O clamor em prol da lei e da ordem

CRÊ que haja mais perigo para a sua segurança agora do que havia há vinte anos atrás? do que havia até mesmo há cinco anos atrás? Sente-se menos à vontade ao andar pelas ruas depois do escurecer? Sente-se mais preocupado com a segurança de seus filhos? Está mais cônscio da necessidade de trancas nas portas e janelas de sua casa?

Se for como a maioria das pessoas no mundo, sua resposta a tais perguntas será Sim. Em toda a parte há crescente ansiedade quanto à segurança pessoal, devido ao aumento do crime e da violência.

Na verdade, talvez jamais tenha sido pessoalmente assaltado, atacado pelas costas, agredido sexualmente nem sofrido roubo em sua casa. Cada vez mais pessoas, porém, sofrem tais coisas.

Isto se dá em especial nas cidades. A revista Time declarou: “Dificilmente existe uma única cidade grande em que a pessoa se sinta completamente segura nas ruas à noite.” Certa pessoa que escreveu ao Times de Nova Iorque, em 20 de maio de 1969, expressou-se assim:

“Compreendendo que os ataques pelas costas ocorrem às centenas e aos milhares todo dia em nossa cidade, isso me enche de profunda tristeza pela condição em que eu mesmo e meus co-novaiorquinos nos achamos. . . .

“Toda pessoa que já viu uma lasca fria duma lâmina de aço a centímetros de sua face, como já vi duas vezes, jamais poderá encarar de novo um homem a quem não conhece, até mesmo com a mais básica confiança humana. Em toda a parte em que for à noite, e não raro durante o dia nesta cidade, tem de estar vigilante, com o mesmo medo que um soldado perdido por trás das linhas inimigas.

Se acrescentarmos a isto os motins e as inquietações estudantis, podemos ver por que, numa enquête recente, 81 por cento dos entrevistados concordaram com a declaração: “A lei e a ordem entraram em colapso.” Até nas cidades menores e nas zonas rurais se sente agora este colapso. E se torna quase o mesmo em todo país da terra. Como disse o presidente do “Columbia Broadcasting System”:

“A disciplina está entrando em colapso. . . . Este tumulto é trágico. Mas, também é, como escreveu James Reston, ‘a maior estória no mundo atual’.”

Comentou que o inteiro assunto se resumia na “questão ilusoriamente simples da lei e ordem”.

LEI E ORDEM. Este é o clamor que tanto ouvimos nos dias atuais. Mas, o que significa exatamente? Para muitos, talvez para o próprio leitor, significa poder andar pelas ruas sem atacantes pelas costas, ladrões ou estupradores. Significa não assaltarem nem a sua casa nem sua loja.

Mas, significa isto para todos?

Como os outros encaram a lei e a ordem

HÁ MUITOS hoje que acham que a lei e a ordem atuais realmente operam contra eles. Querem mais do que simplesmente ruas e lares seguros.

Por exemplo, o Chronicle de Houston noticiou: “Alguns jovens ressentem o uso do termo lei e ordem.” Muitos jovens sentem amargura para com o mundo que os mais velhos criaram para eles. Apenas uma das muitas razões de sua amargura foi comentada pelo U.S. News & World Report:

“Cerca da metade dos mortos [em batalha] eram jovens demais para votar na maioria dos Estados. Mais foram mortos com 20 anos do que com qualquer outra idade . . . A grande maioria destes jovens não eram militares profissionais, mas jovens que só trajavam o uniforme há um ano ou dois.”

Números crescentes de jovens se sentem frustrados pelas leis que exigem que matem e sejam mortos, mas que não fizeram nem aprovaram. Afirmam que tais leis são injustas.

Os membros dos grupos minoritários também assumem, talvez, diferente conceito da lei e ordem atuais. O Times de Nova Iorque disse quanto a muitos pretos estadunidenses: “A nova ênfase sobre a lei e a ordem dos EUA é considerada por eles como sendo às custas dos pretos.” Seu clamor é em prol duma lei e ordem que lhes concedam a justiça social e iguais oportunidades.

As pessoas em certas áreas pobres da terra acham que as leis em existência as mantêm oprimidas, restringindo-as a pequenos pedaços de terra improdutiva, mantendo-as num estado de escravidão econômica.

