-
Fale a palavra de Deus com coragemA Sentinela — 2004 | 15 de novembro
-
-
Fale a palavra de Deus com coragem
“Vai, profetiza ao meu povo.” — AMÓS 7:15.
1, 2. Quem era Amós, e o que a Bíblia revela sobre ele?
AO PARTICIPAR no ministério de pregação, um servo de Jeová deparou-se com um sacerdote, que gritou: ‘Pare de pregar! Saia daqui!’ Como reagiu o servo de Jeová? Será que se sujeitou a essa ordem, ou continuou a falar a palavra de Deus com coragem? Você pode saber o que aconteceu porque ele registrou o ocorrido no livro que leva seu nome, o livro bíblico de Amós. Mas antes de sabermos mais sobre esse encontro com o sacerdote, vamos conhecer um pouco melhor as origens e a formação de Amós.
2 Quem era Amós? Em que época viveu e onde morava? As respostas se encontram em Amós 1:1, onde lemos: “As palavras de Amós, que veio a estar entre os criadores de ovelhas de Tecoa, . . . nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel.” Amós morava em Judá. Ele era da cidade de Tecoa, 16 quilômetros ao sul de Jerusalém. Ele viveu em fins do nono século AEC, quando o Rei Uzias reinava em Judá e Jeroboão II dominava sobre o reino de Israel, de dez tribos. Amós era criador de ovelhas. De fato, Amós 7:14 diz que ele não era apenas pastor, mas também “riscador de figos de sicômoros”. Ou seja, ele passava parte do ano como trabalhador sazonal realizando o serviço maçante de riscar, ou furar, figos para apressar o amadurecimento deles.
“Vai, profetiza”
3. Como o exemplo de Amós nos pode ajudar caso nos sintamos desqualificados para pregar?
3 Amós disse com modéstia: “Eu não era profeta, nem era filho de profeta.” (Amós 7:14) Ele não era filho de profeta nem havia sido aprendiz de profeta. No entanto, dentre todas as pessoas em Judá, Jeová escolheu Amós para realizar Sua obra. Naquela ocasião, Deus não escolheu um rei poderoso, um sacerdote instruído nem um maioral rico. Isso nos ensina uma lição animadora. Talvez não tenhamos muito destaque nem muita instrução. Mas será que por isso devemos nos sentir desqualificados para pregar a palavra de Deus? De forma alguma! Jeová pode nos habilitar para proclamar a sua mensagem — mesmo em territórios desafiadores. Foi exatamente isso que ele fez no caso de Amós. Sendo assim, para todos os que desejam falar a palavra de Deus com coragem, será proveitoso examinar o exemplo deixado pelo corajoso profeta.
4. Por que profetizar em Israel era um desafio para Amós?
4 Jeová ordenou a Amós: “Vai, profetiza ao meu povo Israel.” (Amós 7:15) Essa designação era um desafio. Naquela época, o reino de Israel, de dez tribos, tinha paz, segurança e prosperidade material. Muitos tinham ‘casas de inverno’ e ‘casas de verão’, que não eram feitas de tijolos comuns de argila, mas sim de dispendiosas “pedras lavradas”. Alguns possuíam móveis luxuosos incrustados de marfim e bebiam vinho produzido em “vinhedos desejáveis”. (Amós 3:15; 5:11) Essa situação confortável deixava muitas pessoas despreocupadas e apáticas. Na verdade, o território designado a Amós talvez fosse bem parecido com o território onde alguns de nós realizamos hoje o nosso ministério.
5. Que injustiças alguns israelitas cometiam?
5 Não era errado possuir bens materiais. Mas alguns israelitas estavam acumulando riquezas desonestamente. Os ricos ‘defraudavam os de condição humilde’ e ‘esmagavam os pobres’. (Amós 4:1) Comerciantes, juízes e sacerdotes poderosos conspiravam para roubar os necessitados. Vamos agora voltar no tempo e observar o que aqueles homens faziam.
Violação da Lei de Deus
6. Como os comerciantes israelitas exploravam os outros?
6 Comecemos pelo mercado. Comerciantes desonestos ‘diminuíam o efa’ e ‘aumentavam o siclo’. Chegavam a vender “mero refugo” de cereais como se fosse cereal bom. (Amós 8:5, 6) Os comerciantes enganavam os fregueses na medida dos produtos, cobravam preços altíssimos, e a qualidade era inferior. Eles exploravam os pobres até reduzi-los à miséria, e estes se viam obrigados a se vender como escravos. Os comerciantes então os compravam “pelo preço de um par de sandálias”. (Amós 8:6) Imagine! Para aqueles comerciantes gananciosos, seus conterrâneos não valiam mais do que um simples par de chinelos! Que terrível humilhação para os pobres, e que crassa violação da Lei de Deus! Apesar disso, esses mesmos comerciantes guardavam “o sábado”. (Amós 8:5) Pelo visto eles eram religiosos, mas só na aparência.
7. Como os comerciantes de Israel conseguiam violar a Lei de Deus?
7 Como é que os comerciantes conseguiam violar a Lei de Deus, que dizia “tens de amar o teu próximo como a ti mesmo”, e ainda sair impunes? (Levítico 19:18) Isso acontecia porque aqueles que deviam executar a Lei — os juízes — eram seus cúmplices. No portão da cidade, onde se realizavam os julgamentos, os juízes ‘aceitavam peita e afastavam os pobres’. Isto é, em vez de proteger os pobres, os juízes aceitavam suborno para traí-los. (Amós 5:10, 12) Vemos assim que os juízes também desprezavam a Lei de Deus.
8. A que comportamento os sacerdotes ímpios fechavam os olhos?
8 E como agiam os sacerdotes em Israel? Para descobrir isso, precisamos voltar nossa atenção a outro lugar. Observe os pecados que os sacerdotes toleravam “na casa de seus deuses”. Deus disse por meio de Amós: “Um homem e seu próprio pai foram ter com a mesma moça para profanar meu santo nome.” (Amós 2:7, 8) Imagine! Um pai israelita e seu filho cometiam imoralidade sexual com a mesma prostituta de templo. E aqueles sacerdotes ímpios fechavam os olhos a essa imoralidade! — Levítico 19:29; Deuteronômio 5:18; 23:17.
