. Por que nunca deve o crente perder a esperança de que o cônjuge incrédulo aceite a mensagem da Bíblia?

¹³ Se o seu cônjuge estiver oposto à verdade de Deus, procure ajudar com tato o incrédulo. Esforce-se a reduzir aos poucos a oposição. Se o incrédulo não se opor, mas simplesmente for indiferente, procure aos poucos estimular o interesse dele. Nunca desista de sua determinação de ajudar o cônjuge incrédulo a aprender a verdade de Deus. Ao passo que aumentarem as dificuldades e a violência em toda a terra, alguns incrédulos talvez fiquem chocados ao ponto de passarem a examinar a explicação bíblica dos acontecimentos atuais. Também as circunstâncias mudam. Certo marido, que havia sido desfavorável para com a mensagem das testemunhas de Jeová, sofreu um acidente de automóvel e escapou por pouco da morte. No dia seguinte, ele pediu que sua esposa chamasse uma Testemunha, e iniciou-se com ele um estudo bíblico domiciliar. Sempre existe a esperança de que a família possa ser unificada. Mas, para unificar tal família, é absolutamente vital que o cônjuge crente cumpra o objetivo duplo: Manter a integridade e procurar ajudar o incrédulo a aprender a verdade de Deus. Esforce-se sempre a alcançar o objetivo de unificar a família, orando em prol da bênção de Deus sobre os seus esforços amorosos.

O MARIDO CRISTÃO NUM LAR DIVIDIDO

14. Por que é a situação do marido cristão mais favorável numa casa dividida, e qual e a responsabilidade do marido?

¹⁴ Nem sempre, porém, tem a família dividida um marido incrédulo; a incrédula pode ser a esposa. Neste caso, qual é a responsabilidade do marido cristão? O adorador dedicado e batizado de Jeová Deus não deve oferecer à sua esposa incrédula motivos para querer separar-se dele. Em vista das melhoras produzidas em seu marido pela crença dele, ela devia compreender que tem tanto mais motivos para concordar em morar com ele assim como antes de ele se tornar testemunha cristã de Jeová. Ser marido cristão num lar dividido é uma situação mais favorável do que quando a esposa tem um marido incrédulo. Isto se dá porque o crente é o chefe da família. Embora seja chefe da casa, o marido cristão ainda precisa usar de tato e de bondade quando fala sobre a verdade de Deus a seu cônjuge incrédulo. O marido crente convidará corretamente, com bondade, a sua esposa a acompanhá-lo às reuniões da congregação cristã; mas se ela não aceitar o convite, não ficará zangado com ela, nem permitirá que qualquer oposição da esposa o induza a negligenciar a associação com o povo de Deus. — Heb. 10:24, 25.

15-18. Que três possibilidades devem ser consideradas quando a esposa permanece incrédula?

¹⁵ Então, porque acontece às vezes que a esposa parece opor-se à verdade de Deus? Embora haja muitas explicações para isso, é bom que o crente considere três delas:

¹⁶ (1) Será que ele parece impor a verdade bíblica a ela? Neste caso, lembre-se de que é vital apresentar a verdade com tato na ocasião certa aos incrédulos amados. Neste sentido, seria bom que mulheres cristãs, maduras, visitassem a esposa incrédula para tentarem interessá-la e se esforçarem a iniciar com ela um estudo bíblico domiciliar.

¹⁷ (2) Insiste o crente nos seus desejos pessoais, não relacionados com os requisitos de Deus, e que parecem menosprezar os interesses dela? Quão bom seria se ele deixasse de lado alguns desejos seus para gastar algum tempo fazendo o que ela quer!

¹⁸ (3) Pode ser que a esposa incrédula se oponha principalmente a que o marido fique tantas vezes fora de casa, em vez de se opor à própria verdade bíblica. Por isso precisa dar-se conta de que ela necessita de companheirismo e de recreação, providos por ele. É verdade que não pode negligenciar os deveres cristãos só para agradar a ela, mas talvez tenha de ajustar seu programa de atividade para passar mais tempo com ela. Se aplicar estes princípios, talvez induza a ela a examinar a crença que produz tal consideração amorosa da parte dele.

19. Igual ao apóstolo Paulo, que princípio deve seguir o marido crente ao tentar salvar o cônjuge?

¹⁹ A fim de lhe ajudar a convencer a sua esposa incrédula da verdade de Deus, o marido crente fará bem em acatar o princípio seguido pelo apóstolo Paulo para com os que procurava salvar. O apóstolo disse: “Para os judeus tornei-me como judeu, para ganhar judeus . . . Para os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me todas as coisas para pessoas de toda sorte, para de todos os modos salvar alguns.” (1 Cor. 9:20, 22) O apóstolo Paulo encarava compassivamente os problemas dos judeus. Respeitava as convicções deles, embora soubesse que eram erradas. Não zombava deles, nem os desprezava ou agia de modo intolerante para com os judeus que procurava salvar. Os maridos cristãos, do mesmo modo, farão bem em não zombar, ser intolerantes ou escarnecer de suas esposas incrédulas. Do contrário, apartarão ainda mais as suas esposas. Em vez disso, mostre empatia e amor. Pergunte-se: “Como gostaria eu ser tratado se estivesse na mesma situação?” O amor suporta todas as coisas. — 1 Cor. 13:4-8.

