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  • Os “últimos dias” e o Reino
    “Venha o Teu Reino”
    • Capítulo 12

      Os “últimos dias” e o Reino

      1. (a) Que perguntas vitais surgem agora? (b) O que dizem as Escrituras sobre os últimos dias (I) de nossa terra, (II) dos que a arruínam?

      ESTAMOS agora nos “últimos dias”? O que significam os “últimos dias”? Felizmente, não haverá “últimos dias” para a própria terra. Porque a Bíblia nos assegura: “A terra . . . não será abalada, por tempo indefinido ou para todo o sempre.” Em harmonia com o propósito original de Jeová, a vida humana e animal será perpetuada aqui para sempre. (Salmo 104:5-24; 119:89, 90; Gênesis 1:27, 28; 8:21, 22) No entanto, há definitivamente “últimos dias” para as nações e as pessoas iníquas que arruínam a terra que pertence a Deus. É a ‘vinda’ do Reino que arruína esses ruinosos. — 2 Pedro 3:3-7; Tiago 5:1-4; Revelação 11:15-18.

      2. O que predisse Paulo especificamente para os nossos “tempos terríveis”?

      2 Será que vivemos agora nesses “últimos dias”? Tome qualquer tradução da Bíblia e leia o que o apóstolo Paulo foi inspirado por Deus a predizer para os “últimos dias”, em 2 Timóteo, capítulo 3, versículos 1 a 5. Daí pergunte-se: É assim que se parece hoje o mundo da humanidade? O apóstolo prevê ali “tempos terríveis”, e acrescenta:

      “As pessoas serão amantes de si mesmas, amantes do dinheiro, jactanciosas, orgulhosas, ultrajantes, desobedientes aos pais, ingratas, ímpias, sem amor, implacáveis, caluniadoras, sem autodomínio, brutais, não amantes do bem, traiçoeiras, temerárias, convencidas, amantes do prazer mais do que amantes de Deus — tendo uma forma de piedade, mas negando o poder dela. Não tenhas nada que ver com elas.” — New International Version.

      3. Por que deve ter-se Paulo referido a “últimos dias” muito mais momentosos do que os do sistema judaico?

      3 Ao escrever o acima, o apóstolo não se referia aos “últimos dias” do sistema judaico de coisas. Não podia aplicar-se a este, visto que Paulo escreveu essas palavras por volta do ano 65 E.C., quando já haviam decorrido mais de 30 anos desses “últimos dias” e faltavam apenas cinco anos até a devastação de Jerusalém. Tampouco se havia desenvolvido ainda essa condição apóstata entre os que professavam ser cristãos. Aqueles “últimos dias” do sistema judaico já haviam sido bastante ruins, mas seriam ultrapassados em muito pelos acontecimentos durante os “últimos dias” de todo o sistema mundial de coisas de Satanás, quando Jesus viria novamente para estabelecer seu reino.

      CUMPRIMENTO DUPLO

      4. O que levou a que os discípulos fizessem a pergunta de Mateus 24:3?

      4 Jesus, nas suas parábolas, falara sobre a “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 13:39, 40, 49) Isto, naturalmente, suscitou o interesse de seus discípulos, em especial porque o povo comum sofria muito, mesmo naquele tempo, por causa do domínio duro de Roma e dos líderes religiosos, judaicos. Esperavam que o reino de Deus trouxesse alívio. Portanto, três dias antes de Jesus ser morto, quatro de seus discípulos chegaram-se a ele enquanto estava sentado no Monte das Oliveiras, com vista para Jerusalém, e perguntaram-lhe: “Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas?” — Mateus 24:3; Marcos 13:3, 4.

      5. Como se cumpririam as palavras que Jesus deu em resposta?

      5 Embora os discípulos de Jesus pensassem apenas no futuro imediato, a resposta de Jesus, naquela ocasião, haveria de ter uma aplicação dupla: primeiro, durante os “últimos dias” do sistema judaico, e, muito mais tarde, durante os “últimos dias” do sistema mundial de Satanás, que abrange toda a terra habitada.

      6, 7. (a) Que cumprimento em miniatura tiveram as palavras de Jesus em Mateus 24:7-22? (b) Que sombrio lembrete disso existe até hoje?

      6 O que Jesus disse àqueles discípulos, conforme registrado em Mateus 24, versículos 7 a 22, descreveu o rumo dos acontecimentos que alguns deles observariam em miniatura durante os então 37 anos futuros, até 70 E.C. Para os judeus da geração de Jesus, havia de ser um período turbulento de guerras, escassez de víveres, terremotos, ódio aos cristãos e o aparecimento de falsos Messias. Todavia, “estas boas novas do reino” seriam pregadas em toda a criação, em testemunho. Por fim, aquela “coisa repugnante”, o exército romano, pagão, invadiu realmente o “lugar santo” do templo de Jerusalém. Após uma breve pausa, durante a qual os discípulos de Jesus puderam obedecer à ordem profética dele por fugirem para as montanhas em busca de segurança, os romanos voltaram novamente, sob o General Tito. Aniquilaram Jerusalém e despedaçaram seus filhos contra o chão, e demoliram o templo, não deixando pedra sobre pedra. — Veja também Lucas 19:43, 44; Colossenses 1:23.

      7 No cumprimento do “sinal” de Jesus, tal acúmulo de dificuldades veio a afligir os judeus e foi culminado pela destruição ardente de Jerusalém, em 70 E.C. Mais de um milhão de judeus pereceram junto com sua cidade, e os sobreviventes foram levados cativos. O arco de vitória de Tito ergue-se em Roma até o dia de hoje, como sombrio lembrete do cumprimento da profecia de Jesus. Mas, será que o “sinal” de Jesus foi registrado e preservado por escrito como aviso apenas para os que viviam no primeiro século? Trata-se hoje apenas de ‘história morta’? A resposta tem de ser: Não!

      APLICAÇÃO GLOBAL

      8. (a) Que efeito devia ter sobre nós, hoje, o cumprimento em miniatura das palavras de Jesus? (b) Que modelo profético de coisas maiores fornece isso?

      8 O cumprimento em miniatura das palavras de Jesus durante os “últimos dias” do sistema judaico de coisas deve fortalecer a nossa crença no poder da profecia divina. Contudo, os acontecimentos daquele primeiro século estabelecem também um nítido modelo profético do que há de acontecer em escala muito maior, com respeito ao sistema global de coisas de Satanás. Tem de ser assim, porque a execução do julgamento de Deus contra Jerusalém, em 70 E.C., não foi a maior tribulação até aquele tempo, nem foi a última. As palavras de Jesus, em Mateus 24:21, 22, ainda aguardam seu cumprimento em escala total:

      “Pois então haverá grande tribulação, tal como nunca ocorreu desde o princípio do mundo até agora, não, nem tampouco ocorrerá de novo. De fato, se não se abreviassem aqueles dias, nenhuma carne seria salva; mas, por causa dos escolhidos, aqueles dias serão abreviados.”

      9. Como sabemos que as palavras de Jesus indicavam um dia de ajuste de contas de alcance mundial?

      9 A continuação das palavras da profecia de Jesus, em Mateus 24:23 a 25:46, indica também o alcance global da “terminação do sistema de coisas”. No clímax deste período de aflição, quando o “Filho do homem”, como rei entronizado de Deus, executar o julgamento contra o mundo de Satanás, “todas as tribos da terra se baterão então em lamento”. Isto abrangerá todos os da humanidade que rejeitarem o reinado de Jesus. Não será um julgamento que envolve apenas uma nação e sua cidade, mas será um dia de ajuste de contas de alcance mundial. — Mateus 24:30.

      10. (a) Conforme ilustrado na profecia de Jesus, em que diferirá o destino daqueles ‘que fazem o que bem entendem’ do daqueles que ‘buscam primeiro o reino de Deus’? (b) Por que terá de ocorrer isso em escala global?

