Testemunhas contra os deuses falsos

“‘Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘sim, meu servo a quem escolhi’.” — ISAÍAS 43:10.

1. Quem é o verdadeiro Deus, e em que aspectos ele é superior à multidão de deuses adorados hoje em dia?

QUEM é o verdadeiro Deus? Hoje em dia, toda a humanidade se confronta com esta pergunta de máxima importância. Embora os humanos adorem uma multidão de deuses, apenas Um pode dar-nos vida e oferecer-nos um futuro feliz. Somente a respeito de Um se pode dizer: “Por meio dele temos vida, e nos movemos, e existimos.” (Atos 17:28) Deveras, só existe um Deus que tem o direito de ser adorado. Conforme diz o coro celeste, no livro de Revelação (Apocalipse): “Digno és, Jeová, sim, nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e porque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” — Revelação 4:11.

2, 3. (a) Como foi que Satanás, mentindo, questionou o direito de Jeová de ser adorado? (b) Qual foi o resultado do pecado de Eva para ela, para seus filhos e para Satanás?

² No jardim do Éden, Satanás, mentindo, questionou o direito de Jeová de ser adorado. Usando uma serpente, disse a Eva que, se ela se rebelasse contra a lei de Jeová e comesse da árvore que Jeová proibira, ela se tornaria como Deus. As palavras dele foram: “Deus sabe que, no mesmo dia em que comerdes dele, forçosamente se abrirão os vossos olhos e forçosamente sereis como Deus, sabendo o que é bom e o que é mau.” (Gênesis 3:5) Eva acreditou na serpente e comeu o fruto proibido.

³ É claro que Satanás mentiu. (João 8:44) Ao pecar, Eva tornou-se “como Deus”, apenas no sentido de que pôs sobre si mesma a responsabilidade de decidir o que era direito e o que era errado, algo que devia ter sido deixado para Jeová. E, por fim, apesar da mentira de Satanás, ela morreu. De modo que o único que realmente se beneficiou com o pecado de Eva foi Satanás. De fato, o objetivo não declarado de Satanás, de induzir Eva a pecar, era tornar-se ele mesmo um deus. Quando Eva pecou, ela se tornou a primeira seguidora humana dele, e pouco depois foi acompanhada nisso por Adão. A maioria dos filhos deles não apenas nasceu “em pecado”, mas também caiu sob a influência de Satanás, e, em pouco tempo, veio à existência todo um mundo apartado do verdadeiro Deus. — Gênesis 6:5; Salmo 51:5.

4. (a) Quem é o deus deste mundo? (b) De que há necessidade urgente?

⁴ Aquele mundo foi destruído no Dilúvio. (2 Pedro 3:6) Depois do Dilúvio, surgiu um segundo mundo apartado de Jeová, e esse ainda existe. A Bíblia diz a seu respeito: “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” (1 João 5:19) Este mundo, por agir contra o espírito e a letra da lei de Jeová, serve aos objetivos de Satanás. Ele é seu deus. (2 Coríntios 4:4) No entanto, ele é basicamente um deus incapaz. Não pode dar às pessoas felicidade, nem vida; apenas Jeová pode fazer isso. Portanto, aqueles que querem levar uma vida significativa e viver num mundo melhor precisam primeiro aprender que o verdadeiro Deus é Jeová, e depois têm de aprender a fazer a vontade dele. (Salmo 37:18, 27, 28; Eclesiastes 12:13) De forma que há uma necessidade urgente de homens e mulheres de fé darem testemunho ou proclamarem a verdade a respeito de Jeová.

5. A que “nuvem de testemunhas” referiu-se Paulo? Mencione alguns dos alistados por ele.

⁵ Desde o começo da humanidade, têm surgido no cenário do mundo pessoas fiéis. O apóstolo Paulo, no capítulo 11 de Hebreus, apresenta uma longa lista delas e as chama de “uma tão grande nuvem de testemunhas”. (Hebreus 12:1) Abel, o segundo filho de Adão e Eva, é o primeiro na lista de Paulo. Enoque e Noé, do tempo antes do Dilúvio, também são mencionados. (Hebreus 11:4, 5, 7) Destaca-se Abraão, antepassado da raça judaica. Abraão, que é chamado de “amigo de Jeová”, tornou-se antepassado de Jesus, “a testemunha fiel e verdadeira”. — Tiago 2:23; Revelação 3:14.

