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SangueAjuda ao Entendimento da Bíblia
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inimigo. Havia um significado religioso ligado a tal ato, assim como o canibalismo é um rito religioso.
No pacto da Lei feito por Jeová com a nação de Israel, ele incorporou a lei que dera a Noé. Deixou claro que seria ‘culpado de sangue’ quem quer que ignorasse o proceder estipulado pela Lei de Deus até mesmo ao se matar um animal. (Lev. 17:3, 4) O sangue dum animal a ser utilizado como alimento devia ser derramado no solo, e recoberto de pó. (Lev. 17:13, 14) Qualquer pessoa que comesse sangue de qualquer espécie de carne devia ser ‘decepada dentre seu povo’. A violação deliberada desta lei quanto à santidade do sangue significava ser ‘decepado da vida’. — Lev. 17:10; 7:26, 27; Núm. 15:30, 31.
Comentando Levítico 17:11, 12, a Cyclopoedia (Ciclopédia) de M’Clintock e Strong, Volume I, página 834, coluna 1, reza: “Esta proibição estrita não se aplicava somente aos israelitas, mas também até mesmo aos estrangeiros que residiam no meio deles. A pena aplicada por esta transgressão era ser ‘cortado do povo’, o que parece indicar a pena de morte (compare com Heb. x, 28), embora seja difícil de se apurar se esta era infligida pela espada ou por apedrejamento.”
Jeová fez com que Israel se tornasse extremamente cuidadoso quanto às coisas relacionadas com o sangue. A mulher, durante a menstruação, era considerada “impura” para ser tocada, e qualquer coisa em que ela se sentasse ou em que se deitasse tornava-se impura. A impureza persistia enquanto durasse seu fluxo sanguíneo. (Lev. 15:19-27) Caso houvesse deliberadamente relações sexuais num período de fluxo sanguíneo, tanto o homem como a mulher envolvidos estavam sujeitos à pena de morte. — Lev. 18:19, 29.
ÚNICA UTILIZAÇÃO APROPRIADA SOB A LEI MOSAICA
Havia uma única utilização apropriada do sangue, um só emprego legalmente apropriado sob a Lei. Esta era sua utilização para sacrifício. Visto que a vida pertence a Deus, o sangue era Dele, e era oferecido como expiação pelo pecado. (Lev. 17:11) Derramar no solo o sangue dos animais empregados como alimento impedia a utilização errônea do sangue, tal como comê-lo ou oferecê-lo a outros deuses. O homem que derramava o sangue no solo reconhecia, por esse modo, que Deus era o Dador da vida, e a necessidade de expiação dos pecados por meio do oferecimento de uma vida. — Lev. 16:6, 11.
SUA UTILIZAÇÃO SOB A LEI CRISTÃ
A aplicação salvífica do sangue de Cristo foi constantemente prefigurada nas Escrituras Hebraicas, visto que toda a Lei dada mediante Moisés prefigurava o Messias, e apontava para ele. (Heb. 10:1; Gál. 3:24) Na época da primeira Páscoa, no Egito, o sangue aspergido sobre a parte superior do batente e sobre as ombreiras das portas dos lares israelitas protegeu o primogênito, que estava dentro de casa, da morte às mãos do anjo de Deus. (Êxo. 12:7, 22, 23) O pacto da Lei, que possuía uma característica típica para a remoção dos pecados, foi validado com o sangue de animais. (Êxo. 24:5-8) Os numerosos sacrifícios de sangue, em especial os oferecidos no Dia da Expiação, eram para a expiação típica dos pecados, apontando para a remoção real dos pecados mediante o sacrifício de Cristo. — Lev. 16:11, 15-18.
O poder legal que o sangue possui, à vista de Deus, como sendo aceito por ele com fins expiatórios, foi ilustrado pelo derramamento de sangue na base ou “alicerce” do altar, e a colocação dele nos chifres do altar. O arranjo expiatório se baseava ou alicerçava no sangue, e o poder (representado pelos chifres) do arranjo sacrificial repousava no sangue. — Lev. 9:9; Heb. 9:22; 1 Cor. 1:18.
