como as cinzas do solo. “Assim disse o Soberano Senhor Jeová: . . . ‘Tu és o querubim ungido que cobre, e eu te constituí. Vieste a estar no monte santo de Deus. No meio das pedras afogueadas andavas. Eras sem defeito nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou injustiça em ti. . . . E eu te porei para fora do monte de Deus, por seres profano, e te destruirei, ó querubim que cobre [ó querubim protetor, Vg].’ ” — Eze. 28:11-19.

QUESIL, CONSTELAÇÃO DE

(Heb. , K^esíl, que significa estúpido; também [religiosamente], insolente). Embora esta palavra seja empregada muitas vezes em seu sentido básico de “estúpido” (compare com Salmo 49:10; 92:6; Provérbios 1:22), todavia, o contexto em quatro lugares (Jó 9:9; 38:31; Amós 5:8 e Isaías 13:10 [aqui no plural]), indica seu emprego para designar um conjunto ou grupo estelar.

Considera-se em geral este termo como se aplicando a órion, também chamado de “o Caçador”, uma constelação meridional bem destacada que contém as gigantescas estrelas, Betelgeuse e Rigel. A Vulgata latina traduziu K^esíl como “órion”, e a maioria das traduções a seguiram. O antigo Targum, e as versões siríacas, rezam “gigante”, e isto corresponde ao nome árabe para a constelação de órion, al gebbar, ou “o forte” (equivalente hebraico, gibbóhr).

QUETURA

[incenso, ou, talvez, a perfumada]. Uma das esposas de Abraão, e a mãe de seis dos filhos dele — Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá — ancestrais de vários povos do N da Arábia, que moravam ao S e a E da Palestina. — Gên. 25:1-4.

Em 1 Crônicas 1:32, Quetura é especificamente mencionada como “concubina de Abraão”, e é bem evidente que ela e Agar são as pessoas visadas em Gênesis 25:6, onde se faz referência aos filhos das “concubinas” de Abraão. Quetura era, por conseguinte, uma esposa secundária, que jamais alcançou a mesma posição que Sara, a mãe de Isaque, por meio de quem viria o Descendente prometido. (Gên. 17:19-21; 21:2, 3, 12; Heb. 11:17, 18) Ao passo que “Abraão deu a Isaque tudo o que possuía”, o patriarca deu presentes aos filhos das concubinas e então “os enviou para longe de Isaque, seu filho, enquanto ainda vivia, para o leste, para a terra do Oriente”. — Gên. 25:5, 6.

Foi somente porque seus poderes reprodutivos foram miraculosamente reavivados que Abraão e Sara puderam ter um filho, Isaque, em sua velhice. (Heb. 11:11, 12) Evidentemente, tais poderes restaurados habilitaram Abraão a tornar-se pai de seis outros filhos, com Quetura, quando ele já era ainda mais idoso.

QUILO

Veja LIBRA (ROMANA).

QUILÔMETRO

Veja MILHA (ROMANA).

QUIMA, CONSTELAÇÃO DE

(Heb. , Kimáh, duma raiz que significa “acumular, amontoar”). Este termo é empregado em Jó 9:9; 38:31 e Amós 5:8 como se referindo a uma constelação celeste ou um “aglomerado de estrelas”. É geralmente considerada como referindo-se às Plêiades, um grupo de estrelas formado de sete grandes estrelas e outras menores, envolvido em matéria nebulosa e situado a c. 300 anos-luz do sol. Em Jó 38:31, Jeová pergunta a Jó se este pode “atar as cadeias da constelação de Quima”, e alguns relacionam isto com a condição compacta do aglomerado das Plêiades, o aglomerado de estrelas que é mais provável de ser observado a vista desarmada. Ao passo que a identificação da constelação específica tencionada é indefinida, o sentido da pergunta proposta evidentemente é se um simples homem pode atar, como um aglomerado, um grupo de estrelas, de modo que constitua uma constelação permanente. Assim, por meio dessa pergunta, Jeová fez ver a Jó a inferioridade do homem em comparação com o Soberano Universal.

