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  • Chegada em um mundo frio e hostil
    Despertai! — 2003 | 22 de dezembro
    • Chegada em um mundo frio e hostil

      O BEBÊ já nasce num mundo frio e hostil, cheio de tensão. Embora não consiga expressar verbalmente seus sentimentos, alguns cientistas acreditam que, mesmo antes do nascimento, o feto está consciente do que se passa à sua volta.

      O livro The Secret Life of the Unborn Child (A Vida Secreta da Criança por Nascer) comenta: “Sabemos agora que o feto é um ser humano consciente e reagente, cuja vida emocional ativa começa a partir do sexto mês (talvez até antes).” É bem provável que o bebê não se lembre, mas alguns cientistas acreditam que a estressante experiência do nascimento afeta sua vida futura.

      Depois do nascimento, a tensão continua. Fora do útero da mãe, o bebê não é mais alimentado automaticamente. O “tubo” que transportava oxigênio e nutrientes não existe mais. Para sobreviver, o próprio bebê tem de começar a respirar e a ingerir nutrientes. Além disso, precisa de alguém que o alimente e cuide de outras necessidades físicas.

      O recém-nascido precisa também se desenvolver mental, emocional e espiritualmente. Portanto, alguém precisa cuidar desse pequeno ser. Quem é que tem as melhores condições de fazer isso? Do que o bebê mais precisa? Como essas necessidades podem ser satisfeitas da melhor maneira? Os artigos seguintes responderão a essas perguntas.

  • O que os bebês querem e do que precisam
    Despertai! — 2003 | 22 de dezembro
    • O que os bebês querem e do que precisam

      DESDE o nascimento, o recém-nascido precisa de cuidados amorosos, o que inclui afagos e o contato pele com pele. Alguns médicos acreditam que as primeiras 12 horas de vida são fundamentais. Comentam que, logo após o parto, o que a mãe e o bebê mais precisam e querem “não é dormir nem comer, mas receber carinho e abraços, e se olhar e escutar um ao outro”.a

      Instintivamente, os pais seguram o bebê no colo, abraçam, afagam e acalentam-no. O bebê, por sua vez, sente-se confiante e achegado a seus pais, e reage à atenção recebida. O poder desse vínculo é tão forte que os pais farão quaisquer sacrifícios para cuidar do bebê ininterruptamente, se for preciso.

      Por outro lado, sem o amoroso vínculo com os pais, o bebê pode literalmente definhar e morrer. Portanto, alguns médicos acham importante que, após o parto, o recém-nascido seja entregue imediatamente à mãe e fique com ela de 30 a 60 minutos, pelo menos.

      Apesar de ser considerado extremamente necessário logo após o parto, alguns hospitais não facilitam o vínculo afetivo imediato entre mãe e bebê, tornando-o às vezes difícil ou quase impossível. É comum acontecer de bebês serem separados da mãe por causa do perigo de contaminação com infecções. Há indícios, porém, de que a taxa de infecções letais pode na verdade cair quando o bebê fica com a mãe. É por isso que cada vez mais hospitais estão se convencendo da necessidade de haver contato prolongado entre mãe e bebê, logo após o parto.

      Preocupações com o vínculo afetivo

      Algumas mães não se sentem emocionalmente apegadas ao bebê logo na primeira vez que o vêem. Por isso, elas talvez se perguntem se terão problemas em criar o vínculo afetivo. Há realmente casos de mães que não sentiram amor à primeira vista por seus filhos. Mas não há razão para se preocupar.

      Mesmo quando a afeição maternal chega um pouco depois, ainda assim é possível desenvolvê-la plenamente mais tarde. “Não acontece nada durante o parto que determine se você vai ser bem-sucedida ou vai fracassar no relacionamento com seu filho”, observa uma mãe experiente. Mesmo assim, se você estiver grávida e está apreensiva, seria recomendável conversar antecipadamente com seu obstetra. Seja objetiva ao falar sobre quando e quanto tempo quer ficar com seu bebê no processo do vínculo afetivo, após o parto.

      “Conversa comigo!”

      Parece haver certos períodos em que bebês e crianças pequenas estão especialmente receptivos a estímulos específicos. Depois de algum tempo, esses períodos se encerram. Por exemplo, o cérebro infantil domina um idioma com facilidade, até mais que um, mas parece que o período mais propício para o aprendizado de idiomas é até os cinco anos de idade.