      10 Indicando novamente o âmbito global do julgamento de Deus, a profecia de Jesus passa a comparar a “terminação do sistema de coisas” com o período pouco antes do dilúvio dos dias de Noé, dizendo:

      “Porque assim como eles eram naqueles dias antes do dilúvio, comendo e bebendo, os homens casando-se e as mulheres sendo dadas em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca, e não fizeram caso, até que veio o dilúvio e os varreu a todos, assim será a presença do Filho do homem.”

      Assim como o Dilúvio daquele tempo aniquilou todo um mundo de pessoas ímpias, assim a tribulação ardente que culmina a “presença” do Messias livrará o nosso globo daqueles que desconsideram o Reino em favor de ‘fazerem o que bem entendem’. Felizmente, muitos dos que tiverem ‘buscado primeiro o reino de Deus e a Sua justiça’ sobreviverão para herdar a vida eterna na terra paradísica. Será um deles? — Mateus 6:33; 24:37-39; 25:31-46.

      11. Que outras profecias mostram que todas as nações estão envolvidas nisso e que haverá sobreviventes?

      11 Numerosas profecias da Bíblia mostram que a vindoura “grande tribulação” afetará “todas as nações” da terra. (Salmo 2:2-9; Isaías 34:1, 2; Jeremias 25:31-33; Ezequiel 38:23; Joel 3:12-16; Miquéias 5:15; Habacuque 3:1, 12, 13) Mas, haverá sobreviventes! — Isaías 26:20, 21; Daniel 12:1; Joel 2:31, 32.

      A PRESENÇA DO REI NA GLÓRIA CELESTIAL

      12. (a) Por que é necessário um “sinal” da presença de Jesus? (b) Por que não precisa ele aparecer de novo num corpo carnal?

      12 A grande profecia de Jesus sobre “o sinal” de sua presença informa-nos de que, “quando o Filho do homem chegar na sua glória, e com ele todos os anjos, então se assentará no seu trono glorioso”. (Mateus 25:31) Visto que o brilho de tal glória será prejudicial para meros olhos humanos, o Rei tem de permanecer invisível para a humanidade. (Veja Êxodo 33:17-20; Hebreus 12:2.) Este é o motivo de se precisar dum ‘sinal de sua presença’. Na segunda vinda do Messias não é mais necessário que ele abandone sua vida espiritual, celestial, para aparecer na terra num corpo carnal, a fim de ser usado como ‘oferta pelo pecado’. Tendo provido seu sacrifício humano “uma vez para sempre”, ele vem “na segunda vez . . . à parte do pecado”, como invisível rei celestial. — Hebreus 7:26, 27; 9:27, 28; 10:8-10; 1 Pedro 3:18.

      13. O que indica Lucas 19:11-27 quanto ao tempo da volta de Jesus e sua aceitação entre as nações?

      13 Jesus dissera aos seus discípulos íntimos, na sua última noite com eles: “Vou embora para vos preparar um lugar. Também, se eu for embora e vos preparar um lugar, virei novamente e vos acolherei a mim.” (João 14:2, 3) Em harmonia com isso, a ilustração de Jesus, em Lucas 19:11-27, descreve-o como “certo homem de nobre estirpe [que] viajou para um país distante, para assegurar-se poder régio e voltar”. Isto levaria bastante tempo. Mas “os seus cidadãos o odiavam e enviaram um corpo de embaixadores após ele, para dizer: ‘Não queremos que este homem se torne rei sobre nós.’” De maneira similar, hoje há pessoas que afirmam ser cristãs, mas que rejeitam o “Rei dos reis” em favor da perpetuação de seus próprios governos humanos, imperfeitos. (Revelação 19:16) Assim como os “cidadãos” da ilustração de Jesus, eles serão severamente punidos.

      “UM PRINCÍPIO DAS DORES DE AFLIÇÃO”

      14. Apesar de protestos em contrário, o que favorece o ano de 1914 E.C. como data da volta de Cristo?

      14 Quando é que este poderoso Rei, não desejado pelas nações, inicia seu reinado sobre a nossa terra? Toda a evidência aponta para o ano de 1914 E.C. Mas, alguém talvez proteste, dizendo: ‘Aquele ano, em vez de trazer o reinado de paz de Cristo, marcou o início duma era de dificuldades para a humanidade!’ Esta é exatamente a questão! Pois segundo a profecia bíblica, é quando ‘o reino do mundo se torna o reino de nosso Senhor Jeová e do seu Cristo’ que as nações da terra ficam “furiosas”. (Revelação 11:15, 18) É também o tempo em que Jeová envia seu rei associado, dizendo: “Subjuga no meio dos teus inimigos.” (Salmo 110:1, 2) Mas, esses inimigos não são destruídos instantaneamente.

      15. Como descreve Revelação 12 apropriadamente o nascimento do Reino?

      15 O capítulo 12 de Revelação descreve uma arrebatadora visão em que o apóstolo João viu em símbolo o nascimento do reino messiânico de Deus. Igual a um filho varão, é dado à luz pela “mulher” de Deus — sua organização celestial de criaturas angélicas. É “arrebatado para Deus e para o seu trono”, porque o Reino tem de depender de Jeová e da soberania Dele para funcionar. — Revelação 12:1-5.

      16, 17. (a). O que explica os ais na terra, desde 1914? (b) Como descrevem as palavras de Jesus, em Mateus e Lucas, o começo dessas aflições?

      16 A seguir, houve guerra no céu! O entronizado Rei e seus anjos batalharam com Satanás e suas hostes demoníacas, lançando-os dos céus de Jeová para a vizinhança de nossa terra. Por isso, “ai da terra e do mar, porque desceu a vós o Diabo, tendo grande ira, sabendo que ele tem um curto período de tempo”. (Revelação 12:7-12) Durante este comparativamente “curto período”, o Rei ajunta para a salvação os humanos de inclinações justas e dá o aviso da iminente execução do julgamento contra o sistema mundial de coisas de Satanás. — Mateus 24:31-41; 25:31-33.

      17 Hoje percebemos o cumprimento do “sinal” de Jesus, pormenorizado em Mateus, capítulos 24 e 25, Marcos, capítulo 13, e Lucas, capítulo 21. Note que Jesus descreve ali “um princípio das dores de aflição” nas seguintes palavras:

      “Nação se levantará contra nação e reino contra reino; e haverá grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres; e haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” (Mateus 24:3, 7, 8; Lucas 21:10, 11)

      Atribularam tais “dores de aflição” a humanidade a partir de 1914 E.C.?

      18. A partir de 1914, como se tornou a guerra totalmente horrenda?

      18 Foi no ano de 1914 que começou a Grande Guerra (mais tarde chamada de “Primeira Guerra Mundial”), e com ela vieram pestilências e fome. Os escritores têm encontrado dificuldade em descrever o horror total que prevalecia nos campos de batalha, ao passo que milhões pereceram na guerra de trincheiras durante a carnificina de 1914-1918. No livro Eye Deep in Hell (Uma Olhada Bem Dentro do Inferno), Paul Nash é citado como dizendo sobre o campo de batalha europeu: “Nenhuma pena nem desenho pode descrever este país — o ambiente normal das batalhas que ocorrem dia e noite, mês após mês. Somente o mal e o demônio encarnado podem ser donos desta guerra, e não se vê em parte alguma um vislumbre da mão de Deus. . . . As bombas nunca acabam . . . aniquilando, aleijando, enlouquecendo, mergulham na cova que é esta terra; uma enorme cova, e lançam sobre ela os pobres mortos. É indescritível, perverso, desesperador.”

      19. O que mostram as estatísticas sobre um aumento dos terremotos desde 1914?

      19 Os “terremotos” também fazem parte do “sinal”. Houve um aumento de terremotos desde 1914? Isto talvez pareça surpreendente. Mas as estatísticas são ainda mais surpreendentes! Conforme comentou Geo Malagoli, em Il Piccolo: “Durante um período de 1.059 anos (de 856 a 1914), fontes fidedignas indicam apenas 24 terremotos grandes.” Seus algarismos mostram que, durante esses anos, morreram em média 1.800 pessoas por ano em terremotos, ao passo que houve 43 terremotos grandes desde 1915, e estes mataram em média 25.300 pessoas por ano.

