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Em busca da sociedade perfeitaDespertai! — 2000 | 22 de setembro
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Naturalmente, à medida que a biotecnologia vai se tornando mais eficaz, os médicos esperam ter mais recursos para detectar e corrigir os defeitos genéticos que causam diversas doenças ou predispõem os humanos a elas. Além disso, os cientistas esperam com o tempo poder transferir cromossomos artificiais para um embrião humano a fim de protegê-lo contra doenças como o mal de Parkinson, a Aids, o diabetes e o câncer de próstata ou de mama. A criança nasceria assim com um sistema imunológico reforçado. Há também a perspectiva de se ter no futuro medicamentos que “aprimorem” o embrião em desenvolvimento, talvez pela manipulação dos genes a fim de aumentar a inteligência ou melhorar a memória.
Embora os cientistas mais otimistas acreditem que ainda vai levar um bom tempo até os pais poderem escolher em um catálogo o filho que querem ter, para muitas pessoas a idéia de ter a criança dos seus sonhos é muito atraente. Alguns afirmam que seria irresponsável não usar a tecnologia para eliminar doenças genéticas. Afinal, argumentam, não há nada de errado em enviar os filhos para as melhores escolas e para os melhores médicos. Então, por que não procurar ter o melhor bebê possível?
Preocupações com o futuro
Outros, porém, estão preocupados. Por exemplo, o livro The Biotech Century (O Século da Biotecnologia) declara: “Se o diabetes, a anemia falciforme e o câncer hão de ser evitados pela alteração da composição genética das pessoas, por que não fazer o mesmo com ‘distúrbios’ menos graves: miopia, daltonismo, dislexia, obesidade, canhotismo? De fato, o que impediria uma sociedade de decidir que uma certa cor de pele é um distúrbio?”
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Em busca da sociedade perfeitaDespertai! — 2000 | 22 de setembro
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É claro que é pouco provável que as novas tecnologias se tornem facilmente disponíveis nos países mais pobres. Atualmente, em muitas partes, mesmo os cuidados mais básicos com a saúde são escassos. Até em países desenvolvidos a terapia genética talvez seja uma opção disponível apenas aos ricos.
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