      A partir da puberdade — que pode variar dos 12 a 14 anos —, aprender um idioma pode ser uma tarefa muito desafiadora. Segundo o neurologista pediátrico Peter Huttenlocher, isso acontece porque a partir dessa faixa etária “diminui a densidade e o número de sinapses nas áreas lingüísticas do cérebro”. Fica claro, então, que os primeiros anos de vida são fundamentais para se adquirir habilidades lingüísticas!

      Como as crianças pequenas conseguem a façanha de aprender a falar, tão importante para seu desenvolvimento cognitivo? Em primeiro lugar, quando interagem verbalmente com os pais. As crianças reagem em especial a estímulos provenientes de humanos. “O bebê . . . imita a voz da mãe”, observa Barry Arons, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, EUA. É interessante que os bebês, no entanto, não imitam todos os sons. Segundo Arons, o bebê “não assimila o rangido do berço, que ocorreu simultaneamente com a fala da mãe”.

      Pais com diferentes formações culturais falam com seus bebês usando o mesmo estilo melodioso, que alguns chamam de “mamanhês”. Quando os pais falam de maneira amorosa, a freqüência cardíaca da criança aumenta. Acredita-se que isso contribua para acelerar a correlação entre as palavras e os objetos que representam. Sem dizer uma palavra, o bebê está transmitindo o seguinte: “Conversa comigo!”

      “Olha para mim!”

      Já ficou comprovado que no primeiro ano o bebê apega-se emocionalmente ao adulto que cuida dele, geralmente a mãe. Na verdade, o bebê, cujo vínculo afetivo está bem estabelecido, se relaciona melhor com outros do que os bebês que ainda não se sentem seguros em seu vínculo afetivo com os pais. Acredita-se que esse vínculo com a mãe tem de estar estabelecido quando a criança atinge três anos de idade.

      O que pode acontecer caso um bebê seja ignorado no período em que o cérebro está mais receptivo a influências externas? Martha Farrell Erickson, que acompanhou o caso de 267 mães e seus filhos por mais de 20 anos, deu sua opinião a respeito disso: “A negligência vagarosa e persistente corrói o entusiasmo e a energia da criança a ponto de deixá-la com pouquíssima vontade de interagir com outros ou de explorar o mundo.”

      Para ilustrar seu conceito sobre as sérias conseqüências da negligência emocional, o Dr. Bruce Perry, do Hospital Infantil do Texas, comenta: “Se você me pedisse para pegar um bebê de seis meses e escolher entre quebrar todos os seus ossos e ignorá-lo emocionalmente durante dois meses, diria que o bebê estaria em melhores condições se todos os seus ossos fossem quebrados.” Por quê? Na opinião do Dr. Perry, “os ossos podem colar outra vez, mas se uma criança não tiver o adequado estímulo mental por dois meses, isso causará desorganização cerebral permanente”. Nem todos concordam que essa lesão é irreparável. Mesmo assim, estudos científicos indicam que ambientes onde o estímulo emocional é favorecido contribuem muito para o desenvolvimento cerebral da criança.

      “Em suma”, diz o livro Infants (Bebês), “[eles] estão preparados para amar e ser amados”. Quando uma criancinha chora, na verdade está quase sempre implorando a seus pais: “Olha para mim!” É importante que os pais a atendam de maneira carinhosa. Por meio dessa interatividade, o bebê torna-se consciente de que é capaz de transmitir suas necessidades a outros. Ele está aprendendo a se relacionar com outras pessoas.

      ‘Será que não vou mimá-lo desse jeito?’

      “E se eu atendê-lo toda vez que ele chorar, não vou mimá-lo desse jeito?”, você pode se perguntar. Talvez. As opiniões são muito divergentes nesse sentido. Visto que cada criança tem características únicas, os pais geralmente têm de descobrir que tática funciona melhor. No entanto, algumas pesquisas recentes indicam que, quando o recém-nascido está com fome, sente-se incomodado ou está agitado, o sistema nervoso simpático libera hormônios do estresse. Daí, ele externa sua aflição por meio do choro. Comenta-se que, quando o pai ou a mãe o atende e supre suas necessidades, o adulto dá início à formação de redes de células no cérebro do bebê que o ajudam a aprender a se acalmar. Além disso, segundo a Dra. Megan Gunnar, o bebê que foi atendido de maneira cuidadosa produz menos cortisol — hormônio de estresse. E mesmo quando fica aflito, ele interrompe mais cedo a reação de estresse.