      “GRANDES SINAIS DO CÉU”

      20, 21. (a) Que “vistas aterrorizantes” tornaram-se evidentes desde 1914, e por quê? (b) Que cumprimento de Lucas 21:25, 26, vemos hoje? (c) Como vieram cada vez mais à atenção os “grandes sinais do céu”?

      20 Jesus profetizou também: “Haverá vistas aterrorizantes e grandes sinais do céu.” (Lucas 21:11) Durante a Primeira Guerra Mundial, as incessantes barragens de artilharia representavam algo novo — guerra total. Pela primeira vez, os dirigíveis, e depois, ainda mais importante, os aviões, iniciaram a era da guerra aérea. De fato, 1914-1918 foi apenas o começo, mas levaria à situação descrita adicionalmente por Jesus na sua profecia em que disse:

      “Também, haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e na terra angústia de nações, não sabendo o que fazer por causa do rugido do mar e da sua agitação, os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada; porque os poderes dos céus serão abalados.” — Lucas 21:25, 26.

      21 A chamada conquista do espaço pelo homem fixou a atenção “no sol, e na lua, e nas estrelas”, e há indícios ominosos de que as Grandes Potências pretendem usar satélites para estabelecer bases militares. Mas, elas já possuem o conhecimento técnico para provocar uma chuva de mísseis balísticos intercontinentais desde o espaço sobre qualquer alvo que queiram. O atual arsenal de armas nucleares, armazenados por nações opostas, basta para aniquilar a humanidade várias vezes, e calcula-se que, pela volta do século, umas 35 nações poderão estar equipadas com tais armas de destruição em massa.

      22. (a) De que modo assumiu a “mar” literal uma nova dimensão desde 1914? (b) Sobre que advertem os entendidos quanto à ameaça ao nosso globo?

      22 O “mar”, que assumiu um novo aspecto com a introdução da guerra submarina, na Primeira Guerra Mundial, e que fez os Estados Unidos ingressarem na guerra, é hoje ainda mais ameaçador. Há submarinos nucleares de prontidão nos mares. Nenhuma cidade da terra está fora do alcance de mísseis nucleares. O jornal Times de Nova Iorque, de 30 de agosto de 1980, citou o perito do Departamento de Estado dos E.U.A., Marshal D. Shulman, como dizendo que a possibilidade duma guerra nuclear “tende a aumentar, em vez de diminuir”. Um anúncio de página inteira, publicado no Times de Nova Iorque, de 2 de março de 1980, patrocinado por mais de 600 profissionais liberais, homens e mulheres, declarou: “A guerra nuclear, mesmo que ‘limitada’, resultaria em morte, ferimentos e doenças em escala sem precedentes na história da existência humana.” Acrescentaram que “ataques recíprocos nucleares, totais, poderiam estar terminados em uma hora e poderiam destruir a maior parte da vida no hemisfério setentrional”. O Embaixador dos Estados Unidos em Moscou disse em 1981: “Percebo que o mundo é mais perigoso do que jamais antes na sua história.” Mas os gastos com armamentos de destruição em massa continuam a aumentar vertiginosamente.

      23. Em cumprimento da profecia de Jesus, a que estágio da história parece estar chegando a humanidade?

      23 A humanidade parece estar atingindo o estágio previsto há alguns anos pelo vencedor do Prêmio Nobel, Harold C. Urey, que disse: “Comeremos com medo, dormiremos com medo, viveremos com medo e morreremos com medo.” Deveras, há “angústia de nações, não sabendo o que fazer . . . os homens ficando desalentados de temor e na expectativa das coisas que vêm sobre a terra habitada”.

      24. Quem sabe “o que fazer”, e por que devemos orar fervorosamente pela ‘vinda’ do Reino?

      24 Felizmente, o Soberano Senhor Jeová, que criou esta terra para o seu bom propósito, ‘sabe o que fazer’, e ele proverá a saída por meio do reino de seu Filho. Mas, antes de examinarmos em pormenores “o que fazer”, demos atenção adicional à profecia de Jesus e notemos que notável paralelo suas palavras sobre guerra mundial, fome e pestilência, como aspectos do “sinal”, encontram numa extraordinária profecia em Revelação. Lembre-se de que a solução é o reino de Deus pelo Messias — o reino por cuja ‘vinda’ oramos fervorosamente!

  • A cavalgada do Cavaleiro do Reino
    “Venha o Teu Reino”
    • Capítulo 13

      A cavalgada do Cavaleiro do Reino

      1, 2. (a) Em quem fixamos agora a nossa atenção, e o que segura ele na mão direita? (b) Por que se mandou que João parasse de chorar? (c) Quem é o “Leão” de Judá, e por que é digno de abrir os selos?

      VEJAMOS o quinto capítulo de Revelação (Apocalipse). Lemos ali sobre uma visão inspirada, dada ao apóstolo João, que se relaciona diretamente com a ‘vinda’ do reino de Deus. Ela enfoca o Soberano Senhor Jeová, “que estava sentado no trono”. Segura na mão direita um rolo escrito, “bem selado com sete selos”. Mas o apóstolo João passa a chorar muito. Por quê? Porque, em todo o universo, não se podia achar ninguém digno de desselar o rolo e divulgar sua mensagem. Mas, eis que há alguém digno disso! Não é outro senão “o Leão que é da tribo de Judá”, o herdeiro do reino de Davi. — Revelação 5:1-5.

      2 Ele é digno porque “venceu”. Quando foi homem perfeito na terra, mostrou inabalável lealdade ao seu Pai, mesmo até a morte cruel numa estaca de tortura. “O governante do mundo”, Satanás, não conseguiu quebrantar a integridade dele. Jesus podia dizer: “Eu venci o mundo.” — João 14:30; 16:33.

      3. Por que devemos alegrar-nos com o cumprimento de Revelação 5:9, 10?

      3 Há também outros que venceram o mundo, e este corajoso “Leão”, Cristo Jesus, considera-os como seus “irmãos” espirituais. (Mateus 25:40) Estes, por meio duma ressurreição celestial, deverão juntar-se a ele no seu Reinado milenar e compartilhar com ele na administração dos benefícios de seu sacrifício de resgate para os bilhões de humanos na terra. De modo que há vozes no céu entoando um novo cântico. Dizem a Este, que certa vez fora levado à matança como cordeiro inocente:

      “Digno és de tomar o rolo e de abrir os seus selos porque foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus, dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação, e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e reinarão sobre a terra.” (Revelação 5:9, 10)

      Quanta bênção é que o Rei e os seus testados e provados reis associados estejam prestes a agir a favor da humanidade oprimida! Mas, neste respeito, precisa primeiro haver uma guerra.

      O CAVALEIRO NO CAVALO BRANCO

      4. (a) O que é simbolizado pelo “cavalo branco”, pelo “arco” do cavaleiro e por ele receber uma “coroa”? (b) Quem é este cavaleiro, e quando recebeu autoridade régia?

      4 Quando o “Cordeiro” toma o rolo e abre o primeiro selo, troveja uma voz do céu: “Vem!” E o que vemos? “Eis um cavalo branco” — símbolo de guerra justa. Seu cavaleiro tem um “arco”. Pode destruir seus inimigos de longe — abrangendo distâncias muito maiores do que os meros mísseis balísticos intercontinentais dos homens. Dá-se-lhe uma “coroa”, e isto aponta para o ano hodierno de 1914, quando Jeová lhe deu autoridade régia sobre as nações. Sendo muito mais poderoso do que os insignificantes senhores ou reis humanos, este “Senhor dos senhores e Rei dos reis” há de triunfar sobre todos os inimigos da justiça, junto com os cristãos ungidos, “chamados, e escolhidos, e fiéis”, que estão unidos com ele no seu reino celestial. — Revelação 6:1, 2; 17:14.

