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Andar com Deus: os primeiros passosA Sentinela — 1998 | 15 de novembro
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Andar com Deus: os primeiros passos
“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.” — TIAGO 4:8.
1, 2. Por que diria que é um grande privilégio servir a Jeová?
O HOMEM havia passado anos sofrendo numa prisão. Então foi convocado para comparecer perante o governante do país. Os acontecimentos se sucederam rapidamente. De repente, o preso se viu no serviço do monarca mais poderoso então na Terra. Este ex-preso recebeu um cargo de grande responsabilidade e extraordinária honra. José — o homem cujos pés estiveram antes presos com grilhetas — andava então com o rei! — Gênesis 41:14, 39-43; Salmo 105:17, 18.
2 Hoje em dia, humanos têm a oportunidade de estar no serviço de alguém muito maior do que o Faraó do Egito. O Supremo do universo convida todos nós a servi-lo. Que espantoso privilégio é fazer isso, bem como cultivar um relacionamento achegado com Jeová, o Deus Todo-Poderoso! Nas Escrituras, associam-se com ele poder e esplendor majestosos, bem como serenidade, beleza e agradabilidade. (Ezequiel 1:26-28; Revelação [Apocalipse] 4:1-3) Todos os seus tratos são permeados pelo amor. (1 João 4:8) Ele nunca mente. (Números 23:19) E Jeová nunca desaponta os que lhe são leais. (Salmo 18:25) Por nos harmonizarmos com os seus requisitos justos, podemos usufruir uma vida feliz e significativa agora, visando a vida eterna. (João 17:3) Nenhum governante humano oferece algo remotamente comparável a tais bênçãos e privilégios.
3. De que modo Noé “andou com o verdadeiro Deus”?
3 Há muito tempo, o patriarca Noé decidiu viver em harmonia com a vontade e o propósito de Deus. A Bíblia diz referente a ele: “Noé era homem justo. Mostrou-se sem defeito entre os seus contemporâneos. Noé andou com o verdadeiro Deus.” (Gênesis 6:9) É claro que Noé não andou literalmente com Jeová, visto que nenhum homem “jamais viu a Deus”. (João 1:18) Antes, Noé andou com Deus no sentido de fazer o que Deus lhe mandou. Visto que Noé devotou sua vida a fazer a vontade de Jeová, ele tinha um relacionamento cordial e achegado com o Deus Todo-Poderoso. Milhões de pessoas hoje em dia, assim como Noé, ‘andam com Deus’ por viver em harmonia com o conselho e as instruções de Jeová. Como se inicia tal proceder?
Conhecimento exato é essencial
4. Como instrui Jeová o seu povo?
4 Para andarmos com Jeová, temos de primeiro chegar a conhecê-lo. O profeta Isaías predisse: “Na parte final dos dias terá de acontecer que o monte da casa de Jeová ficará firmemente estabelecido acima do cume dos montes e certamente se elevará acima dos morros; e a ele terão de afluir todas as nações. E muitos povos certamente irão e dirão: ‘Vinde, e subamos ao monte de Jeová, à casa do Deus de Jacó; e ele nos instruirá sobre os seus caminhos e nós andaremos nas suas veredas.’ Pois de Sião sairá a lei e de Jerusalém a palavra de Jeová.” (Isaías 2:2, 3) Deveras, podemos ter confiança de que Jeová instruirá a todos os que procuram andar nos seus caminhos. Jeová tem providenciado a sua Palavra, a Bíblia, e ele nos ajuda a entendê-la. Um modo de fazer isso é por meio do “escravo fiel e discreto”. (Mateus 24:45-47) Jeová usa “o escravo fiel” para dar instruções espirituais por meio de publicações baseadas na Bíblia, por reuniões cristãs e pela provisão de estudos bíblicos domiciliares, gratuitos. Deus ajuda também seu povo a entender a sua Palavra por meio do seu espírito santo. — 1 Coríntios 2:10-16.