9, 10. Os israelitas eram culpados de violar que mandamentos da Lei de Deus, e em que sentido a situação é semelhante em nossos dias?
9 Mencionando outra violação da sua Lei, Jeová disse: “Estenderam-se sobre vestes tomadas em penhor, ao lado de todo altar; e na casa de seus deuses bebem o vinho dos que foram multados.” (Amós 2:8) Isso mostra que os sacerdotes e as pessoas em geral também desconsideravam a lei registrada em Êxodo 22:26, 27, que exigia que as roupas tomadas em penhor fossem devolvidas ao dono antes do anoitecer. Em vez disso, usavam-nas como colcha e se estiravam sobre elas para se banquetear e beber em homenagem a deuses falsos. E, com o dinheiro das multas que cobravam dos pobres, compravam vinho para beber nas festas idólatras. Como haviam se distanciado do caminho da adoração pura!
10 Os israelitas violavam vergonhosamente os dois maiores mandamentos da Lei — amar a Jeová e amar ao próximo. Deus enviou então Amós para condená-los por sua infidelidade. Hoje em dia, as nações do mundo, incluindo as da cristandade, estão na mesma condição corrupta do Israel antigo. Ao passo que algumas pessoas prosperam, muitas outras são arruinadas financeiramente e prejudicadas em sentido emocional por causa das práticas imorais de líderes desonestos do alto comércio, da política e da religião falsa. Mas Jeová se preocupa com os que sofrem e que se sentem movidos a buscá-lo. Por isso ele designou seus servos atuais para realizar uma obra semelhante à de Amós — pregar a Sua palavra com coragem.
11. O que podemos aprender do exemplo de Amós?
11 Por causa das similaridades entre a obra de Amós e a nossa, será de grande benefício considerarmos o exemplo dele. De fato, Amós nos mostra (1) o que devemos pregar, (2) como devemos pregar e (3) por que os opositores não podem impedir nossa obra de pregação. Vamos examinar esses pontos, um de cada vez.
Como podemos imitar Amós
12, 13. Como Jeová mostrou seu descontentamento com os israelitas, e qual foi a reação deles?
12 Como Testemunhas de Jeová, realizamos o ministério cristão dedicando-nos principalmente a pregar o Reino e a fazer discípulos. (Mateus 28:19, 20; Marcos 13:10) No entanto, assim como Amós declarava que Jeová executaria sua condenação contra os iníquos, nós também trazemos à atenção das pessoas os avisos de Deus. Por exemplo, Amós 4:6-11 mostra que repetidas vezes Jeová deixou claro o seu descontentamento com Israel. Deixou que o povo sofresse “carência de pão”, ‘reteve deles o aguaceiro’, golpeou-os “com crestamento e com bolor” e lançou entre eles “uma peste”. Será que isso fez com que Israel se arrependesse? “Vós não retornastes a mim”, disse Deus. Os israelitas realmente deram as costas para Jeová vez após vez.
13 Jeová puniu os israelitas que não se arrependeram. Mas primeiro eles receberam um aviso profético. Isso está de acordo com o que Deus declarou: “O Soberano Senhor Jeová não fará coisa alguma sem ter revelado seu assunto confidencial aos seus servos, os profetas.” (Amós 3:7) Deus havia revelado a Noé a vinda do Dilúvio e ordenado a ele que desse o aviso. De modo similar, Jeová mandou Amós proclamar um último aviso. Infelizmente, Israel desprezou essa mensagem divina e não tomou a atitude correta.
14. Que similaridades existem entre os dias de Amós e os nossos?
14 Sem dúvida, você deve concordar que há grandes similaridades entre os dias de Amós e os nossos. Jesus profetizou que muitas calamidades ocorreriam durante o tempo do fim. Ele predisse também que haveria uma obra mundial de pregação. (Mateus 24:3-14) Como nos dias de Amós, porém, a maioria das pessoas hoje desconsidera os sinais dos tempos e a mensagem do Reino. Tais pessoas sofrerão as mesmas conseqüências que os israelitas que não se arrependeram. Jeová os avisou: “Apronta-te para te encontrares com o teu Deus.” (Amós 4:12) Eles ‘se encontraram com Deus’ quando foram derrotados pelo exército assírio, como expressão da condenação divina. Nos nossos dias, este mundo ímpio vai ‘se encontrar com Deus’ no Armagedom. (Revelação [Apocalipse] 16:14, 16) Mas enquanto a paciência de Jeová não acaba, incentivamos o maior número possível de pessoas a ‘buscar a Jeová e continuar vivendo’. — Amós 5:6.
Da mesma forma que Amós, também enfrentamos oposição
15-17. (a) Quem era Amazias, e como ele reagiu aos pronunciamentos de Amós? (b) Que acusações Amazias fez contra Amós?
15 Podemos imitar a Amós não apenas no que pregamos, mas também no modo como pregamos. Isso se destaca no capítulo 7, onde encontramos o relato sobre o sacerdote mencionado no início do artigo. Ele era “Amazias, o sacerdote de Betel”. (Amós 7:10) A cidade de Betel era um centro da religião apóstata de Israel, que incluía a adoração de bezerros. Portanto, Amazias era sacerdote da religião oficial do país. Como ele reagiu aos corajosos pronunciamentos de Amós?
16 Amazias disse a Amós: “Ó visionário, vai, foge para a terra de Judá e come pão ali, e ali podes profetizar. Mas, não mais deves profetizar em Betel, pois é o santuário de um rei e é a casa de um reino.” (Amós 7:12, 13) Em outras palavras, Amazias disse: ‘Vá embora! Nós temos nossa própria religião.’ Ele também tentou fazer com que o governo proibisse as atividades de Amós, dizendo ao Rei Jeroboão II: “Amós tem conspirado contra ti dentro da própria casa de Israel.” (Amós 7:10) Amazias estava acusando Amós de traição! Ele disse ao rei: “Amós disse assim: ‘Jeroboão morrerá à espada; e quanto a Israel, sem falta será exilado de seu próprio solo.’ ” — Amós 7:11.