      5. (a) Que vitória inicial teve este cavaleiro? (b) Que resultado trouxe isso para a humanidade, mas por que devemos acatar o aviso de Marcos 13:32-37?

      5 Esse cavaleiro no “cavalo branco” é um poderoso vencedor. Então, o que poderia ser mais apropriado do que, quando começasse a cavalgar, expulsar do céu “a serpente original”, Satanás, e seus anjos demoníacos? Lançou-os para baixo, a esta terra! Não é de admirar que o Diabo tenha agora grande ira. Conforme já notamos, ele dá vazão a esta ira na humanidade, causando o “ai da terra e do mar”. O Diabo sabe que tem “um curto período de tempo”, mas é muito sutil. Gostaria de induzir-nos a pensar que os “últimos dias” se estendem até o futuro distante. Que nenhum de nós seja induzido à sonolência por tal modo de pensar! — Revelação 12:9-12; Marcos 13:32-37.

      UM CAVALO COR DE FOGO

      6. (a) Segundo Revelação 6:3, 4, que surgiu então? (b) Em que era a Primeira Guerra Mundial diferente de todas as guerras anteriores?

      6 O “Cordeiro” abre o segundo selo. Sai “um cavalo cor de fogo”! “Ao que estava sentado nele foi concedido tirar da terra a paz, para que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada.” (Revelação 6:4) Surgiu assim a primeira guerra mundial da história humana. Tirou-se a paz, não apenas de algumas poucas nações, mas “da terra”, ao passo que enormes exércitos e armadas se atacaram uns aos outros, usando horríveis armas de extermínio em massa. Ao passo que as guerras anteriores haviam sido travadas por exércitos profissionais, usualmente apenas de poucos países, a Primeira Guerra Mundial foi uma guerra total. Pela primeira vez na história, os recursos totais de muitas nações, inclusive homens recrutados, foram lançados na batalha.

      7-9. Quanto à ‘matança’, que estatísticas e declarações mostram que 1914 marcou o começo do período mais assassino de toda a história?

      7 A profecia menciona ‘matança’, e foi uma ‘matança’! Na batalha de Somme, uma nova invenção assassina, a metralhadora, ceifou as tropas britânicas e francesas às centenas de milhares, sendo responsável, segundo alguns cálculos, por 80 por cento de todas as baixas. Nos nove meses em Verdun, morreram mais homens do que os que marcharam com o exército de Napoleão para dentro da Rússia. Pintado com sangue no muro dum cemitério, um letreiro em Verdun rezava: “CINCO QUILÔMETROS ATÉ O MATADOURO.” Ao todo, cerca de 9.000.000 de soldados foram chacinados durante os quatro anos daquela Grande Guerra.

      8 Foi 1914 o ano em que o cavaleiro no “cavalo cor de fogo” tirou a paz da terra? Muitos historiadores apóiam este conceito. Por exemplo, quase 50 anos depois, o redator da revista histórica American Heritage escreveu: “No verão de 1914, as nações estavam em paz e o futuro parecia sereno. Daí, os canhões passaram a falar, e as coisas nunca mais foram as mesmas. . . . O ano de 1914 foi um dos anos mais fatídicos da história humana . . . Naquele ano houve um daqueles pontos profundamente decisivos que não ocorrem mais de uma ou duas vezes num milênio. Provavelmente passará muito tempo até compreendermos plenamente em que nos envolveu 1914, mas pelo menos podemos começar a ver de que nos arrancou.” Deveras, o cavaleiro do “cavalo cor de fogo” arrancou a paz da terra, e 1914 foi o ano disso.

      9 O cavaleiro continuou a cavalgada assassina durante uma segunda guerra mundial, em que morreram 16.000.000 de soldados em batalha. Ao avançarmos agora na década dos anos 80, um professor húngaro calculou que, nas três décadas após a Segunda Guerra Mundial, outros 25.000.000 de soldados morreram em batalha. Ele declarou que, nos 33 anos que seguiram ao fim da Segunda Guerra Mundial, houve apenas 26 dias em que não houve guerra em alguma parte do mundo.

      10. Como tem este cavaleiro usado a “grande espada”?

      10 A profecia nos diz que “uma grande espada” foi dada a este cavaleiro. E, de fato, o armamento letal tem desempenhado um grande papel na matança das guerras deste século 20. Na Primeira Guerra Mundial, gás venenoso, armas automáticas, tanques de guerra, aviões e submarinos fizeram a sua estréia em plena escala. Na Segunda Guerra Mundial, a guerra aérea literalmente arrasou cidades inteiras, a maioria das baixas sendo de mulheres, crianças e idosos inocentes. A cidade de Coventry, na Inglaterra, foi devastada numa só noite, e, mais tarde, um ataque aéreo dos Aliados exterminou 135.000 vidas em Dresden, na Alemanha. Seguiu-se o extermínio em massa, por bombas atômicas, de pelo menos 92.000 pessoas em Hiroxima e de 40.000 em Nagasáqui, no Japão, novamente na maioria civis. O que a “grande espada” poderia realizar hoje, se houvesse uma guerra nuclear, foge da imaginação!

      “EIS UM CAVALO PRETO”

      11, 12. (a) Como mostrou o cavaleiro no “cavalo preto” ser companheiro do segundo cavaleiro? (b) O que mostra que a sua cavalgada continua até hoje?

      11 Quando o “Cordeiro” abre o terceiro selo, sai avançando “um cavalo preto”. “E o que estava sentado nele tinha uma balança na mão.” (Revelação 6:5) Ora, havia um companheiro cavalgando com o cavaleiro da guerra total! Trata-se do cavaleiro que traz fome. Durante ambas as guerras mundiais, as condições de fome afligiram muitos países. O racionamento dos gêneros alimentícios, representado pela “balança”, tornou-se a norma para os cidadãos das nações em guerra. E na esteira da Primeira Guerra Mundial veio a maior fome de toda a história. O periódico The Nation, de 7 de junho de 1919, noticiou que, na índia, 32.000.000 de pessoas estavam “à beira da inanição”. World’s Work de março de 1921 declarou que só no norte da China cada dia morriam de fome 15.000 pessoas. O periódico Current History Magazine, do Times de Nova Iorque, de outubro de 1921, citou um relatório britânico no sentido de que, na Rússia, “nada menos de 35.000.000 de pessoas estão sendo acossadas pelo espectro lúgubre da fome e da peste”. Condições de fome similares seguiram à Segunda Guerra Mundial, sendo que a revista Look, de 11 de junho de 1946, noticiou: “Uma quarta parte do mundo está passando fome hoje em dia.”

      12 Mesmo sem a guerra total, o fracasso das safras no nosso mundo moderno amiúde traz manchetes tais como esta, em 1974: “Índia sob a sombra do terceiro cavaleiro.” Em 1976: “O Mundo Cada Vez Mais Faminto Confronta-se com Grande Crise de Alimentos.” E em 1979: “450 milhões de pessoas passam fome.” Com a multiplicação da população do mundo, a situação alimentícia dos países subdesenvolvidos e dilacerados pela guerra torna-se cada vez mais desesperadora. A crítica chamada “The Atlas World Press Review”, no periódico New Scientist de maio de 1975, declarou: “O mundo confronta-se com um espectro duplo. A fome é apenas um dos seus aspectos: o outro é a subnutrição crônica. A FAO [Organização Para a Alimentação e a Agricultura] calcula que 61 dentre 97 nações em desenvolvimento produziram ou importaram substancialmente menos alimentos em 1970 do que era necessário para alimentar suas populações. Segundo um cálculo conservador, a FAO estima que 460 milhões de pessoas sofrem de subnutrição; uma interpretação mais liberal calcularia a cifra em 1 bilhão.” Agora, na década dos anos 80, a situação é muito pior.