5. Por que é a verdade bíblica tão preciosa?
5 Embora não paguemos dinheiro pela verdade bíblica, ela é preciosa. Ao estudarmos a Palavra de Deus, aprendemos algo sobre o próprio Deus — seu nome, sua personalidade, seu propósito e o modo de ele lidar com os humanos. Aprendemos também as respostas libertadoras às perguntas fundamentais da vida: Por que existimos? Por que permite Deus o sofrimento? O que nos reserva o futuro? Por que envelhecemos e morremos? Há vida após a morte? Além disso, aprendemos o que Deus requer de nós, quer dizer, como devemos andar para agradá-lo plenamente. Aprendemos que os seus requisitos são razoáveis e maravilhosamente benéficos quando vivemos à altura deles. Sem as instruções de Deus, nunca poderíamos compreender essas coisas.
6. Que rumo nos habilita a seguir o conhecimento exato da Bíblia?
6 A verdade bíblica é poderosa e nos induz a fazer mudanças na vida. (Hebreus 4:12) Antes de adquirir conhecimento das Escrituras, só pudemos andar “segundo o sistema de coisas deste mundo”. (Efésios 2:2) Mas o conhecimento exato da Palavra de Deus nos delineia um rumo diferente, para que possamos ‘andar dignamente de Jeová, com o fim de lhe agradarmos plenamente’. (Colossenses 1:10) Quanta alegria é darmos os primeiros passos em andar com Jeová, a Pessoa mais magnífica no inteiro universo! — Lucas 11:28.
Dois passos importantes, a dedicação e o batismo
7. Ao estudarmos a Palavra de Deus, que verdade sobre a liderança humana se torna evidente?
7 Quando aumentamos em entendimento da Bíblia, começamos a examinar os assuntos humanos e a nossa própria vida à luz espiritual da Palavra de Deus. Assim se evidencia uma verdade importante. Esta verdade foi expressa há muito pelo profeta Jeremias, que escreveu: “Bem sei, ó Jeová, que não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” (Jeremias 10:23) Os humanos — todos nós — precisam da orientação de Deus.
8. (a) O que induz as pessoas a se dedicarem a Deus? (b) O que é a dedicação cristã?
8 Entendermos este fato vital nos motiva a procurar a orientação de Jeová. E o amor a Deus nos induz a dedicar nossa vida a ele. Fazermos a dedicação a Deus significa dirigir-nos a ele em oração e prometer solenemente usar nossa vida para servi-lo e para andar fielmente no seu caminho. Ao fazermos isso, seguimos o exemplo de Jesus, que se apresentou a Jeová com a firme determinação de cumprir a vontade divina. — Hebreus 10:7.
9. Por que dedicam pessoas a sua vida a Jeová?
9 Jeová Deus nunca pressiona ou coage alguém a se dedicar a ele. (Note 2 Coríntios 9:7.) Além disso, Deus não espera que alguém dedique a vida a Ele movido por uma emoção passageira. Antes de alguém ser batizado, ele já tem de ser discípulo, e isso requer esforço sério de assimilar conhecimento. (Mateus 28:19, 20) Paulo instou com os já batizados a ‘apresentar os seus corpos como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus, um serviço sagrado com a sua faculdade de raciocínio’. (Romanos 12:1) É pelo uso similar da nossa faculdade de raciocínio que nos dedicamos a Jeová Deus. Depois de aprendermos o que está envolvido nisso e refletirmos cuidadosamente sobre o assunto, dedicamos voluntária e alegremente nossa vida a Deus. — Salmo 110:3.
10. Que relação tem a dedicação com o batismo?
10 Depois de nos dirigirmos em particular a Deus em oração, para expressar nossa determinação de andar nos seus caminhos, damos o próximo passo. Tornamos pública nossa dedicação pelo batismo em água. Este é uma declaração pública de que votamos fazer a vontade de Deus. Jesus, no início do seu ministério terrestre, foi batizado por João, dando-nos assim um exemplo. (Mateus 3:13-17) Mais tarde, Jesus comissionou seus seguidores a fazer discípulos e a batizá-los. Portanto, a dedicação e o batismo são passos essenciais para quem deseja andar com Jeová.
11, 12. (a) De que forma pode o batismo ser comparado ao casamento? (b) Que paralelo se pode estabelecer entre nosso relacionamento com Jeová e o existente entre marido e esposa?