QUINERETE

Veja GALILÉIA, MAR DA.

QUIOS

Uma das maiores ilhas do mar Egeu, separada da costa ocidental da Ásia Menor por um estreito de c. 8 km, ou mais, de largura. A ilha mede c. 52 km de comprimento (de N a S), e varia de 13 a 29 km de largura (de E a O).

Quios é mencionado no relato de Atos 20, a respeito da viagem de volta de Paulo para Jerusalém, ao fim de sua terceira viagem missionária, na primavera setentrional de 56 EC. O barco em que Paulo viajava deixou Mitilene (V. 14), c. 97 km a NE, provavelmente de manhã, e ‘chegou defronte de Quios’ (V. 15), provavelmente ao pôr-do-sol. Daí, no dia seguinte, a viagem prosseguiu até Samos, a aproximadamente 105 km costa abaixo.

Isto talvez pareça uma viagem lenta, segundo os modernos padrões de viagem; no entanto, a narrativa de Lucas, qual testemunha ocular, concorda bem com a geografia da área e os procedimentos náuticos daquela época. A intricada travessia de águas do Egeu, pontilhadas de ilhas, exigiria tanta luz quanto possível, para garantir a navegação segura. Tem-se sugerido que velejar à noite teria sido arriscado, uma vez que, mesmo que os céus não estivessem nublados, a lua não estaria em sua fase mais brilhante e se teria posto logo depois da meia-noite, visto tratar-se de três semanas depois da lua cheia, ou quase cheia, da Páscoa. (Vv. 6, 7, 13-15) Também, é interessante que se tem observado que os ventos do Egeu, por volta dessa época do ano, sopram, em geral, do N, durante o dia, e como uma brisa calma do S, à noite. Assim, compreensivelmente, é provável que um barco que se dirigisse para o S lançasse âncora ao pôr-do-sol, e soltasse as velas com o primeiro sopro do vento N, no dia seguinte.

Na ocasião da viagem de Paulo, Quios era considerada uma cidade-estado livre da província romana da Ásia, condição que manteve até o reinado do imperador Vespasiano (69-79 EC). Tanto a ilha como sua cidade principal são, atualmente, chamadas de Quios pelos gregos, e Seio pelos italianos.

QUIR

[Heb., qir; muralha]. Local de onde os arameus vieram para a Síria, embora não fosse, necessariamente, seu lar original. (Amós 9:7) Por meio de seu profeta Amós (1:5), Jeová indicou que os arameus retornariam a Quir, mas como exilados. Esta profecia se cumpriu quando Tiglate-Pileser III, depois de ter sido subornado pelo Rei Acaz, de Judá, para tanto, capturou Damasco, a capital araméia, e conduziu seus habitantes para o exílio em Quir. — 2 Reis 16:7-9.

Isaias 22:5, 6 representa Quir como aprontando-se contra o “vale da visão” (que se julga representar Jerusalém). Entende-se em geral esta profecia como tendo sido cumprida na época da campanha do rei assírio, Senaqueribe, contra Judá.

QUIR DE MOABE

Importante cidade de Moabe, provavelmente sua capital, em certa época. O Targum aramaico se refere coerentemente a Quir (de Moabe), a Quir-Haresete e a Quir-Heres como Querac, indicando que se trata apenas de nomes alternativos para o mesmo lugar. “Quir de Moabe”, portanto, é geralmente identificada com a moderna El Querac. (Isa. 15:1) Esta cidade se acha situada num pequeno platô a mais de 900 m acima do nível do mar, e c. 18 km a E dum ponto logo abaixo da península de El Lisan, no mar Morto. Vales alcantilados separam a maior parte de El Querac das mais elevadas montanhas vizinhas.