      13. Que condições e temores hodiernos são prefigurados em Revelação 6:6?

      13 Enquanto o terceiro cavaleiro prossegue na cavalgada, uma voz desde os céus clama: “Um litro de trigo por um denário, e três litros de cevada por um denário; e não faças dano ao azeite de oliveira e ao vinho.” (Revelação 6:6) Sendo que o denário representava o salário de um dia, o trabalhador ficaria realmente irado com tal preço muito inflacionado. E não continua a inflação a diminuir a renda das pessoas comuns, hoje em dia? Mas, que dizer de itens tais como o “azeite” e o “vinho”? Os exploradores gananciosos e outras pessoas abastadas gostariam de proteger seu modo afluente de vida. Mas, serão bem sucedidos? Veremos isso, ao passo que o “cavalo preto” prossegue galopando na terra de um lado para outro.

      ‘UM CAVALO DESCORADO, COM A MORTE’

      14. Como se relacionam aptamente o quarto cavaleiro e seu companheiro com os acontecimentos desde 1914?

      14 Abre-se o quarto selo, e “um cavalo descorado” junta-se aos corcéis galopantes. O cavaleiro é a Morte. Segue-se de perto o Hades — o registro não diz se faz isso em outro cavalo. Mas, eles têm uma missão horrível: “Foi-lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra, para matar com uma longa espada, e com escassez de víveres, e com praga mortífera, e pelas feras da terra.” (Revelação 6:7, 8) Desde o ano fatídico de 1914, a presença da Morte e do Hades estendeu-se mesmo até os quatro cantos da terra.

      15, 16. (a) Que notável cumprimento teve esta profecia em 1918-1919? (b) O que mostra que esse cavalo tem galopado continuamente desde 1914?

      15 “Praga mortífera”! Assim foi chamada a pandemia de 1918-1919, a gripe espanhola. Em poucas semanas, suas vítimas eram duas vezes mais em número do que os que haviam morrido nos campos de batalha da Primeira Guerra Mundial — o pasmoso total de pelo menos 21.000.000. Nos Estados Unidos, a cifra oficial dos mortos pela gripe foi de 548.452, mais de 10 vezes superior ao número dos soldados estadunidenses mortos na guerra. Na maior parte, suas vítimas eram os jovens e viris. Na Índia, mais de 12.000.000 morreram. Ela não poupou nenhum continente ou ilha — com duas exceções: as ilhas Maurício e Sta. Helena. Aldeias inteiras, entre os esquimós e na África Central, foram exterminadas. Em Taiti, usaram-se piras fúnebres para eliminar os cadáveres de 4.500 pessoas, que morreram em apenas 15 dias, e em Samoa Ocidental, 7.500 duma população de 38.000 pessoas pereceram na praga.

      16 Todavia, a gripe espanhola não foi a única doença mortífera trazida pelo cavaleiro no “cavalo descorado”. O Times de Nova Iorque noticiou que em 1915, na batalha de Galípoli, a disenteria matou mais soldados do que as balas. De 1914 a 1923, a cólera matou na Índia 3.250.000 pessoas. Em 1915, “de dois e meio a três milhões de mortes” na Rússia eram atribuídas ao tifo. E ao passo que o cavaleiro galopa nos tempos mais modernos, as doenças cardíacas e o câncer têm-se tornado os principais matadores, a sífilis é “o Matador N.º 2 Entre as Doenças Transmissíveis” e a hepatite é uma “Explosão Mundial de Doença”.

      O ALÍVIO É IMINENTE!

      17, 18. (a) O que disse certo estadista, indicando a relação entre o segundo, o terceiro e o quarto cavaleiro? (b) Mas, de quem não fazem caso os líderes do mundo? (c) Por que podemos alegrar-nos com o que o glorioso Rei fará?

      17 Agora já por mais de 60 anos, o “cavalo cor de fogo”, o “cavalo preto” e o “cavalo descorado” estão galopando lado a lado, seguidos de perto pelo Hades. De fato, o Hades tem ceifado uma safra recorde de vítimas, que ascendem a centenas de milhões. É de interesse notar que um ex-presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover, relacionou esses três cavaleiros, dizendo em 1941: “As conseqüências das grandes guerras sempre são a fome e a pestilência . . . A Guerra Mundial de há vinte e cinco anos trouxe a fome para 300.000.000 de pessoas. . . . Depois de um ano e meio da guerra atual [a Segunda Guerra Mundial], quase 100.000.000 de pessoas a mais têm falta de alimentos do que tiveram depois de três anos da última guerra.” Que calamidade seria uma terceira guerra mundial para a humanidade!

      18 Os líderes do mundo estão plenamente apercebidos dos estragos causados pelos cavaleiros nos cavalos “cor de fogo”, “preto” e “descorado”. Todavia, não tomam em conta o Cavaleiro no “cavalo branco”. Aproxima-se o dia alegre para este glorioso Rei tomar ação para inverter a ordem das coisas! Em vez de guerra, trará paz. Em vez de fome, proverá abundância. Em lugar de doença, restituirá à humanidade a perfeita saúde, e até mesmo o Hades entregará os mortos. Uma passagem paralela nos Salmos descreve este cavaleiro no “cavalo branco” com as seguintes palavras:

      “Cinge a tua espada sobre a coxa, ó poderoso, com tua dignidade e teu esplendor. E no teu esplendor prossegue ao bom êxito; cavalga na causa da verdade, e da humildade, e da justiça, e a tua direita te instruirá em coisas atemorizantes.” (Salmo 45:3, 4)

      O triunfo do Cavaleiro do Reino está próximo!

      19. (a) Devemos ficar perturbados, em vista do cumprimento de Revelação 6:2-8? (b) Que exemplo é citado para animar-nos a ser fortes na fé?

      19 Portanto, não fiquemos indevidamente perturbados com a piora da situação hoje existente na terra. Antes, seja o nosso ponto de vista similar ao daquela Testemunha de Jeová que, por causa de suas crenças, passou 20 anos, de 1956 a 1978, numa prisão dum país socialista. Em certo momento estava sob a sentença de morte, e até hoje tem nos braços sinais de tortura. Como manteve ela forte a sua fé? Foi por meditar nas muitas passagens bíblicas de que se lembrava de seu anterior estudo diligente da Bíblia. Ela diz que uma delas era a de Revelação 6:2. Estava firmemente convencida de que o Cavaleiro no “cavalo branco”, o Rei Jesus Cristo, havia sido entronizado nos céus, em 1914, e ela estava decidida a perseverar até que ele ‘completasse a sua vitória’. Que todos os outros que oram pela ‘vinda’ do reino de Deus permaneçam fiéis até que o Rei seja completamente vitorioso!

      [Quadro na página 123]

      O CAVALO PRETO CONTINUA A GALOPAR

      “O Banco Mundial calcula que 780 milhões de pessoas em todo o mundo estão vivendo em absoluta pobreza, condição que está abaixo de qualquer definição razoável da decência humana.” — Free Press de Detroit E.U.A.,1.º de setembro de 1980.

  • O Rei reina!
    “Venha o Teu Reino”
    • Capítulo 14

      O Rei reina!

      1, 2. (a) Que significado maior tinha o ano de 1914? (b) Como é que a revista A Sentinela, em inglês, focalizou com muita antecedência o ano de 1914?

      INQUESTIONAVELMENTE, o ano de 1914 marcou um grande ponto decisivo nos assuntos das nações e da humanidade. Mas, foi muito mais significativo do que a maioria dos historiadores se apercebe. Foi o tempo em que aconteceram eventos emocionantes relacionados com a ‘vinda’ do reino de Deus. Já anos antes, cuidadosos estudantes da Bíblia aguardavam com viva expectativa este ano. Baseados em quê?