17 Nessas palavras, Amazias combinou três declarações enganosas. Ele disse: “Amós disse assim.” Mas Amós nunca afirmou que as profecias procediam dele. Em vez disso, ele sempre declarava: “Assim disse Jeová.” (Amós 1:3) Amós também foi acusado de dizer: “Jeroboão morrerá à espada.” No entanto, conforme registrado em Amós 7:9, ele havia profetizado: ‘Eu, Jeová, me levantarei contra a casa de Jeroboão com uma espada.’ Deus havia predito essa calamidade para a “casa” de Jeroboão, ou seja, seus descendentes. Além disso, Amazias afirmou que Amós havia dito: ‘Israel sem falta será exilado.’ Mas Amós também havia profetizado que qualquer israelita que retornasse a Deus seria abençoado. É evidente que Amazias estava usando meias-verdades e declarações distorcidas para conseguir uma proscrição oficial da obra de pregação de Amós.
18. Que similaridades existem entre os métodos usados por Amazias e os dos clérigos hoje em dia?
18 Você percebeu as similaridades entre os métodos de Amazias e os dos opositores do povo de Jeová hoje em dia? Assim como Amazias tentou silenciar Amós, certos sacerdotes, prelados e patriarcas de nossos dias tentam impedir a obra de pregação dos servos de Jeová. Amazias acusou falsamente Amós de traição. Hoje, alguns clérigos também acusam falsamente as Testemunhas de Jeová de ser uma ameaça à segurança nacional. E, assim como Amazias recorreu ao rei em busca de ajuda para combater Amós, muitos clérigos recorrem à ajuda de aliados políticos na perseguição às Testemunhas de Jeová.
Opositores não conseguem parar nossa obra de pregação
19, 20. De que maneira Amós reagiu à oposição de Amazias?
19 De que maneira Amós reagiu à oposição de Amazias? Primeiro, Amós perguntou ao sacerdote: “Estás dizendo: ‘Não deves profetizar contra Israel’?” Sem hesitar, o corajoso profeta de Deus falou então palavras que Amazias sem dúvida não queria ouvir. (Amós 7:16, 17) Amós não se deixou intimidar. Que belo exemplo para nós! Quando se trata de falar a palavra de nosso Deus, não desobedecemos a ele, mesmo em países onde Amazias modernos promovem perseguição cruel. Da mesma maneira que Amós, continuamos a proclamar: “Assim disse Jeová.” Os opositores nunca conseguirão parar nossa obra de pregação, pois “a mão de Jeová” está sobre nós. — Atos 11:19-21.
20 Amazias deveria saber que suas ameaças seriam inúteis. Amós já havia explicado por que ninguém no mundo poderia impedi-lo de falar — e esse é o terceiro ponto que será analisado. De acordo com Amós 3:3-8, o profeta usou uma série de perguntas e ilustrações para mostrar que todo efeito tem uma causa. Depois explicou: “Há um leão que bramiu! Quem não terá medo? O próprio Soberano Senhor Jeová falou! Quem não profetizará?” Em outras palavras, Amós disse aos seus ouvintes: ‘Assim como é impossível não sentir medo ao ouvir o rugido de um leão, eu não posso deixar de pregar a palavra de Deus, porque ouvi a ordem de Jeová para fazê-lo.’ O temor piedoso, ou reverência profunda, por Jeová motivou Amós a falar com coragem.
21. Como reagimos à ordem de Deus de pregar as boas novas?
21 Nós também ‘ouvimos’ Jeová nos dar a missão de pregar. Como reagimos? Com a ajuda de Jeová, falamos a Sua palavra com coragem, da mesma forma que Amós e os primeiros seguidores de Jesus. (Atos 4:23-31) Nem a perseguição instigada por opositores nem a indiferença das pessoas a quem pregamos nos silenciarão. Demonstrando zelo semelhante ao de Amós, as Testemunhas de Jeová em todo o globo sentem-se motivadas a continuar declarando as boas novas com coragem. Temos a responsabilidade de alertar as pessoas a respeito do julgamento de Jeová, que ocorrerá em breve. O que está envolvido nesse julgamento? Essa pergunta será respondida no próximo artigo.
-
-
Jeová condenará os iníquosA Sentinela — 2004 | 15 de novembro
-
-
Jeová condenará os iníquos
“Apronta-te para te encontrares com o teu Deus.” — AMÓS 4:12.
1, 2. Por que podemos ter confiança em que Deus acabará com a iniqüidade?
SERÁ que Jeová um dia acabará com a iniqüidade e o sofrimento na Terra? Neste início do século 21, essa pergunta é mais apropriada do que nunca. Parece que, para onde quer que olhemos, vemos evidências de desumanidade. Como ansiamos um mundo livre de violência, terrorismo e corrupção!
2 A boa notícia é que podemos ter plena confiança em que Jeová acabará com a iniqüidade. As qualidades de Deus nos garantem que ele agirá contra os iníquos. Jeová é justo. No Salmo 33:5, a sua Palavra nos diz: “Ele ama a justiça e o juízo.” Outro salmo diz: ‘Jeová certamente odeia a quem ama a violência.’ (Salmo 11:5) Podemos ter a certeza de que Jeová, o Deus todo-poderoso, que ama a justiça, não vai tolerar indefinidamente o que ele mesmo odeia.
3. O que será destacado nesta consideração adicional da profecia de Amós?
3 Vejamos outra razão pela qual podemos ter certeza de que Jeová acabará com a iniqüidade. O registro dos seus atos no passado garante isso. No livro bíblico de Amós encontramos exemplos impressionantes de como Jeová lida com os iníquos. Esta consideração adicional da profecia de Amós destacará três particularidades das sentenças condenatórias de Deus. A primeira é: elas são sempre merecidas. A segunda: não é possível escapar delas. E a terceira: elas são seletivas, pois Jeová pune os malfeitores, mas é misericordioso com os arrependidos e os que têm a atitude correta. — Romanos 9:17-26.