      “De fato”, comenta Erickson, “os bebês que foram atendidos mais rápida e consistentemente, em especial durante os primeiros 6 a 8 meses, na verdade choram menos que os bebês que foram deixados sem atendimento”. É importante também diversificar a maneira de atender o bebê. Se você o fizer sempre da mesma forma, talvez amamentando-o ou pegando no colo, ele pode ficar realmente mimado. Às vezes ele pára de chorar só de escutar a sua voz. Ou então, aproximar-se dele e falar algo em voz baixa perto do ouvido pode ser suficiente. Ainda outra opção é tocá-lo nas costas ou na barriga.

      “O dever do bebê é chorar.” Assim diz um ditado no Oriente. Para o bebê, chorar é a melhor maneira de expressar o que ele quer. Como você se sentiria caso fosse ignorado toda vez que solicitasse alguma coisa? Então, como deve se sentir seu bebê, que fica indefeso sem um cuidador, se for desprezado toda vez que implora sua atenção? Quem, no entanto, deve atender a esse apelo?

      Quem é que cuida do bebê?

      Há algum tempo, um censo realizado nos Estados Unidos revelou que 54% das crianças até 8 ou 9 anos recebem algum tipo de cuidado constante de outras pessoas que não são seus pais. Em muitos casos, tanto o pai como a mãe têm de trabalhar para conseguir pagar as despesas mensais do lar. Muitas mães tiram a licença-maternidade, quando possível, a fim de cuidar do recém-nascido por algumas semanas ou meses. Mas quem vai cuidar do bebê depois disso?

      É claro que não há regras rigorosas que orientam essas decisões. Mas é bom lembrar que a criança ainda está vulnerável durante esse período crucial da vida. Tanto o pai como a mãe devem analisar esse assunto seriamente. Na hora de decidir o que fazer, eles precisam analisar com cuidado todas as opções.

      “Está ficando cada vez mais claro que deixar até mesmo o melhor dos centros educacionais infantis cuidar dos filhos não substitui o tempo que eles precisam passar com a mãe e com o pai”, comenta o Dr. Joseph Zanga, da Academia Americana de Pediatria. Alguns especialistas se mostram preocupados com o fato de que bebês deixados em creches acabam não recebendo atenção do cuidador na medida necessária.

      Algumas mães que trabalhavam fora, conscientes das necessidades fundamentais da criança, decidiram ficar em casa em vez de deixar que outras pessoas cuidassem das necessidades emocionais dos filhos. Certa mulher afirmou: “Fui agraciada com uma alegria que honestamente acredito não ser possível achar em nenhum emprego.” Naturalmente, a situação econômica nem sempre permite que as mães tomem decisões como essa. Muitos pais não têm outra escolha a não ser apelar para as instituições de cuidados infantis, enquanto fazem o máximo para suprir os filhos, quando estão juntos, da atenção e do carinho necessários. Ao mesmo tempo, há vários casos em que o pai ou a mãe sem cônjuge, com poucas opções nesse aspecto, fazem um esforço considerável na criação dos filhos e com excelentes resultados.

      Ser pai ou mãe pode ser uma tarefa que dá muita alegria e é cheia de emoções. Ainda assim, é desafiadora e exige muito dos pais. Como ser bem-sucedido nessa tarefa?

      [Nota(s) de rodapé]

      a Nesta série de artigos, Despertai! apresenta opiniões de diferentes e bem-conceituados especialistas em cuidados infantis, visto que suas pesquisas podem ser úteis e informativas para os pais. No entanto, deve-se reconhecer que esses pontos de vista, com o tempo, ficam muitas vezes sujeitos a mudanças e revisões, diferentemente dos padrões bíblicos que Despertai! apóia sem reservas.

      [Quadro na página 6]

      Bebês silenciosos

      Médicos japoneses afirmam que está havendo um aumento de bebês que não choram nem sorriem. O pediatra Satoshi Yanagisawa os chama de bebês silenciosos. Por que eles param de demonstrar emoções? Alguns médicos acreditam que isso acontece porque os bebês são privados do contato parental. Essa situação é chamada de abandono imposto. Outra teoria sugere que, quando as tentativas de comunicação são constantemente ignoradas ou mal interpretadas, os bebês por fim acabam desistindo de se comunicar.

      Caso o bebê não receba o estímulo adequado na hora certa, a parte do cérebro responsável pela qualidade da empatia poderá não se desenvolver, sugere o Dr. Bruce Perry, chefe da seção psiquiátrica do Hospital Infantil do Texas, EUA. Nos casos em que há extrema negligência emocional, a capacidade de demonstrar empatia pode ser irrecuperável. O Dr. Perry acredita que o fato de algumas pessoas terem abusado de substâncias químicas, como o álcool e as drogas, e serem violentas durante a adolescência pode estar relacionado com a negligência emocional nos primeiros meses de vida.