No arranjo cristão, a santidade do sangue foi ainda mais vigorosamente sublinhada. Não mais se devia oferecer sangue animal, pois tais ofertas de animais eram apenas sombra da realidade, Jesus Cristo. (Col. 2:17; Heb. 10:2-4, 8-10) O sumo sacerdote em Israel levava uma quantidade representativa de sangue para o interior do Santíssimo do santuário terrestre. (Lev. 16:14) Jesus Cristo, como o verdadeiro Sumo Sacerdote, entrou no próprio céu, não com seu sangue, que foi derramado no solo (João 19:34), mas com o valor de sua vida humana perfeita, conforme representada pelo sangue. Ele nunca perdeu, pelo pecado, este direito à vida, mas o reteve como sendo utilizável para a expiação de pecados. (Heb. 7:26; 8:3; 9:11, 12) Por este motivo, o sangue de Cristo clama por coisas melhores do que o sangue do justo Abel. Apenas o sangue do sacrifício perfeito do Filho de Deus pode clamar por misericórdia, ao passo que o sangue de Abel, bem como o sangue dos seguidores martirizados de Cristo, clamam por vingança. — Heb. 12:24; Rev. 6:9-11.
O Corpo Governante visível da congregação cristã do primeiro século, que incluía os apóstolos, os alicerces secundários do templo de Deus, regulou a questão do sangue. (Rev. 21:14) Seu decreto afirma: ‘Pois, pareceu bem ao espírito santo e a nós mesmos não vos acrescentar nenhum fardo adicional, exceto as seguintes coisas necessárias: de persistirdes em abster-vos de coisas sacrificadas a ídolos, e de sangue, e de coisas estranguladas, e de fornicação. Se vos guardardes cuidadosamente dessas coisas, prosperareis. Boa saúde para vós!’ (Atos 15:6, 20, 28, 29; 21:25) A proibição incluía carne com sangue em seu interior (“coisas estranguladas”). Tal decreto se respalda, por sua vez, na ordem dada por Deus a Noé, e, por conseguinte, a toda a humanidade, para não se comer sangue. — Gên. 9:4.
O espírito santo atuou aqui em harmonia com o que havia sido declarado pelo Deus Todo-poderoso séculos antes de o pacto da Lei vir a existir, a saber, a lei dada a Noé (Gên. 9:4), que é universal, aplicando-se à humanidade em todas as épocas e em todos os lugares desde que foi dada. A Lei mosaica foi cancelada (Col. 2:14), mas isso não cancelou a lei que a precedeu, pois a Lei mosaica havia meramente incorporado e esboçado em pormenores a lei universal que viera muitos séculos antes.
Muitos peritos bíblicos reconhecem que a proibição sobre o sangue, delineada nas Escrituras Gregas Cristãs, não era uma medida temporária. Sobre tais pontos, a Cyclopoedia (Ciclopédia) de M’Clintock e Strong, Volume I, página 834, coluna 2, observa: “No Novo Testamento, em vez de haver o mínimo indício que sugira que estamos livres dessa obrigação, merece particular atenção que, na própria ocasião em que o Espírito Santo declara, pelos apóstolos (Atos xv), que os Gentios estão livres do fardo da circuncisão, insta-se explicitamente para que haja completa abstinência do sangue, e tal medida, assim, é colocada no mesmo nível que a idolatria e a fornicação.” E o Commentary (Comentário) de Benson, Volume I, observa: “Deve-se notar que esta proibição de comer sangue, dada a Noé e a toda a sua posteridade, e repetida aos israelitas, de maneira mui solene, sob a dispensação mosaica, nunca foi revogada, mas, ao contrário, foi confirmada sob o Novo Testamento, Atos xv; e, por isso, se tornou uma obrigação perpétua.” E o dr. Franz Delitzsch, famoso comentarista bíblico, concordando com isto, afirma que este não é um requisito da Lei judaica, a ser abolido junto com ela; é obrigatório para todas as raças dos homens e jamais foi revogado; é preciso que haja uma reverência sagrada por tal princípio da vida, que flui no sangue.