A condenação divina é sempre merecida
4. Para onde Jeová enviou Amós, e com que objetivo?
4 Nos dias de Amós, os israelitas já estavam divididos em dois reinos: ao sul havia o reino de Judá, composto de duas tribos; e ao norte o reino de Israel, formado por dez tribos. Jeová designou Amós como profeta e o enviou de sua cidade natal, que ficava em Judá, para Israel a fim de proclamar a condenação divina.
5. Contra que nações Amós profetizou primeiro, e qual era um dos motivos de merecerem a condenação de Deus?
5 Amós não começou sua obra anunciando o julgamento de Jeová contra o rebelde reino de Israel, ao norte. Em vez disso, ele declarou primeiro a sentença divina contra seis nações vizinhas: Síria, Filístia, Tiro, Edom, Amom e Moabe. Mas será que aquelas nações realmente mereciam a condenação de Deus? Com toda certeza! Um dos motivos era o fato de serem inimigas implacáveis do povo de Jeová.
6. Por que Deus traria calamidade à Síria, à Filístia e a Tiro?
6 Por exemplo, Jeová condenou os sírios ‘por terem trilhado Gileade’. (Amós 1:3) Os sírios se apoderaram de terras em Gileade — uma região de Israel que ficava ao leste do rio Jordão — e infligiram graves danos ao povo de Deus daquele lugar. E no caso da Filístia e de Tiro? Os filisteus eram culpados de capturar israelitas e os vender aos edomitas, e alguns cativos foram parar nas mãos de traficantes de escravos de Tiro. (Amós 1:6, 9) Imagine — vender o povo de Jeová como escravo! Não admira que Jeová traria calamidade à Síria, à Filístia e a Tiro.
7. O que Edom, Amom e Moabe tinham em comum com Israel, mas como tratavam os israelitas?
7 Edom, Amom e Moabe tinham algo em comum com Israel e entre si. As três nações tinham parentesco com os israelitas. Os edomitas descendiam de Abraão por meio do irmão gêmeo de Jacó, Esaú. Assim, eles eram, de certo modo, irmãos de Israel. Os amonitas e os moabitas eram descendentes de Ló, sobrinho de Abraão. Mas será que Edom, Amom e Moabe trataram seus parentes israelitas como irmãos? De forma alguma! Edom usou impiedosamente a espada contra “seu próprio irmão”, e os amonitas tratavam os israelitas cativos com sadismo. (Amós 1:11, 13) Embora Amós não mencione diretamente os maus-tratos que Moabe infligia ao povo de Deus, os moabitas tinham um longo histórico de oposição a Israel. A punição reservada para essas três nações aparentadas seria severa. Jeová lhes causaria uma destruição terrível.
Não é possível escapar da condenação divina
8. Por que era impossível que as seis nações vizinhas de Israel escapassem da condenação de Deus?
8 Sem dúvida, as seis nações mencionadas primeiro na profecia de Amós mereciam a condenação divina. Não haveria jeito de escapar. A partir de Amós, capítulo 1, versículo 3, e até o capítulo 2, versículo 1 Am 1:3-2:1, Jeová diz seis vezes: “Não o farei voltar atrás.” Ele cumpriu a sua palavra, pois não deixou de agir contra aquelas nações. É fato histórico que cada uma delas mais tarde sofreu calamidade. Pelo menos quatro delas — Filístia, Moabe, Amom e Edom — deixaram de existir!
9. O que os habitantes de Judá mereciam, e por quê?
9 A seguir, a profecia de Amós centraliza a atenção numa sétima nação — Judá, a terra natal do profeta. No reino de Israel, situado ao norte, as pessoas talvez tenham estranhado quando ouviram Amós proclamar julgamento contra o reino de Judá. Por que os habitantes de Judá mereciam a condenação? “Por eles rejeitarem a lei de Jeová”, diz Amós 2:4. Jeová não ignorou esse desrespeito deliberado à sua Lei. Conforme Amós 2:5, ele predisse: “Vou enviar fogo dentro de Judá e terá de devorar as torres de habitação de Jerusalém.”
10. Por que Judá não escaparia da tribulação?
10 A infiel Judá não poderia escapar da tribulação que estava para ocorrer. Pela sétima vez, Jeová disse: “Não o farei voltar atrás.” (Amós 2:4) Judá sofreu a predita punição quando foi devastada pelos babilônios, em 607 AEC. Vemos mais uma vez que os iníquos não têm como escapar da condenação divina.
11-13. Amós profetizou principalmente contra que nação, e que formas de opressão havia nela?
11 O profeta Amós havia acabado de declarar o julgamento de Jeová contra sete nações. Quem pensou que Amós tinha terminado de profetizar, porém, estava enganado. Ele estava apenas começando! Sua principal incumbência era declarar uma fulminante mensagem de julgamento contra o reino de Israel, ao norte. E Israel merecia a condenação divina porque a decadência moral e religiosa do país era deplorável.
12 A profecia de Amós expôs a opressão que havia se tornado comum no reino de Israel. Nesse respeito, lemos em Amós 2:6, 7: “Assim disse Jeová: ‘Por causa de três revoltas de Israel e por causa de quatro não o farei voltar atrás, por venderem o justo pela mera prata e o pobre pelo preço de um par de sandálias. Estão suspirando pelo pó da terra na cabeça das pessoas de condição humilde; e mudam o rumo do caminho dos mansos.’ ”
13 Os justos estavam sendo vendidos “pela mera prata”, o que talvez signifique que havia juízes que aceitavam prata como suborno para condenar inocentes. Credores vendiam os pobres como escravos pelo preço de “um par de sandálias”, talvez para saldar alguma dívida pequena. Homens impiedosos ‘suspiravam’, ou procuravam avidamente, reduzir “pessoas de condição humilde” a um estado tal que esses pobres jogariam pó em sua própria cabeça, em sinal de aflição, lamento e humilhação. A corrupção era tão generalizada que os “mansos” não podiam esperar encontrar nenhuma justiça.
