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Videira (Trepadeira)Ajuda ao Entendimento da Bíblia
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tornou-se proverbial duma condição de paz e segurança. — 1 Reis 4:25; 2 Reis 18:31; Isa. 36:16; Miq. 4:4; Zac. 3:10.
A poda é necessária para a produção de boas uvas. Jesus disse que “todo ramo . . . que não dâ fruto, ele tira, e todo o que dá fruto, ele limpa [através da poda], para que dê mais fruto”. (João 15:2) A poda dos ramos produtivos e o corte dos infrutíferos permitem que a planta use sua plena força para a produção de frutos de qualidade superior. A poda nas terras bíblicas começava na primavera setentrional por volta de março, e era repetida em abril e em maio, se necessário. — 2 Crô. 26:10; Isa. 18:5; Luc. 13:7.
Uma videira frutífera, com cuidados apropriados e boas podas, poderá atingir fenomenal idade e tamanho. À guisa de exemplo, relata-se que uma de tais videiras, em Jerico, tinha mais de 300 anos, e seu tronco tinha um diâmetro de c. 46 cm. Às vezes, estas velhas videiras atingiam uma altura de mais de 9 m, e eram verdadeiros ‘paus de videira’ [ou, ‘árvores de uva’]. Mas, apesar de tal estatura entre as árvores da floresta, tal pau de videira não serve, quer como “pau para fazer qualquer obra”, quer como “tarugo para pendurar nele qualquer espécie de utensílio”, pois é mole demais e não é suficientemente reto para a confecção de tábuas. Deveras, a madeira da videira servia qual ilustração apropriada dos infiéis habitantes de Jerusalém, que só serviam para alimentar um fogo, que era o destino final — disse Jesus — das videiras infrutíferas. — Eze. 15:2-7; João 15:6.
A vindima era uma ocasião de cânticos e de alegria compartilhada pelos colhedores de uvas e pelos pisadores dos lagares. (Juí. 9:27; Isa. 16:10; Jer. 25:30; veja LAGAR.) Era também uma ocasião alegre para os pobres e os residentes forasteiros do país, que obtinham permissão de respigar os vinhedos depois da colheita geral. (Lev. 19:10; Deut. 24:21) O inverso também era verdadeiro — quando as videiras se haviam secado, ou quando não produziam uvas, ou os vinhedos se tornavam ermos desolados de espinhos, tratava-se de tempos calamitosos, de grande pesar. — Isa. 24:7; 32:10, 12, 13; Jer. 8:13.
As leis sabáticas exigiam que os proprietários deixassem seus vinhedos sem cultivo, poda ou colheita a cada sétimo ano, e durante o Jubileu. (Lev. 25:3-5, 11) Mas, durante tais anos, quaisquer pessoas (seus donos, escravos, estrangeiros, pobres), bem como os animais, tinham livre permissão de comer o que crescesse por si. — Êxo. 23:10, 11; Lev. 25:1-12.
EMPREGO ILUSTRATIVO E FIGURATIVO
A familiaridade com a videira — o conhecimento geral que as pessoas tinham de seu cultivo, de sua produtividade, da vindima e das atividades de respiga ligadas a ela — tornavam-na objeto de frequente referência por parte dos escritores bíblicos. Os vinhedos que produziam frutos abundantes refletiam a bênção de Jeová (Lev. 26:5; Ageu 2:19; Zac. 8:12; Mal. 3:11; Sal. 128:3); as videiras improdutivas seriam manifestação de Seu desfavor. (Deut. 28:39) Israel era como que uvas no deserto, mas tornou-se como uma videira em degeneração (Osé. 9:10; 10:1), como uma videira estrangeira que produzia uvas bravas. (Isa. 5:4; Jer. 2:21) Uma expressão proverbial comum da época de Jeremias e de Ezequiel se referia a que as uvas verdes deixam os dentes embotados, devido à sua acidez. — Jer. 31:29, 30; Eze. 18:2 (“irritados”, CBC, 5.a edição).