20. Quando há filhos numa família dividida, qual é a responsabilidade do pai cristão?

²⁰ O que se dá quando há filhos em tal casa dividida? O apóstolo Paulo indicou quais são os deveres do pai cristão: “Vós, pais, não estejais irritando os vossos filhos, mas prossegui em criá-los na disciplina e no conselho de autoridade de Jeová.” (Efé. 6:4) Note que o pai cristão tem a obrigação da parte de Jeová, como chefe da casa, de insistir em criar os filhos como cristãos verdadeiros. Para não falhar como provedor espiritual de sua família, torna-se assim mandatório que ele chefie os filhos na freqüência às reuniões da congregação cristã, na divulgação pública das boas novas do reino de Deus e em ter um estudo bíblico domiciliar com eles. Este é o proceder sábio e pode ter o mesmo resultado satisfatório que teve para uma Testemunha no Panamá, que iniciou um estudo bíblico domiciliar com seus filhos. Imagine a alegria dele quando sua esposa opositora começou a escutar e a participar no estudo, aceitando por fim a verdade de Deus!

21. Por que é importante que haja equilíbrio com respeito aos privilégios e as responsabilidades cristãos?

²¹ Chefiar os filhos também exige equilíbrio. Não é sábio que ele e os filhos deixem a esposa sozinha em casa, todo o dia, visto que ela naturalmente não gosta disso. Quão bom seria se ele, com consideração, ajustasse o seu programa de modo a talvez se empenhar no ministério de campo nos sábados e freqüentar as reuniões aos domingos, providenciando assim ficar parte destes dias junto com a família inteira. Tal proceder amoroso provavelmente una os filhos com ele na verdade bíblica e resulte na bênção de a esposa também a aceitar.

22, 23. Quando, a esposa se opõe de modo ultrajante ao amor e zelo de seu marido por Deus, qual deve ser o proceder dele?

²² Suponhamos, porém, que o caso é que a esposa realmente se oponha ao verdadeiro cristianismo. O que se dá quando ela abertamente se expressa contra este e até mesmo fala contra seu marido, por causa do amor e do zelo dele por Deus? Então o marido terá de suportar o ultraje e manter a integridade. Mical, esposa de Davi, falava com menosprezo da adoração dele a Jeová, ao ponto de desprezar seu marido no coração. Davi não permitiu que o desagrado dela diminuísse seu zelo, entusiasmo e amor por Deus, permitiu? De modo algum! Nem fraquejou o fiel Jó na sua integridade quando sua esposa e outros de seus companheiros falaram contra ele. Quão bons exemplos são para os maridos crentes agirem com seus cônjuges incrédulos! — 2 Sam. 6:14-23; Jó 2:9, 10; 16:19-21; 42:10, 11.

²³ Como deve o marido reagir às palavras grosseiras de sua esposa? Romanos 12:21 responde de modo bem claro: “Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.” Por isso é evidente que as suas respostas devem ser brandas, não iradas, o que só pioraria a situação. As mulheres aceitam a bondade e o amor, mas não quando se quer impor uma questão à força. O amor e a longanimidade desgastam a oposição e podem fazer que o opositor respeite a atitude fiel do outro. Este é o bom conselho dado em Colossenses 3:19: “Vós, maridos, persisti em amar as vossas esposas e não vos ireis amargamente com elas.” O ponto em questão é: Seja marido melhor — tenha mais consideração, bondade e compreensão. O apóstolo Pedro exorta o marido cristão a ter o conceito correto para com sua esposa, dizendo: “Vós, maridos, continuai a morar com elas da mesma maneira, segundo o conhecimento, atribuindo-lhes honra como a um vaso mais fraco, o feminino.” — 1 Ped. 3:7.

24, 25. Como pode o marido crente mostrar consideração cristã para com a sua esposa incrédula?

²⁴ Portanto, convença-a da verdade de Deus assim como a convenceu a aceitá-lo quando a cortejou. Não seja ditatorial ou rude, assim como são muitos maridos mundanos. Pode mostrar-lhe consideração cristã de muitas maneiras. Inteire-se do que ela pensa antes de tomar decisões finais. Mostre preocupação para com ela. Dedique o máximo de tempo possível àquela com quem escolheu partilhar a sua vida. Assegure-lhe muitas vezes o seu contínuo amor.