14. Quem estava sendo maltratado no reino de Israel, de dez tribos?
14 Note quem estava sendo maltratado. Eram os justos, os pobres, as pessoas de condição humilde e os mansos que moravam no país. O pacto da Lei feito entre Jeová e os israelitas exigia que se mostrasse compaixão aos indefesos e aos carentes. Apesar disso, as condições dessas pessoas sob o domínio do reino de Israel, de dez tribos, não podiam ser piores.
“Apronta-te para te encontrares com o teu Deus”
15, 16. (a) Por que os israelitas foram advertidos: “Apronta-te para te encontrares com o teu Deus”? (b) Como Amós 9:1, 2 mostra que os iníquos não podiam escapar da execução da sentença divina? (c) O que aconteceu com o reino de Israel, de dez tribos, em 740 AEC?
15 Visto que a imoralidade e outros pecados tinham tomado conta de Israel, foi com bons motivos que o profeta Amós advertiu à nação rebelde: “Apronta-te para te encontrares com o teu Deus.” (Amós 4:12) O Israel infiel não poderia escapar da iminente execução da sentença divina, porque pela oitava vez Jeová declarou: “Não o farei voltar atrás.” (Amós 2:6) A respeito dos iníquos que tentassem se esconder dele, Jeová disse: “Nenhum deles que estiver fugindo conseguirá fugir e nenhum fugitivo deles conseguirá escapar. Se cavarem até o Seol, de lá os tirará a minha própria mão; e se subirem aos céus, de lá os farei descer.” — Amós 9:1, 2.
16 Os iníquos não poderiam fugir da execução da sentença de Jeová por ‘cavar até o Seol’, uma linguagem simbólica que significa tentativas de esconder-se nas partes mais profundas da Terra. Tampouco poderiam escapar da condenação divina por ‘subir aos céus’, isto é, tentar encontrar refúgio no alto das montanhas. O aviso de Jeová era claro: não havia esconderijo além de seu alcance. A justiça divina exigia que o reino de Israel prestasse contas por suas ações perversas. E esse dia realmente chegou. Em 740 AEC — uns 60 anos depois de Amós ter registrado a sua profecia — o reino de Israel caiu diante dos conquistadores assírios.
A condenação divina é seletiva
17, 18. O que o capítulo 9 de Amós revela a respeito da misericórdia de Jeová?
17 A profecia de Amós nos ajudou a ver que a condenação divina é sempre merecida e que é impossível escapar dela. Mas o livro de Amós também mostra que as condenações de Jeová são seletivas. Jeová é capaz de encontrar os iníquos e executar seu julgamento contra eles onde quer que se escondam. E ele também pode encontrar os justos e os arrependidos, a quem decide tratar com misericórdia. Isso é destacado belamente no último capítulo de Amós.
18 Conforme Amós, capítulo 9, versículo 8, Jeová disse: “Não aniquilarei completamente a casa de Jacó.” Como mencionado nos Am 9 versículos 13 a 15, Jeová prometeu “recolher os cativos” do seu povo. Esses seriam tratados com misericórdia e desfrutariam de segurança e prosperidade. “O arador realmente alcançará o ceifeiro”, predisse Jeová. Imagine — uma safra tão grande que parte dela ainda não teria sido colhida quando chegasse a época de arar o solo e lançar as sementes para o próximo plantio!
19. O que aconteceu com um restante de Israel e de Judá?
19 Pode-se dizer que o julgamento de Jeová contra os iníquos, tanto em Judá como em Israel, foi seletivo, porque Jeová teve misericórdia com os arrependidos e com os que tinham a atitude correta. Em cumprimento dessa profecia de restauração, registrada em Amós, capítulo 9, um restante arrependido de Israel e de Judá voltou do cativeiro babilônico em 537 AEC. De volta à sua amada terra de origem, eles restauraram a adoração pura. Em segurança, eles também reconstruíram suas casas e plantaram vinhedos e pomares.
Em breve outra condenação de Jeová
20. Que certeza nos deve dar a consideração das mensagens de condenação declaradas por Amós?
20 Examinar as mensagens de condenação divina, proclamadas por Amós, deve dar-nos a certeza de que Jeová acabará com a iniqüidade atual. Por que podemos crer nisso? Primeiro, esses exemplos de como Jeová lidou com os iníquos no passado indicam como ele agirá em nossos dias. Segundo, a execução do julgamento divino contra o reino apóstata de Israel nos garante que Deus destruirá a cristandade, a parte mais repreensível de “Babilônia, a Grande”, o império mundial da religião falsa. — Revelação (Apocalipse) 18:2.
21. Por que a cristandade merece a condenação divina?
21 Não há dúvida de que a cristandade merece a condenação divina. As deploráveis condições religiosas e morais em que ela se encontra falam por si mesmas. A sentença de Jeová contra a cristandade — e o resto do mundo de Satanás — é merecida. E não será possível escapar dela, porque quando chegar a hora de executá-la, as seguintes palavras de Amós, capítulo 9, versículo 1, se cumprirão: “Nenhum deles que estiver fugindo conseguirá fugir e nenhum fugitivo deles conseguirá escapar.” Não importa onde os iníquos se escondam, Jeová os achará.
22. Que particularidades das sentenças condenatórias de Deus são evidentes em 2 Tessalonicenses 1:6-8?
22 As sentenças condenatórias de Deus são sempre merecidas, não é possível escapar delas, e são sempre seletivas. Isso pode ser notado nas palavras do apóstolo Paulo: “Isto toma em conta que é justo da parte de Deus pagar de volta tribulação aos que vos causam tribulação, mas, a vós, os que sofreis tribulação, alívio junto conosco, por ocasião da revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos, em fogo chamejante, ao trazer vingança sobre os que não conhecem a Deus e os que não obedecem às boas novas acerca de nosso Senhor Jesus.” (2 Tessalonicenses 1:6-8) “É justo da parte de Deus” punir os que merecem a condenação por ter causado tribulação aos seus ungidos. Não será possível escapar dessa sentença, pois os iníquos não sobreviverão à ‘revelação de Jesus com os seus anjos poderosos em fogo chamejante’. A condenação divina também será seletiva, pois Jesus trará vingança “sobre os que não conhecem a Deus e os que não obedecem às boas novas”. E a execução da sentença divina trará alívio às pessoas tementes a Deus que sofrem tribulação.
