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  • g98 22/3 pp. 23-25
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  • Sobrevivi ao vôo 801
  • Despertai! — 1998
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  • Preocupação com as chamas
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Despertai! — 1998
g98 22/3 pp. 23-25

Sobrevivi ao vôo 801

OLHEI pela janela ao nos aproximarmos para aterrissar em Guam. ‘Estranho’, pensei. ‘Parece tão escuro.’ É verdade que já passava da meia-noite e a chuva forte diminuía a visibilidade. Mas onde estavam as conhecidas luzes da ilha e as pistas reluzentes do aeroporto? Tudo o que eu podia ver eram as luzes fracas das asas do nosso avião.

Um dos comissários de bordo deu os anúncios rotineiros em preparação para o pouso, e eu ouvi os trens de pouso se posicionarem firmemente. De repente, houve um barulho alto e o avião raspou no chão, dando solavancos fora de controle. Os passageiros agarraram os braços dos assentos e gritaram: “O que está acontecendo?”

Momentos depois, o Boeing 747 se chocou contra uma colina, errando o aeroporto por cinco quilômetros, evidentemente devido a um erro de cálculo do piloto. Em resultado daquele desastre de avião em 6 de agosto de 1997, um total de 228 passageiros e tripulantes morreram. Fui um dos únicos 26 sobreviventes.

Antes de eu embarcar, em Seul, Coréia, um representante da companhia aérea mudou o meu lugar, e me deu a última poltrona que sobrava na primeira classe. Fiquei tão contente que telefonei para minha esposa, Soon Duck, que me encontraria no aeroporto de Guam. Aquela mudança de lugar me beneficiaria de um modo que eu nem sonhava.

A queda e depois

Devido à pouca visibilidade, os tripulantes talvez não tenham se dado conta do perigo iminente. Tudo aconteceu tão rápido! Num instante eu estava me preparando para o pior, e a próxima coisa de que me lembro é de estar no chão do lado de fora do avião, ainda amarrado ao assento. Não tenho certeza se perdi os sentidos ou não.

‘Será que é um sonho?’, me perguntei. Quando me dei conta de que não era, a primeira coisa em que pensei foi em como minha esposa reagiria quando soubesse do desastre. Mais tarde, ela me disse que nunca perdeu a esperança. Mesmo quando ouviu alguém no aeroporto comentar que apenas sete passageiros haviam sobrevivido, ela achava que eu era um dos sete.

O avião se partira em quatro pedaços que estavam espalhados pelo terreno acidentado e cheio de mato. Havia corpos espalhados por toda parte. Pedaços do avião estavam em chamas, e eu ouvi explosões, bem como gemidos e gritos horríveis. “Socorro! Socorro!”, as pessoas imploravam. Meu assento caíra em capim de 1,80 metro de altura, e sob a luz sinistra do incêndio eu podia ver uma colina íngreme bem perto. Eram cerca de 2 horas da madrugada, e a chuva não parava.

Eu estava tão atordoado que nem pensei que pudesse estar machucado, até que avistei uma garotinha com o couro cabeludo pendendo da nuca. Levei imediatamente a mão à cabeça e descobri que havia um corte sangrando acima do meu olho esquerdo. Comecei a verificar o resto do corpo e descobri vários outros cortes pequenos. Felizmente, nenhum parecia grave. Mas eu sentia uma dor paralisante nas pernas, o que impedia que eu me movesse. Ambas estavam quebradas.

Mais tarde, quando cheguei ao hospital, os médicos classificaram meus ferimentos como “pequenos”. E eram, de fato, em comparação com os dos outros sobreviventes. Um homem foi tirado dos escombros sem as pernas. Outros sofreram queimaduras graves, incluindo três que sobreviveram à queda mas morreram posteriormente, depois de semanas sentindo dores terríveis.

Preocupação com as chamas

Eu não me preocupava com os meus ferimentos, mas em se a equipe de resgate me encontraria a tempo. As seções do meio do avião, onde estaria a minha poltrona, estavam quase completamente destruídas. O que sobrou estava em chamas, e os passageiros presos lá dentro sofreram uma morte agonizante. Nunca me esquecerei dos seus gritos de socorro.