      2 Trinta e quatro anos antes de 1914, a revista Torre de Vigia de Sião e Arauto da Presença de Cristo (agora A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová, em português), nos seus números, em inglês, de dezembro de 1879 e março de 1880, indicava 1914 como data marcada na profecia bíblica. Um artigo no seu número de junho de 1880 trouxe à atenção a aproximação do fim dos “Tempos dos Gentios (Lucas XXI. 24)”. Embora o escritor, naquele tempo, não entendesse a plena implicação dos acontecimentos prestes a ocorrer, ele mostrou à base da cronologia bíblica que estava prestes a acabar em “A.D. 1914” um período de “sete tempos” ou de 2.520 anos de dominação governamental por nações ímpias, que tiveram começo na primeira desolação da antiga Jerusalém. Ele declarou: “O longo período de 2.520 anos e . . . a amarga experiência [do povo de Deus] sob a dominação das feras, (governos humanos, Dan. VII.) é claramente representado em Dan. IV, pelos ‘sete tempos’ de Nabucodonosor e sua amarga experiência entre as feras.” Então, quais são os “sete tempos”?

      INTERPRETAÇÃO DUM SONHO

      3. Que verdade fundamental se declara em Daniel 4:25?

      3 O Dan capítulo 4 do livro bíblico de Daniel descreve um notável sonho profético. Ele ilustra que “o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser”. (Daniel 4:25) Nabucodonosor, Rei de Babilônia, tivera este sonho e o relatara ao profeta Daniel, para obter a interpretação dele.

      4-6. (a) Que sonho teve Nabucodonosor? (b) Como foi interpretado por Daniel? (c) Como foi cumprido? (d) Quando Nabucodonosor se restabeleceu, o que reconheceu?

      4 Nabucodonosor observara na visão uma enorme árvore, que era visível até à extremidade da terra. Ela fornecia alimento, bem como abrigo, a todos. Mas um “santo” do céu decretou que a árvore fosse derrubada e seu toco enfaixado com ferro e cobre, os dois metais mais fortes daquele tempo. Deviam-se passar “sete tempos” com a árvore neste estado restrito.

      5 Na interpretação desta visão profética, Daniel explicou que a árvore, na sua grandiosidade, retratava a Nabucodonosor. Ele devia ser ‘derrubado’ ou rebaixado. Passar-se-iam “sete tempos”, durante os quais Nabucodonosor seria igual aos animais do campo. Mas, assim como a “árvore” não foi destruída completamente, assim também o Rei seria restabelecido após os “sete tempos”. — Daniel 4:19-27.

      6 Isto é exatamente o que sobreveio a Nabucodonosor. Ele foi rebaixado e tornou-se igual a um animal afastado da habitação humana, comendo vegetação. Esses “sete tempos” evidentemente eram sete anos, durante os quais Nabucodonosor teve sua ‘amarga experiência entre os animais’. Seu cabelo ficou comprido, igual às penas duma águia, e suas unhas cresceram como as garras das aves. Mas, finalmente, recuperou a sua sanidade mental e foi restabelecido no seu reinado. Quando isto ocorreu, ele louvou e glorificou “o Rei dos céus” como sendo Aquele que realmente exerce o governo e cujo “reino é para geração após geração”. — Daniel 4:28-37.

      7-9. (a) Em que profecia mencionou Jesus o fim dos tempos dos gentios? (b) Portanto, que perguntas são de interesse vital para nós?

      7 No entanto, o que tem tudo isso que ver com o ano de 1914 de nossa Era Comum?

      “OS TEMPOS DESIGNADOS DAS NAÇÕES”

      8 Foi durante a descrição do ‘sinal da terminação do sistema de coisas’ que Jesus Cristo disse:

      “Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Lucas 21:24)

      As “nações” mencionadas por Jesus eram as nações não-judaicas, ou os “gentios”. A bem conhecida versão bíblica de João Ferreira de Almeida usa aqui a expressão “tempos dos gentios”. Assim, muitos se perguntaram: ‘O que são os tempos dos gentios? Em que período de tempo estava Jesus pensando? Quando começou e quando terminaria?’

      9 Já vimos que a grande profecia de Jesus a respeito do “sinal” tem significado vital para nós, hoje. Por isso, precisamos também saber as respostas a essas perguntas.

      A QUE SE REFERE “JERUSALÉM”?

      10-12. (a) Segundo certo erudito, os acontecimentos de 29-70 E.C. tipificaram o quê? (b) Mas, que significado maior pode “Jerusalém” assumir em Lucas 21:24? (c) Como nos ajuda uma bem conhecida enciclopédia a entender este ponto de vista? (d) O que é assim representado por “Jerusalém”?

      10 Comentando a profecia de Jesus, o Professor A. T. Robertsona observa que “Jesus [estava] usando a destruição do templo e de Jerusalém, que ocorreram naquela geração, em A.D. 70, também como símbolo de sua segunda vinda e do fim do mundo ou da consumação da era”. Portanto, podemos perguntar: Além do que sobreveio a Jerusalém em 70 E.C., que significado maior ou de maior alcance poderia ter Jesus atribuído a “Jerusalém”, em Lucas 21:24?

      11 Jesus encarava Jerusalém como capital de Israel, onde reis ungidos por Jeová, da linhagem de Davi, se sentavam no “trono de Jeová”, reinando para Jeová Deus. Também, o templo dela era o centro da verdadeira adoração para toda a terra. (1 Crônicas 28:5; 29:23; 2 Crônicas 9:8) A Cyclopœdia de M’Clintock e Strong observa: “Jerusalém havia sido constituída em residência imperial do Rei de todo o Israel; e o Templo, muitas vezes chamado de ‘casa de Jeová’, constituía ao mesmo tempo a residência do Rei dos reis, o chefe supremo do estado teocrático, . . . Jerusalém, na realidade, não era politicamente importante: não era a capital dum poderoso império, dirigindo os assuntos de outros estados, mas ocupava um ponto elevado nas perspectivas luminosas preditas por Davi, quando expressou sua fé na vinda dum Messias [Salmo 2:6; 110:2].” — Volume IV, página 838.

      12 Sentarem-se os reis da linhagem de Davi no “trono do reinado de Jeová” salientava a verdade de que o reino era realmente de Deus. O reino de Israel, cujo centro era Jerusalém, era um reino típico de Deus. “Jerusalém” representava assim o reino de Deus.

      13, 14 Quando e como se iniciou o ‘pisar’ mencionado em Lucas 21:24?

      13 Lembre-se agora das palavras de Jesus: “Jerusalém será pisada pelas nações, até se cumprirem os tempos designados das nações.” (Lucas 21:24) Quando começou este ‘pisar’? Torna-se claro que começou muito antes de Jesus nascer em Belém, porque os reis humanos da linhagem de Davi há muito já haviam deixado de reinar em Jerusalém. A dinastia davídica de reis acabou quando o Rei Zedequias foi destronado pelos babilônios invasores, sob Nabucodonosor.

      14 A história exata da Bíblia nos diz o que aconteceu por causa da maldade do povo e do Rei Zedequias. Ela declara: “Subiu o furor de Jeová contra o seu povo, até que não havia mais cura. Portanto, fez subir contra eles o Rei dos caldeus [babilônios], que passou a matar os seus jovens à espada. Tudo [Deus] . . . entregou na mão [de Nabucodonosor]. E todos os utensílios, grandes e pequenos, da casa do verdadeiro Deus, e os tesouros da casa de Jeová, e os tesouros do Rei e dos seus príncipes, tudo ele levou a Babilônia. E passou a queimar a casa do verdadeiro Deus e a demolir a muralha de Jerusalém.” (2 Crônicas 36:11, 12, 16-20) Foi ali que começou o ‘pisar’.

      “PISADA” POR QUANTO TEMPO?

      15-17. (a) Quem perdeu o “direito legal” ao reino davídico, e como? (b) Quem recuperaria este direito, e por quanto tempo? (c) Portanto, que pergunta pertinente surge? (d) Por que seria apropriado que Daniel respondesse a esta pergunta?

