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Seu pior inimigo — será você mesmo?Despertai! — 1984 | 8 de dezembro
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Seu pior inimigo — será você mesmo?
OS VIZINHOS achavam Peter “um ótimo rapaz . . . que parecia vidrado em corrida e em jogar tênis”. Tendo apenas 33 anos, podia jactar-se dum emprego de prestígio e de ser reconhecido como atleta amador. Certa manhã, porém, estrangulou o pai dele. Houve provocação? De acordo com o jornal Daily News, Peter bradou: “O Diabo me obrigou a fazer isto!”
Os criminosos que invocam o álibi de que o Diabo os obrigou a fazer certa coisa, contudo, não raro são submetidos apressadamente a um exame psiquiátrico, em vez de serem absolvidos. E, em certos círculos, basta a pessoa simplesmente expressar a crença do Diabo para que sua sanidade mental seja questionada. ‘Uma figura espectral que anda de uma parte para a outra promovendo o assassínio e lesões corporais? Ridículo!’ dizem muitos. Um pouco mais tolerável, porém, é a noção de que o Diabo é apenas um símbolo do mal que há no próprio homem.
O homem imperfeito, sem dúvida, possui um lado mau. “A inclinação do coração do homem é má desde a sua mocidade”, afirma a Bíblia. (Gênesis 8:21) Mas, depois de décadas de pesquisas por parte de psicólogos para encontrarem ‘O Diabo dentro de si’, só se produziu pouco mais do que teorias conflitantes, não raro repletas de incoerências e de problemas. (Veja quadro.)
Tome-se, por exemplo, os que atribuem a violência humana a nossa suposta herança evolucionária dos animais. Em seu livro The Anatomy of Human Destructiveness (Anatomia da Destrutividade Humana), Erich Fromm argúi que, contrário à opinião popular, a violência não é a única resposta dum animal diante do perigo: “O impulso de fugir desempenha . . . o mesmo papel, se não um papel maior, no comportamento animal do que o impulso de lutar.” Assim, mesmo se se aceitasse a teoria problemática da evolução, é suspeito o conceito do homem como animal inatamente violento. Mas, se o homem não é seu próprio pior inimigo, então quem é?
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Seu pior inimigo — quem será?Despertai! — 1984 | 8 de dezembro
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Seu pior inimigo — quem será?
NINGUÉM negaria, naturalmente, que o homem é com freqüência a causa do mal. A verdadeira questão, porém, é: Poderia apenas o homem ser responsável pela enorme crueldade e violência que nossa geração testemunha? Muitos se recusam sequer a considerar o exame de algo exterior ao homem em busca de outra fonte do mal. Mas, deveria pôr de lado esta possibilidade sem sequer examiná-la? É verdade que é motivo de riso a imagem popular dum Diabo de rabo comprido, chifrudo, vestido de vermelho. Mas a escalada global da perversidade não é.
Não lhe parece incrível que o homem, criatura capaz de grande amor e ternura, seja também autor das torturas dos campos de concentração e de bombas nucleares? Se o mal é uma simples questão psicológica ou do meio ambiente, por que cresceu a níveis atemorizantes numa era em que o homem, supostamente, sabe mais a respeito de si e de seu meio ambiente do que nunca antes? Por que estão quase todas as nações relatando aumentos do crime? Por que este século foi inundado de formas de mal sobre as quais, nos tempos antigos, dificilmente se ouvia falar? Se a perversidade é simplesmente humana, por que se provaram estrondosos fracassos os maiores esforços do homem para eliminá-la?
Poderia dar-se que o famoso dramaturgo romeno, Eugène Ionesco, estava certo ao afirmar: “A História se tornaria incompreensível se excluíssemos o elemento demoníaco”?
O Curioso Silêncio do Clero
Embora a questão de se existe ou não um “elemento demoníaco” pareceria ser melhor respondido pelos teólogos, o clero religioso se acha, estranhamente, tão dividido quanto os pesquisadores científicos. O Providence Journal-Bulletin, dos EUA, certa vez fez uma pesquisa entre diversos clérigos locais sobre a questão: É Satanás real? Havia os que pretendiam ter exorcizado realmente demônios, outros que criam no Diabo, mas que tinham dificuldade em ‘personalizá-lo’ (‘Vejo-o mais como uma força contrária à vontade de Deus’), e ainda outros que disseram que o Diabo não é uma pessoa (‘Não acho que precisemos personificá-lo’).
