a seus discípulos que iria sofrer às mãos dos líderes religiosos judeus e ser morto. Este era o proceder que seu Pai delineara para ele. Jesus sabia que até mesmo entreter um pensamento de evitar esta morte sacrificial seria pecado. Mas Pedro, sem dúvida com boa intenção, chamou Jesus à parte e disse: “Sê benigno contigo mesmo, Senhor; não terás absolutamente tal destino.” Virando as costas para Pedro, Jesus replicou: “Para trás de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não tens os pensamentos de Deus, mas os de homens.’’ — Mat. 16:21-23.

Nesse caso, Pedro caíra no laço de Satanás, e sem o saber estava sendo ele mesmo um “satanás” ou “opositor” de Jesus. Seu caso sublinha nossa necessidade de ouvir o que a Palavra de Deus diz, ter conhecimento dela, seguir a ela, e não o sentimentalismo, a emoção ou o raciocínio humanos.

Novamente, a Bíblia dá aviso quando aconselha os casais sobre render um ao outro os deveres conjugais: “Não vos priveis um ao outro disso, exceto por consentimento mútuo, por um tempo designado, para que possais devotar tempo à oração e possais ajuntar-vos novamente, a fim de que Satanás não vos tente pela vossa falta de comedimento.” (1 Cor. 7:5) Deve-se observar o equilíbrio, o bom senso, mesmo quando se devota tempo a algum serviço especial de Deus. Senão, como no caso dum casal, sua abstinência de render os deveres sexuais poderia dar ao Diabo a oportunidade de tentar um ou ambos os cônjuges, pela paixão, a pensamentos ou ações erradas para com alguém do sexo oposto. — Mat. 5:28; 1 Cor. 6:9, 18.

Laços Para a Congregação

Que uma congregação inteira, e em especial os responsáveis pela sua superintendência, deve guardar-se para não ser lograda por Satanás, é ilustrado no caso da primitiva congregação cristã em Corinto. Um de seus membros caíra em crassa imoralidade. Ao invés de eliminar esta iniqüidade, a congregação estava caindo no laço de Satanás, ficando enfunada em vez de se entristecer com o caso. O apóstolo Paulo instruiu a congregação a expulsar o homem iníquo. — 1 Cor. 5:1-5, 13.

Mais tarde, o homem se arrependeu e mudou seu proceder, depois de um período de desassociação. Então Paulo escreveu à congregação, exortando-os a perdoar o homem e recebê-lo de volta, a fim de que, conforme disse, “não sejamos sobrepujados por Satanás, pois não desconhecemos os seus desígnios”. Sim, os cristãos não devem esquecer quais são os desígnios de Satanás. No primeiro caso, a congregação fora conivente, não cuidadosa em manter a pureza na congregação. Mas, então havia o perigo de pularem para o outro extremo — tornando-se dura, implacável e não-perdoadora para a pessoa verdadeiramente arrependida. Isto conviria ao propósito do Diabo igualmente bem e lhes custaria o favor de Deus. — 2 Cor. 2:5-11; Mat. 6:14, 15; Tia. 2:13.

Desejo Errado e Orgulho

O desejo errado pode ser um laço insidioso de Satanás. Judas Iscariotes é um exemplo. Quando primeiro foi escolhido como apóstolo do Senhor Jesus Cristo, manifestava as qualificações para o cargo. Mas Judas tornou-se cobiçoso, ganancioso. Começou a roubar dos fundos que Cristo e seus apóstolos usavam para as despesas. Com este início, Satanás pôde levá-lo cada vez mais longe no desenvolvimento de um coração iníquo, até que finalmente traiu o Senhor. Perdeu tudo, tornando-se “o filho da destruição”. — João 12:3-6; 13:18-27; 17:12; 18:2-5.

O orgulho também é um dos mais poderosos instrumentos de Satanás. Pode enlaçar até mesmo o homem justo, fazendo-o tropeçar, e, pior ainda, pode trazer problemas para os outros. Por reconhecer o orgulho como um dos desígnios de Satanás, o apóstolo Paulo excluiu especificamente a designação de um homem recém-convertido à posição de superintendente numa congregação, “para que não venha a enfunar-se de orgulho [por ser tão subitamente elevado a um cargo de proeminência e responsabilidade] e a cair no julgamento aplicado ao Diabo”. — 1 Tim. 3:2, 6.

A determinação implacável do Diabo é difamar o nome de Deus. Devido a que a conduta de qualquer homem designado à superintendência na congregação reflete sobre a congregação inteira e sobre o próprio Jeová Deus, exige-se que seja um homem que tenha “testemunho excelente de pessoas de fora”. Deve ser alguém que realmente viva à altura do nome de cristão na moral, nos negócios, na família, na cortesia para com os vizinhos, na hospitalidade e na benevolência. Do contrário, se for designado ao cargo, talvez “caia em vitupério e num laço do Diabo”. — 1 Tim. 3:7.

Sim, se um homem sujeito à acusação de práticas injustas pelas pessoas de fora da congregação fosse colocado em posição proeminente na congregação cristã como pastor e instrutor, que oportunidade isto daria aos opositores para vituperarem! (Compare com 1 Timóteo 5:14, 15.) Satanás se deleitaria em ver tal laço ter êxito, para o vitupério de Jeová.

Portanto, que os que servem a Jeová Deus ponham a completa armadura de Deus. “Mantende-vos vigilantes e orai, a fim de que não entreis em tentação.” Usem “toda forma de oração”, isto é, súplica, agradecimento e intercessão. Também “mantende-vos despertos com toda a constância e com súplica a favor de todos os santos”. Confiem em Jeová e em seu rei reinante Jesus Cristo. Tenham interesse genuíno uns nos outros, evitando assim quaisquer extremos ou a penetração furtiva do desejo errado. Os cristãos verdadeiros precisam continuar a fazer isso, sabendo que, por causa de sua posição a favor do nome de Jeová, são o principal alvo de Satanás. Não ignoram seus métodos, mas precisam estar alertas para que não sejam sutilmente logrados por aquele que é o maior inimigo de Deus e do homem. — Mar. 14:38; Efé. 6:11, 13, 18; Luc. 22:31; Rev. 12:9, 17.

À prova d’água

● A impermeabilidade não é invenção recente do homem moderno. De fato, bem que se poderia dar que o homem a aprendeu das aves, em especial das aves aquáticas. Estas criaturas voadoras foram dotadas pelo Criador de um mecanismo embutido à prova d’água. Possuem glândulas que produzem óleo. E este óleo é segregado sobre suas penas, impermeabilizando-as assim. Devido a suas penas à prova d’água, um pato pode dormir num lago a noite inteira sem ficar ensopado. “Os patos selvagens”, disse H. Mortimer Batten no livro Inland Birds (Aves do Interior), “nadam e mergulham sem sequer ficarem molhados abaixo das penas superficiais”.