Missionários — graças a bons exemplos
POR que alguém, em fins deste século 20, escolheria ser missionário? Esta pergunta talvez venha à mente de muitos quando consideram o materialismo, o cinismo e a irreligiosidade em geral que tanto prevalecem hoje em dia. Malgrado tais influências, porém, duas vezes por ano os formandos da Escola Bíblica de Gileade da Watchtower [congênere da Soc. Torre de Vigia] se dirigem a países estrangeiros a fim de pregar as boas novas do Reino de Deus. Este ano não foi exceção. Assim, no domingo, dia 8 de setembro, todos os estudantes da 79.ª turma de Gileade se formaram e mostraram-se prontos a ser missionários.
Naturalmente, estes novos missionários sentem-se impelidos por forte fé em Deus, por inabalável crença em Suas promessas, e pelo amor ao próximo. Mas, em muitos casos, havia algo adicional que lhes dava aquele impulso extra e os fazia desejar devotar o resto de sua vida ao serviço missionário. O que era?
Um dos estudantes, Terry, procedente da Austrália, fala sobre seu próprio caso: “Meus pais me ajudaram, desde cedo, a levar a sério a verdade, e a jamais considerar qualquer outra carreira senão a do ministério de tempo integral.” Terry e sua esposa, Birgit, agradecem ambos a seus pais por serem missionários hoje. Afirma Birgit: “Em nossa família, a única carreira sobre a qual sempre conversávamos era a do serviço de tempo integral. Assim, Gileade sempre foi nosso alvo.” Esse treinamento parental produziu então seus frutos, à medida que este casal se prepara para servir quais missionários em Papua Nova Guiné.
A experiência deles não é incomum na 79.ª turma de Gileade. Com efeito, a plena metade dos formandos atribuem seu desejo de entrar no serviço de tempo integral ao exemplo e ao incentivo dos pais. Paul e Anne, procedentes da Inglaterra, foram designados para o serviço missionário na Libéria. Anne afirma: “A atitude não-materialista e a clara visão da verdade de minha mãe me ajudaram a evitar ficar envolvida numa carreira secular e a fixar o serviço missionário como um alvo.” E os pais de Paul? “Creio que o exemplo deles, junto com suas palavras positivas de incentivo, desde que eu era bem jovem, foram a melhor influência possível para mim, à medida que eu crescia na verdade.”
O que fizeram tais pais para realmente incentivar seus filhos a entrarem no ministério de tempo integral? Phoebe, que cresceu na Austrália, menciona: “Meus pais com freqüência convidavam para passar uns dias em nossa casa alguns pioneiros especiais, superintendentes de circuito e outros servos de tempo integral.” Atualmente, ela e o esposo, Eric, estão a caminho do Haiti, como missionários. Outros imitam os exemplos vivos de seus pais: “Meu avô se tornou zeloso pioneiro na Suécia, em fins da década de 20, e meu pai e minha mãe eram pioneiros, serviram em Betel, e então serviram como servos viajantes”, afirma Lars. “Com muita assiduidade, recebíamos servos de tempo integral em nosso lar.” Emmanuel, que veio da França para Gileade, cita que seu pai era missionário, e agora tem o prazer de ver seu filho e sua nora assumirem a carreira que ele tanto amava. Emmanuel expressa-o do seguinte modo: “Toda a minha educação sempre visava o serviço de tempo integral. Mesmo quando eu era garotinho, desejava fazer aquilo que o Papai fazia.” Emmanuel e esposa, Marie, foram designados para Guadalupe.
Urban expressa idênticos sentimentos sobre a influência que sua vida doméstica na Suécia exerceu sobre seu desejo de ser missionário. Relata ele: “Por toda a minha infância, minha mãe foi muito zelosa no ministério. Acho que não foi tanto o que ela dizia, mas o que ela fazia — seu bom exemplo — que muito me influenciou a desejar utilizar minha vida no serviço de tempo integral a Jeová. E, bem cedo, o serviço missionário tornou-se um alvo que minha mãe incentivava. Por exemplo, ela dizia que era algo que ela gostaria de fazer, se simplesmente tivesse a oportunidade.” Atualmente ele e sua esposa, Charlotte, cumprirão esse alvo do serviço missionário em Quênia, junto com três colegas de turma.