Esperança para os justos
23. Que esperança e consolo podemos derivar do livro de Amós?
23 A profecia de Amós contém uma mensagem maravilhosa de esperança e consolo para os que têm a atitude correta. Conforme predito no livro de Amós, Jeová não aniquilou totalmente o seu povo dos tempos antigos. Por fim ele reuniu os cativos de Israel, conduziu-os de volta à sua terra de origem e os abençoou com muita segurança e prosperidade. O que isso significa para os nossos dias? Podemos ter a certeza de que, durante a execução da sentença divina, Jeová achará os iníquos onde quer que se escondam e também encontrará as pessoas que ele considera merecedoras de sua misericórdia, não importa onde vivam na Terra.
24. Como os atuais servos de Jeová têm sido abençoados?
24 Enquanto aguardamos a execução do julgamento de Jeová contra os iníquos, como é a nossa vida como seus servos fiéis? Jeová nos abençoa com uma grandiosa prosperidade espiritual! Nossa adoração é livre das mentiras e das distorções resultantes dos ensinos falsos da cristandade. Jeová também nos tem abençoado com fartura de alimento espiritual. Mas lembre-se de que essas ricas bênçãos da parte de Jeová vêm acompanhadas de uma grande responsabilidade. Deus espera que avisemos outros a respeito da vindoura condenação divina. Desejamos fazer tudo o que pudermos para encontrar as pessoas ‘corretamente dispostas para com a vida eterna’. (Atos 13:48) De fato, desejamos ajudar o maior número possível de pessoas a ter a mesma prosperidade espiritual que nós temos. E queremos que elas sobrevivam à iminente execução do julgamento divino contra os iníquos. É claro que, para receber essas bênçãos, temos de ter a condição correta de coração. Como veremos no próximo artigo, isso também é destacado na profecia de Amós.
-
-
Busque a Jeová, o examinador dos coraçõesA Sentinela — 2004 | 15 de novembro
-
-
Busque a Jeová, o examinador dos corações
“Buscai-me e continuai vivendo.” — AMÓS 5:4.
1, 2. Em que sentido Jeová “vê o que o coração é”?
JEOVÁ DEUS disse ao profeta Samuel: “O mero homem vê o que aparece aos olhos, mas quanto a Jeová, ele vê o que o coração é.” (1 Samuel 16:7) Em que sentido Jeová “vê o que o coração é”?
2 Nas Escrituras, o coração é muitas vezes usado como símbolo do que a pessoa é no íntimo — seus desejos, pensamentos, emoções e sentimentos. Assim, quando a Bíblia diz que Deus vê o coração, isso significa que ele olha além das aparências e se concentra no que a pessoa realmente é.
Deus examina Israel
3, 4. Conforme Amós 6:4-6, que situação havia no reino de Israel, de dez tribos?
3 Nos dias de Amós, quando o Examinador dos corações observou o reino de Israel, de dez tribos, o que ele viu? Amós 6:4-6 fala de ‘homens que se deitavam em leitos de marfim e se estiravam sobre seus divãs’. Eles ‘comiam os carneiros dentre o rebanho e os novilhos dentre os bezerros cevados’. Tais homens haviam ‘inventado para si instrumentos para canto’ e ‘bebiam em tigelas de vinho’.
4 À primeira vista, isso parece algo agradável. No conforto de suas casas bem mobiliadas, os ricos comiam e bebiam do bom e do melhor e se divertiam ao som de instrumentos musicais da melhor qualidade. Eles também tinham “leitos de marfim”. Os arqueólogos encontraram em Samaria, capital do reino de Israel, belíssimos trabalhos esculpidos em marfim. (1 Reis 10:22) É bem provável que muitos deles fizessem parte de móveis ou de painéis decorativos.
5. Por que Deus estava descontente com os israelitas dos dias de Amós?
5 Será que Jeová estava descontente com o fato de os israelitas viverem confortavelmente, saborearem boa comida, beberem bom vinho e ouvirem bela música? Claro que não! Afinal, ele fornece generosamente tais coisas para o prazer dos seres humanos. (1 Timóteo 6:17) O que desagradava a Jeová eram os desejos errados das pessoas, a condição iníqua de seu coração, sua atitude insolente para com o Deus verdadeiro e sua falta de amor por seus irmãos israelitas.
6. Qual era a condição espiritual de Israel no tempo de Amós?
6 Os que ‘se estiravam sobre seus divãs, comiam os carneiros dentre o rebanho, bebiam vinho e inventavam instrumentos para canto’ podiam esperar uma surpresa. Perguntou-se àqueles homens: “Estais tirando da mente o dia calamitoso?” Eles deveriam ter ficado muito angustiados com as condições de Israel, mas ‘não se haviam afligido diante da catástrofe de José’. (Amós 6:3-6) Olhando além da prosperidade econômica do país, Deus viu que José — ou Israel — se encontrava numa situação catastrófica em sentido espiritual. Apesar disso, o povo vivia o cotidiano sem maiores preocupações. Muitos hoje têm uma atitude similar. Talvez reconheçam que vivemos em tempos difíceis, mas, enquanto não são pessoalmente atingidos, pouco se importam com o sofrimento dos outros e não demonstram interesse em assuntos espirituais.
Israel — uma nação em decadência
7. O que aconteceria se o povo de Israel não acatasse os avisos de Deus?
7 O livro de Amós retrata uma nação em decadência, apesar de sua prosperidade aparente. Visto que os israelitas não acataram os avisos de Deus nem corrigiram seus conceitos, Jeová não mais os protegeria contra os inimigos. Os assírios os arrancariam de seus esplêndidos leitos de marfim e os arrastariam ao cativeiro. Seria o fim do conforto deles.