Até a Igreja Católica tem-se mantido curiosamente em silêncio quando se trata do Diabo, embora a crença no Diabo seja parte da doutrina oficial da igreja. Conforme E. V. Walter observa em Disguises of the Demonic (Disfarces do Demoníaco), a igreja tem reagido ao cepticismo moderno. Cotejando as edições de 1907 e 1967 de The Catholic Encyclopedia (A Enciclopédia Católica), Walter nota “uma diferença mais do que sutil” nos verbetes que tratam de “demônios”, “demoníacos”, “possessão diabólica” e “exorcismo” Ao passo que a antiga enciclopédia reconhecia claramente a realidade da possessão demoníaca, a edição mais recente adotava um enfoque mais sofisticado: “A psiquiatria . . . tem mostrado que a operação do subconsciente explica muitas — se não a maioria — das condições anormais que as gerações anteriores atribuíam à atividade diabólica.”
O papa Paulo VI, contudo, provocou um clamor teológico lá em 1972 quando disse: “Sabemos que este ser obscuro e perturbador [o Diabo] realmente existe e que ele ainda opera com pérfida astúcia” Os teólogos liberais se encolheram diante disto. A igreja patrocinou um estudo teológico dessa questão. Com que resultado? Um documento intitulado “A Fé Cristã e a Demonologia”, que reafirmava com clareza a crença da Igreja Católica na existência do Diabo. Mas, segundo Herbert Haag observa no Journal of Ecumenical Studies (Revista de Estudos Ecumênicos), a igreja escolheu um método estranhamente inconspícuo de publicar tal estudo.a E, num surpreendente rompimento com a tradição, o autor do estudo é anônimo Conclui Haag: “Roma escolheu o caminho do anonimato, que dificilmente pode ser interpretado de outra forma do que uma admissão de incerteza.”
Podemos Encarar Satanás “de Modo Realístico e Sério”?
Embora o documento do Vaticano fosse quase que ignorado pelos veículos noticiosos e pelo mundo, a questão da existência do Diabo não pode ser posta de lado. As conseqüências disso seriam grandes demais. Se, por exemplo, não existe nenhum Diabo, como podemos conciliar a existência de um Deus de amor com a continuada existência do mal? Conforme Howard R. Burkle escreve na obra God, Suffering, & Belief (Deus, o Sofrimento, & a Crença): “Dentre todos os fatores que tornam a crença [em Deus] algo difícil para os modernos, contudo, o mais importante deles é o sofrimento humano.” Negar a existência do Diabo, por conseguinte, significaria estar a um passo de se negar a existência de Deus!
Há também o fato de que a crença no Diabo é virtualmente universal. Como observa o historiador Jeffrey Burton Russell, há “fórmulas paralelas do Diabo em culturas diversas, e amplamente separadas”. Os antigos persas o chamavam de Arimã, os muçulmanos de Iblīs, e os budistas de Māra. Mas, no mundo ocidental, talvez ele seja melhor conhecido pelo nome de Satanás (ou Satã). A crença num Diabo persiste, apesar do cepticismo da ciência e das negações por parte dos teólogos.
De suma importância para os cristãos, contudo, é a pergunta: Ensina a Bíblia a existência dum Diabo? Na verdade, os teólogos liberais tentam reduzir o impacto do aparecimento do Diabo na Bíblia, alguns até afirmando que Jesus Cristo não cria na existência dele. A atitude de tais pessoas, segundo o prof. Richard H. Hiers, escrevendo no Scottish Journal of Theology (Revista Escocesa de Teologia) é a seguinte: “Nós não cremos em Satanás e nos demônios; por certo, Jesus tampouco poderia ter crido!” Mas, depois de cuidadoso estudo dos relatos dos Evangelhos, Hiers concluiu: “Não há razão para supormos que Jesus não encarava os demônios do mesmo modo que seus contemporâneos e os evangelistas sinópticos: de modo realístico e sério.”