      [Foto na página 7]

      O vínculo afetivo entre os pais e o bebê se fortifica à medida que eles interagem

  • Dar aos filhos o que eles mais precisam
    Despertai! — 2003 | 22 de dezembro
    • Dar aos filhos o que eles mais precisam

      FICA óbvio, a partir do que foi apresentado nos artigos anteriores, que os filhos precisam de muito carinho, e é evidente que muitos deles não estão conseguindo o que precisam. A situação em que muitos jovens se encontram hoje sugere exatamente isso. “Nossos jovens nunca estiveram tão distantes de suas famílias, tão desprovidos de experiência e de sabedoria prática”, lamentou uma pesquisadora citada no jornal The Globe and Mail, de Toronto, Canadá.

      O que saiu errado? Pode-se atribuir o problema, pelo menos em parte, ao fato de as pessoas desconhecerem a importância de dar atenção às criancinhas? “Todos nós precisamos aprender a ser pais”, explica uma psicóloga que ensina mulheres com baixa renda a cuidar dos recém-nascidos. “E precisamos nos dar conta de que seremos grandemente recompensados pelo tempo que gastamos com os filhos agora.”

      Até os bebês precisam de instrução constante. Não apenas de uns minutinhos ocasionais, mas com regularidade — sim, várias vezes ao longo do dia. É imprescindível para o desenvolvimento saudável de seu filho que você gaste tempo com ele desde a primeira infância.

      É necessário preparação

      A fim de cumprir essa pesada responsabilidade, os pais precisam se preparar para a chegada do bebê. Podem aprender com o princípio mencionado por Jesus referente ao valor do planejamento. Ele disse: “Quem de vós, querendo construir uma torre, não se assenta primeiro e calcula a despesa?” (Lucas 14:28) Criar filhos — normalmente chamado de “projeto de 20 anos” — é bem mais complexo que construir uma torre. Então, para criar um filho é preciso ter um plano de trabalho, por assim dizer.

      Em primeiro lugar, é importante preparar-se mental e espiritualmente para essa responsabilidade. Um estudo feito com 2.000 grávidas na Alemanha constatou que eram bem mais saudáveis — emocional e fisicamente — os filhos de mães que desejavam constituir família do que os filhos cujas mães não queriam tê-los. Por outro lado, um pesquisador calculou que uma mulher, num casamento tumultuado, corre um risco 237% maior de dar à luz bebês emocional ou fisicamente prejudicados do que a mulher que tem um relacionamento estável e seguro.

      Fica claro, então, que o pai desempenha um papel importante no bom desenvolvimento do filho. O Dr. Thomas Verny observou: “Poucas coisas são mais prejudiciais para uma criança, tanto em sentido emocional como físico, do que um pai que abusa ou negligencia a esposa grávida.” Na verdade, tem-se observado constantemente que o melhor presente que um pai poderia dar ao seu filho é amar a mãe deste.

      Hormônios relacionados com ansiedade e estresse, liberados na corrente sanguínea da mãe, podem prejudicar o feto. No entanto, acredita-se que o que realmente prejudica o feto não é a mãe sentir uma emoção negativa passageira ou passar por acontecimentos estressantes uma vez ou outra, mas, sim, ficar extremamente ansiosa ou continuar assim por um longo período. O fator mais importante parece ser como a mulher grávida se sente em relação ao bebê que está para chegar.a

      E se você estiver grávida e seu marido não a apoiar, ou se você pessoalmente não gostar da idéia de ser mãe? Não é incomum que as circunstâncias façam com que uma mulher se sinta deprimida em relação à sua gravidez. Porém, lembre-se sempre de que a culpa não é do bebê. Como, então, você pode se manter calma apesar de circunstâncias adversas?

      A sábia orientação da Palavra de Deus, a Bíblia, vem sendo de grande ajuda para milhões de pessoas. Ela diz: “Em tudo, por oração e súplica, junto com agradecimento, fazei conhecer as vossas petições a Deus; e a paz de Deus, que excede todo pensamento, guardará os vossos corações e as vossas faculdades mentais por meio de Cristo Jesus.” Você ficará surpresa de constatar que viver segundo essas palavras a ajudará a seguir o conselho de ‘não ficar ansiosa por coisa alguma’. (Filipenses 4:6, 7) Você sentirá o apoio e o cuidado do Criador, que pode tomar conta de você. — 1 Pedro 5:7.