8. Como Israel veio a estar numa péssima condição em sentido espiritual?
8 Como é que os israelitas vieram a estar nessa condição? Essa situação começou a tomar forma em 997 AEC, quando o Rei Salomão foi sucedido pelo seu filho Roboão, e dez tribos de Israel se separaram das tribos de Judá e Benjamim. O primeiro rei do reino de Israel, de dez tribos, foi Jeroboão I, “filho de Nebate”. (1 Reis 11:26) Jeroboão convenceu o povo do seu país que era muito difícil para eles viajar a Jerusalém a fim de adorar a Jeová. Mas ele não estava realmente interessado no bem-estar do povo, e sim em proteger seus próprios interesses. (1 Reis 12:26) Jeroboão temia que, se os israelitas continuassem a ir ao templo em Jerusalém para as festividades anuais relacionadas com a adoração de Jeová, com o tempo eles passariam a ser leais ao reino de Judá. Na tentativa de evitar isso, Jeroboão erigiu dois bezerros de ouro, um em Dã e o outro em Betel. E assim a adoração de bezerros tornou-se a religião oficial em Israel. — 2 Crônicas 11:13-15.
9, 10. (a) Que observâncias religiosas o Rei Jeroboão I organizou? (b) Como Deus encarava as festividades realizadas em Israel nos dias do Rei Jeroboão II?
9 Jeroboão tentou conferir à nova religião um ar de respeitabilidade. Ele organizou eventos que, de certa forma, eram parecidos com as festividades realizadas em Jerusalém. Em 1 Reis 12:32, lemos: “Jeroboão foi realizar uma festividade no oitavo mês, no décimo quinto dia do mês, igual à festividade que havia em Judá, para fazer ofertas sobre o altar que fizera em Betel.”
10 Jeová nunca aprovou tais festividades religiosas falsas. Ele deixou isso bem claro por meio de Amós mais de um século depois, durante o reinado de Jeroboão II, que se tornou rei do reino de Israel, de dez tribos, por volta de 844 AEC. (Amós 1:1) Conforme Amós 5:21-24, Deus disse: “Odiei, rejeitei as vossas festividades e não terei prazer no cheiro das vossas assembléias solenes. Mas, se me oferecerdes holocaustos, mesmo nas vossas oferendas não terei prazer e não olharei para os vossos sacrifícios de participação em comum, de animais cevados. Afastai de mim o tumulto dos vossos cânticos; e não ouça eu o som melodioso dos vossos instrumentos de cordas. E saia o juízo rolando como águas e a justiça como torrente de fluxo contínuo.”
Similaridades com os nossos dias
11, 12. Que similaridades há entre a adoração no Israel antigo e a praticada pela cristandade?
11 É evidente que Jeová examinou o coração dos participantes das festividades de Israel e rejeitou suas observâncias e oferendas. Similarmente hoje, Deus rejeita as celebrações pagãs da cristandade, como o Natal e a Páscoa. Para os adoradores de Jeová, não pode haver parceria entre a justiça e a violação da lei, e nenhuma associação entre a luz e a escuridão. — 2 Coríntios 6:14-16.
12 Há ainda outras similaridades entre a forma de adoração da cristandade e a dos israelitas adoradores de bezerros. Embora alguns professos cristãos aceitem a verdade da Palavra de Deus, a adoração praticada pela cristandade não é motivada pelo amor genuíno a Deus. Se fosse, ela insistiria em adorar a Jeová “com espírito e verdade”, pois esse é o tipo de adoração que agrada a ele. ( João 4:24) Além do mais, a cristandade não permite que “saia o juízo rolando como águas e a justiça como torrente de fluxo contínuo”. Em vez disso, ela sempre minimiza os requisitos morais de Deus. Tolera a fornicação e outros pecados graves, e algumas igrejas chegam ao ponto de abençoar uniões homossexuais!
‘Amem o que é bom’
13. Por que precisamos acatar as palavras de Amós 5:15?
13 A todos os que desejam adorá-lo de modo aceitável, Jeová diz: “Odiai o que é mau e amai o que é bom.” (Amós 5:15) O amor e o ódio são emoções fortes que se originam do coração figurativo. Visto que o coração é traiçoeiro, precisamos fazer tudo ao nosso alcance para protegê-lo. (Provérbios 4:23; Jeremias 17:9) Se não combatermos os desejos errados que podem surgir no coração, com o tempo podemos começar a amar o que é mau e odiar o que é bom. E se cedermos a esses desejos, fazendo do pecado uma prática, não haverá zelo que nos faça recuperar o favor de Deus. Oremos a ele, então, pedindo ajuda para ‘odiar o que é mau e amar o que é bom’.
14, 15. (a) Em Israel, quem estava entre os que faziam o que é bom, mas como alguns deles foram tratados? (b) Como podemos incentivar os que estão no serviço de tempo integral hoje?
14 Nem todos os israelitas faziam o que era mau aos olhos de Jeová. Oséias e Amós, por exemplo, ‘amavam o que era bom’ e serviram fielmente como profetas. Outros fizeram o voto de nazireu. Enquanto viviam como nazireus, eles se abstinham de produtos da videira, especialmente o vinho. (Números 6:1-4) Como é que os outros israelitas encaravam a vida abnegada dessas pessoas que faziam boas obras? A perturbadora resposta a essa pergunta revela a que ponto havia chegado a decadência do país. Amós 2:12 diz: “Vós fostes dar de beber vinho aos nazireus e impusestes uma ordem aos profetas, dizendo: ‘Não deveis profetizar.’ ”
15 Ao observarem o exemplo fiel dos nazireus e dos profetas, aqueles israelitas deveriam ter se sentido envergonhados e motivados a mudar de comportamento. Mas em vez disso, eles tentavam desanimar os leais de glorificar a Deus, demonstrando falta de amor. Que nunca pressionemos nossos irmãos cristãos que são pioneiros, missionários, superintendentes viajantes ou membros da família de Betel a descontinuar seu serviço de tempo integral simplesmente para voltar a uma suposta vida normal. Muito pelo contrário, procuremos incentivá-los a continuar o bom trabalho!