Quando instituiu a Refeição Noturna do Senhor, Jesus utilizou vinho, o “produto da videira”, qual símbolo do seu “sangue do pacto”. Naquela noite final de sua vida terrestre, ele também falou de si mesmo como “a verdadeira videira”, e de seu Pai como “o lavrador” [“o que trata da vinha”, NTI]. Ele assemelhou seus discípulos a “ramos” que seriam podados, de modo a dar mais frutos, ou cortados por completo. — Mat. 26:27-29; Mar. 14:24, 25: Luc. 22:18; João 15:1-10.
EMPREGO PROFÉTICO
Quando Jacó abençoou Judá, havia significado profético em suas palavras: “Prendendo seu jumento adulto a uma videira [géphen] e a cria de sua própria jumenta a uma videira seleta [soreqáh], lavará certamente a sua vestimenta em vinho e a sua roupa no sangue das uvas. Seus olhos são vermelho-escuros do vinho.” (Gên. 49:8-12) A palavra hebraica soreqáh indica uma videira avermelhada que produz os frutos mais ricos ou mais seletos. (Isa. 5:2; Jer. 2:21) Poucos dias antes de um letreiro, “O Rei dos Judeus”, ser colocado acima de Jesus Cristo na estaca de tortura (Mar. 15:26), ele, que era da tribo de Judá, entrou em Jerusalém montado num jumentinho, cria duma jumenta, destarte sendo apresentado a Jerusalém como seu rei. (Mat. 21:1-9; Zac. 9:9) Ao passo que Jesus não prendeu a cria da jumenta a uma videira literal, ele deveras atou suas pretensões régias a uma videira simbólica, espiritual, a saber, o reino de Deus. — Compare com Mateus 21:41-43: João 15:1-5.
Em aditamento a este significado maior, a profecia de Jacó teve aplicação literal na herança dada à tribo de Judá, na Terra Prometida. Esta incluía a região montanhosa, as elevadas ’ladeiras férteis’ que eram dispostas em terraços para vinhedos, com seus vales produtivos atravessando a região. — Isa. 5:1.
No livro de Revelação (Apocalipse), depois de ser mencionada a “colheita da terra”, ouve-se um anjo que dá a ordem: “Ajunta os cachos da videira da terra, porque as suas uvas ficaram maduras.” Daí, “a videira da terra” foi ajuntada e lançada “no grande lagar da ira de Deus”. Esta videira difere da “verdadeira videira” que produz fruto para a glória de Deus. A “videira da terra” evidentemente produz frutos prejudiciais, pois ela é destruída por ordem de Deus. — Rev. 14:18, 19.
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VidenteAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VIDENTE
O vocábulo hebraico ro’éh, “vidente”, deriva-se duma raiz que significa “ver”, literal ou figurativamente. O vidente era, sem sombra de dúvida, um homem a quem Deus habilitara a discernir a vontade divina, alguém que tinha tal perspicácia. Era aquele cujos olhos tinham sido desvendados — por assim dizer — a fim de que visse ou entendesse as coisas não franqueadas aos homens em geral e que, adicionalmente, era um homem consultado por outros em busca de conselhos sábios sobre os problemas encontrados. (1 Sam. 9: 5-10) A Bíblia cita Samuel (1 Sam. 9:9, 11, 18, 19; 1 Crô. 9:22; 29:29), Zadoque (2 Sam. 15:27) e Hanani (2 Crô. 16:7, 10) como videntes.
Os designativos “vidente”, “profeta” e “visionário” estão intimamente relacionados nas Escrituras. A distinção entre os termos pode ser que o termo “vidente” talvez se relacione ao discernimento, e “visionário” à maneira em que a vontade divina se tornou conhecida, ao passo que “profeta” se refira mais à expressão ou proclamação da vontade divina. Samuel, Natã e Gade são todos chamados profetas (1 Sam. 3:20; 2 Sam. 7:2; 24:11), porém uma diferenciação das três palavras é indicada em 1 Crônicas 29:29: “Entre as palavras de Samuel, o vidente, e entre as palavras de Natã, o profeta, e entre as palavras de Gade, o visionário.”
Declara 1 Samuel 9:9: “O profeta de hoje costumava ser chamado outrora de vidente.” Esta pode ter sido a razão pela qual, perto do fim dos dias dos juízes e durante os reinados dos reis de Israel (que começaram nos dias de Samuel), o profeta, como proclamador público da vontade de Deus, veio a destacar-se mais. Samuel é comumente tido como o primeiro da lista de homens chamados de “os profetas”. — Atos 3:24; 13:20; veja PROFETA.