Outros, embora não sofrendo pobreza, também acham que certas leis são injustas. Por exemplo, talvez paguem considerável imposto de renda, mas observam que alguns ricos pagam pouco ou nenhum imposto, porque seu dinheiro é aplicado em investimentos livres de impostos. Ou talvez sejam multados por estacionarem seu carro no lado errado da rua. Contudo, esse talvez tenha sido o único espaço disponível, visto não levar suficiente espaço para estacionamento. Muitas de tais coisas se combinam em produzir gigantescas frustrações que colocam as pessoas em disposição rebelde.

É claro que há algo de errado, no modo como vão as coisas. Há crescente descontentamento com as condições existentes em toda a parte. Qual é a solução? Acabar com toda lei e ordem? Deixar todo o mundo agir como quiser? Isto resultaria em anarquia, no caos total. Quase ninguém deseja esta situação. Tem de haver alguma espécie de lei; tem de haver alguma espécie de ordem.

Mas, a grande questão é: A lei e a ordem de quem? Há qualquer sistema que produza a lei e a ordem junto com a verdadeira justiça e igualdade para todos? Bem, o que já se experimentou? Deram certo os diferentes sistemas originados pelos homens? Têm as soluções? Se não, quem tem? Qual é a solução?

Têm as soluções?

QUE soluções são oferecidas para a crescente anarquia hodierna? Uma das soluções muitas vezes propostas é: USE-SE MAIS FORÇA. Os brados são: “Mais polícia!” “Sentenças mais rigorosas!”

Ninguém poderá negar com justiça que o criminoso deva pagar pelo seu crime. A Bíblia declara que Deus forneceu à sua nação do antigo Israel certas leis que incluíam o castigo dos malfeitores, até mesmo a pena de morte. (Núm. 35:31; Êxo. 22:1-6) Nem poderá alguém negar que o abrandamento da imposição da lei em nossos dias só poderia resultar em condições muito piores.

A pergunta, então, é: Pode o fortalecimento dos atuais sistemas de imposição da lei da sociedade humana aplacar efetivamente a crescente onda de crimes?

Podem as Agências Legais Locais Resolver o Problema

Confrontadas com crescente crime, as forças policiais em muitos lugares estão sendo aumentadas. A prevenção policial do crime, porém, depende em alto grau da cooperação do público. Hoje, em muitas áreas, a cooperação com a polícia é menor do que nunca. Além disso, os próprios policiais estão sujeitos a ofertas tentadoras de homens que gostariam de corrompê-los.

Até que ponto pode o aumento das forças policiais assegurar atualmente a segurança? Estará interessado em ler o que o Times de 3 de junho de 1969 tinha a dizer sobre a cidade de Nova Iorque:

“Custaria US$ 25 bilhões [NCr$ 100 bilhões] por ano — um terço do orçamento total anual do Departamento de Defesa [dos EUA] — para se ter um patrulheiro rondando cada um dos quarteirões da cidade.

“E mesmo que isto fosse possível, os policiais afirmam que não acabaria com o crime, visto que mais da metade são convertidos em áreas que não patrulham — nas casas, nos restaurantes, nos corredores e em elevadores.”

Reconhecendo quão difícil é o problema, James Vorenberg, ex-diretor da Comissão Nacional Contra o Crime dos EUA, declarou: “A um grau considerável, a imposição da lei não pode fazer frente ao comportamento criminoso.” Por que não?

Porque a imposição da lei apenas não transforma os desejos errados ou ódios das pessoas. Não molda atitudes básicas. Quando o modo básico de pensar for errado, a imposição da lei apenas não o corrigirá.

Nem a imposição da lei apenas elimina a injustiça, o preconceito e a pobreza. Não torna generosos os homens gananciosos, nem humildes os homens arrogantes. Não elimina as condições que não raro geram frustrações e crimes.

O Que Podem Fazer os Governos?

Podem os governos nacionais resolver o problema, visto que têm muito mais poder do que as autoridades municipais? Qual é sua folha de serviços?

Puderam, por exemplo, manter a paz entre eles mesmos, resolver suas diferenças de forma ordeira, baseando-se em leis justas? O leitor sabe a resposta. Desde 1914, os governos nacionais se envolveram nas guerras mais destrutivas da história. Bem mais de 100 milhões de pessoas morreram ou ficaram feridas! Foram enormes os danos causados aos lares e propriedades. Insuflaram-se intensos ódios. Que influência exerceu isto nas atitudes interiores das nações? Inspirou o respeito e a lealdade para com a lei e a ordem existentes? A revista Look fornece a seguinte resposta:

“Em nações por todo o mundo, tanto o público em geral como seus líderes sempre parecem poder justificar qualquer violência perpetrada contra seu próximo. . . . Por certo, a existência da violência sancionada desgasta [ou corrói] o conceito de lei e ordem.”