Existem, assim, motivos válidos para que o leitor também encare a existência do Diabo “de modo realístico e sério “? O que diz exatamente a Bíblia a respeito dele?
[Nota(s) de rodapé]
a O documento, afirma Haag, só foi publicado em algumas edições de L’Osservatore Romano, o jornal oficial do Vaticano.
[Destaque na página 5]
“A História se tornou incompreensível se excluíssemos o elemento demoníaco.”
[Destaque na página 5]
Os esforços de limiar o Diabo ao mal que há dentro do homem resultam insatisfatórios.
[Foto na página 6]
Foi apenas o homem o responsável por tudo isto?
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Seu pior inimigo — a origem e a queda deleDespertai! — 1984 | 8 de dezembro
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Seu pior inimigo — a origem e a queda dele
A BÍBLIA mostra que o inimigo surgiu pouco depois de Deus ter colocado o homem e a mulher em seu lar paradísico. Deus, exigindo a lealdade e a obediência deste casal, deu-lhes uma ordem simples: ‘Não comam da árvore do conhecimento do bem e do mal.’ — Gênesis 2:16, 17.
O inimigo, porém, encarou isto como uma oportunidade esplêndida: “Ora, a serpente mostrava ser a mais cautelosa de todos os animais selváticos do campo, que Jeová Deus havia feito. Assim, ela começou a dizer à mulher: ‘É realmente assim que Deus disse, que não deveis comer de toda árvore do jardim?’” Eva, sem dúvida familiarizada com a serpente e seus modos arredios, não tinha motivo algum de fugir aterrorizada. Não discernindo que um poder sobre-humano achava-se por trás da serpente, ficou intrigada por suas palavras suaves. — Gênesis 3:1; 1 Timóteo 2:14.
Assim, quando Eva respondeu que uma violação da lei de Deus significaria a morte, a serpente replicou por contradizer redondamente a Deus: “Positivamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” — Gênesis 3:2-5.
O resto constitui História. Eva, enganada pela idéia de que poderia viver, com êxito, de modo independente de Deus, comeu o fruto da árvore, e Adão logo a acompanhou. Agindo celeremente para punir o casal rebelde, Deus os condenou à morte, que viria com o passar do tempo. — Gênesis 3:16-19.
Quem Estava por trás da Serpente?
A Bíblia identifica especificamente Satanás como “a serpente original”. (Revelação 12:9) Retire-se o Diabo de Gênesis (como alguns cépticos gostariam de fazê-lo) e o relato não tem sentido. É preciso crer, então, que uma serpente de algum modo adquiriu a habilidade da fala!
Todavia, a Bíblia mostra que apenas o homem foi criado“à imagem de Deus”, e, assim, conseguia comunicar-se de forma inteligente. (Gênesis 1:27) Observe, também, a sentença que Deus pronunciou contra a serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.” — Gênesis 3:15.
Quase não há sentido na aplicação destas palavras a uma serpente literal. Sentem os humanos, realmente, maior “inimizade” pelas serpentes do que, digamos, por ratos e aranhas? É bem óbvio, então, que “serpente”, “mulher”, e ‘descendentes’ naquele texto são símbolos que só podem ser entendidos à luz de outros textos. (Gálatas 4:26; 3:29; Revelação 12:1-6; Mateus 23:33) Todavia, tornou-se então claro que um Satanás — um opositor a Deus — estava solto.
Origem do Inimigo
“Esse foi homicida quando começou, e não permaneceu firme na verdade, porque não há nele verdade.” (João 8:44) Jesus Cristo assim indicava que Satanás certa vez esteve “na verdade”, sem dúvida entre os gloriosos e angélicos “filhos de Deus”. (Jó 38:7) Isto é muito diferente da horrenda representação que fazem dele como uma criatura de chifres e de casco partido.a A Bíblia, contudo, não o dignifica por fornecer o nome original dele.