O testemunho de Abraão a favor da verdade

6, 7. De que modo foram a vida e as ações de Abraão um testemunho de que Jeová é o verdadeiro Deus?

⁶ Como serviu Abraão de testemunha? Com sua forte fé e obediência leal a Jeová. Quando foi convocado para abandonar o centro urbano de Ur e viver o resto da sua vida numa terra distante, Abraão obedeceu. (Gênesis 15:7; Atos 7:2-4) Membros duma tribo nômade freqüentemente abandonam sua vida peregrina e se estabelecem numa cidade para levar uma vida mais segura. Portanto, quando Abraão deixou a cidade para viver em tendas, ele deu forte evidência da sua confiança em Jeová Deus. Sua obediência foi um testemunho para os que observaram isso. Jeová abençoou ricamente a Abraão pela sua fé. Embora morasse em tendas, Abraão prosperou materialmente. Quando Ló e sua família foram levados cativos, Jeová ajudou a Abraão na busca por eles, de modo que conseguiu resgatá-los. A esposa de Abraão, na sua velhice, deu-lhe um filho, e assim se confirmou a promessa de Jeová, de que Abraão seria pai dum descendente, ou semente. Por meio de Abraão, as pessoas viram que Jeová é um Deus vivente que cumpre as suas promessas. — Gênesis 12:1-3; 14:14-16; 21:1-7.

⁷ Quando Abraão retornou depois de resgatar Ló, veio ao seu encontro Melquisedeque, rei de Salém (mais tarde chamada Jerusalém), que saudou Abraão dizendo: “Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo.” Também o rei de Sodoma veio ao encontro dele e quis dar-lhe presentes. Abraão não os aceitou. Por que não? Ele não queria que houvesse nenhuma dúvida quanto à fonte de suas bênçãos. Ele disse: “Ergo deveras minha mão em juramento a Jeová, o Deus Altíssimo, Produtor do céu e da terra, que, desde o fio até o cordão de sandália, não, não tomarei nada daquilo que é teu, para que não digas: ‘Fui eu que enriqueci a Abrão.’” (Gênesis 14:17-24) Que testemunha excelente era Abraão!

Uma nação de testemunhas

8. Como mostrou Moisés que ele tinha muita fé em Jeová?

⁸ Moisés, que era descendente de Abraão, também está na lista de testemunhas, de Paulo. Moisés virou as costas para as riquezas do Egito e mais tarde enfrentou destemidamente o governante dessa grande potência mundial, a fim de conduzir os filhos de Israel à liberdade. O que lhe deu coragem para isso? Sua fé. Paulo diz: “[Moisés] permanecia constante como que vendo Aquele que é invisível.” (Hebreus 11:27) Os deuses do Egito eram visíveis, palpáveis. Suas estátuas impressionam as pessoas até mesmo hoje em dia. Mas Jeová, embora invisível, era muito mais real para Moisés do que todos aqueles deuses falsos. Moisés não tinha dúvida de que Jeová existia e que ele recompensaria Seus adoradores. (Hebreus 11:6) Moisés tornou-se uma testemunha notável.

9. Como devia a nação de Israel servir a Jeová?

⁹ Depois de Moisés conduzir os israelitas à liberdade, ele tornou-se o mediador dum pacto entre Jeová e os descendentes que Abraão teve por meio de Jacó. Em resultado disso, a nação de Israel veio à existência como propriedade especial de Jeová. (Êxodo 19:5, 6) Pela primeira vez, dar-se-ia um testemunho nacional. Os princípios contidos nas palavras de Jeová, por meio de Isaías, uns 800 anos mais tarde, aplicavam-se desde o começo da existência dessa nação: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, é a pronunciação de Jeová, ‘sim, meu servo a quem escolhi, para que saibais e tenhais fé em mim, e para que entendais que eu sou o Mesmo’.” (Isaías 43:10) Como é que os dessa nova nação serviriam de testemunhas de Jeová? Com a sua fé e obediência, e com as ações de Jeová a seu favor.