Sobre as Nações Unidas, o World Union, dos Países-Baixos, em seu exemplar de maio de 1969, disse:

“As Nações Unidas . . . não conseguiram estabelecer qualquer tipo de ordem internacional. Desde a sua formação, temos testemunhado a mais insana corrida armamentista da história e vivido sob a ameaça constante duma terceira guerra mundial.”

Esta corrida armamentista custa bilhões de cruzeiros novos cada ano.

É claro que os governos não solucionam o problema. Não importa quão sinceras sejam as pessoas neles, provam-se ineficazes em produzir a verdadeira lei e ordem.

O Que Dizer dos Sistemas Econômicos?

Será que maior prosperidade econômica garantiria a redução da anarquia? De jeito nenhum. Paradoxalmente, as nações mais ricas do mundo têm o mais elevado índice de crimes! E o crescente crime entre filhos de gente mais rica tem deixado perplexas as autoridades. A Monthly Letter do “Royal Bank of Canada”, de março de 1969, admitia:

“A crescente criminalidade no meio da prosperidade desta nação apresenta graves questões para o povo do Canadá. Vê-se confrontado com a realidade de que tem de revisar a hipótese usual de que a pobreza gera o crime; tem de admitir a possibilidade de que a prosperidade, também, possa gerar atos criminosos.”

Os sistemas econômicos do mundo não diminuem as frustrações que podem gerar atos criminosos. Se tem feito compras recentemente, está bem a par do aumento constante de preços. Os impostos, também, consomem seu quinhão cada vez maior da renda. Este aperto econômico contribui para maior descontentamento. Alguns reagem diante de tal aperto de forma criminosa, como se vê pelo fantástico aumento dos roubos nas lojas e do número de pessoas que falsificam suas declarações de renda.

Será prático nos voltar para os sistemas econômicos do mundo em busca de ajuda, quando eles próprios se acham quase que constantemente num estado de crise? Depois de uma das muitas recentes crises internacionais, disse Newsweek: “Mais uma vez, a delicada estrutura financeira do mundo oscilava à beira do caos.” A autoridade financeira, L. Albert Hahn, disse sobre o sistema econômico do mundo: “Sem dúvida, este sistema irá entrar em colapso algum dia.” Pode ser isso a base duma sociedade estável?

O Que Dizer das Religiões do Mundo?

Bem, então, será que as organizações religiosas do mundo pelo menos orientam o caminho para a verdadeira lei e ordem?

O que achamos entre as igrejas da cristandade? Atualmente, lemos a respeito de mais e mais clérigos fecharem os olhos ou desculparem a violência, o imiscuir-se na política, o sexo pré-marital, até mesmo o homossexualismo e o adultério. As próprias igrejas não raro se acham divididas por disputas e pela rebelião.

Ademais, como disse Martin Marty, em The Search for a Usable Future (A Busca de Um Futuro Conveniente): “Os entrevistados de enquetes encontram diferenças insignificantes entre os cristãos e não-cristãos em qualquer questão significativa humana ou ética.” Assim, as igrejas da cristandade não se provaram melhores do que os que elas chamam de “pagãos”.

Apontando uma das causas da influência decrescente das igrejas da cristandade, U.S. News & World Report publicou esta observação:

“O prestígio do Cristianismo no mundo diminuiu gravemente em virtude da freqüência com que as chamadas nações cristãs têm usado a violência como método de transformação internacional.”

Mas, não são só os membros das igrejas da cristandade que lutaram uns contra os outros nos campos de batalhas, em motins ou em revoltas. Os membros das religiões não-cristãs têm feito o mesmo, o muçulmano lutando contra o muçulmano, o budista contra o budista, e o hindu contra o hindu.

A lei e a ordem precisam emanar do coração, a fim de serem eficazes. As religiões do mundo afirmam ser instrutoras dos corações dos homens. Assim, a principal responsabilidade do colapso da lei e ordem deve ser lançada aos pés de tais organizações religiosas. Deixaram de apontar o caminho para uma sociedade genuinamente moral e pacífica entre o gênero humano.

Será a Ciência a Solução?

Proverá a ciência a base para uma sociedade ordeira?