      Não é uma experiência anormal

      Logo nas primeiras semanas depois do parto, algumas mães jovens sentem uma inexplicável tristeza e letargia. Até as mães que ficaram contentes com o nascimento do bebê podem se tornar temperamentais. Essas mudanças de comportamento são normais. Isso acontece porque depois do parto a mãe pode ter mudanças drásticas nos níveis de hormônios. Também é comum algumas mães encararem como um desafio muito grande os deveres da maternidade, como amamentação, troca de fraldas e cuidados com o bebê, que não tem noção de horários.

      Uma mãe achava que seu bebê estava chorando só para atormentá-la. Não é de admirar que no Japão um especialista em criação de filhos tenha dito: “Ninguém está isento de sentir o estresse relacionado com a criação de filhos.” Segundo esse especialista, “o mais importante para a mãe é nunca se isolar”.

      Mesmo que às vezes a mãe se sinta deprimida, ela pode proteger o bebê contra suas mudanças de temperamento. A revista Time publicou: “Mães deprimidas que conseguiram vencer a melancolia, cobrindo seus bebês de atenção e brincando com eles de maneira divertida, têm filhos com atividade cerebral de natureza consideravelmente mais alegre.”b

      O pai também pode ajudar

      O pai não raro está em melhor condição de prestar ajuda e dar apoio. Quando o bebê chora à noite, muitas vezes o pai pode cuidar das necessidades do bebê para que sua esposa continue dormindo. A Bíblia diz: “Maridos, sejam compreensivos na vida conjugal, mostrando consideração.” — 1 Pedro 3:7, Bíblia Pastoral (1990).

      Jesus Cristo forneceu o exemplo perfeito para os maridos seguirem. Ele até deu sua vida por seus seguidores. (Efésios 5:28-30; 1 Pedro 2:21-24) Portanto, os maridos que sacrificam seus confortos pessoais e tomam certas iniciativas em ajudar na criação dos filhos estão imitando a Cristo. De fato, criar filhos é um trabalho conjunto dos dois genitores.

      Um trabalho conjunto que requer cooperação

      “Nós nos sentamos para conversar detalhadamente sobre que tipo de criação deveríamos dar à nossa filha”, diz Yoichiro, pai duma menina de dois anos. “Toda vez que surge uma questão, conversamos sobre como devemos agir.” Yoichiro se dá conta de que sua esposa precisa de descanso e ele com freqüência leva a filha junto quando sai para fazer alguma coisa fora de casa.

      Tempos atrás, quando as famílias eram normalmente maiores e mais unidas, os pais podiam contar com a ajuda dos filhos mais velhos e dos parentes, na criação dos filhos. Portanto, não é de admirar que uma funcionária do Centro de Amparo à Criação de Filhos em Kawasaki, Japão, tenha dito o seguinte: “Na maioria das vezes, as mães ficam aliviadas só de conversar com outros a respeito disso. Com um pouquinho de ajuda, muitas mães conseguem lidar com os obstáculos.”

      A revista Parents comenta que os pais “precisam de um grupo de pessoas com as quais possam entrar em contato para conversar sobre suas preocupações”. Onde se pode encontrar esse grupo de pessoas? Se tiverem mente aberta, os novos pais e mães poderão se beneficiar da ajuda que os próprios pais e os sogros podem dar nesse respeito. É claro que os avós devem reconhecer que as decisões finais sempre cabem ao jovem casal.c

      Outra fonte com que os jovens pais poderão sempre contar são os que compartilham sua fé. Na congregação das Testemunhas de Jeová em sua localidade, você poderá encontrar pessoas que têm anos de experiência na criação de filhos e estão dispostas a ouvir seus problemas, além de estar em condições de dar algumas sugestões úteis. Sempre que necessário, poderá solicitar a ajuda de “mulheres idosas” — termo usado pela Bíblia ao se referir às mulheres com maior experiência na vida como cristãs — que estarão dispostas a auxiliar as mais jovens. — Tito 2:3-5.

      É verdade que os pais precisam ser seletivos ao escutar a opinião de outros. “De repente, todos os nossos conhecidos se tornaram especialistas na criação de filhos”, comenta Yoichiro. Takako, sua esposa, admite: “No começo, ficava perturbada com as sugestões dos outros, visto que entendia como crítica à minha inexperiência.” Porém, ao aprender de outros, muitos maridos e esposas foram ajudados a ter um conceito equilibrado sobre prover aos filhos o que eles precisam.