10. Que testemunho deram as poderosas obras de Jeová a favor de Israel, e com que resultado?

¹⁰ Uns 40 anos depois de ter começado a existir, Israel estava para tomar posse da Terra Prometida. Espias foram reconhecer a cidade de Jericó, e Raabe, habitante de Jericó, protegeu-os. Por quê? Ela disse: “Temos ouvido como Jeová secou as águas do Mar Vermelho diante de vós ao sairdes do Egito e o que fizestes aos dois reis dos amorreus que estavam do outro lado do Jordão, a saber, a Síon e a Ogue, que devotastes à destruição. Quando chegamos a ouvir isso, então os nossos corações começaram a derreter-se e em ninguém se levantou ainda espírito por vossa causa, porque Jeová, vosso Deus, é Deus nos céus em cima e na terra embaixo.” (Josué 2:10, 11) A notícia das obras poderosas de Jeová induziram Raabe e sua família a abandonar Jericó e seus deuses falsos, e a adorar a Jeová junto com Israel. É evidente que Jeová dera um poderoso testemunho por meio de Israel. — Josué 6:25.

11. Que responsabilidade de dar testemunho tinham todos os pais israelitas?

¹¹ Enquanto os israelitas ainda estavam no Egito, Jeová enviou Moisés a Faraó e disse: “Entra até Faraó, porque eu é que deixei seu coração e o coração de seus servos ficar insensível, para pôr estes meus sinais diretamente na frente dele, e para que declares aos ouvidos de teu filho e do filho de teu filho quão severamente lidei com o Egito e meus sinais que estabeleci entre eles; e sabereis certamente que eu sou Jeová.” (Êxodo 10:1, 2) Israelitas obedientes contavam aos filhos os atos poderosos de Jeová. Esses filhos, por sua vez, os contavam aos filhos deles, e assim se fazia de geração em geração. Assim os atos poderosos de Jeová eram lembrados. Os pais hoje também têm a responsabilidade de dar testemunho aos filhos. — Deuteronômio 6:4-7; Provérbios 22:6.

12. Como serviu de testemunho a bênção que Jeová concedeu a Salomão e a Israel?

¹² A rica bênção de Jeová sobre Israel, quando este era fiel, servia de testemunho para as nações em volta. Conforme Moisés disse depois de relatar as bênçãos que Jeová prometera: “Todos os povos da terra terão de ver que o nome de Jeová foi invocado sobre ti e hão de ficar com medo de ti.” (Deuteronômio 28:10) Salomão recebeu sabedoria e riquezas por causa da sua fé. No seu governo, a nação prosperou e usufruiu um longo período de paz. A respeito deste tempo, lemos: “Vinham de todos os povos para ouvir a sabedoria de Salomão, sim, de todos os reis da terra que tinham ouvido falar da sua sabedoria.” (1 Reis 4:25, 29, 30, 34) Quem se destacou entre os visitantes de Salomão foi a rainha de Sabá. Depois de ela mesma ver a bênção de Jeová sobre a nação e seu rei, ela disse: “Que venha a ser bendito Jeová, teu Deus, aquele que se agradou de ti, pondo-te no seu trono como rei por Jeová, teu Deus; porque o teu Deus amou Israel.” — 2 Crônicas 9:8.

13. O que talvez fosse o testemunho mais eficaz de Israel, e que proveito ainda derivamos dele?

¹³ O apóstolo Paulo mencionou o que talvez fosse o testemunho mais eficaz de Israel. Ele disse, ao falar sobre o Israel carnal à congregação cristã em Roma: “Foram incumbidos das proclamações sagradas de Deus.” (Romanos 3:1, 2) Começando com Moisés, certos israelitas fiéis foram inspirados para assentar por escrito os tratos de Jeová com Israel, bem como Seus conselhos, Suas leis e Suas profecias. Com esses escritos, aqueles escribas antigos deram testemunho a todas as gerações vindouras — inclusive à nossa hoje — de que há somente um Deus, e que seu nome é Jeová. — Daniel 12:9; 1 Pedro 1:10-12.