²⁵ Lembre-se de que é fácil perder a calma e falar de modo irado. Mas tal conversa demonstra falta de autodomínio, falta de um dos frutos do espírito de Deus. (Gál. 5:22, 23) Exige um verdadeiro homem, um verdadeiro homem cristão, para praticar a boa conduta e falar com tato sobre a verdade, assim como a Bíblia delineia. Portanto, por que perder o autodomínio e ser infeliz, quando pode produzir os frutos cristãos do espírito de Deus, que lhe produzem verdadeira paz e felicidade?

26. O que se pode amiúde fazer para ajudar as esposas opositoras, conforme ilustra o bom êxito alcançado por um servo de circuito em Malaui?

²⁶ Embora a esposa talvez pareça oposta à verdade bíblica, verificou-se vez após vez que, quando se fala com ela com tato, amiúde se pode iniciar um estudo bíblico. Em Malaui, um supervisor de circuito das testemunhas de Jeová iniciou estudos bíblicos domiciliares com cinco esposas opositoras, ao visitar os maridos delas, e convidar as esposas com tato a participar. Pouco depois, as esposas disseram que realmente gostavam do estudo bíblico que se iniciou no seu lar, e que bastou para compreenderem que se tratava da verdade. Expressaram até mesmo seu desejo de participar no ministério do Reino.

27, 28. (a) O que tem sido de grande ajuda na unificação das famílias divididas, conforme ilustrou uma experiência nas Ilhas Filipinas? (b) Portanto, qual é o proceder cristão numa família dividida?

²⁷ Deste modo, as visitas amigáveis feitas por cristãos maduros amiúde têm sido de grande ajuda em unificar famílias divididas. Por exemplo, nas Ilhas Filipinas, a esposa de uma Testemunha era tão opositora, que ela molhava a roupa dele nos dias em que sabia que ele poderia sair no ministério de campo, e ela queimou a Bíblia e a literatura bíblica dele. No entanto, uma Testemunha madura fez uma visita amigável à família e pôde aos poucos vencer o preconceito da esposa. Por fim se iniciou um estudo bíblico com a família inteira. O estudo progrediu bem por diversos meses, e a esposa chegou ao ponto de dedicar sua vida a Deus. Imagine a alegria do marido quando ele mesmo batizou sua esposa num rio vizinho! Quando saíram da água, abraçaram-se com lágrimas nos olhos, agradecendo a Jeová que a sua família há muito dividida estava por fim unida na adoração verdadeira, com a ajuda de um irmão cristão amoroso.

²⁸ Nunca fique desanimado, portanto, nem desista nos seus bons esforços de unificar sua família na adoração verdadeira. Aplique o bom conselho da Palavra de Deus à sua família, e poderá ter a certeza de que a bênção de Jeová estará sobre a sua família. — Gál. 6:9.

Esposa e filhos cristãos numa família dividida

“Vós, esposas, estai sujeitas aos vossos próprios maridos, a fim e que, e alguns não forem obedientes à palavra, sejam ganhos sem palavra, por intermédio da conduta de suas esposas. — 1 Ped. 3:1.

1-3. Por que é muito urgente agora a obra de socorro espiritual? De que modo pode a desatenção ser fator numa família dividida?

QUANDO há perigo para a vida de pessoas, como nos incêndios, nas enchentes e assim por diante, é urgente prestar socorro. Às vezes, porém, perdem-se vidas por causa de irreflexão ou descuido. Há nisto uma lição para as testemunhas de Jeová. De que modo? Porque elas se dão conta de que este sistema de coisas e todos os que fazem parte dele serão destruídos no futuro não muito distante. Mas antes que isto aconteça, elas têm de continuar a ajudar às pessoas a sair deste sistema condenado e a entrar pelo “portão estreito” que conduz à vida eterna no novo sistema de coisas de Deus. — Mat. 7:13, 14.

² Por certo, as testemunhas de Jeová não querem negligenciar a ninguém, nem tornar mais difícil para outros aprenderem a verdade de Deus, por causa de palavras ou ações irrefletidas da sua parte. O mesmo se dá também numa família dividida. Há casos em que o marido realmente não se opõe, mas tem sido negligenciado. Por exemplo, certa esposa, ao falar a seu marido sobre as reuniões da congregação cristã, recebeu a resposta: “Mas você nunca me convidou.” Por isso não se deve deixar de fazer na hora oportuna, com tato, um convite para assistir às reuniões congregacionais.

³ As esposas e os filhos nas famílias em que o marido e pai não é crente certamente querem fazer todo o possível para ajudá-lo a tomar posição a favor de Jeová e de Seu reino. Contudo, ao apresentarem a verdade bíblica ao chefe incrédulo da família, a esposa e os filhos podem fazer certas coisas e devem evitar outras.

“SEMPRE COM GRAÇA”

4. Em vista de Colossenses 4:6, o que evitarão as esposas cristãs quando procuram ajudar seus maridos incrédulos a compreender a verdade de Deus?