11 Tornar-se discípulo dedicado e batizado de Jesus Cristo é algo similar a se casar. Em muitos países, o dia do casamento é precedido por diversos passos dados. Um homem e uma mulher se encontram, chegam a conhecer-se e se enamoram. A seguir vem o noivado. O casamento torna público o que foi decidido em particular — contraírem núpcias e então viverem juntos como marido e esposa. É o casamento que marca publicamente o começo deste relacionamento especial. Esta data marca o começo da vida marital. De forma comparável, o batismo marca o começo duma vida devotada a andar num relacionamento dedicado com Jeová.
12 Considere outro paralelo. Depois do dia do casamento, o amor entre marido e esposa deve aprofundar-se e amadurecer. Para se achegarem cada vez mais um ao outro, ambos os cônjuges têm de esforçar-se altruistamente a manter e a fortalecer sua relação marital. Embora nós não nos casemos com Deus, depois de nosso batismo temos de esforçar-nos a manter um relacionamento achegado com Jeová. Ele observa e aprecia nossos esforços de fazer a sua vontade e se chega a nós. “Chegai-vos a Deus”, escreveu o discípulo Tiago, “e ele se chegará a vós”. — Tiago 4:8.
Andar nos passos de Jesus
13. Ao andarmos com Deus, o exemplo de quem devemos seguir?
13 Para andarmos com Jeová, temos de seguir o exemplo dado por Jesus Cristo. O apóstolo Pedro escreveu: “Fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos.” (1 Pedro 2:21) Visto que Jesus era perfeito e nós somos imperfeitos, não podemos seguir imaculadamente o exemplo que nos deu. Não obstante, Jeová espera que façamos o melhor que pudermos. Consideremos cinco aspectos da vida e do ministério de Jesus, que os cristãos dedicados devem esforçar-se a imitar.
14. O que está envolvido em se conhecer a Palavra de Deus?
14 Jesus tinha conhecimento exato e cabal da Palavra de Deus. Durante o seu ministério, Jesus citava freqüentemente as Escrituras Hebraicas. (Lucas 4:4, 8) Naturalmente, os iníquos líderes religiosos daqueles dias também citavam as Escrituras. (Mateus 22:23, 24) A diferença era que Jesus entendia o que as Escrituras queriam dizer, e aplicava isso na sua vida. Ele conhecia não só a letra da Lei, mas também o espírito dela. Ao seguirmos o exemplo de Jesus, também devemos esforçar-nos a compreender a Palavra de Deus, entendendo o sentido, ou espírito, dela. Por fazermos isso, podemos tornar-nos obreiros divinamente aprovados, capazes de ‘manejar corretamente a palavra da verdade’. — 2 Timóteo 2:15.
15. Como deu Jesus o exemplo de se falar sobre Deus?
15 Cristo Jesus falava aos outros sobre o seu Pai celestial. Jesus não guardava para si o conhecimento da Palavra de Deus. Até mesmo seus inimigos o chamavam de “Instrutor”, pois, onde quer que estivesse, ele falava aos outros sobre Jeová e os propósitos Deste. (Mateus 12:38) Jesus pregava publicamente na área do templo, em sinagogas, em cidades e na zona rural. (Marcos 1:39; Lucas 8:1; João 18:20) Ensinava com compaixão e bondade, mostrando amor para com aqueles que ele queria ajudar. (Mateus 4:23) Os que seguem o exemplo de Jesus também encontram muitos lugares e modos para ensinar a outros algo sobre Jeová Deus e os maravilhosos propósitos dele.
16. Quão achegado era o relacionamento de Jesus com co-adoradores de Jeová?
16 Jesus sentia-se bem achegado aos outros que adoravam a Jeová. Enquanto Jesus em certa ocasião falava às multidões, sua mãe e seus irmãos descrentes vieram falar com ele. O relato bíblico diz: “Alguém lhe disse: ‘Eis que a tua mãe e teus irmãos estão parados lá fora, procurando falar-te.’ Em resposta, ele disse ao que lhe dizia isso: ‘Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?’ E, estendendo a mão para os seus discípulos, disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos! Pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está no céu, este é meu irmão, e minha irmã e minha mãe.’” (Mateus 12:47-50) Isto não significa que Jesus rejeitasse a sua família, porque acontecimentos subseqüentes provam que ele não fez isso. (João 19:25-27) No entanto, este relato enfatiza o amor que Jesus tinha por concrentes. De forma similar hoje, os que andam com Jeová Deus procuram a companhia de outros servos Dele e passam a amá-los muito. — 1 Pedro 4:8.