14. Por que sofreram perseguição alguns dos que deram testemunho de Jeová?

¹⁴ Infelizmente, Israel com freqüência deixou de exercer fé, e Jeová teve de enviar então testemunhas à sua própria nação. Muitas delas foram perseguidas. Paulo disse que algumas delas “receberam a sua provação por mofas e por açoites, deveras, mais do que isso, por laços e prisões”. (Hebreus 11:36) Que testemunhas fiéis! Lamentavelmente a perseguição que sofriam muitas vezes lhes era causada por outros membros da nação escolhida de Jeová! (Mateus 23:31, 37) Na realidade, o pecado dessa nação tornou-se tão grave que, em 607 AEC, Jeová fez com que os babilônios destruíssem Jerusalém, junto com seu templo, e com que levassem a maioria dos israelitas sobreviventes ao exílio. (Jeremias 20:4; 21:10) Foi este o fim do testemunho nacional dado ao nome de Jeová? Não!

Julgamento de deuses

15. Que testemunho se deu mesmo no exílio babilônico?

¹⁵ Mesmo enquanto no exílio babilônico, membros fiéis da nação não hesitaram em dar testemunho da Divindade e do poder de Jeová. Por exemplo, Daniel interpretou destemidamente os sonhos de Nabucodonosor, explicou a Belsazar a escrita na parede e negou-se a transigir diante de Dario na questão da oração. Também os três hebreus, ao se negarem a se curvar diante duma imagem, deram a Nabucodonosor um testemunho maravilhoso. — Daniel 3:13-18; 5:13-29; 6:4-27.

16. Como predisse Jeová o retorno de Israel à sua terra, e qual seria o objetivo desse retorno?

¹⁶ No entanto, o propósito de Jeová era que se desse de novo um testemunho nacional no solo de Israel. Ezequiel, que profetizou entre os judeus exilados em Babilônia, escreveu a respeito da determinação de Jeová referente à terra devastada: “Eu vou multiplicar em vós o gênero humano, toda a casa de Israel, na sua inteireza, e as cidades terão de ser habitadas e os próprios lugares devastados serão reconstruídos.” (Ezequiel 36:10) Por que faria Jeová isso? Primariamente para servir de testemunho do seu próprio nome. Ele disse por meio de Ezequiel: “Não é por vós que eu faço isso, ó casa de Israel, mas por meu santo nome que tendes profanado entre as nações.” — Ezequiel 36:22; Jeremias 50:28.

17. Qual era o contexto das palavras de Isaías 43:10?

¹⁷ Foi ao profetizar a respeito do retorno de Israel do exílio babilônico que o profeta Isaías foi inspirado a escrever as palavras de Isaías 43:10, dizendo que Israel era a testemunha de Jeová, seu servo. Em Isaías 43 e 44, Jeová é descrito como Criador, Formador, Deus, Santo, Salvador, Resgatador, Rei e Aquele Que Faz. (Isaías 43:3, 14, 15; 44:2) Permitiu-se o exílio de Israel, porque a nação repetidas vezes deixara de glorificar a Jeová como tal. No entanto, os israelitas ainda eram seu povo. Jeová dissera-lhes: “Não tenhas medo, porque eu te resgatei. Eu te chamei pelo teu nome. Tu és meu.” (Isaías 43:1) O exílio de Israel em Babilônia acabaria.

18. Como provou a libertação de Israel de Babilônia que Jeová é o único Deus verdadeiro?

¹⁸ Na realidade, Jeová transformou a libertação de Israel de Babilônia num julgamento de deuses. Ele desafiou os deuses falsos das nações a apresentar suas testemunhas, e chamou a Israel de Sua testemunha. (Isaías 43:9, 12) Quando pôs fim ao exílio de Israel, provou que os deuses de Babilônia de modo algum eram deuses, e que ele é o único Deus verdadeiro. (Isaías 43:14, 15) Outra prova de sua divindade ele deu ao especificar, com cerca de 200 anos de antecedência, que Ciro, o persa, atuaria como seu servo, libertando os judeus. (Isaías 44:28) Israel seria libertado. Por quê? Jeová explicou: “Para que [os israelitas] narrassem o meu louvor.” (Isaías 43:21) Isso ofereceria mais oportunidades para dar testemunho.

19. Que testemunho foi dado por Ciro ao convidar os israelitas a retornar a Jerusalém e pelos atos de judeus fiéis após esse retorno?

