Observando o Mundo
Ao Entrarmos em 1975
Agora que 1974 já está bem atrás de nós, muitos observadores destacados sentem-se seguros em refletir sobre seu significado e o que 1975 trará:
● “Que ano foi 1974!”, expressa-se admirado o Professor Arthur Schlesinger Jr., em The Wall Street Journal. “Todos esses eventos extraordinários, além de extremamente desconcertantes e desagradáveis, tinham uma outra caraterística em comum: isso é, ninguém os previra. A história tem notável capacidade de burlar nossas melhores teorias e baldar nossas predições mais consideradas.”
● “Deveras, 1974 certamente resultará ter sido o ano fácil” para se sentir o impacto dos aumentos dos preços do petróleo, avisam cinco economistas internacionais em Foreign Affairs. “O perigo de que uma ou mais das nações importadoras simplesmente não consigam pagar o petróleo é imediato, em questão de meses.” Adicionam: “As tensões econômicas subjacentes . . . se movem inexoravelmente para a crise.”
● “Testemunhamos uma reviravolta fundamental na experiência do Mundo Ocidental, que encerra um período de 500 anos de história econômica”, declara o economista John E. Sawyer, no Times de Nova Iorque. Assevera que anteriores suposições dum ilimitado futuro humano “foram agora fundamentalmente alteradas” e que “novas e incomuns restrições são, daqui por diante, uma condição persistente da vida nesta terra”.
● O editor da revista Science, Philip H. Abelson, lamenta: “Só o céu sabe quando este país (EUA) emergirá dos anos de labuta e descontentamento em que agora entra.”
● E, um correspondente europeu de National Observer, considerando a disposição prevalecente em Paris e Londres, escreve sobre “este, o inverno (setentrional) antes do Armagedom”.
A Religião na Espanha
● O jornal protestante conservador, Christianitv Today, observando a crescente liberdade religiosa na Espanha, assevera que “os maiores grupos denominacionais [protestantes]” daquele país são os ramos dos Irmãos de Plymouth (“cerca de 10.000 membros”) e os batistas do sul (“6.000 a 7.000 membros”). Cada um tem cerca de “100 locais de reunião”. O artigo observa, de passagem, que “as Testemunhas de Jeová afirmam ter excepcional crescimento”. O fato é que há quase tantas Testemunhas ativas na Espanha quantos todos os grupos “protestantes” combinados — cerca de 29.000 estão distribuídas em mais de 400 congregações por todo o país. Muito mais pessoas estão obviamente interessadas em sua obra, conforme indicado pelas 60.002 que compareceram à observância anual da Refeição Noturna do Senhor, nos locais de reunião das testemunhas de Jeová em abril de 1974 na Espanha.
Testemunhas Reconhecidas em Portugal
● A Associação das Testemunhas de Jeová foi oficialmente reconhecida pelo governo de Portugal em meados de dezembro de 1974. Os estatutos da associação, conforme exigido por lei, foram publicados no principal jornal do país e, com o tempo, foram reproduzidos por outros jornais em Portugal. Estas informações foram também publicadas na Gazette do governo. O reconhecimento oficial em Portugal significa que as Testemunhas poderão reunir-se publicamente e fazer sua obra educativa bíblica e executar as atividades de qualquer ‘associação religiosa’ legal.
Três dias depois, o presidente da Sociedade Torre de Vigia dos EUA, N. H. Knorr, falou a um grupo de 7.586 pessoas que compareceram a uma reunião especial das Testemunhas no Porto. No dia seguinte, 22 de dezembro, ele e o vice-presidente da Sociedade F. W. Franz, de novo discursaram, desta vez em Lisboa, perante uma multidão de 39.284 pessoas. Assim, 46.870 pessoas compareceram às duas sessões, isto é mais de três vezes o número de Testemunhas em Portugal.
Católicos e o Gênesis
● Houve época em que a Igreja Católica, pelo menos exteriormente, afirmava crer na Bíblia. E agora? Bem, considere a declaração do Mons. Raymond Bosler, publicada em The Florida Catholic: “Os primeiros capítulos de Gênesis não fornecem um relato histórico do início da raça humana . . . Anteriormente os cristãos interpretavam o relato de Gênesis mais literalmente. Os concílios da igreja, tais como o de Trento presumiram que Adão era o pai da raça humana.” Mas, obviamente, a Igreja Católica considera a Bíblia de modo diferente agora.
Horror Devido à Transfusão
● Dois bebês foram infetados com sífilis por transfusões de sangue na Clínica da Universidade de Kiel, Alemanha, em 1973, noticiou Wiesbadener Kurier (Correio de Wiesbaden). A infecção foi transmitida aos pais. Não sabendo a fonte, pelo menos uma das famílias envolvidas ameaçou dissolver-se, cada cônjuge acusando o outro de ser infiel. Muito embora a verdade surgisse no tribunal, o dano já fora causado. “Duas pessoas disseram uma à outra coisas das quais se envergonharam quando souberam a verdade”, observa o artigo.
Mais Complicações dos Transplantes
● Há algum tempo, noticiou-se que a incidência de câncer é 100 vezes maior entre os recebedores de órgãos transplantados do que entre a população em geral. No entanto, a freqüência de tumores cerebrais é “cerca de 1.000 vezes maior”, segundo o Dr. Wolff M. Kirsch, do Centro Médico da Universidade de Colorado, EUA. A terapia prolongada de imunossupressão para impedir a rejeição do novo órgão com freqüência envolve o paciente “num emaranhado de processos patológicos”, afirma ele. As perspectivas de ajudar tais pacientes são consideradas “tênues”.