⁴ Ao se ajudar outros desta maneira, é importante procurar colocar-se na situação do outro. Ao fazermos isso, poderemos ver quão imprudente seria levantar continuamente a questão da verdade bíblica. Nós não gostaríamos pessoalmente de ouvir alguém sempre falar sobre um assunto que não nos interessa. Mesmo que tenhamos tido algum interesse nele, falar demais dele pode facilmente fazer-nos voltar contra tudo isso. Portanto, ao se apresentar a verdade da Bíblia a um marido incrédulo, quão impróprio seria se a esposa tentasse impor-lhe a verdade à força, se ela o chamasse de obstinado ou fizesse observações nada lisonjeiras sobre ele não compreender a verdade. Fazer isso não estaria em harmonia com o conselho do apóstolo Paulo em Colossenses 4:6: “Vossa pronunciação seja sempre com graça, temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.”

5, 6. (a) O que significa falar a mensagem de Deus “sempre com graça”, e por que é isso tão importante? (b) Portanto, como não reagirá a esposa cristã quando seu marido não mostrar interesse na verdade bíblica?

⁵ O apóstolo Paulo está aqui dizendo aos cristãos que não só importa o que se diz, mas que é igualmente vital como se fala! O apóstolo está considerando como se fala da verdade bíblica aos outros. Precisamos lembrar-nos de que apresentar informações é uma arte. A mensagem cristã pode perder a sua força se o modo de a apresentarmos não for “sempre com graça”. Isto não requer lisonja, mas significa falar a verdade de Deus dum modo proveitoso e edificante. E “sempre” não significa apenas quando o ministro cristão está pregando de casa em casa, mas também no lar! Portanto, quando surge a oportunidade de apresentar o conhecimento da verdade de Deus ao marido incrédulo, a esposa crente desejará aproveitá-la do melhor modo possível, fazendo-o “sempre com graça”. Fará isso por usar de tato e bondade.

⁶ Quando a esposa apresentar a verdade bíblica com bondade a seu marido e não houver reação, que deve fazer? Deve ficar muito desapontada? Deve ficar zangada? Não! Em vez de mostrar franco desapontamento ou ficar zangada com o marido, a esposa cristã fará bem em encerrar o assunto quando for apropriado. Não deve insistir demais na questão, nem ficar ansiosa demais.

7. Quando o incrédulo tratar mal sua esposa crente estará ela justificada a usar a verdade para ameaçá-lo? Explique isso.

⁷ A esposa cristã não deve usar a verdade de Deus para ameaçar seu chefe marital, mostrando assim respeito para com ele. (Efé. 5:33) Mesmo se ele rejeitar a verdade, não quiser saber dela ou mesmo ameaçar rudemente a esposa, apoquentando-a, ela não terá justificativa para usar a verdade como ameaça contra ele. Quando as palavras graciosas dela forem rejeitadas ou ela for tratada mal, a esposa cristã fará bem em lembrar-se do exemplo de Jesus. O apóstolo Pedro escreveu sobre isso: “De fato, fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos uma norma para seguirdes de perto os seus passos. Ele não cometeu pecado, nem se achou engano na sua boca. Quando estava sendo injuriado, não injuriava em revide. Quando sofria, não ameaçava, mas encomendava-se àquele que julga justamente.” (1 Ped. 2:21-23) Este é o proceder sábio da parte das esposas cristãs.

O “ESPÍRITO QUIETO E BRANDO”

8. De que modo poderoso pode a esposa cristã dar testemunho a seu marido incrédulo, conforme declara o apóstolo Pedro?

⁸ Há outro modo em que a esposa pode dar testemunho ao marido, não importa quanto ele se oponha à verdade bíblica. Este é pela sua boa conduta. O apóstolo Pedro enfatiza o valor desta boa conduta. Ele escreve: “Da mesma maneira vós, esposas, estai sujeitas aos vossos próprios maridos, a fim de que, se alguns não forem obedientes à palavra, sejam ganhos sem palavra, por intermédio da conduta de suas esposas, por terem sido testemunhas oculares de sua conduta casta, junto com profundo respeito. E, não seja o vosso adorno o trançado externo dos cabelos e o uso de ornamentos de ouro ou o trajar de roupa exterior, mas, seja a pessoa secreta do coração, na vestimenta incorrutível dum espírito quieto e brando, que é de grande valor aos olhos de Deus.” — 1 Ped. 3:1-4.