17. O que achava Jesus de fazer a vontade de seu Pai celestial e como deve isso afetar a nós?
17 Por fazer a vontade divina, Jesus mostrava que amava seu Pai celestial. Jesus obedecia a Jeová em tudo. Ele disse: “Meu alimento é eu fazer a vontade daquele que me enviou e terminar a sua obra.” (João 4:34) Cristo disse também: “Faço sempre as coisas que . . . agradam [a Deus].” (João 8:29) Jesus amava seu Pai celestial tanto, que “humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, sim, morte numa estaca de tortura”. (Filipenses 2:8) Jeová, por sua vez, abençoou Jesus, enaltecendo-o a uma posição de autoridade e de honra, secundária apenas a Ele mesmo. (Filipenses 2:9-11) Nós, assim como Jesus, mostramos nosso amor a Deus por guardar seus mandamentos e por fazer a sua vontade. — 1 João 5:3.
18. De que modo deu Jesus um exemplo na questão da oração?
18 Jesus era um homem que orava constantemente. Ele orou por ocasião do seu batismo. (Lucas 3:21) Antes de escolher seus 12 apóstolos, devotou uma noite inteira à oração. (Lucas 6:12, 13) Jesus ensinou aos seus discípulos como se ora. (Lucas 11:1-4) Na noite antes da sua morte, orou a favor dos seus discípulos e com eles. (João 17:1-26) A oração era uma parte importante da vida de Jesus, assim como deve ser da nossa vida, visto que somos seguidores dele. Que honra é falar ao Soberano Universal em oração! Além disso, Jeová responde às orações, porque João escreveu: “Esta é a confiança que temos nele, que, não importa o que peçamos segundo a sua vontade, ele nos ouve. Ainda mais, se soubermos que ele nos ouve com respeito àquilo que pedimos, sabemos que havemos de ter as coisas pedidas, visto que as pedimos a ele.” — 1 João 5:14, 15.
19. (a) Que qualidades de Jesus devemos imitar? (b) Como somos beneficiados por estudarmos a vida e o ministério de Jesus?
19 Há muito a aprender quando se examina de perto a vida e o ministério terrestres de Jesus Cristo! Reflita nas qualidades que ele mostrou ter: amor, compaixão, bondade, força, equilíbrio, razoabilidade, humildade, coragem e altruísmo. Quanto mais aprendemos sobre Jesus, maior se torna nosso desejo de sermos seguidores fiéis dele. O conhecimento de Jesus também nos achega mais a Jeová. Afinal, Jesus era a imagem perfeita de seu Pai celestial. Tinha tanta intimidade com Jeová, que podia dizer: “Quem me tem visto, tem visto também o Pai.” — João 14:9.
Confie em Deus para sustentá-lo
20. Como podemos ganhar confiança em andar com Jeová?
20 Quando as crianças começam a aprender a andar, seus passos são inseguros. Como aprendem a andar com confiança? Só com a prática e a perseverança. Pois bem, os que andam com Jeová procuram andar num passo confiante e firme. Isto também requer tempo e perseverança. Paulo salientou a importância da perseverança em se andar com Deus ao escrever: “Finalmente, irmãos, solicitamo-vos e exortamo-vos pelo Senhor Jesus, assim como recebestes instrução de nós quanto a como deveis andar e agradar a Deus, como de fato estais andando, que persistais em fazê-lo ainda mais plenamente.” — 1 Tessalonicenses 4:1.