      15 O profeta Ezequiel predisse o destronamento de Zedequias, último dos reis da linhagem de Davi a governar na Jerusalém terrestre, nas seguintes palavras:

      “Assim disse o Soberano Senhor Jeová: ‘Remove o turbante e retira a coroa. Esta não será a mesma. . . . Uma ruína, uma ruína, uma ruína a farei. Também, quanto a esta, certamente não virá a ser de ninguém até que venha aquele que tem o direito legal, e a ele é que terei de dá-lo.’” — Ezequiel 21:26, 27.

      16 Embora o Rei Zedequias perdesse então o “direito legal” ao reino davídico, o prometido Messias recuperaria este “direito” e governaria “para sempre” no reino de Deus. (Lucas 1:32, 33) Mas, quanto tempo levaria até que o reino messiânico — que havia sido tipificado pelo reino terrestre de Israel, com sua capital Jerusalém — começasse a governar?

      17 Jeová Deus sabia isso e podia indicar o período de tempo na sua Palavra, assim como predissera muitas outras coisas futuras. Jesus, no seu discurso sobre a “terminação do sistema de coisas”, referiu-se várias vezes à profecia de Daniel, na qual Deus predissera com exatidão muitos dos acontecimentos vindouros no céu e na terra. (Compare Mateus 24:3, 15, 21, 30, com Daniel 9:27; 11:31; 12:1; 7:13.) Também, não provera a profecia das “setenta semanas”, de Daniel 9:24-27, um cronograma exato para a primeira vinda do Messias? Não seria apropriado que o mesmo profeta fornecesse o tempo da segunda vinda do Messias? É no capítulo quatro de Daniel que encontramos esta informação profética que nos interessa diretamente.

      CUMPRIMENTO MAIOR

      18. (a) Qual é talvez o motivo de as histórias seculares deixarem de mencionar a loucura de Nabucodonosor? (b) Por que devemos acatar o que a Palavra de Deus diz sobre isso?

      18 Já examinamos a aplicação inicial e típica da profecia de Daniel sobre os “sete tempos” e notamos que se aplicou aos sete anos literais da loucura de Nabucodonosor. Não nos deve surpreender que a história secular não nos forneça um relato pormenorizado sobre os sete anos de ausência de Nabucodonosor do trono. Os registros antigos do Egito, da Assíria e de Babilônia são notórios pela sua omissão de tudo o que pudesse embaraçar o governante, o que é um dos motivos pelos quais não são tão fidedignos como a Palavra inspirada de Deus. É a Palavra de Deus que nos assegura que a visão do sonho se cumpriu. A linguagem da profecia indica também que haveria um cumprimento de alcance ainda muito maior, e este também ocorreu. De que modo?

      19. Por que nos ajudaria logicamente esta visão a saber a duração dos tempos dos gentios?

      19 Deve ser notado que o sonho foi dado ao Rei de Babilônia, o próprio governante mundial usado como instrumento para derrubar o reino típico de Deus na terra, estabelecendo com isso o domínio mundial por um governo gentio. Evidentemente, a visão foi também dada poucos anos depois da ocorrência desta mudança monumental — quando cessara de existir um reino típico por meio do qual Jeová exercera a soberania. Além disso, o capítulo 4 de Daniel enfatiza diversas vezes o tema de que ‘o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e o dá a quem quiser’. (Daniel 4:17, 26, 34, 35) Temos assim bons motivos para recorrer a esta visão em busca de informações sobre a duração da dominação gentia sobre a terra.

      20. Que pergunta fazemos, e onde podemos procurar a resposta?

      20 Contando o tempo a partir de quando o reino típico de Deus, com seu Rei davídico, foi derrubado, quanto tempo decorreria até que Deus expressasse novamente sua soberania por meio dum reino relacionado com a linhagem real de Davi, com o Messias qual Rei governante? O capítulo 4 de Daniel fornece a base para o cálculo da duração dos tempos dos gentios ou dos “tempos designados das nações”, durante os quais essas nações pisariam “Jerusalém” ou o reino de Deus. — Lucas 21:24.

      21. O que indicam Daniel 4:15-17 e Jó 14:7 sobre a situação após o destronamento de Zedequias?

      21 Este pisar é contado a partir do ano em que Nabucodonosor tirou o Rei Zedequias do trono em Jerusalém. A partir de então, o exercício da soberania de Jeová conforme representada pela linhagem de reis judeus foi ‘derrubado’. Ficou restrito, assim como o toco enfaixado da árvore do sonho de Nabucodonosor. Potências gentias, animalescas, dominavam a terra toda. Mas havia esperança para a “árvore”, de que ela ‘brotaria novamente’. E as pessoas vivas saberiam então “que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade”. — Daniel 4:15-17; Jó 14:7; veja Isaías 11:1, 2; 53:2.

      22. Quando e de que modo floresce novamente a “árvore” do Reino?

      22 Neste reino restabelecido, o Altíssimo governa por meio de seu Messias. Não, não por ocasião do primeiro aparecimento Deste, como homem perfeito na terra, quando os judeus o desprezaram e rejeitaram como rei. Mas, quando este “mais humilde dos homens” chega na sua glória como Rei celestial do povo de todas as nações, as faixas no toco da árvore são soltas e a “árvore” do Reino floresce novamente. Daí, com o fim dos tempos dos gentios, o reino do mundo torna-se “o reino de nosso Senhor e do seu Cristo.” — Revelação 11:15; Daniel 4:17, 25.

      OS “SETE TEMPOS” — QUAL A SUA DURAÇÃO?

      23. Por que devem os tempos dos gentios estender-se aos nossos dias?

      23 Portanto, é óbvio que os “sete tempos”, conforme aplicados aos tempos dos gentios, têm de ser mais longos do que sete anos literais. Lembre-se de que Jesus falou do ‘cumprimento’ ou fim desses tempos dos gentios em conexão com a “terminação do sistema de coisas”. (Lucas 21:7, 24; Mateus 24:3) Por isso, devem estender-se até os nossos dias. Então, qual é a sua duração?

      24. Como podemos interpretar a duração dos “sete tempos”?

      24 Recorrendo ao capítulo 12 de Revelação, notamos que os Rev. 12 versículos 6 e 14 mostram um período de 1.260 dias como sendo “um tempo, e tempos, e metade de um tempo”, ou 1 + 2 + 1/2, no total de 31/2 tempos. Assim, “um tempo” seria equivalente a 360 dias, ou 12 meses lunares com a média de 30 dias cada. “Sete tempos” ascenderiam a 2.520 dias; e a contagem profética, bíblica, de “um dia por um ano, um dia por um ano”, indica que seriam realmente um período de 2.520 anos calendares. (Números 14:34; Ezequiel 4:6) Esta é assim a duração dos “sete tempos” — os tempos dos gentios.

      25. Como entram os “setenta anos” de Jeremias 25:11 no cálculo do início dos tempos dos gentios?

      25 A consulta à Palavra de Deus ajuda-nos a determinar a data calendar do início dos tempos dos gentios. Conforme já notamos, Jeová permitiu que os babilônios vencessem seu povo, destruíssem Jerusalém e o templo dela, tirassem Zedequias do “trono do reinado de Jeová” e levassem os judeus ao exílio em Babilônia. (1 Crônicas 28:5) Acontecimentos que se seguiram “no sétimo mês” levaram os poucos judeus que restavam no país a fugir para o Egito, de modo que Judá ficou então completamente desolada. (2 Reis 25:1-26; Jeremias 39:1-10; 41:1 a 43:7) Jeremias, profeta de Jeová, havia predito que a desolação duraria 70 anos. (Jeremias 25:8-11) Daí, Jeová ‘ajustaria contas com o Rei de Babilônia pelo seu erro’ e ‘traria Seu povo de volta a este lugar’, a pátria deles. — Jeremias 25:12; 29:10.