9. Que qualidade deve distinguir a conduta cristã, conforme ilustrada por Jesus e recomendada por Pedro? Por quê?

⁹ O apóstolo Pedro enfatiza o valor da boa conduta e do “espírito quieto e brando”. Aprendemos dos versículos circundantes que o apóstolo está falando do Senhor Jesus Cristo e como se distinguia pela brandura. Quando sofria injustiças, recusava-se a fazer protestos veementes. Foi como cordeiro ao abate, sabendo que esta era a vontade de Deus para com ele. Não havia protesto alto e forte, não se afastando ele da brandura. E Pedro, por isso, ao falar às mulheres casadas, enfatiza que a brandura tem grande valor aos olhos de Deus. Ele contrasta a brandura com os adornos externos, com os quais algumas mulheres procuram na maior parte cativar a atenção e o afeto de seus maridos, quer dizer, pelo aspecto da vestimenta externa. Mas o apóstolo Pedro chama a brandura de algo “incorrutível”, dessemelhante da roupa de pano que envelhece e se estraga. A brandura é uma vestimenta incorruptível.

10. (a) Por que não é a brandura indício de fraqueza, mas sim de força? (b) Por que precisa a esposa enérgica ter cuidado de mostrar brandura?

¹⁰ Embora não seja pretensiosa, a brandura funciona; produz bons resultados. “Uma resposta quando branda, faz recuar o furor.” E “a própria língua suave pode quebrar um osso”. (Pro. 15:1; 25:15) A brandura, pois, é indício de força, não de fraqueza. É preciso desenvolver força espiritual interna para se mostrar brandura e quietude. Assim, quando a esposa cristã está casada com um marido incrédulo, ela não se deve erguer em indignação e ira contra ele, empenhando-se numa altercação ou discussão com seu marido. Uma esposa enérgica pode até mesmo impedir que seu cônjuge aprenda a verdade de Deus. Mas a brandura, conjugada com a quietude, é eficiente, pois é o modo de Deus.

11, 12. Ilustre como a brandura e a boa conduta cristã podem convencer os incrédulos da verdade de Deus.

¹¹ Há muitos exemplos de como o “espírito quieto e brando” tem ajudado maridos incrédulos. Em um caso, a esposa começou a estudar a Bíblia com as testemunhas de Jeová. Depois de algumas semanas, ela começou a mudar de personalidade. Antes tivera um gênio violento e usara linguagem imprópria. Seu marido havia ameaçado abandonar o lar por causa das imprecações dela e do modo como ela tratava os filhos. Depois de esta esposa ter estudado a Bíblia durante algumas semanas com as testemunhas de Jeová, o marido se dirigiu à Testemunha que realizava o estudo e perguntou o que fazia sua esposa mudar tanto. Ela estava começando a controlar seu gênio, a usar linguagem melhor e a tratar os filhos muito melhor. Ao saber que era a verdade da Bíblia, o marido também começou a estudar a Bíblia com as testemunhas de Jeová, e em pouco tempo fez progresso ao ponto de querer transmitir as boas novas aos seus amigos e vizinhos. Este havia sido um lar que o marido estivera pronto para abandonar, mas a mudança na conduta de sua esposa, por ela estudar a Bíblia, unificou o que depressa se estava tornando um lar dividido.

¹² Uma experiência ocorrida na Hungria ilustra como um marido incrédulo pode ser convencido da verdade de Deus por causa da boa conduta de sua esposa. O marido incrédulo tratava sua esposa cristã de modo cruel, muitas vezes espancando-a até que ela perdia os sentidos. Mas ela manteve a sua integridade a Deus e sempre tratou o marido com paciência e amor, e isto durante um período de anos. Em certa ocasião, ela disse ao marido com bondade mas de modo firme: “Aqui estou, e pode matar-me, mas mesmo assim vou confiar em Jeová!” Este homem era amigo dum sacerdote local, o qual tinha plena confiança no marido, pois este combatia as testemunhas de Jeová, não poupando nem mesmo sua própria esposa. Certo dia, o sacerdote disse a este homem que não devia nem mesmo tomar a Bíblia na mão. Espantado, o marido perguntou: “Ora, é pecado ler a Bíblia?” O sacerdote respondeu que não era, mas que, se a lesse, poderia algum dia ter crenças iguais às de sua esposa. O homem admitiu então quão amável e paciente sua esposa era, apesar do modo duro como a tratava. Ele disse ao sacerdote que, se a leitura da Bíblia produzia tais resultados, parecia valer a pena ler a Palavra de Deus. Ele começou a freqüentar as reuniões da congregação cristã, junto com a esposa, e passou a pregar a mesma verdade a que antes se opusera.

13. (a) Portanto, por causa da boa conduta de sua esposa, de que por fim talvez se dê conta o marido incrédulo? (b) Por que nunca sai a esposa cristã perdendo quando aplica o conselho inspirado de Pedro?

¹³ Quando um marido incrédulo observa a boa conduta de sua esposa crente, talvez venha a reconhecer que ela tem algo que ele não tem. E é possível que até mesmo queira ser igual a ela. No entanto, mesmo quando o incrédulo não aceita a verdade de Deus, a esposa certamente não sai perdendo por ter aplicado o conselho inspirado do apóstolo Pedro. Devemos lembrar-nos de que a brandura é também “de grande valor aos olhos de Deus”. Por isso, a esposa crente pode ter a certeza do terno cuidado de Jeová.