‘Mas, como seria possível que um anjo pecasse?’ — objetam alguns. A Bíblia não delineia com precisão o processo de raciocínio que o levou à rebelião. Talvez tenha arrazoado como o orgulhoso Rei de Babilônia: “Subirei aos céus. Enaltecerei o meu trono acima das estrelas de Deus.” (Isaías 14:13; compare com 1 Timóteo 36.) Provavelmente, o desejo obsessivo de ser adorado suscitou aquela mortífera reação em cadeia: “Mas cada um é provado por ser provocado e engodado pelo seu próprio desejo. Então o desejo, tendo-se tornado fértil, dá à luz o pecado, o pecado, por sua vez, tendo sido consumado, produz a morte.” — Tiago 1:14, 15.
Dividir o Universo
Por que, então, Deus não destruiu simplesmente a Satanás? Porque a deserção de Adão e Eva suscitou graves questões: Era opressiva a regência de Deus? Ou era justa a Sua regência? Quem tinha o direito de governar? Retinha Deus a liberdade de seus súditos? Se tivessem oportunidade, será que todos os servos de Deus o abandonariam?
Destruir Satanás não teria solucionado nenhuma destas questões. Assim, Deus sabiamente permitiu que Satanás existisse — por um período limitado. Isto concedeu tanto aos homens como aos anjos a oportunidade de observar o modo contestante de governar de Deus e de Satanás. As pessoas podem assim alinhar-se quer com Deus, quer com Satanás. Esta questão da regência de Deus versus “independência” divide o universo até o dia de hoje!
Séculos depois revelou-se outro lado desta questão. Num relance admirável do próprio céu, a Bíblia, em Jó 1:6-11, fala de uma assembléia de anjos a que Satanás compareceu descaradamente:
“Jeová disse . . . a Satanás: ‘Donde vens?’ A isto, respondeu Satanás a Jeová e disse: ‘De percorrer a terra e andar nela.’ E Jeová prosseguiu, dizendo a Satanás: ‘Fixaste teu coração no meu servo Jó que não há pinguem igual a ele na terra, homem inculpe e reto, temendo a Deus e desviando-se do mal?’ Então respondeu Satanás a Jeová, e disse: ‘Acaso é por nada que Jó teme a Deus? . . . Estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem, e vê se não te amaldiçoará na tua própria face.’”
Torna-se óbvio, pelo tom desta conversa, que Satanás se opunha a Deus.b Ele, Satanás, deu a entender que nenhum dos servos de Deus permaneceria fiel se colocado sob pressão. Por conseguinte, suscitaram-se novas questões: Até que ponto estaria o homem disposto a sofrer dificuldade por amor a Deus? Possuem os servos de Deus uma motivação egoísta? Novamente, tais questões só poderiam ser respondidas por se permitir que a iniqüidade existisse por algum tempo mais.
Existem Governos e Autoridades Espirituais?
Satanás passou cerca de 6.000 anos recrutando seguidores. Até mesmo granjeou o apoio de anjos rebeldes, os quais, sob a influência dele, “abandonaram a sua própria moradia correta” no céu. (Judas 6; Gênesis 6:2) Mas, quão bem sucedido tem sido em granjear humanos para o seu lado? Quão extensiva é sua influência hoje em dia?
Bem extensiva, de acordo com o testemunho que um anjo deu ao profeta Daniel. Explicando por que se atrasara, o anjo disse: “Mas o príncipe do domínio real da Pérsia opôs-se a mim por vinte e um dias, e eis que veio ajudar-me Miguel, um dos mais destacados príncipes [angélicos].” (Daniel 10:13) Mas, quem poderia opor resistência a um anjo? Certamente nenhum humano. Ora, bastou apenas um anjo para destruir 185.000 insignificantes humanos numa única noite! (Isaías 37:36) O príncipe oponente, por conseguinte, devia ser um agente demoníaco do grande Adversário, o próprio Satanás!