A tecnologia científica produziu muitas máquinas e produtos que as pessoas apreciam. Mas, junto com isto vieram as grandes cidades, e estas não deram certo; tornaram-se focos de dificuldades. A ciência também produziu o transporte rápido. Mas, agora, amontoam-se os problemas, à medida que fica engarrafado o tráfego aéreo e terrestre, e dezenas de milhares de pessoas morrem em acidentes cada ano.

Também, quem originou as máquinas e materiais que cada vez mais poluem a água e o ar, até mesmo o alimento que ingerimos? Quem originou, neste particular, as armas devastadoras que destruíram dezenas de milhões de pessoas nesta geração? A ciência.

A ciência tornou possível enviar homens à lua, mas o custo é gigantesco. E, ao mesmo tempo, milhares de pessoas morrem de fome cada dia, as cidades se decompõem, o crime sobe vertiginosamente.

Diria que a ciência soluciona os problemas realmente importantes e mais prementes da humanidade? A verdade é como a expressou o Professor H. S. Commager, de Amherst, em Saturday Review: “No fim de uma geração de progresso sem paralelo na ciência e na tecnologia, a humanidade verificou que a fome se acha mais difundida, a violência mais implacável, e a vida mais insegura do que em qualquer tempo do século.”

Também, o Herald, de Melbourne, Austrália, noticiou o seguinte no tocante à direção em que os progressos científicos levam a humanidade: “O vice-almirante Hyman Rickover, cuja obra de aperfeiçoamento o tornou conhecido como o pai do submarino nuclear dos EUA, avisou o homem . . . de que o uso desenfreado da tecnologia ‘talvez se torne um Frankenstein que destrói seu criador’.”

Assim, aí está a folha de serviços desagradável e insatisfatória do homem. Depois de todos estes muitos séculos de oportunidade, ele simplesmente não conseguiu trazer a lei e a ordem junto com a justiça e a igualdade. Ele não possui as soluções.

Por que não? Por que continuam a falhar os planos humanos? O que realmente significa o colapso atual?

[Foto na página 7]

PROTESTO!

O que significa o colapso?

NA VERDADE, houve outros períodos na história em que a lei e a ordem entraram em colapso. O Império Romano, no seu fim, presenciou isto em ampla escala. É por isso que algumas pessoas consideram o crime e a violência atuais como ‘normais’, simplesmente ‘a história se repetindo’.

O colapso atual, porém, significa muito mais do que isso. Envolve muito mais do que apenas um país. As autoridades agora compreendem que jamais antes todos os elementos da sociedade, em todos os países da terra, experimentam tão grave colapso ao mesmo tempo.

Não obstante, alguns afirmam que isto pode ser expelido pelo aumento da população e pelo melhor cômputo dos crimes. Será este o caso?

Apenas Aumento da População e Melhor Cômputo?

Se o colapso é apenas questão de aumento da população, então, deveríamos verificar que o crime aumenta mais ou menos na mesma proporção que a população. Será que aumenta?

Em França, declara Le Figaro: “A delinqüência juvenil quadruplicou desde 1955.” Mas, a população juvenil não. Há Suécia, o crime aumentou doze vezes mais rápido que a população; na Alemanha, dez vezes; nos EUA, de 1960 a 1968, onze vezes — e, no ano de 1968, o crime subiu dezessete vezes mais rápido que a população!

Considere, também, que as autoridades policiais afirmam que grande parte, se não a maioria, dos crimes não são computados! Em alguns lugares, ocorrem três vezes mais roubos com invasão de domicílio do que são computados, e os estupros ainda com maior freqüência. Em algumas cidades, apenas um décimo de certos crimes são computados!

Que o aumento da população e o melhor cômputo não explicam os assuntos pode ser observado do seguinte despacho da Associated Press:

“O Diretor do FBI, J. Edgar Hoover, atacou hoje aqueles que tentam minimizar o problema do crime na nação por lançar a culpa sobre o maior aumento da população jovem e o cômputo mais cabal feito pela polícia, . . . Disse que aqueles que tentam ‘arranjar explicações para a chocante verdade por trás das estatísticas de crimes’ estão destinados ao fracasso.”

Apenas o ‘Elemento Criminoso’?

Nem deveria pensar que se trate apenas do ‘elemento criminoso’ envolvido neste colapso. O Sunday Bulletin de Filadélfia declarou: “A maioria dos crimes são cometidos por pessoas que trajam camisas bonitas e limpas todo dia ao irem para o trabalho e que se reúnem na hora do almoço em restaurantes das firmas ou em restaurantes do centro da cidade a fim de clamar contra o modo em que se violam a lei e a ordem no país.”

