• É inofensivo mascar bétele?
    Despertai! — 2012 | fevereiro

    • Suas amargas consequências

      “A noz-de-areca é usada desde a antiguidade e assumiu papéis importantes em contextos sociais, culturais e até religiosos”, diz uma reportagem da revista Oral Health. “Os usuários em geral acham que ela não faz mal à saúde e dizem sentir uma sensação de bem-estar, euforia e um calor agradável no corpo . . . Mas os fatos apontam para a direção oposta.” Como assim?

      Autoridades na área de combate às drogas acreditam que um dos alcaloides do bétele pode ser viciador. Para se ter uma ideia, alguns chegam a mascar 50 bételes por dia! Em pouco tempo os dentes ficam manchados, o que pode ser acompanhado de doenças gengivais. De acordo com a Oral Health, os usuários podem ficar com a membrana mucosa da boca vermelho-amarronzada e muitas vezes enrugada. Eles também podem desenvolver fibrose submucosa oral, uma doença “crônica que ao longo do tempo deixa cicatrizes . . . na mucosa bucal”.

      O hábito de mascar bétele também está relacionado com um tipo de câncer chamado carcinoma oral de células escamosas, que também pode atingir a parte de trás da garganta. Isso ajuda a explicar a alta incidência de câncer oral entre adultos no Sudeste Asiático. Em Taiwan, por exemplo, cerca de 85% dos casos de câncer oral são de mascadores de bétele. O jornal The China Post diz: “Em Taiwan, o índice de câncer oral — uma das 10 principais causas de morte nessa ilha — praticamente quadruplicou nos últimos 40 anos.”

      A situação não é muito diferente em outros lugares. O jornal Papua New Guinea Post-Courier diz: “O bétele, o ‘chiclete’ favorito de Papua-Nova Guiné, mata pelo menos 2 mil pessoas por ano e é responsável por muitos problemas de saúde, segundo a Sociedade Médica de PNG.” De acordo com um médico e escritor, “os efeitos do uso crônico do bétele são no mínimo tão amplos quanto os do fumo” e incluem doenças cardiovasculares.