As implicações disto são enormes. O apóstolo Paulo indicou que “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais” estão organizadas em “governos” e “autoridades”. (Efésios 6:12) Sem dúvida, então, cada potência mundial é governada invisivelmente por um “príncipe” demoníaco invisível! (Daniel 10:20) Deveras, Satanás mais tarde se jactou diante de Jesus de possuir “todos os reinos da terra habitada”.c Jesus, por certo, recusou-se a ter qualquer quinhão desta regência satânica. (Lucas 4:5-8) Mas, que dizer dos homens que presentemente ocupam cargos de líderes nacionais? Não são eles, efetivamente, títeres de Satanás? — Veja-se também Revelação 13:2.
“Come Muita Carne”
Exerce a regência de Satanás realmente um efeito tangível sobre a humanidade? Uma resposta de gelar a espinha nos é dada em Daniel, capítulo 7. Ali, o Império Medo-Persa é representado por um “animal” semelhante a um urso. No fim do Dan. 7 versículo 5, a Bíblia diz: “E dizia-se-lhe o seguinte: ‘Levanta-te, come muita carne.’” Evidentemente os príncipes demoníacos de Satanás incitavam os governantes persas a ‘levantarem-se’ de sua condição de potência de segunda categoria e, cobiçosamente, apoderar-se avidamente de mais territórios.
A História comprova que, com o tempo, a Medo-Pérsia acatou este convite demoníaco de ‘comer muita carne’. Afirma The Historians’ History of the World (História do Mundo pelos Historiadores):”É interessante refletir que este império era o maior de todos, em simples extensão geográfica, que o mundo já viu, sendo muito maior do que o Egito, maior do que o império assírio em sua maior amplitude, e maior do que qualquer império que havia de sucedê-lo até os tempos modernos, exceto na breve década [sob] Alexandre Magno.”
Até os dias de hoje, os líderes internacionais demonstram a mesma propensão de ampliar suas esferas de influências. Mas, agora, as paradas são maiores. As nações realizam o que certo escritor chamou de “dança macabra” de manterem um “equilíbrio de terror” — suficientes armas nucleares para destruir várias vezes o mundo. A perspectiva tentadora de uma guerra nuclear “limitada” até mesmo seduziu “estrategistas militares de todas as grandes potências” a desistir de “seu conceito, há muito considerado sacrossanto, de dissuasão mútua. . . . Ocupam-se, em vez disso, em planejar como travar melhor, e ganhar, um combate atômico. Discute-se o indizível; contempla-se o inimaginável.” (Revista Maclean’s, de 15 de fevereiro de 1982) Ficaram loucos? Não, sucumbem apenas às aguilhoadas de seu governante invisível — Satanás, o Diabo
Quem São os Defensores do Diabo?
“Acho que creio na existência do [Diabo]”, disse certa mulher. “Mas já faz muito tempo que não penso nele.” A existência do Diabo, porém, não deve ser relegada a um caminho de nossa mente. Tem de ser encarada de frente.
A crença na existência do Diabo, porém, não significa sentir temor mórbido dele, ou ser fascinado pelo oculto. Os cristãos fogem de práticas demoníacas ou ocultistas. (Deuteronômio 18:10-12; 1 Coríntios 10:21) É interessante que o livro The Devil’s Dominion (O Domínio do Diabo) observou: “A principal razão pela qual existe tamanho aumento do interesse e do envolvimento com o ocultismo e com o satanismo . . . tem sido a esterilidade espiritual da Igreja estabelecida . . . o grupo verdadeiro, porém inconsciente, de defensores do Diabo é o clero das próprias Igrejas estabelecidas.”
As Testemunhas de Jeová, contudo, não padecem de nenhuma “esterilidade espiritual”. Nem se tornam defensores inconscientes do Diabo por se juntarem ao coro de cépticos que negam a existência dele. (2 Coríntios 11:14) Saber quem é o inimigo do homem ajuda-as a entender por que o Deus de amor permite o mal. Sabem exatamente que posição tomar na questão universal, preferindo submeter-se as leis boas e aos benefícios da regência de Deus a escolher a “independência” efêmera. E estão confiantes de que, com a ajuda de Deus, podem ser ‘livrados do iníquo’. (Mateus 6:13) Reconhecerem que existe um Diabo pode expô-las ao ridículo, mas também lhes serve de real proteção.