A mesma fonte mostrava que as chamadas pessoas ‘decentes’ roubam muitas vezes mais mercadorias e dinheiro das companhias em que trabalham do que os assaltantes. Nos EUA, roubam mais de setenta vezes mais, NCr$ 16.000.000.000,00, em comparação com NCr$ 212.000.000,00!

Assim, não são apenas os criminosos endurecidos que estão envolvidos. A atitude de roubar, tapear e recorrer à violência satura grande parte da família humana.

Um Significado Bem Claro

Um significado deste amplo colapso é bem claro. Foi comentado pelo editorialista David Lawrence: “Quanto mais buscamos um álibi, tanto mais descobrimos que a infelicidade na terra é criada pelo homem. Nossa principal fraqueza é que não resolvemos o problema do autogoverno.” Os humanos fracassaram em governar a si mesmos com êxito!

Na verdade, o homem tem grande capacidade mental. Inventa máquinas surpreendentes. Explora as profundidades oceânicas. Vai num foguete até à lua. Mas, segundo seu próprio critério e julgamento, ainda deixa de controlar suas relações com outros humanos.

Ninguém pode afirmar que o homem não tem tentado, amiúde sinceramente. A história mostra que, durante milhares de anos, experimentou-se tudo o que era conceptível no sentido da regência humana. Portanto, não se pode argumentar que é preciso mais tempo. E, se qualquer era deveria esperar o êxito, esta era é a nossa. Ao invés, tem visto o mais perigoso colapso de todos.

Para Onde Nos Voltar

Faz sentido continuar voltando-nos para fracassos comprovados em busca de soluções? Não, temos de nos voltar para outra parte.

Mas, para onde? Por que não nos voltar para o Criador do homem em busca de soluções para os problemas da humanidade? Nenhum de nós, hoje em dia, vivíamos quando começaram os problemas do homem. Mas, o Criador sim. Viu todos os acontecimentos que levaram à crise atual. Por certo, o Criador do homem sabe melhor a razão pela qual a sociedade humana está em colapso. Sabe qual é o remédio.

Não temos de ficar pensando sobre as soluções, tampouco. Deus tornou disponível esta informação vital para qualquer pessoa sincera que a deseje. Tais soluções satisfatórias, convincentes e verídicas se encontram na comunicação que Deus inspirou qual guia para a família humana — a Bíblia: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa . . . para endireitar as coisas.” — 2 Tim. 3:16.

Por Que Falha o Homem

A Bíblia mostra explicitamente que Deus não criou os humanos quer com o direito quer com a habilidade de governar a si mesmos com êxito à parte de seu Criador. Jeremias 10:23 afirma: “Não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.”

Podemos ilustrar isto por nos referir à nossa necessidade de alimento. Deus nos criou com a necessidade absoluta de nos alimentar para permanecermos vivos. Não é algo sem o qual podemos passar. Se deixarmos de comer, nossos corpos entram em colapso.

Da mesma forma, Deus criou o homem com a necessidade absoluta de alimento mental correto. Este alimento mental é informação e orientação provinda de Deus. Não é algo sem o qual os humanos possam passar. (Mat. 4:4) Se lançarem fora esta orientação, seus assuntos entram em colapso, da mesma forma que seus corpos entrariam, se parassem de comer ou seguissem uma dieta deficiente. É por isso que Provérbios 3:5 aconselha: “Confia em Jeová de todo o teu coração e não te estribes na tua própria compreensão.”

Vemos aqui o problema básico: a humanidade em geral tem desconsiderado a sabedoria superior de Deus e tem-se inclinado para seu próprio modo inferior de pensar. Isto se deu com nossos primeiros pais, que se rebelaram contra a orientação de Deus. (Gênesis, cap. 3) Desde então, por cerca de 6.000 anos, a ampla maioria das pessoas e dos regentes fizeram a mesma coisa. Visto que o homem foi criado com livre arbítrio, Deus tem permitido que faça tal escolha. Mas, o homem tem de assumir as conseqüências.

Os resultados estão diante de nossos olhos. Aconteceu como a Bíblia diz: “Homem tem dominado homem para seu prejuízo.” (Ecl. 8:9) A regência humana, independente da orientação de Deus, tem levado ao inevitável colapso. Ao passo que Deus permitiu a trágica experiência do homem no autogoverno, pôs definido limite de tempo à mesma. Não permitirá que a anarquia continue indefinidamente. — Efé. 1:10; Rev. 11:18.