21. Que bênçãos podemos usufruir por andar com Jeová?
21 Se estivermos plenamente devotados a Deus, então ele nos ajudará a continuar a andar com ele. (Isaías 40:29-31) Nada que este mundo tenha a oferecer pode comparar-se com as bênçãos que ele dá aos que andam nos seus caminhos. Ele é ‘Aquele que nos ensina a tirar proveito, Aquele que nos faz pisar no caminho em que devemos andar. E se prestarmos realmente atenção aos seus mandamentos, nossa paz se tornará como um rio e a nossa justiça como as ondas do mar’. (Isaías 48:17, 18) Por aceitarmos o convite de andar com Deus e por fazermos isso fielmente, podemos usufruir para sempre a paz com ele.
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Andar com Deus visando a eternidadeA Sentinela — 1998 | 15 de novembro
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Andar com Deus visando a eternidade
“Andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, por tempo indefinido, para todo o sempre.” — MIQUÉIAS 4:5.
1. Por que pode Jeová ser chamado de “Rei da eternidade”?
JEOVÁ DEUS não teve princípio. Ele é apropriadamente chamado de “o Antigo de Dias”, visto que sua existência se estende infindavelmente pelo passado. (Daniel 7:9, 13) Jeová terá também um futuro eterno. Só ele é o “Rei da eternidade”. (Revelação [Apocalipse] 10:6; 15:3) E aos olhos dele, mil anos são “apenas como o ontem que passou e como uma vigília durante a noite”. — Salmo 90:4.
2. (a) Qual é o propósito de Deus para com os humanos obedientes? (b) Em que devemos fixar nossas esperanças e nossos planos?
2 Visto que o Dador da vida é eterno, ele pôde oferecer ao primeiro casal humano, Adão e Eva, a perspectiva de vida infindável no Paraíso. Por causa da sua desobediência, porém, Adão perdeu o direito à vida eterna, transmitindo o pecado e a morte aos seus descendentes. (Romanos 5:12) No entanto, a rebelião de Adão não frustrou o propósito original de Deus. É da vontade de Jeová que humanos obedientes vivam para sempre, e ele cumprirá sem falta o seu propósito. (Isaías 55:11) Como é apropriado, então, que fixemos nossas esperanças e nossos planos em servir a Jeová visando a eternidade. Ao passo que queremos manter bem em mente o “dia de Jeová”, é vital que nos lembremos de que nosso objetivo é andar com Deus para sempre. — 2 Pedro 3:12.
Jeová age no seu tempo designado
3. Como sabemos que Jeová tem um “tempo designado” para cumprir seus propósitos?
3 Por andarmos com Deus, estamos vivamente interessados em cumprir a vontade dele. Sabemos que Jeová é o Grande Cronometrista, e temos confiança de que ele nunca deixará de cumprir seus propósitos no seu tempo designado. Por exemplo, “quando chegou o pleno limite do tempo, Deus enviou o seu Filho”. (Gálatas 4:4) O apóstolo João foi informado que havia um “tempo designado” para o cumprimento dos assuntos proféticos que ele viu em sinais. (Revelação 1:1-3) Há “o tempo designado para os mortos serem julgados”. (Revelação 11:18) Há mais de 1.900 anos, o apóstolo Paulo foi inspirado a dizer que Deus “fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada”. — Atos 17:31.
4. Como sabemos que Jeová deseja acabar com este iníquo sistema de coisas?
4 Jeová acabará com este iníquo sistema de coisas, porque o seu nome está sendo vituperado no mundo atual. Os iníquos têm florescido. (Salmo 92:7) Eles insultam a Deus por palavras e por atos, e é doloroso para ele ver seus servos injuriados e perseguidos. (Zacarias 2:8) Não é de admirar que Jeová tenha decretado que toda a organização de Satanás em breve seja eliminada! Deus determinou exatamente quando isso se dará, e o cumprimento de profecias bíblicas torna claro que vivemos agora no “tempo do fim”. (Daniel 12:4) Ele agirá em breve para a bênção de todos os que o amam.
5. Como encaravam Ló e Habacuque as condições que os cercavam?
5 Os servos de Jeová, do passado, ansiavam ver o fim da iniqüidade. Ao justo Ló “afligia grandemente que os que desafiavam a lei se entregavam à conduta desenfreada”. (2 Pedro 2:7) Pesaroso por causa das condições que o cercavam, o profeta Habacuque rogou: “Até quando, ó Jeová, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás? Até quando clamarei a ti por socorro contra a violência e tu não salvarás? Por que me fazes ver o que é prejudicial e continuas a olhar para a mera desgraça? E por que há assolação e violência diante de mim, e por que vem a haver altercação, e por que se sustenta contenda?” — Habacuque 1:2, 3.