14, 15. (a) Que incentivos tem a esposa crente para ser submissa ao seu marido incrédulo? (b) É absoluta a sua submissão?

¹⁴ Conforme indica o apóstolo Pedro, o “espírito quieto e brando”, demonstrado pela esposa cristã, fará que seja submissa ao seu marido. Esta é a vontade de Jeová para as esposas cristãs, tanto quanto é a sua vontade de que elas tomem parte na pregação das boas novas do Reino. (Tito 2:4, 5) E a esposa que tem um cônjuge incrédulo tem o incentivo adicional para ser submissa, em harmonia com a vontade divina, para que assim possa ajudar o seu amado a aprender a verdade de Deus. — Efé. 5:21, 22.

¹⁵ A submissão da esposa, naturalmente, não é absoluta, mas é relativa. Se o marido dela tentar induzi-la a violar a lei de Deus, ela seguirá o exemplo dos apóstolos, que disseram: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” — Atos 5:29.

16. O que fará a crente, no esforço de ser esposa cristã modelar? E qual talvez seja o resultado?

¹⁶ A esposa crente, porém, deve esforçar-se em todas as ocasiões a ser esposa cristã modelar, cumprindo com todos os seus deveres de esposa da melhor maneira que puder. Nunca deve dar margem a que seu esposo se queixe de que ela negligencia o cuidado correto do lar e dos filhos. Ela nunca achará que é ela quem deve fazer as decisões na família, por conhecer a verdade da Bíblia. Portanto, ela respeitará o marido, e o bom exemplo dela o ajudará a reconhecer o valor da verdade bíblica. A conduta casta dela, junto com o profundo respeito, talvez abram os olhos dele para ver que boa esposa ele tem e talvez o induzam a aceitar a verdade de Deus. Quanta bênção isso seria para ele e para ela! — Efé. 5:33.

BOM PLANEJAMENTO

17, 18. Explique por que também é importante o bom planejamento para se ajudar o marido incrédulo.

¹⁷ Além de falar com graça e demonstrar o “espírito quieto e brando”, o que mais pode fazer a esposa cristã para ajudar o marido a compreender a verdade de Deus? O bom planejamento é importante, para que ela seja bem equilibrada nas suas atividades, não negligenciando nem os filhos, nem o marido, nem seus privilégios cristãos.

¹⁸ Bom planejamento ajudará a esposa cristã a se refrear de fazer alguma coisa que contribua para tornar seu marido ressentido para com a verdade de Deus. Para ilustrar: o marido incrédulo talvez queira estar com a esposa durante o fim-da-semana. Entretanto, visto que sua esposa participa no ministério de campo e vai as reuniões da congregação cristã, ele talvez comece a pensar que a religião de sua esposa a tira dele. Embora talvez não objete a que ela esteja ausente por algumas horas para ir a uma reunião, talvez não lhe agrade nada que sua esposa esteja ausente por longos períodos. Neste caso, é necessário bom planejamento da parte da esposa. Ela poderá providenciar participar no ministério nos dias da semana, quando seu esposo está ausente. Isto talvez exija reduzir um pouco sua atividade ministerial cristã, mas sem abandonar a obrigação cristã de transmitir as boas novas e de se reunir regularmente com concrentes.

AJUDA INDIRETA

19. Como pode a esposa cristã ajudar espiritualmente o marido de modo indireto?

¹⁹ Há também outros modos em que as esposas cristãs podem ajudar seu marido incrédulo, mas de modo um pouco indireto. Por exemplo, a esposa cristã poderá pedir ao seu marido sugestões na preparação de um discurso para a Escola do Ministério Teocrático. Isto foi recomendado a uma esposa crente, na Bolívia. Seu marido a havia ameaçado de violência se ela alguma vez participasse na pregação de porta em porta. Todavia, ela recorreu a ajuda de seu marido na preparação de discursos para a Escola do Ministério Teocrático. Com o tempo, a atitude deste homem melhorou. Por fim se tornou servo de estudos bíblicos na congregação cristã!

20, 21. (a) O que mais pode fazer a esposa cristã para ajudar o marido incrédulo? (b) Que publicações da Sociedade têm ajudado especialmente os maridos incrédulos?

²⁰ Outra coisa que a esposa pode fazer para interessar seu marido indiretamente na Palavra de Deus é deixar algumas publicações bíblicas num lugar apropriado no lar. Pode tratar-se dum artigo sobre um assunto do interesse especial de seu marido. Às vezes, quando a esposa está atarefada ou ausente, o marido talvez procure alguma coisa boa para ler e se beneficie muito com a matéria que a esposa tornou disponível. Naturalmente, se o marido ressentir que haja literatura bíblica exposta abertamente, então é melhor manter tais publicações num lugar particular.