Perto do fim do século X AEC, as forças aliadas de Israel, Judá e Edom atacaram Quir-Haresete. Se o sítio for corretamente identificado com El Querac, sem dúvida foi das montanhas vizinhas que fundibulários bombardearam com pedras a cidade. Embora Quir-Haresete evidentemente não fosse tomada, a batalha se tornou difícil contra o rei de Moabe. Por algum motivo não-declarado, ele, junto com 700 guerreiros, procurou abrir uma brecha através das linhas de frente, a fim de alcançar o rei de Edom, mas não teve êxito. Como último recurso, parece que o rei de Moabe sacrificou publicamente seu próprio primogênito, com toda probabilidade para apaziguar o deus Quemós. — 2 Reis 3:5, 9, 25-27.

A profecia de Isaías indicava que os moabitas carpiriam os bolos de passas de Quir-Haresete, talvez um produto principal do comércio da cidade. (Isa. 16:6, 7) Isaías também falou de ficar turbulento como a harpa, por causa de Moabe e Quir-Haresete. Assim como as cordas duma harpa vibram com som, assim também as partes íntimas de Isaías ficaram agitadas pela mensagem de ai sobre Quir-Haresete. — Isa. 16:11; veja também Jeremias 48:31, 36.

QUIR-HARESETE

Veja QUIR DE MOABE.

QUIR-HERES

Veja QUIR DE MOABE.

QUIRIATE-JEARIM

[cidade de florestas]. Cidade hevéia associada com os gibeonitas (Jos. 9:17), também conhecida como Baalá (Jos. 15:9), Baale-Judá (2 Sam. 6:2), e Quiriate- Baal. (Jos. 15:60) Quiriate-Jearim mais tarde veio a pertencer a Judá, e se limitava com o território de Benjamim. (Jos. 15:1, 9; 18:11, 14; Juí. 18:12) Pelo visto, os descendentes de Judá, por meio de Calebe, se fixaram ali. — 1 Crô. 2:3, 50, 52, 53.

No século XII AEC, algum tempo depois de ser devolvida pelos filisteus, a Arca foi levada para Quiriate-Jearim, por solicitação dos homens da vizinha Bete-Semes. Parece ter permanecido ali até que foi levada pelo Rei Davi para Jerusalém, cerca de setenta anos depois. — 1 Sam. 6:20 a 7:2; 1 Crô. 13:5, 6; 16:1; 2 Crô. 1:4.

O contemporâneo de Jeremias, o profeta Urijá, era filho de Semaías, de Quiriate-Jearim. (Jer. 26:20) Entre aqueles que retornaram do exílio em Babilônia também estavam representados os descendentes dos que tinham morado nessa cidade. — Esd. 2:1, 2, 25; Nee. 7:6, 7, 29.

Deir al-Azhar é o local comumente sugerido como correspondendo à descrição bíblica de Quiriate-Jearim, como uma cidade da região montanhosa (Jos. 15:48, 60) na fronteira entre Judá e Benjamim, na vizinhança das outras cidades dos gibeonitas. Este sítio se achava estrategicamente situado no topo duma colina, c. 13 km de Bete-Semes, e c. 12 km a O-NO de Jerusalém. Esta localidade se ajusta aproximadamente à colocação de Quiriate-Jearim por Eusébio, certa vez, como distando nove milhas romanas (c. 13 km), e, outra vez, como distando dez milhas romanas (c. 14 km) de Jerusalém. Também, estar Deir al-Azhar situada num local que, outrora, parece ter sido uma região bem arborizada se coaduna maravilhosamente com o nome Quiriate-Jearim, “cidade de florestas”.

QUIRINO

Governador romano da Síria, na época do “registro” ordenado por César Augusto, que resultou em o nascimento de Jesus se dar em Belém. (Luc. 2:1, 2) Seu nome completo era Públio Sulpício Quirino.

No Chronographus Anni CCCLIIII, uma lista dos cônsules romanos, o nome de Quirino aparece em 12 AEC, junto com o de Messala. Tácito, historiador romano, relembra brevemente a história de Quirino, afirmando: “Era oriundo do município de Lanuvium, mas tinha sido muito bom militar; e pela sua muita capacidade e aptidão para os negócios havia