Campeões na Produção de Lixo
● O Daily News de Nova Iorque noticia que os metropolitanos nova-iorquinos produzem um total de 30.000 toneladas de lixo por dia”, ou “a média de seis libras [quase 3 quilos] per capita por dia”, demasiada parte do qual “acaba sendo lixo na rua”. Diz-se que é mais lixo do que o total geral produzido por três residentes medianos de Tóquio, Londres e Paris, respectivamente. Embalagens excessivas talvez expliquem o lixo extra, e meios deficientes de eliminação e de limpeza talvez explique parte do lixo nas ruas. Mas, outra razão é a “sensação de não pertencer” à grande cidade, afirma um psicólogo. “Não é o meu mundo, a minha cidade, a minha rua, e, assim, por que devo importar-me?” é a atitude que muitos adotam.
Pensando na Volta de Cristo
● Bem poucas pessoas observam os eventos mundiais e, de forma significativa, ligam-nos à profecia de Jesus sobre “a terminação do sistema de coisas”. Isto se dá até mesmo com a maioria dos que professam ser ministros cristãos. Mas, um ministro da Igreja dos Irmãos em La Verne, Califórnia, admite que as testemunhas de Jeová fazem esta ligação vital. A respeito das palestras que teve com as Testemunhas, o ministro observou há algum tempo num sermão: “Usualmente tento conversar com as Testemunhas de Jeová. Têm um senso do que é importante . . . É muito diferente duma discussão sobre fé com os Irmãos, ou os presbiterianos, ou os católicos. Controlam o assunto e podem citar muito mais textos do que eu. Enquanto eu folheio uma concordância para encontrar algo, elas já têm em mãos o capítulo e o versículo. . . . Assim, as Testemunhas de Jeová me fazem pensar sobre a segunda vinda de Cristo.”
“Palavreado” do Bispo
● Nesta era secularizada, poder-se-ia esperar que os ateus se referissem ao relato bíblico sobre a Torre de Babel e a mudança de línguas causada por Deus como sendo “mito”. Mas, diria tal coisa um bispo católico? Fulton J. Sheen recentemente disse isso, acrescentando: “Não se tratava de nenhum fenômeno sobrenatural.” Bem, então, o que era? Responde Sheen: “Um resultado direto da complexidade de sua tecnologia. Arquitetos, engenheiros, construtores, pedreiros, astrólogos, contadores, desenvolveram seus jargões separados e palavreado científico, de modo que ninguém pudesse entender o que os outros diziam.” O relato da Bíblia sobre o que aconteceu foi “inspirado por Deus”. Onde foi que o Bispo Sheen obteve suas informações?
Mulheres Duráveis
● “Estamo-nos Tornando Uma Nação de Mulheres Velhas”, anuncia em manchete o Daily Mail de Londres, observando que “cinco vezes mais pessoas alcançam a idade de 100 anos na Grã-Bretanha hoje, em comparação com dez anos atrás”. No entanto, “virtualmente são todas mulheres”.
Ciência Soviética
● “A Ciência É um Ímã”, é o título dum artigo dum número recente de Soviet Life. A revista afirma que uma enquete de primeiranistas universitários soviéticos revela que 80 por cento planejam uma carreira científica. Mais de dois terços das moças entrevistadas em uma universidade preferem ter como marido a cientistas. Em toda aquela nação, diz-se haver três vezes mais estudantes de ciência que havia há vinte anos atrás; o total atual é de 4.600.000. Todavia, o trabalho dos cientistas naquela nação não é fácil. Têm de trabalhar pelo menos dez horas diárias; três ou quatro dessas horas são gastas em sua atualização, por lerem, ou assistirem a seminários.
“Máfia Romana”
● Depois da recente exposição da conexão do submundo do crime com a jogatina promovida pelas igrejas e sinagogas na parte nordeste dos EUA, a experiência de um repórter do Times de Louisville, Kentucky, assume adicional significado. Ao entrevistar sacerdotes para conseguir uma história sobre o jogo ilegal nas igrejas naquela cidade meridional, ele noticia que um clérigo beligerante lhe disse: “Vocês se metem numa cruzada contra o bingo (e) a máfia romana vai arrancar-lhes a cabeça.” Outro foi ainda mais franco: “Acho que devíamos ser honestos quanto a isso. É ilegal, você sabe. Mas, é uma das grandes fontes de renda.”
“Clérigos São Mundanos”
● Por que tantas pessoas abandonam as “Igrejas Cristãs”? Na Daily Telegraph Magazine de Londres, o jornalista A. Lejeune oferece uma explicação: “Tais clérigos são mundanos . . . escolheram conscientemente preocupar-se primariamente com os assuntos deste mundo . . . Não é surpreendente que uma porção de gente jovem se desvie desta versão do estado socializante de cristianismo para o misticismo e as religiões do Oriente . . . Os homens estão sedentos por um reino que não seja deste mundo: e, se a Igreja Cristã não mais oferece, eles o buscarão em outra parte. Cada vez mais eu me lembro do conselho dado pelo Professor Jowett, o grande Mestre de Balliol, há um século atrás: ‘Você precisa realmente crer em Deus, meu caro, não importa o que diga o clero.’”