²¹ Certas publicações da Sociedade Torre de Vigia têm sido especialmente eficientes em ajudar os incrédulos, mesmo os que pareciam opostos, a reconhecer a razoabilidade da verdade bíblica. Alguns cônjuges opostos, embora aceitassem pouco ou nada mais, tem aceito e gostado de ler o livro Veio o Homem a Existir por Evolução ou por Criação?, da Sociedade Torre de Vigia. Referente a esta publicação, certo supervisor de circuito das testemunhas de Jeová observou: “Um número bastante grande de homens, neste circuito, na maioria maridos de mulheres crentes nas congregações, chegaram a gostar dos argumentos claros e lógicos apresentados nesta publicação. Isto tem ajudado alguns a ser mais tolerantes com as atividades de suas esposas cristãs.” O livro É a Bíblia Realmente a Palavra de Deus? é outra publicação boa para ajudar maridos incrédulos.

VISITAS AMIGÁVEIS AO INCRÉDULO

22-24. (a) Como se pode amiúde corrigir a impressão errônea do marido incrédulo? (b) Que oportunidades têm os cristãos maduros para chegar a conhecer o marido incrédulo?

²² Amiúde é possível que cristãos maduros façam visitas amigáveis ao marido incrédulo. É possível que este tenha a impressão errada do povo de Jeová, e isto pode por fim ser corrigido. O objetivo de tais visitas é chegar a conhecê-lo e se tornar amigável com ele. Isto ajudará a descobrir em que ele se interessa, porque as pessoas gostam de falar sobre o que realmente gostam. Por isso seria bom que a esposa crente pedisse a ajuda de um irmão cristão maduro, talvez de alguém que tenha interesses similares aos gostos do incrédulo, tais como pescaria, lavoura, conhecimento de esportes e assim por diante. Uma visita amigável amiúde vence o preconceito e habilita o ministro a corrigir quaisquer impressões errôneas existentes.

²³ Alguns cristãos maduros têm achado útil convidar o marido incrédulo e a esposa cristã dele a um jantar, visando conhecê-lo e vencer o preconceito talvez existente. Outros verificaram que quando o marido incrédulo tem um negócio, patrocinar este negócio lhes tem possibilitado conhecê-lo melhor.

²⁴ Quando o incrédulo adoece ou é internado num hospital, as visitas amigáveis de cristãos dedicados talvez o animem de muitas maneiras. Tome o caso dum marido incrédulo em Luxemburgo. Ele ficou muito doente e teve de ser internado no hospital. Durante este tempo, teve medo de morrer e começou a ler publicações bíblicas. Nem um único de seus colegas de trabalho o visitou no hospital, mas as testemunhas de Jeová o fizeram. Isto criou nele tamanha impressão, que começou a freqüentar as reuniões da congregação depois de se restabelecer. Aprendeu assim a verdade de Deus e se tornou cristão dedicado e batizado.

INICIAR UM ESTUDO BÍBLICO DOMICILIAR

25. (a) Qual deve ser o objetivo ao se fazerem visitas amigáveis a um marido incrédulo? (b) Se a esposa estiver adiantada na verdade bíblica, que proceder talvez seja aconselhável?

²⁵ Ao fazerem visitas amigáveis a um marido incrédulo, os cristãos desejarão empenhar-se em alcançar o objetivo de iniciar com ele um estudo bíblico. Amiúde, os maridos não gostam de que a esposa lhes ensine religião, mas preferem ser ensinados por outros homens. Se a esposa crente não estiver muito adiantada no conhecimento bíblico, talvez seja possível que uma Testemunha convide o marido incrédulo a estudar junto com sua esposa. Entretanto, quando a esposa está adiantada na verdade bíblica, é preciso tomar em consideração o orgulho do marido. Quando uma Testemunha consegue iniciar um estudo com o homem, talvez seja aconselhável que a esposa deixe a sala durante o estudo. O marido talvez fique então mais à vontade e fale mais livremente.

26, 27. (a) Quem pode ser de grande ajuda às esposas crentes quanto aos maridos incrédulos, e o que disse certo superintendente neste respeito? (b) Quando o marido incrédulo reluta em participar num estudo bíblico, como se poderá ajuda-lo a estar presente?

²⁶ Especialmente os servos na congregação cristã desejarão ajudar as esposas crentes com seus maridos incrédulos a fim de unificar a família dividida. Certo superintendente, que fez esforços especiais neste sentido, foi grandemente abençoado. Durante um período de cerca de dois anos ele tem dirigido estudos bíblicos com oito maridos, três dos quais fazem bom progresso. “Verifiquei que estes maridos incrédulos”, relata ele, “reagem favoravelmente quando são visitados por homens, especialmente pelo superintendente”.