6. O que disse Jeová em resposta à oração de Habacuque, e o que podemos aprender disso?
6 Jeová respondeu a Habacuque em parte com as seguintes palavras: “A visão ainda é para o tempo designado e prossegue arfando até o fim, e não mentirá. Ainda que se demore, continua na expectativa dela; pois cumprir-se-á sem falta. Não tardará.” (Habacuque 2:3) Deus assim deu a conhecer que ele agiria no “tempo designado”. Embora possa parecer que há uma demora, Jeová cumprirá seu propósito — sem falta! — 2 Pedro 3:9.
Sirvamos com zelo infatigável
7. Embora Jesus não soubesse exatamente quando viria o dia de Jeová, como realizou suas atividades?
7 Será que saber o cronograma exato de Jeová Deus para os acontecimentos é um pré-requisito para andarmos zelosamente com ele? Não, não é. Considere alguns exemplos. Jesus estava vivamente interessado no tempo em que a vontade de Deus seria feita na Terra assim como no céu. Deveras, Cristo ensinou seus seguidores a orar: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mateus 6:9, 10) Embora Jesus soubesse que este pedido seria atendido, ele não sabia o tempo preciso dos assuntos. Na sua grande profecia a respeito do fim deste sistema de coisas, ele disse: “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente o Pai.” (Mateus 24:36) Visto que Jesus Cristo é a figura central na execução dos propósitos de Deus, ele estará diretamente envolvido na execução dos inimigos do seu Pai celestial. No entanto, quando Jesus esteve na Terra, nem ele mesmo sabia quando Deus agiria. Será que isso o tornou menos zeloso no serviço de Jeová? Claro que não! Quando viram Jesus zelosamente limpar o templo, “seus discípulos lembraram-se de que está escrito: ‘O zelo da tua casa me devorará.’” (João 2:17; Salmo 69:9) Jesus manteve-se plenamente ocupado com a obra que fora mandado fazer, e a fez com zelo infatigável. Serviu também a Deus visando a eternidade.
8, 9. Quando os discípulos perguntaram sobre a restauração do Reino, o que se lhes disse e como reagiram?
8 O mesmo se deu também com os discípulos de Cristo. Jesus reuniu-se com eles pouco antes de ascender ao céu. O relato diz: “Tendo-se eles então reunido, perguntavam-lhe: ‘Senhor, é neste tempo que restabeleces o reino a Israel?’” Assim como seu Mestre, eles ansiavam a vinda do Reino. No entanto, Jesus respondeu: “Não vos cabe obter conhecimento dos tempos ou das épocas que o Pai tem colocado sob a sua própria jurisdição; mas, ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até à parte mais distante da terra.” — Atos 1:6-8.
9 Não há nenhum indício de que os discípulos ficaram desanimados com esta resposta. Antes, eles zelosamente se ocuparam com a obra da pregação. Em questão de semanas, eles haviam enchido Jerusalém com o seu ensino. (Atos 5:28) E em 30 anos, eles haviam expandido a pregação a tal ponto, que Paulo podia dizer que as boas novas foram pregadas “em toda a criação debaixo do céu”. (Colossenses 1:23) Embora o Reino não fosse ‘restabelecido a Israel’ como os discípulos haviam esperado erroneamente e não fosse estabelecido no céu durante a vida deles, continuavam a servir zelosamente a Jeová visando a eternidade.
Examinemos nossa motivação
10. O que se nos permite provar por não sabermos quando Deus destruirá o sistema de Satanás?
10 Os atuais servos de Jeová também anseiam ver o fim deste iníquo sistema de coisas. Nossa principal preocupação, porém, não é o nosso livramento para o novo mundo prometido de Deus. Queremos ver o nome de Jeová santificado e sua soberania vindicada. Por causa disso, podemos alegrar-nos de que Deus não nos disse ‘o dia e a hora’ fixados para a destruição do sistema de Satanás. Isto nos permite evidenciar que estamos decididos a andar eternamente com Deus, porque o amamos e não por termos objetivos egoístas de curto prazo.