Que dizer daqueles que não tiveram o benefício de ter pais que os incentivavam para o ministério de tempo integral? Rick e a esposa, Mari, vieram da Dinamarca para cursar a escola. Aguardam a oportunidade de servir em Quênia. Seu desejo de ser missionário cresceu “por ler, em A Sentinela e no Anuário, as experiências de fiéis missionários”. Bruce e Angelika apreciaram o exemplo e o incentivo de outros servos de tempo integral. “O incentivo por parte de outros para entrarmos no ministério de tempo integral é absolutamente crucial para um jovem”, afirma Angelika. “Se não se for incentivado, fica-se em dúvida. Nosso superintendente de circuito, antigo missionário, assegurou-nos de que quem quer que esteja disposto e satisfaça os requisitos dum missionário, pode ter êxito.” Este casal, procedente da Alemanha, estava ansioso de trabalhar em sua designação, na ilha de São Cristóvão, assim que possível, depois da formatura.
Sirkka, e o marido dela, Erkki, vieram da Finlândia para a Escola de Gileade. Ela explica o que a incentivou a empreender o serviço missionário, apesar de seu receio de ter de aprender uma nova língua: “Os que já estavam no serviço de tempo integral me incentivaram simplesmente pelo seu exemplo. Isso se aplicava especialmente a alguém que estava no serviço missionário. Ele me ajudou a compreender que a língua não seria realmente problema no meu caso, se eu quisesse mesmo ser missionária.” Aguardam agora a oportunidade de aprender espanhol, em sua designação na Colômbia.
Foi o exemplo de ‘fé sem hipocrisia’ que a mãe e avó forneceram a Timóteo a orientação e o incentivo necessários para participar na obra missionária junto com o apóstolo Paulo. (2 Timóteo 1:5) Atualmente, muitos jovens se beneficiam do incentivo e do exemplo de seus pais e de outros, e decidem tornar o ministério de tempo integral a sua carreira. Quando lhe perguntam se ela recomendaria a busca de tal alvo, Charlotte responde: “Naturalmente que sim! De outro modo, não a teríamos escolhido. Trata-se de uma vida rica em desafios, mas também de bênçãos.”
Será que todos os estudantes acham que escolheram a carreira certa? Erkki resume os sentimentos da turma da seguinte forma: “Recebemos as maiores bênçãos quando permitimos ser um instrumento nas mãos de Jeová, pronto a ser usado como Ele achar apropriado. A Escola de Gileade aguçou-nos para sermos um instrumento mais útil em Suas mãos.”
[Foto na página 14]
Escola Bíblica de Gileade da Watchtower 79.ª Turma — 8 de setembro de 1985
Na lista abaixo, enumera-se as fileiras da frente para trás, e alistam-se os nomes da esquerda para a direita.
(1) Mattsson, C.; Crudass, A.; Petit, B.; Tomaszewski, M.; Mäkelä, S.; Thompson, A. (2) Thompson, B.; Toivanen, S.; Östberg, E.; van de Reep, P.; Stephens, M.; Beadle, P. (3) Östberg, L.; Mäkelä, E.; van de Reep, M.; Raivo, J.; Stephens, R.; Petit, T. (4) Beadle, E.; Crudass, P.; Tomaszewski, E.; Denk, V.; Mattsson, U.; Raivo, J.
[Quadro na página 15]
Perfil da 79.ª Turma
Número de países representados: 10
Número de países a que foram designados: 11
Número de irmãos solteiros: 2
Número de casais: 11
Total de estudantes: 24
Média de idade: 29,5
Média de anos na verdade: 12,7
Média de anos no ministério de tempo integral: 8,2