      26. (a) De que foi Daniel testemunha ocular, e o que discerniu ele? (b) Como podemos saber o mês e o ano em que se cumpriu a profecia de Daniel sobre o restabelecimento? (c) Especificamente, qual é essa data?

      26 O próprio Daniel viveu no exílio babilônico por muitos anos. Na noite em que Babilônia caiu diante dos medo-persas, ele foi testemunha ocular do cumprimento de sua própria profecia e de outras profecias contra aquela cidade. (Daniel 5:17, 25-30; Isaías 45:1, 2) Os historiadores calculam que Babilônia caiu no começo de outubro do ano 539 A.E.C. Pouco depois, Daniel discerniu à base da profecia de Jeremias que o cativeiro e a desolação de Jerusalém, de 70 anos, estavam prestes a acabar. (Daniel 9:2) E ele tinha razão! No primeiro ano de Ciro, o Persa, que a maioria dos historiadores datam como começando na primavera (setentrional) de 538 A.E.C., Ciro emitiu um decreto que permitiu aos judeus voltarem para a sua pátria, a fim de povoá-la de novo e reconstruir ali o templo de Jeová. (2 Crônicas 36:20-23; Esdras 1:1-5) O relato histórico, inspirado, conta-nos que os judeus acataram prontamente o decreto de Ciro, de modo que, “ao chegar o sétimo mês, os filhos de Israel estavam nas suas cidades”. (Esdras 3:1) Segundo o nosso calendário, seria em outubro de 537 A.E.C., data que assinala assim a terminação dos preditos 70 anos de desolação.

      27. (a) Então, quando devem ter tido início os 70 anos, e com que acontecimento? (b) Qual foi a duração dos “sete tempos” e, portanto, quando devem ter terminado? (c) Que outra grande potência começou a ter cumprimento naquela data exata? (d) Que informação tem propagado A Sentinela já por mais de 100 anos?

      27 Esta informação histórica é importante para determinarmos o início dos “tempos designados das nações”. Visto que os 70 anos da desolação de Judá e de Jerusalém terminaram em 537 A.E.C., eles começaram em 607 A.E.C. Este foi o ano em que Zedequias deixou de se sentar no “trono do reinado de Jeová”, em Jerusalém. Portanto, assinala também a data do começo dos tempos dos gentios. Contarmos a partir de outubro de 607 A.E.C., os “sete tempos” de 2.520 anos levam-nos ao começo de outubro de 1914 E.C., quando, conforme já vimos, passou a cumprir-se a grande profecia de Jesus sobre a “terminação do sistema de coisas”. A informação fidedigna da Palavra de Deus é a base para esta conclusão, que a revista A Sentinela já está propagando por mais de 100 anos.

      28, 29. (a) O que, a respeito dos registros seculares, deve tornar-nos gratos pelos pormenores preservados na Palavra de Deus? (b) Por que há forte motivo de se preferir o outubro de 1914 acima de outras datas para o fim dos tempos dos gentios?

      28 Podemos deveras ser gratos de que Jeová preservou na sua Palavra inspirada um quadro exato dos pormenores necessários envolvendo os judeus, os babilônios e os medo-persas do sexto século A.E.C. Senão, seria difícil calcular o tempo exato dos acontecimentos lá naquele tempo, porque os registros seculares daquele período certamente são incompletos.

      29 No entanto, baseados primariamente em tais registros seculares, alguns calculam que Jerusalém foi destruída em 587/6 A.E.C., e que os judeus caíram sob o domínio babilônico no ano de ascensão de Nabucodonosor, que calculam ter sido 605 A.E.C.b Afirmam assim que 605 A.E.C. é a data em que Jeremias 25:11 começou a cumprir-se: “Toda a terra será uma desolação; e eles servirão entre os gentios por setenta anos.” (Septuagint grega de Bagster) Se fosse assim, e se os tempos dos gentios fossem contados a partir de então, isso colocaria o fim dos “sete tempos” proféticos no ano de 1916, na Guerra Mundial. No entanto, conforme já declarado, cremos que há um motivo muito mais forte para aceitarmos a informação da Palavra inspirada de Deus, que indica o início dos tempos dos gentios como tendo sido em outubro de 607 A.E.C. e seu fim, em outubro de 1914 E.C.

      30. Que conjunto de acontecimentos identifica o período que começou em 1914 como sendo os “últimos dias”?

      30 Podemos sentir-nos felizes de que Deus, há muito, mandou registrar na sua Palavra as profecias que fornecem tão claramente o tempo da vinda de Jesus, como Messias, em 29 E.C., e também de sua “presença” como glorioso Rei celestial, a partir de 1914 E.C. Enquanto prossegue a “terminação do sistema de coisas”, vemos em volta de nós a intensificação das condições às quais Jesus nos mandou estar atentos. As guerras mundiais, as fomes, as pestilências, os terremotos, a violação da lei, a falta de amor, os ódios e as perseguições movidas aos que defendem princípios bíblicos — todos estes se conjugam para identificar para nós os “últimos dias”. — 2 Timóteo 3:1; Mateus 24:3-12; Marcos 13:7-13.

      QUANDO VIRÁ O MILÊNIO?

      31. (a) Que conselho dá Jesus para os nossos dias, e por quê? (b) Que pergunta podemos ficar inclinados a fazer, e qual é a resposta de Jeová?

      31 Quanto tempo durará esta situação temível? Visto que Cristo Jesus já está agora entronizado como Rei-Guerreiro, há bons motivos para se crer que não demorará muito até que ele execute o julgamento nos inimigos de Deus. “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe”, de modo que não ganhamos nada com especulações. Todavia, devemos acatar o conselho de Jesus: “Mantende-vos vigilantes.” (Marcos 13:32; Mateus 24:42) Ao encararmos a piora das condições na terra e sentirmos como as pessoas, em geral, são indiferentes às boas novas do Reino, podemos ficar inclinados a perguntar, assim como fez o profeta de Deus, sobre a nossa pregação: “Até quando, ó Jeová?” A que Jeová respondeu:

      “Até que as cidades realmente se desmoronem em ruínas, para ficarem sem habitante, e as casas estejam sem homem terreno, e o próprio solo fique arruinado em desolação.” (Isaías 6:10-12)

      No seu tempo designado, Jeová executará este julgamento primeiro na cristandade e depois em todos os outros segmentos do mundo de Satanás. Seguir-se-á logo após o reinado milenar de paz, de Cristo. — Revelação 20:1-3, 6.

      “ESTA GERAÇÃO” — QUAL?

      32. Que pergunta surge em vista de Mateus 24:34?

      32 Na sua grande profecia sobre o “sinal”, Jesus assegura-nos: “Deveras, eu vos digo que esta geração de modo algum passará até que todas estas coisas ocorram.” (Mateus 24:34) Visto que ele não atribui nenhum tempo específico à duração duma geração, o que devemos entender por “esta geração”?

      33. (a) Qual era a ‘‘geração’’ do tempo de Jesus? (b) De maneira correspondente, o que se pode dizer da “geração” de 1914-1918?

      33 Nos dias de Jesus, alguns dos discípulos, que ouviram suas palavras, bem como outros de seus contemporâneos, sobreviveram à “tribulação” final do sistema judaico de coisas. Eles eram a “geração” do tempo de Jesus. Na ocasião em que se escreve isto, só nos Estados Unidos há mais de 10.000.000 de pessoas ainda vivas que tinham idade bastante para observar o “princípio das dores de aflição”, em 1914-1918. Alguns destes ainda poderão sobreviver por muitos anos. No entanto, Jesus assegura-nos que, antes de “esta geração” desaparecer, ele virá como “Filho do homem” para executar o julgamento no sistema de coisas de Satanás. (Mateus 24:8, 21, 37-39) Devemos manter-nos despertos, na expectativa desta ‘vinda do reino’. — Lucas 21:31-36.

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