CONCEITO DOS CRISTÃOS PRIMITIVOS
Os cristãos primitivos respeitavam esta injunção bíblica, mesmo quando os juízes, em Roma, faziam esforços de obrigá-los a violá-la. Tertuliano, escritor cristão do século II, falando contra tais empenhos de obrigar os cristãos a transigir, disse: “Nós não incluímos nem mesmo sangue de animais em nossa alimentação natural. Por essa razão, nós nos abstemos das coisas estranguladas ou que morrem por si, para que não sejamos, de algum modo, poluídos pelo sangue, mesmo quando estiver inserido na carne. Finalmente, quando provais os cristãos, oferecei-lhes chouriços contendo muito sangue; estais perfeitamente cônscios, de fato, de que entre eles isto é proibido; mas quereis fazê-los transgredir.” Até mesmo no ano 692 EC, um concílio religioso em Constantinopla (O Sínodo Trulano ou Qüinissexto) proibia que se comesse qualquer alimento feito de sangue, sob pena de excomunhão, para o leigo, e de perda do hábito, para o sacerdote.
O costume de beber sangue humano, tão prevalecente nos tempos antigos, era especialmente repugnante para os cristãos. A Cyclopoedia de M’Clintock e Strong, Volume I, página 834, coluna 2, observa: “Era tão inconcebível para eles beber sangue humano que era até ilícito para eles beber o sangue de animais irracionais. Numerosos testemunhos no mesmo sentido são encontrados em eras posteriores.”
CULPA DE SANGUE
As Escrituras Gregas Cristãs delineiam três modos distintos pelos quais um cristão pode tornar-se culpado de sangue perante Deus: (1) pelo derramamento de sangue, o homicídio qualificado; isto incluiria os que apóiam ativa ou tacitamente as atividades de uma organização culpada de sangue (tal como Babilônia, a Grande [Rev. 17:6; 18:2, 4], ou outras organizações que derramaram muito sangue inocente [Rev. 16:5, 6; Isa. 26:20, 21]); (2) por comer ou beber sangue de qualquer modo (Atos 15:20) e (3) por deixar de pregar as boas novas do Reino, de transmitir a outros as informações salvíficas que elas contêm. — Atos 18:6; 20:26, 27; compare com Ezequiel 33:6-8; veja VINGADOR DO SANGUE.
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Sangue, Vingador DoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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SANGUE, VINGADOR DO
Veja VINGADOR DO SANGUE.
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SanguessugaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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SANGUESSUGA
Um verme que suga o sangue e que tem um corpo achatado, segmentado, que se afila em ambos os extremos mas que é mais largo perto de sua parte posterior. As sanguessugas medem de c. 1,3 cm a 8 ou 10 cm. As sanguessugas possuem uma ventosa em cada ponta do corpo; a ventosa oral, ou da ponta onde se situa a cabeça, é dotada de maxilas denticuladas. São bissexuais, isto é, uma única criatura apresenta ambos os sexos. A maioria das sanguessugas vive em água doce, mas há também variedades marinhas e terrestres.
A única menção da sanguessuga ocorre em Provérbios 30:15, onde a referência feita é à ganância insaciável, sendo declarado que “as sanguessugas têm duas filhas que clamam: ‘Dá! Dá!’” O comentarista bíblico Cook sugere que a gula da sanguessuga é aqui considerada como sua ‘filha’, sendo mencionada no plural para expressar intensidade. Outros consideram que as “duas filhas” se referem aos dois lábios da ventosa sugadora. Uma sanguessuga talvez consuma sangue numa quantidade três vezes superior ao seu peso corpóreo, um forte anticoagulante contido em sua saliva garantindo contínuo fluxo de sangue da vítima.
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SansãoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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SANSÃO
[ensolarado, semelhante ao sol, homem-sol; ou, desolador, destruidor].
Um dos notáveis juízes de Israel; filho de Manoá, um danita de Zorá. Antes de seu nascimento, apareceu um anjo à sua mãe e anunciou que ela daria à luz um filho que deveria ser nazireu desde seu nascimento e que ‘tomaria
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