16. Por que os israelitas estavam numa condição melhor nos dias de Moisés do que no tempo de Amós?
16 Embora muitos israelitas fossem abastados e levassem uma vida confortável nos dias de Amós, eles ‘não eram ricos para com Deus’. (Lucas 12:13-21) Os antepassados deles tiveram apenas maná como alimento no deserto durante 40 anos. Eles não se banqueteavam com carne de touros cevados nem se estiravam preguiçosamente sobre leitos de marfim. No entanto, Moisés tinha razão quando disse a eles: “Jeová, teu Deus, te abençoou em todo ato da tua mão. . . . Jeová, teu Deus, tem estado contigo estes quarenta anos. Não carecias de nada.” (Deuteronômio 2:7) De fato, os israelitas no deserto sempre tiveram o que realmente precisavam. E, acima de tudo, tinham o amor, a proteção e a bênção de Deus!
17. Por que Jeová havia conduzido os israelitas para a Terra Prometida?
17 Jeová lembrou aos contemporâneos de Amós que Ele havia conduzido os israelitas para a Terra Prometida e os ajudado a eliminar do país todos os inimigos. (Amós 2:9, 10) Mas por que Jeová havia tirado os israelitas do Egito e os conduzido à Terra Prometida? Será que foi para que levassem uma vida ociosa e de luxo, e rejeitassem seu Criador? Não! Foi para que pudessem adorar a Jeová como povo livre e espiritualmente puro. Mas os habitantes do reino de Israel, de dez tribos, não odiavam o que era mau nem amavam o que era bom. Eles glorificavam imagens esculpidas em vez de a Deus. Que vergonha!
Jeová exige uma prestação de contas
18. Com que objetivo Jeová nos libertou em sentido espiritual?
18 Deus não fecharia os olhos à conduta vergonhosa dos israelitas. Ele deixou clara sua posição quando disse: “Ajustarei contas convosco por todos os vossos erros.” (Amós 3:2) Essas palavras deveriam nos fazer pensar na nossa própria libertação da escravidão ao Egito moderno — o atual perverso sistema mundial. Jeová não nos libertou para que pudéssemos empenhar-nos por objetivos egoístas, mas para que o louvássemos de coração como povo livre, praticando uma adoração pura. E todos nós prestaremos contas sobre como usamos a liberdade que Deus nos deu. — Romanos 14:12.
19. Conforme Amós 4:4, 5, o que a maioria dos israelitas amava?
19 Infelizmente, a maioria dos habitantes de Israel não acatou a poderosa mensagem proferida por Amós. O profeta expôs a eles a sua condição espiritual doentia nas seguintes palavras registradas em Amós 4:4, 5: “Vinde a Betel e cometei transgressão. Cometei freqüentemente transgressão em Gilgal, . . . pois é assim que o amastes, ó filhos de Israel.” Os israelitas não haviam cultivado desejos corretos. Não haviam protegido seu coração. Por isso a maioria deles começou a amar o que era mau e odiar o que era bom. Aqueles obstinados adoradores de bezerros não mudaram. Jeová exigiria uma prestação de contas, e eles continuariam pecando até morrer!
20. Que proceder mostra que aceitamos o convite registrado em Amós 5:4?
20 Para quem viveu em Israel naquele tempo não deve ter sido fácil permanecer fiel a Jeová. Como os cristãos jovens e idosos bem sabem, hoje também não é fácil nadar contra a corrente. Mesmo assim, o amor a Deus e o desejo de agradá-lo motivaram alguns israelitas a realmente praticar a adoração verdadeira. Jeová fez a eles o caloroso convite registrado em Amós 5:4: “Buscai-me e continuai vivendo.” Hoje em dia, Deus também trata com misericórdia os que se arrependem e o buscam por assimilar conhecimento exato de sua Palavra e então fazer sua vontade. Não é fácil seguir tal proceder, mas ele conduz à vida eterna. — João 17:3.
Prosperidade apesar de fome espiritual
21. Que fome atinge os que não praticam a adoração verdadeira?
21 O que podiam aguardar os que não apoiavam a adoração verdadeira? Fome da pior espécie — fome espiritual! “Eis que vêm dias”, disse o Soberano Senhor Jeová, “e eu vou enviar uma fome à terra, uma fome, não de pão, e uma sede, não de água, mas de se ouvirem as palavras de Jeová”. (Amós 8:11) A cristandade está sofrendo as dores dessa fome espiritual. Mas os sinceros entre seus membros conseguem observar a prosperidade espiritual do povo de Deus e estão afluindo à organização de Jeová. O contraste entre a situação da cristandade e a dos verdadeiros cristãos é demonstrado claramente nas palavras de Jeová: “Eis que os meus próprios servos comerão, mas vós passareis fome. Eis que os meus próprios servos beberão, mas vós passareis sede. Eis que os meus próprios servos se alegrarão, mas vós passareis vergonha.” — Isaías 65:13.
22. Que motivos temos para nos alegrar?
22 Será que nós, como servos de Jeová, apreciamos pessoalmente o que temos em matéria de provisões espirituais e bênçãos? Quando estudamos a Bíblia e as publicações cristãs, e assistimos a nossas reuniões congregacionais, assembléias e congressos, sem dúvida sentimos vontade de ‘gritar de júbilo por causa da boa condição do coração’. Ficamos alegres com o nosso entendimento claro da Palavra de Deus, incluindo a divinamente inspirada profecia de Amós.
23. O que usufruem os que glorificam a Deus?
23 Para todas as pessoas que amam a Deus e desejam glorificá-lo, a profecia de Amós contém uma mensagem de esperança. Não importa qual seja a nossa condição financeira atual ou que provações tenhamos de enfrentar neste mundo atribulado, nós, que amamos a Deus, temos as bênçãos dele e o melhor alimento espiritual. (Provérbios 10:22; Mateus 24:45-47) E quem merece toda a glória por isso é Deus, que nos fornece generosamente todas essas coisas. Portanto, estejamos decididos a louvá-lo eternamente, de todo o coração. Poderemos ter essa honra e alegria se buscarmos a Jeová, o Examinador dos corações.
-