²⁷ Quando um marido incrédulo reluta em participar do estudo bíblico, talvez seja possível ajudá-lo a estar presente, não com a idéia de que deva tomar parte ativa no estudo, mas apenas para verificar as coisas ensinadas à sua esposa, para ver se são verdadeiras. Esta oportunidade de ouvir a espécie de informação que a esposa dele recebe talvez o influencie favoravelmente, em pouco tempo. A esposa que pede com tato que seu marido a acompanhe no estudo bíblico para se certificar de que aquilo que aprende é a pura verdade da Bíblia talvez verifique que seu marido aceite a autoridade e a lógica da Palavra de Deus.

CONDUTA EXCELENTE DOS FILHOS

28. Como precisam os filhos ser treinados para ajudarem seu pai incrédulo a aprender a verdade de Deus?

²⁸ Freqüentemente há outro meio pelo qual se pode ajudar o marido incrédulo, e este é por meio de seus filhos. A mãe, em muitos casos, pode providenciar com tato que os filhos a acompanhem às reuniões da congregação cristã e participem no ministério de campo. Caso o marido objete, a esposa pode ceder aos desejos de seu marido. Não obstante, a mãe pode ensinar no lar aos filhos os princípios bíblicos quanto a como devem comportar-se. Os filhos assim treinados podem fazer muito para animar o pai incrédulo a examinar a Bíblia.

29, 30. (a) Por que é importante ter respeito pelo pai incrédulo? (b) Quando o incrédulo observar a boa conduta dos filhos qual talvez seja o resultado?

²⁹ Quando os filhos crentes mostram obediência e respeito para com seu pai incrédulo, eles fazem a vontade de Deus. Ter respeito para com o incrédulo é muito importante. Se o incrédulo observasse seus filhos estudar a Bíblia com a mãe e ainda assim notasse que se tornam hostis para com ele, ficaria induzido a considerar favoravelmente a Bíblia? A resposta é evidente. Portanto, quão importante é que os filhos acatem o conselho bíblico: “Em tudo sede obedientes aos vossos pais”, isto é, em tudo que não for contrário à vontade de Deus. (Col. 3:20) Os filhos crentes devem agir ávida e prontamente quando se lhes pede que façam alguma coisa, quer seja lavar e enxugar a louça, quer por a mesa, aparar a grama ou fazer outra coisa.

³⁰ Quando o incrédulo observar o bom espírito de seus filhos, que é tão dessemelhante de grande número de jovens desrespeitosos do mundo, talvez se sinta induzido a investigar a sua fé. Quando ele observar que eles não furtam, não mentem, nem se metem em dificuldades, talvez veja o contraste entre seus filhos e os mundanos, induzindo-o a pensar ou a dizer: “Meus filhos não fazem isso.” Talvez seja exatamente o necessário para ajudar o incrédulo a abrir os olhos para ver que vale a pena investigar a verdade bíblica. Quanta bênção isto seria para os filhos que temem a Deus!

31. Resuma algumas das coisas que se podem fazer para ajudar a unificar uma família dividida.

³¹ Deveras, pode-se fazer muita coisa em prol da unificação da família dividida. Mantenha bem em mente os dois objetivos (manter a integridade e estar atento a ajudar o incrédulo). Fale da verdade de Deus “sempre com graça”, lembrando-se de que a brandura vence a oposição. A conduta excelente age de modo poderoso, habilitando a esposa cristã em muitos casos a convencer o marido da verdade de Deus “sem palavra”. O bom planejamento ajudará a crente a estar bem equilibrada em todas as atividades. Use os diversos meios de ajuda indireta. Providencie visitas amigáveis ao incrédulo, com o objetivo de iniciar um estudo bíblico para unificar a família. Não perca a esperança. Deixe-se animar pela Palavra de Deus e pelo que está registrado em 1 Coríntios 7:16 e 1 Pedro 3:1. Faça o melhor que puder nas circunstâncias, e poderá ter a certeza da bênção do “Pai de ternas misericórdias e o Deus de todo o consolo”. — 2 Cor. 1:3.

[Foto na página 592]

Se o incrédulo, duma família dividida, adoecer ou for internado num hospital, as visitas amigáveis de cristãos podem animá-lo.

Por que os primitivos cristãos foram perseguidos

● A história romana está manchada do sangue dos primitivos seguidores de Jesus Cristo. Por quê? Philip Schaff responde a isto no seu livro History of the Christian Church (História da Igreja Cristã):

“A recusa conscienciosa dos cristãos de prestarem honras divinas ao imperador e à estátua dele e de tomar parte em quaisquer cerimônias idólatras nas festividades públicas, sua aversão ao serviço militar imperial, seu descaso pela política e seu desprezo de todos os assuntos civis e temporais, em comparação com os interesses espirituais e eternos do homem, sua íntima união fraternal e suas freqüentes reuniões, atraíram sobre eles a suspeita de hostilidade para com os césares e o povo romano.”

Sim, os primitivos cristãos eram “pessoas odiadas”, porque, nestas questões pelas quais foram perseguidas, eles ‘obedeciam a Deus como governante antes que aos homens’. — Mar. 13:13; Atos 5:29.