      A melhor ajuda disponível

      Mesmo que pareça não haver ninguém para lhe ajudar, há uma fonte confiável de poder. É Jeová Deus, nosso Criador, cujos olhos podem ver ‘até mesmo o embrião’ daqueles que nascem na Terra. (Salmo 139:16) Jeová disse certa vez a seu povo antigo, conforme registrado em sua Palavra, a Bíblia: “Pode a mulher esquecer-se de seu nenê, de modo a não se apiedar do filho de seu ventre? Mesmo estas mulheres podem esquecer-se, mas eu é que não me esquecerei de ti.” — Isaías 49:15; Salmo 27:10.

      Não, Jeová não se esquece dos pais. Ele deixou escritas na Bíblia várias diretrizes excelentes para os pais criarem os filhos. Por exemplo, uns 3.500 anos atrás, o profeta de Deus, Moisés, escreveu: “Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua força vital.” Daí, Moisés disse: “Estas palavras [incluindo a exortação de amar e servir a Jeová] que hoje te ordeno têm de estar sobre o teu coração; e tens de inculcá-las a teu filho, e tens de falar delas sentado na tua casa e andando pela estrada, e ao deitar-te e ao levantar-te.” — Deuteronômio 6:5-7.

      Qual é, na sua opinião, o ponto principal dessa diretriz contida na Palavra de Deus? Não seria que a educação dos filhos deve ser feita em base regular, contínua, ou seja, algo a ser feito todos os dias? Realmente, programar um pouco aqui, um pouco ali, o chamado “tempo de qualidade” com os seus pequeninos não é suficiente. Visto que os momentos importantes de comunicação muitas vezes são espontâneos, você precisa estar disponível para os filhos em base regular. Fazer isso tornará possível cumprir a ordem bíblica: “Educa o rapaz segundo o caminho que é para ele.” — Provérbios 22:6.

      A instrução adequada dos filhos pequenos inclui ler em voz alta para eles. A Bíblia nos informa que o discípulo cristão Timóteo, do primeiro século, ‘conhecia os escritos sagrados desde a infância’. Portanto, obviamente Eunice, sua mãe, e sua avó Lóide liam para ele em voz alta quando ainda era bebê. (2 Timóteo 1:5; 3:14, 15) É bom fazer isso tão logo comece a falar com o bebê. Mas o que se deve ler e qual é a melhor maneira de ensinar uma criancinha?

      Leia a Bíblia para os seus filhos. Evidentemente era a leitura desse livro que Timóteo escutava. Estão também disponíveis livros que ajudam as crianças a se familiarizar com a Bíblia por meio de gravuras coloridas, que facilitam a visualização das coisas que a Bíblia ensina. Por exemplo, há os livros Meu Livro de Histórias Bíblicas e O Maior Homem Que Já Viveu, que ajudaram milhões de crianças a gravar na mente e no coração os ensinamentos bíblicos.

      Conforme explica a Bíblia: “Os filhos [e as filhas] são uma herança da parte de Jeová; o fruto do ventre é uma recompensa.” (Salmo 127:3) Seu Criador entregou aos seus cuidados “uma herança”, um bebê maravilhoso, que poderá ser fonte de orgulho e alegria para você. Criar filhos, especialmente para se tornarem louvadores de seu Criador, é na verdade uma carreira recompensadora!

      [Nota(s) de rodapé]

      a Não só hormônios do estresse, mas também nicotina, álcool e outras drogas podem ser prejudiciais para o feto. Mulheres grávidas devem evitar por completo toda substância perigosa. Além do mais, é fundamental verificar com o médico se remédios consumidos pela mãe podem afetar o bebê.

      b Se a mãe estiver sentindo tristeza e desesperança profundas, além de desinteresse pelo bebê e pelo mundo, ela pode estar com depressão pós-parto. Se isso for constatado, ela deve consultar um obstetra. Veja a Despertai! de 22 de julho de 2002, páginas 19-23 e a de 8 de junho de 2003, páginas 21-3.

      c Queira ler o artigo “As alegrias e os desafios de ser avós”, na Despertai! de 22 de março de 1999.

      [Foto na página 8]

      Os sentimentos da mãe para com o filho por nascer são muito importantes

      [Foto na página 9]

      Embora a mãe inexperiente sinta mudanças de temperamento após o parto, ela pode fazer muita coisa para que o bebê se sinta amado e seguro

      [Foto na página 10]

      O pai tem responsabilidades na criação dos filhos

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