¹⁹ No tempo devido, Ciro, o persa, conquistou Babilônia assim como fora profetizado. Embora Ciro fosse pagão, proclamou a divindade de Jeová ao emitir uma declaração aos judeus em Babilônia: “Quem dentre vós for de todo o seu povo, mostre seu Deus estar com ele. Portanto, suba ele a Jerusalém, que está em Judá, e reconstrua a casa de Jeová, o Deus de Israel — ele é o verdadeiro Deus — que havia em Jerusalém.” (Esdras 1:3) Muitos dos judeus atenderam a chamada. Fizeram a longa viagem de volta à Terra Prometida e erigiram um altar no local do antigo templo. Apesar de desestímulos e de forte oposição, eles finalmente conseguiram reconstruir o templo e a cidade de Jerusalém. Tudo isso aconteceu, conforme o próprio Jeová dissera, “não por força militar, nem por poder, mas por [seu] espírito”. (Zacarias 4:6) Estas realizações deram evidência adicional de que Jeová é o verdadeiro Deus.

20. Apesar das suas fraquezas, o que se pode dizer quanto a Israel ter dado testemunho do nome de Jeová no mundo antigo?

²⁰ De modo que Jeová continuou a usar Israel como sua testemunha, embora fosse uma nação de pessoas imperfeitas e às vezes rebeldes. No mundo pré-cristão, essa nação, com seu templo e seu sacerdócio, representava o centro mundial da adoração verdadeira. Quem lê nas Escrituras Hebraicas sobre os atos de Jeová com relação a Israel não pode ter nenhuma dúvida de que há apenas um único Deus verdadeiro, e que seu nome é Jeová. (Deuteronômio 6:4; Zacarias 14:9) Entretanto, havia de ser dado um testemunho muito maior do nome de Jeová, e nós consideraremos isso no artigo que segue.

Testemunhas cristãs da soberania divina

“‘[Deveis] divulgar as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” — 1 PEDRO 2:9.

1. Que testemunho eficaz de Jeová se deu nos tempos pré-cristãos?

NOS tempos pré-cristãos, houve uma longa lista de testemunhas que atestaram corajosamente que Jeová é o único Deus verdadeiro. (Hebreus 11:4-12:1) Por terem forte fé, obedeceram destemidamente às leis de Jeová e negaram-se a transigir em assuntos de adoração. Deram um poderoso testemunho da soberania universal de Jeová. — Salmo 18:21-23; 47:1, 2.

2. (a) Quem é a maior Testemunha de Jeová? (b) Quem substituiu a nação de Israel como testemunha de Jeová? Como sabemos isso?

² A última e maior testemunha pré-cristã foi João Batista. (Mateus 11:11) Ele teve o privilégio de anunciar a vinda do Escolhido, e apresentou Jesus como o prometido Messias. (João 1:29-34) Jesus é a maior Testemunha de Jeová, “a testemunha fiel e verdadeira”. (Revelação [Apocalipse] 3:14) Visto que o Israel carnal rejeitou a Jesus, Jeová o rejeitou e designou uma nova nação, o Israel espiritual de Deus, para ser sua testemunha. (Isaías 42:8-12; João 1:11, 12; Gálatas 6:16) Pedro citou uma profecia referente a Israel e mostrou que ela se aplica ao “Israel de Deus”, a congregação cristã, dizendo: “Vós sois ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo para propriedade especial, para que divulgueis as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz.” — 1 Pedro 2:9; Êxodo 19:5, 6; Isaías 43:21; 60:2.

3. Qual é a responsabilidade primária do Israel de Deus e da “grande multidão”?

³ As palavras de Pedro mostram que a obrigação primária do Israel de Deus é dar testemunho público da glória de Jeová. Nos nossos dias, juntou-se a esta nação espiritual “uma grande multidão” de testemunhas que também glorificam publicamente a Deus. Gritam bem alto para todos ouvirem: “Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.” (Revelação 7:9, 10; Isaías 60:8-10) Como podem o Israel de Deus e seus companheiros dar seu testemunho? Por sua fé e obediência.