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VidroAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VIDRO
Uma mistura de areia especial (sílica) com vestígios de outros elementos, tais como boro, fósforo, chumbo, etc. Tais ingredientes são fundidos a uma temperatura de c. 1649°C. O vidro recém-formado, quando esfriado, é não-cristalino, liso, extremamente duro e bem quebradiço. O calor vulcânico produz uma forma de vidro chamada “obsidiana”, e o relâmpago, ao atingir a areia, às vezes a funde em “fulguritos”, tubos compridos e delgados de vidro, amiúde chamados de “relâmpago petrificado”.
Não se sabe quando é que esta substância impar foi fabricada pela primeira vez pelo homem. No Egito, encontraram-se contas de vidro que os arqueólogos crêem foram feitas uns 4.000 anos atrás, por volta da época em que Abraão nasceu. Jó, que viveu no século XVII AEC, cita o vidro junto com o ouro como sendo precioso, ao afirmar: “Ouro e vidro não podem ser comparados com [a sabedoria].” — Jó 28:17.
O apóstolo João, ao descrever as suas visões, menciona o “vidro límpido” e o “vidro transparente” (Rev. 21:18, 21); também fala dum “mar vítreo, semelhante a cristal”. — Rev. 4:6.
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VigiaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VIGIA
Alguém que se mantém em guarda para impedir possíveis danos a pessoas ou a propriedades, não raro durante a noite, e que pode soar um alarme em face da ameaça dum perigo. No serviço militar, um vigia é geralmente chamado de guarda ou sentinela. — Atos 12:6; 28:16; veja GUARDA.
Como proteção contra ladrões e vândalos, era costumeiro colocarem-se pessoas para vigiar os vinhedos maturescentes ou rebanhos de animais, posicionando-as talvez em ranchos ou em torres de vigia elevadas, que eram construídos para essa finalidade. (2 Reis 17:9; 2 Crô. 20:24; Jó 27:18; Isa. 1:8) As forças sitiantes que atacavam lugares fortificados dispunham de vigias ou sentinelas para fornecer a seus comandantes informações militares. (Jer. 51:12) Quando o Rei Saul se achava no acampamento da zona de combate com seu exército, ele também dispunha de vigias pessoais, cuja responsabilidade era cuidar do bem-estar do seu rei. — 1 Sam. 14:16; 26:15, 16.
Não raro se posicionavam vigias nas muralhas e torres da cidade, a fim de observar à distância os que se aproximavam. (2 Sam. 18:24-27; 2 Reis 9:17-20) Às vezes, os vigias faziam suas rondas de inspeção também pelas ruas da cidade. (Cân. 3:3; 5:7) As pessoas temerosas, que ficavam acordadas durante as horas perigosas da noite, talvez indagassem repetidas vezes aos vigias se tudo ia bem (Isa. 21:11, 12), e era apenas natural que os próprios vigias ansiassem a luz do dia. (Sal. 130:6) Feliz a cidade que, em adição aos vigias, tinha Jeová a vigiá-la. — Sal. 127:1.
EMPREGO FIGURADO
Jeová suscitou profetas que serviam como vigias figurados para a nação de Israel (Jer. 6:17), e eles, por sua vez, às vezes falavam dos vigias de modo simbólico. (Isa. 21:6, 8; 52:8; 62:6; Osé. 9:8) Estes profetas-vigias tinham a responsabilidade de avisar os iníquos da destruição impendente, e, deixando de fazê-lo, eram responsabilizados por isso. Por certo, se as pessoas deixassem de acatar o aviso, o próprio sangue destes não-acatadores cairia sobre eles mesmos. (Eze. 3:17-21; 33:1-9) Um profeta infiel era tão imprestável quanto um vigia cego, ou um cão incapaz de latir. — Isa. 56:10.
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Vigia, Torre DeAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VIGIA, TORRE DE
Veja TORRE DE VIGIA.
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VigíliaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VIGÍLIA
Veja NOITE.
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VilaAjuda ao Entendimento da Bíblia
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VILA
Veja CIDADE.
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