O Que o Colapso Atual Realmente Significa

A Bíblia mostra que o colapso global atual da lei e da ordem é altamente significativo. O que realmente significa é que este sistema de coisas alienado de Deus se aproxima do fim do limite de tempo que Deus lhe concedeu! Tem chegado ao seu clímax.

Até mesmo os que não baseiam suas conclusões na Bíblia vêem que um clímax está chegando. O professor George Wald, de Harvard, laureado com o Prêmio Nobel, disse no Daily Times de Vitória, Canadá, de 9 de abril de 1969:

“Nestes últimos poucos anos, tenho sentido cada vez mais que algo está terrivelmente errado — e este ano ainda muito mais que o anterior. . . . Acho que atingimos um ponto de grande decisão, não apenas para a nossa nação, não apenas para toda a humanidade, mas para a vida sobre a terra.”

O Professor Fred Hoyle, da Inglaterra, avisou que a sociedade “já começou a se desintegrar”. — Age, de Melburne, de 4 de março de 1969.

É exatamente isso que a Bíblia predisse que ocorreria, à medida que chegaria a seu fim a permissão de Deus quanto à regência humana. Segunda Timóteo 3:1 disse: “Nos últimos dias haverá tempos críticos, difíceis de manejar.”

Toda a evidência em cumprimento da profecia bíblica indica que os “últimos dias” começaram no ano de 1914. A revista Time, de 30 de agosto de 1968, observou: “Até à data, o ano mais fatídico do século 20 foi o de 1914.” O início da Primeira Guerra Mundial presenciou a entrada deste sistema no período final da regência humana. O pior colapso da história teve início. Desde então, tem ganho maior ímpeto.

Leia para si mesmo o que a Bíblia afirma que ocorreria a fim de marcar estes “últimos dias”. Segunda Timóteo, capítulo 3, fornece muitos pormenores. Mateus, capítulo 24, registra muitos que Jesus forneceu. Um deles foi o “aumento do que é contra a lei”, que vemos em toda a parte. — Mat. 24:12.

Mas, o fato de que vivemos nos “últimos dias” não significa que não há esperança. Não significa que a lei e a ordem, junto com a justiça e a retidão, jamais serão alcançadas.

Significa exatamente o contrário! O colapso global hodierno é evidência positiva de que as boas condições que as pessoas honestas anseiam estão bem perto de serem alcançadas!

[Gráfico na página 8]

(Para o texto formatado, veja a publicação)

De 1960 a 1968, a população dos EUA aumentou 11%; mas o crime subiu 122% — 11 vezes mais rápido!

140%

120%

100%

80%

CRIME

60%

40%

20%

POPULAÇÃO

Em breve haverá lei e ordem para toda a humanidade!

GOSTARIA de viver sob um governo que livre a sociedade humana do crime, da violência, da guerra, da injustiça e da pobreza?

Um governo que traga tais benefícios jamais virá da velha cumbuca dos fracassos humanos. Somente poderá vir da parte Daquele que tem a habilidade comprovada de estabelecer a lei e a ordem universais. Trata-se de Jeová Deus, o Criador. Sua habilidade é demonstrada pelos céus visíveis, a respeito dos quais o cientista Cecil B. Hamann disse:

“Erguendo nossos olhos para os céus, certamente temos de ficar maravilhados com o movimento ordenado das estrelas. Noite após noite, estação após estação, ano após ano, século após século, os mundos do espaço sideral têm seguido seu curso através do céu. Voltam tão regularmente em suas órbitas que podem-se prever eclipses com séculos de antecedência. . . . Se não estivessem sujeitas a quaisquer leis, será que os homens depositariam sua fé nelas para os guiar pelos sete mares ou pelas veredas não demarcadas do céu?”

O Deus que estabeleceu tal surpreendente lei e ordem por todo o universo certamente poderia estabelecê-la num planeta diminuto, não poderia? E o propósito claramente expresso de Deus para os nossos dias é prover um governo que fará exatamente isso! A Bíblia predisse:

“Nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido.” — Dan. 2:44.

A profecia de Daniel mostra que todos os governos dos homens serão substituídos pelo governo único de Deus! Não tentará emendar os sistemas falíveis dos homens, mas os esmiuçará, a fim de