Testemunhas falsas

4. Por que os judeus dos dias de Jesus eram testemunhas falsas?

⁴ A fé e a obediência requerem que se viva segundo princípios piedosos. Vê-se a importância disso no que Jesus disse a respeito dos líderes religiosos, judeus, dos seus dias. Estes “sentaram-se no assento de Moisés” como instrutores da Lei. Enviaram até mesmo missionários para converter não-crentes. No entanto, Jesus lhes disse: “Percorreis o mar e a terra seca para fazer um prosélito, e, quando se torna tal, fazeis dele objeto para a Geena duas vezes mais do que vós mesmos.” Esses religiosos eram testemunhas falsas — arrogantes, hipócritas e desamorosos. (Mateus 23:1-12, 15) Em certa ocasião, Jesus disse a alguns judeus: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai.” Por que diria isso a membros da nação escolhida de Deus? Por não acatarem as palavras da maior Testemunha de Jeová. — João 8:41, 44, 47.

5. Como sabemos que a cristandade tem dado falso testemunho de Deus?

⁵ De forma similar, nos séculos que se seguiram ao tempo de Jesus, centenas de milhões de pessoas na cristandade têm afirmado ser discípulos dele. Todavia, não têm feito a vontade de Deus, e por isso Jesus não as reconhece como seus discípulos. (Mateus 7:21-23; 1 Coríntios 13:1-3) A cristandade tem enviado missionários, muitos deles sem dúvida sinceros. No entanto, ensinaram o povo a adorar um deus trinitário, que queima os pecadores num inferno de fogo, e a maioria dos seus conversos dão pouca evidência de ser cristãos. Por exemplo, Ruanda, país africano, tem sido um campo fértil para os missionários católico-romanos. Ainda assim, os católicos ruandeses participaram de corpo e alma na recente guerra étnica naquele país. Os frutos produzidos ali mostram que aquele campo missionário não recebeu da cristandade um genuíno testemunho cristão. — Mateus 7:15-20.

Viver segundo princípios piedosos

6. Em que sentido é a conduta correta uma parte vital de se dar testemunho?

⁶ A conduta errada daqueles que afirmam ser cristãos lança vitupério sobre o “caminho da verdade”. (2 Pedro 2:2) O cristão genuíno vive segundo princípios piedosos. Não furta, não mente, não é desonesto, nem comete imoralidade. (Romanos 2:22) Ele certamente não assassina seu próximo. Os maridos cristãos amorosamente tomam conta da sua família. As esposas apóiam respeitosamente esta supervisão. Os filhos são treinados pelos pais e assim são preparados para se tornar adultos cristãos responsáveis. (Efésios 5:21-6:4) É verdade que todos nós somos imperfeitos e cometemos enganos. Mas o verdadeiro cristão respeita as normas bíblicas e faz esforço genuíno para aplicá-las. Isto chama a atenção dos outros e dá um testemunho excelente. Há casos em que os que antes se opunham à verdade observaram a conduta correta dum cristão e se convenceram da verdade. — 1 Pedro 2:12, 15; 3:1.

7. Quão importante é que os cristãos amem uns aos outros?

⁷ Jesus mostrou um aspecto vital da conduta cristã ao dizer: “Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:35) As características do mundo de Satanás são ‘injustiça, iniqüidade, cobiça, maldade, estar cheio de inveja, assassínio, rixa, fraude, disposição maldosa, ser cochichadores, maldizentes, odiadores de Deus, insolentes, soberbos, pretensiosos, inventores de coisas prejudiciais, desobedientes aos pais’. (Romanos 1:29, 30) Num ambiente assim, uma organização mundial que se caracteriza pelo amor daria forte evidência do espírito de Deus em ação — um testemunho eficaz. As Testemunhas de Jeová são tal organização. — 1 Pedro 2:17.

As Testemunhas são estudantes da Bíblia

8, 9. (a) Como foi o salmista fortalecido pelo estudo da Lei de Deus e pela meditação nela? (b) Como nos fortalecerá o estudo da Bíblia e a meditação nela para continuarmos a dar testemunho?

⁸ Para o cristão ser bem-sucedido em dar testemunho excelente, ele tem de conhecer e amar os princípios justos de Jeová, bem como realmente odiar a corrupção do mundo. (Salmo 97:10) O mundo é persuasivo na promoção do seu modo de pensar, e pode ser difícil resistir ao seu espírito. (Efésios 2:1-3; 1 João 2:15, 16) O que nos pode ajudar a manter a atitude mental correta? O estudo regular e significativo da Bíblia. O escritor do Salmo 119 repetiu muitas vezes seu amor à Lei de Jeová. Ele a lia e meditava nela constantemente, “o dia inteiro”. (Salmo 119:92, 93, 97-105) Em resultado disso, pôde escrever: “Tenho odiado a falsidade e continuo deveras a detestá-la. Tenho amado a tua lei.” Além disso, seu profundo amor o impeliu a agir. Ele disse: “Eu te tenho louvado sete vezes por dia por causa das tuas decisões judiciais justas.” — Salmo 119:163, 164.