11, 12. Como se questionou a integridade de Jó e como se relaciona esta questão conosco?
11 Mantermos nossa integridade a Deus ajuda também a provar que o Diabo estava errado ao acusar que o justo Jó — e assim também humanos semelhantes a ele — servia a Deus por egoísmo. Depois de Jeová descrever seu servo Jó como homem inculpe, reto e temente a Deus, Satanás alegou iniquamente: “Acaso é por nada que Jó teme a Deus? Não puseste tu mesmo uma sebe em volta dele, e em volta da sua casa, e em volta de tudo o que ele tem? Abençoaste o trabalho das suas mãos, e o próprio gado dele se tem espalhado pela terra. Mas, ao invés disso, estende tua mão, por favor, e toca em tudo o que ele tem, e vê se não te amaldiçoará na tua própria face.” (Jó 1:8-11) Por Jó manter a sua integridade sob provação, ele provou que esta alegação maliciosa era errada.
12 Por nós similarmente mantermos nosso proceder de integridade, podemos refutar qualquer acusação satânica, de que só servimos a Deus por sabermos duma recompensa iminente. Não sabermos exatamente quando se executará a vingança de Deus nos iníquos dá-nos a oportunidade de provar que realmente amamos a Jeová e que queremos andar para sempre nos caminhos dele. Mostra que somos leais a Deus e que confiamos no seu modo de tratar dos assuntos. Além disso, não sabermos o dia e a hora ajuda-nos a continuar vigilantes e espiritualmente alertas, porque nos damos conta de que o fim pode vir a qualquer momento, assim como um ladrão de noite. (Mateus 24:42-44) Por andarmos diariamente com Jeová, alegramo-lhe o coração e fornecemos-lhe uma resposta para o Diabo, que o escarnece. — Provérbios 27:11.
Façamos planos para a eternidade!
13. O que indica a Bíblia quanto ao planejamento para o futuro?
13 Aqueles que andam com Deus reconhecem que é sábio fazer planos razoáveis para o futuro. Muitas pessoas, apercebidas dos problemas e das limitações da velhice, procuram aproveitar bem a sua juventude e força para que sua vida posterior seja financeiramente segura. Que dizer então de nosso futuro espiritual muito mais importante? Provérbios 21:5 diz: “Os planos do diligente seguramente resultam em vantagem, mas todo precipitado seguramente se encaminha para a carência.” Planejar de antemão visando a eternidade é deveras vantajoso. Visto que não sabemos exatamente quando virá o fim do atual sistema, temos de pensar em nossas necessidades futuras. Mas, sejamos equilibrados e demos aos interesses divinos o primeiro lugar na vida. Os que têm falta de fé talvez pensem que fazer girar os interesses em torno de fazer a vontade de Deus é miopia. Mas é mesmo?
14, 15. (a) Que ilustração fez Jesus a respeito de planos para o futuro? (b) Por que o rico da ilustração de Jesus tinha visão curta?
14 Jesus fez uma ilustração que esclarece isso. Ele disse: “A terra de certo homem rico produziu bem. Conseqüentemente, ele começou a raciocinar no seu íntimo, dizendo: ‘Que farei, agora que não tenho onde ajuntar as minhas safras?’ De modo que ele disse: ‘Farei o seguinte: Derrubarei os meus celeiros e construirei maiores, e ali ajuntarei todos os meus cereais e todas as minhas coisas boas; e direi à minha alma: “Alma, tens muitas coisas boas acumuladas para muitos anos; folga, come, bebe, regala-te.”’ Mas Deus disse-lhe: ‘Desarrazoado, esta noite te reclamarão a tua alma. Quem terá então as coisas que armazenaste?’ Assim é com o homem que acumula para si tesouro, mas não é rico para com Deus.” — Lucas 12:16-21.