Meu assento estava perto do nariz do avião. Eu estava pertinho dos destroços. Esticando o pescoço para trás, podia ver as chamas. Fiquei com medo de que em pouco tempo elas me alcançassem, mas felizmente isso não aconteceu.

Finalmente resgatados!

Os minutos se arrastavam. Passou mais de uma hora. Enfim, alguns membros duma equipe de resgate encontraram o local do acidente por volta das 3 horas da madrugada. Podia ouvi-los conversando no alto da colina, perplexos com o que viam. Um deles gritou: “Há alguém aí?”

“Estou aqui”, gritei. “Socorro!” Outros passageiros também responderam. Um dos membros da equipe de socorro chamou outro de “Ted”. Assim, comecei a gritar: “Ei, Ted, estou aqui!”, e: “Ted, venha nos ajudar!”

“Já vamos! Esperem”, foi a resposta.

A chuva incessante, que talvez tenha salvado muitos das chamas, dificultava a descida pela encosta escorregadia. Em resultado disso, passou mais uma longa hora até que a equipe de resgate chegasse aos sobreviventes. O tempo que levaram para me encontrar pareceu uma eternidade.

“Estamos aqui”, disseram dois deles que traziam lanternas. “Não se preocupe.” Logo apareceram outros dois e juntos eles tentaram me mover. Dois agarraram os meus braços e outros dois, minhas pernas. Era extremamente doloroso ser carregado daquele modo, principalmente porque eles escorregavam muito na lama. Depois de percorrer uma pequena distância, eles me deixaram no chão. Um deles foi buscar a maca e eu fui levado até onde um helicóptero militar poderia me transportar para uma ambulância no alto da colina.

Por fim, encontrei minha esposa!

Só cheguei à sala de emergência às 5h30 da manhã. Devido à gravidade dos meus ferimentos, os médicos não me permitiram telefonar. De modo que minha esposa só ficou sabendo que eu havia sobrevivido ao desastre às 10h30 da manhã, quase nove horas depois da queda do avião. Ela foi avisada por um amigo que viu meu nome na lista de sobreviventes.

Quando minha esposa finalmente recebeu permissão de me ver, por volta das 16 horas, não a reconheci de imediato. Meus sentidos estavam entorpecidos pelos analgésicos. “Obrigada por estar vivo”, foram as primeiras palavras dela. Não me lembro do que conversamos, porém, mais tarde me disseram que eu respondi: “Não me agradeça. Agradeça a Jeová.”

Dar atenção às prioridades

Ao me recuperar no hospital, a dor que sentia não era novidade. Em 1987, menos de um ano depois de me mudar da Coréia para Guam, caí de um andaime de quatro andares numa construção e quebrei ambas as pernas. Isso mudou minha vida. Minha irmã mais velha, que é Testemunha de Jeová, vinha me incentivando a estudar a Bíblia. O período de seis meses de recuperação me deu oportunidade de fazer isso. Em resultado, naquele mesmo ano dediquei minha vida a Jeová Deus e simbolizei isso pelo batismo em água.

Desde o acidente de avião, tenho pensado em um texto favorito, que diz: “Persisti, pois, em buscar primeiro o reino [de Deus] e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33) Enquanto me recuperava do acidente, tive oportunidade de reavaliar minha vida.

A queda do vôo 801 inculcou em mim, de modo muito forte, o quanto a vida é preciosa. Eu poderia facilmente ter morrido! (Eclesiastes 9:11) De qualquer forma, tive de me submeter a várias cirurgias corretivas e passei mais de um mês me recuperando no hospital.

Agora desejo mostrar ao nosso Grandioso Criador que realmente aprecio sua dádiva maravilhosa da vida, incluindo sua provisão para os humanos desfrutarem vida eterna num paraíso terrestre. (Salmo 37:9-11, 29; Revelação [Apocalipse] 21:3, 4) Reconheço que o melhor modo de mostrar esse apreço é continuar a colocar os interesses do Reino em primeiro lugar na minha vida. — Contribuído.

[Crédito da foto na página 23]

US Navy/Sipa Press

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