Um poster da Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos, rezava: “Conheça Seu Inimigo!” Perderam-se batalhas porque um general subestimou seu adversário. As Testemunhas de Jeová, porém, sabem quem é o inimigo e ‘não ignoram os seus desígnios’. (2 Coríntios 2:11) Sabem que “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo” e, assim, elas não são seduzidas por seus ardis. — 1 João 5:19
As Testemunhas de Jeová também sabem que o reinado maligno de Satanás terminará em breve. A Bíblia prediz que, dentro em breve, o Criador onipotente do universo livrará seu domínio de todos os opositores. A regência de Satanás será substituída, como escreveu o apóstolo Pedro, por “novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a . . . promessa [de Deus], e nestes há de morar a justiça”. — 2 Pedro 3:7, 11-13; Revelação 20:1-3, 10.
No “curto período de tempo” que resta, instamos com o leitor a que estude a Bíblia e aprenda, também, como pode ‘opor-se ao Diabo’. (Revelação 12:12; Tiago 4:7) As Testemunhas de Jeová ficarão contentes de ajudá-lo a fazer isto, de modo que possa regozijar-se com a promessa da Bíblia: “O Deus que dá paz . . . esmagará em breve a Satanás.” — Romanos 16:20.
[Nota(s) de rodapé]
a A tradição medieval fundiu a figura do deus grego Pã (de chifres, casco partido, etc.) com a do Diabo.
b The Jewish Encyclopedia (Enciclopédia Judaica) afirma que Satanás, neste relato, “não pode ser considerado . . . como oponente da Deidade”, chegando-se até mesmo a chamá-lo de “membro do conselho divino que vela pelas atividades humanas”. A New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia católica) afirma similarmente que Satanás desempenhou seu papel acusatório “como uma função da parte de Deus”! Mas, se Satanás estivesse realmente numa missão da parte de Deus, por que Deus lhe perguntaria: “Donde vens?” — Jó 1:7.
c Este confronto com Jesus mostra ainda que Satanás não poderia ser uma alegoria do mal dentro do homem. Jesus Cristo, como um perfeito filho de Deus, não possuía dentro de si mal algum, mas era “cândido imaculado, separado dos pecadores”. — Hebreus 7:26
[Foto na página 8]
A concepção popular sobre o Diabo se deriva das representações do deus mitológico grego Pã.
[Foto na página 9]
Estarão os líderes militares do mundo, que agora planejam sua estratégia nuclear, sucumbindo às aguilhoadas de Satanás?
[Foto/Mapa na página 10]
(Para texto formatado, veja a publicação)
Sob influência demoníaca, o Império Medo-Persa veio a tornar-se um dos mais extensos da História.
O Grande Mar
Mar Negro
Mar Cáspio
Golfo Pérsico
Mar Vermelho
GRÉCIA
MÉDIA
PÉRSIA
ARÁBIA
EGITO
ARMÊNIA
ÍNDIA
LÍBIA
Jerusalém
Babilônia
Nínive
Damasco
MTE. SINAI
TRÁCIA
ETIÓPIA
Rio Nilo
Rio Tigre
Rio Eufrates
PÁRTIA
ASSÍRIA
LÍDIA
SÍRIA
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Palavras CruzadasDespertai! — 1984 | 8 de dezembro
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SOLUÇÕES NA PÁGINA 11
Soluções horizontais
2. ACAMPAMENTO
8. ERI
9. RIU
10. BICRI
12. PAU
13. MOA
14. MAUTA
15. NEEMIAS
16. NAFTALI
18. ABA
19. SEOL
21. SAUL
23. IRA
25. ENGANIM
27. CRIADOR
29. OBRAS
31. BEL
32. CÃO
33. OBOTE
35. RIO
36. MÃE
37. MESOPOTÂMIA
Soluções verticais
1. SERPENTE DE COBRE
2. AITUBE
3. ARAMAICO
4. AMI
5. NAIM
6. ORELHA
7. JUDAS ISCARIOTES
10. BAASA
11. CRINA
17. TOU
20. EFA
22. ABIALBOM
23. IMPIO
24. ACABE
26. GERSON
28. DÉCIMA
30. SOIS
34. TIO
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