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O que o sábio queria dizer?A Sentinela — 1978 | 1.° de janeiro
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advertir contra ‘tornar-se iníquo demais’. A imperfeição, naturalmente, deve ser aceita por todos nós como realidade. O apóstolo João escreveu: “Se fizermos a declaração: ‘Não temos pecado’, estamos desencaminhando a nós mesmos e a verdade não está em nós.” (1 João 1:8) Portanto, temos de resignar-nos a falhar em muitos sentidos. Todavia, é preciso ter cuidado para que não se faça pouco das transgressões, desculpando-se com as palavras: ‘Ora, afinal, sou pecador.’ Embora se possa usufruir a vida, não se deve abandonar todo o refreio. A calamidade aguarda aquele que faz o papel de tolo, pensando que ele está acima da lei e da correção. Quem segue um proceder irrestrito pode ter sérios problemas e até mesmo morrer prematuramente.
Como se podem evitar os extremos prejudiciais? É essencial haver temor de Jeová, um respeito sadio pelo Criador. Este temor serve de freio contra a transgressão e também induz a pessoa a seguir um proceder equilibrado na vida, evitando os extremos. Quem teme a Deus esforça-se a ser justo e sábio, mas evita ser excessivamente escrupuloso e ostentar sabedoria. Visto que ele usufrui a vida de modo sadio, talvez seja julgado pelos extremistas como transgressor, assim como Jesus Cristo foi classificado como beberrão e glutão. — Mat. 11:19.
Na realidade, porém, tal pessoa conscienciosa e equilibrada mantém-se sob rígido controle na sua conduta e não se torna praticante da iniqüidade. Quem teme a Deus sai ileso dos problemas e das dificuldades daqueles que desconsideram os preceitos de (1) ‘não ficar justo demais, nem se mostrar excessivamente sábio’, e de (2) ‘não ser iníquo demais’. Conforme Salomão recomendou, ele assim ‘segura um, mas tampouco retira a sua mão do outro’. Adota a justiça, sem ser tão exigente, que imponha normas impossíveis a si mesmo e a outros, ou que se abstenha do prazer salutar de usufruir a vida.
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“Covil de salteadores”A Sentinela — 1978 | 1.° de janeiro
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“Covil de salteadores”
● Quando Jesus Cristo expulsou da área do templo os cambistas e os vendedores de animais sacrificiais, ele disse: “Está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração’, mas vós fazeis dela um covil de salteadores.” (Mat. 21:13) Assim, na realidade, Jesus chamou os cambistas e os que vendiam animais sacrificiais de “salteadores”. Isto sugere que ganhavam lucros excessivos. A Misná judaica mostra que as palavras de Jesus não eram exageradas. Ela relata sobre o tempo em que um par de pombos custavam um denário de ouro ou vinte e cinco denários de prata. Este preço exorbitante induziu Simeão, filho de Gamaliel, a jurar pelo templo, dizendo: “Não permitirei que a noite passe sem que eles custem apenas um denário [de prata].” Isto, evidentemente, queria dizer que os pombos eram vendidos a um preço vinte e cinco vezes maior do que realmente valiam. Isto, de fato, era um “assalto”.
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