15 Será que Jesus queria dizer que o rico não se devia ter esforçado para ter uma futura segurança material? Não, porque as Escrituras incentivam o trabalho árduo. (2 Tessalonicenses 3:10) O engano do rico foi que não fez o que era preciso para ser “rico para com Deus”. Mesmo que tivesse conseguido usufruir sua riqueza material por muitos anos, teria finalmente morrido. Tinha visão curta, não pensando na eternidade.
16. Por que podemos confiar em Jeová quanto a um futuro seguro?
16 Andar com Jeová visando a eternidade é tanto prático como previdente. É o melhor modo de planejar o futuro. Embora seja sábio fazer planos práticos referente à educação, ao emprego e às responsabilidades familiares, devemos sempre lembrar-nos de que Jeová nunca abandona seus servos leais. O Rei Davi cantou: “Eu era moço, também fiquei velho, e, no entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, nem a sua descendência procurando pão.” (Salmo 37:25) Do mesmo modo, Jesus garantiu que Jeová Deus cuidará de todos os que primeiro buscarem o Reino e que andarem nos caminhos justos Dele. — Mateus 6:33.
17. Como sabemos que o fim está próximo?
17 Embora sirvamos a Deus visando a eternidade, ainda temos bem em mente o dia de Jeová. O cumprimento de profecias bíblicas atesta eloqüentemente a proximidade deste dia. Este século caracterizou-se por guerras, pestilências, terremotos e escassez de víveres, junto com a perseguição dos verdadeiros cristãos e a pregação global das boas novas do Reino de Deus. Todos estes são aspectos do tempo do fim do atual iníquo sistema de coisas. (Mateus 24:7-14; Lucas 21:11) O mundo está cheio dos que são “amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, caluniadores, sem autodomínio, ferozes, sem amor à bondade, traidores, teimosos, enfunados de orgulho, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus”. (2 Timóteo 3:1-5) Nestes últimos dias críticos, a vida é difícil para nós como servos de Jeová. Como ansiamos o dia em que o Reino de Jeová eliminará toda a maldade! No ínterim, estejamos decididos a andar com Deus visando a eternidade.
Sirvamos visando a vida eterna
18, 19. O que indica que os fiéis da antiguidade serviam a Deus visando a eternidade?
18 Ao passo que andamos com Jeová, lembremo-nos da fé de Abel, Enoque, Noé, Abraão e Sara. Depois de mencioná-los, Paulo escreveu: “Todos estes morreram em fé, embora não recebessem o cumprimento das promessas, mas viram-nas de longe e acolheram-nas, e declararam publicamente que eram estranhos e residentes temporários no país.” (Hebreus 11:13) Esses fiéis ‘procuravam alcançar um lugar melhor, isto é, um pertencente ao céu’. (Hebreus 11:16) Com fé, aguardavam um lugar melhor sob o governo do Reino messiânico de Deus. Podemos ter certeza de que Deus os recompensará com vida eterna neste lugar melhor — o Paraíso terrestre sob o governo do Reino. — Hebreus 11:39, 40.
19 O profeta Miquéias expressou a determinação do povo de Jeová, de adorar a Deus eternamente. Ele escreveu: “Todos os povos, da sua parte, andarão cada um no nome de seu deus; mas nós, da nossa parte, andaremos no nome de Jeová, nosso Deus, por tempo indefinido, para todo o sempre.” (Miquéias 4:5) Miquéias serviu lealmente a Jeová até morrer. Quando for ressuscitado no novo mundo, este profeta, sem dúvida, continuará a andar com Deus por toda a eternidade. Que belo exemplo para nós, os que vivemos já bem avançados no tempo do fim!
20. Qual deve ser a nossa determinação?
20 Jeová aprecia o amor que mostramos ao seu nome. (Hebreus 6:10) Ele sabe que é difícil para nós mantermos a integridade para com ele neste mundo dominado pelo Diabo. Porém, enquanto “o mundo está passando, . . . aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (1 João 2:17; 5:19) Portanto, com a ajuda de Jeová, estejamos determinados a suportar as provações com que nos confrontamos dia após dia. Que nosso modo de pensar e nossa maneira de viver enfoquem as maravilhosas bênçãos prometidas pelo nosso amoroso Pai celestial. Podemos tê-las se continuarmos a andar com Deus, visando a eternidade. — Judas 20, 21.
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