⁹ De forma similar, estudarmos regularmente a Palavra de Deus e meditarmos nela tocará nosso coração e nos induzirá a ‘louvar’ a Jeová — a dar testemunho Dele — com freqüência, até mesmo “sete vezes por dia”. (Romanos 10:10) Em harmonia com isso, o escritor do primeiro salmo diz que aquele que regularmente medita nas palavras de Jeová “há de tornar-se qual árvore plantada junto a correntes de água, que dá seu fruto na sua estação e cuja folhagem não murcha, e tudo o que ele fizer será bem sucedido”. (Salmo 1:3) O apóstolo Paulo mostrou também o poder da Palavra de Deus ao escrever: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” — 2 Timóteo 3:16, 17.

10. O que se torna evidente a respeito do povo de Jeová nestes últimos dias?

¹⁰ O rápido aumento no número de verdadeiros adoradores neste século 20, revela a bênção de Jeová. Sem dúvida, essas testemunhas hodiernas da soberania divina, como grupo, têm cultivado no coração o amor à lei de Jeová. Iguais ao salmista, sentem-se induzidas a obedecer à lei de Jeová e a dar fielmente testemunho da glória Dele, “dia e noite”. — Revelação 7:15.

As obras poderosas de Jeová

11, 12. Em que resultaram os milagres feitos por Jesus e por seus seguidores?

¹¹ No primeiro século, o espírito santo habilitou as fiéis testemunhas cristãs a realizar milagres, os quais deram forte prova de que seu testemunho era verdadeiro. Quando João Batista estava na prisão, ele mandou discípulos a Jesus para perguntar: “És tu Aquele Que Vem, ou devemos esperar alguém diferente?” Jesus não lhes disse nem sim nem não. Antes, ele disse: “Ide e relatai a João o que ouvis e vedes: Os cegos estão vendo novamente e os coxos estão andando, os leprosos estão sendo purificados e os surdos estão ouvindo, e os mortos estão sendo levantados, e aos pobres estão sendo declaradas as boas novas; e feliz é aquele que não achar em mim nenhuma causa para tropeço.” (Mateus 11:3-6) Essas obras poderosas serviam a João de testemunho de que Jesus deveras era “Aquele Que Vem”. — Atos 2:22.

¹² De modo similar, alguns dos seguidores de Jesus curaram doentes e até mesmo ressuscitaram mortos. (Atos 5:15, 16; 20:9-12) Esses milagres foram como um testemunho dado pelo próprio Deus em favor deles. (Hebreus 2:4) E essas obras demonstraram a onipotência de Jeová. Por exemplo, é verdade que Satanás, “o governante do mundo”, tem os meios de causar a morte. (João 14:30; Hebreus 2:14) Mas, quando Pedro levantou dentre os mortos a mulher fiel, Dorcas, ele só o pôde fazer pelo poder de Jeová, visto que somente Este pode restaurar a vida. — Salmo 16:10; 36:9; Atos 2:25-27; 9:36-43.

13. (a) Como é o poder de Jeová ainda atestado pelos milagres relatados na Bíblia? (b) Que papel-chave desempenha o cumprimento de profecias em provar a divindade de Jeová?

¹³ Hoje não ocorrem mais essas obras milagrosas. Já serviram seu objetivo. (1 Coríntios 13:8) Não obstante, ainda temos o registro delas na Bíblia, atestado por muitos que estavam presentes. Hoje em dia, quando os cristãos chamam atenção para esses relatos históricos, essas obras ainda dão um testemunho eficaz do poder de Jeová. (1 Coríntios 15:3-6) Além disso, lá nos dias de Isaías, Jeová usou as profecias exatas como prova notável de que Ele é o verdadeiro Deus. (Isaías 46:8-11) Muitas profecias bíblicas, divinamente inspiradas, estão se cumprindo hoje em dia — algumas delas na congregação cristã. (Isaías 60:8-10; Daniel 12:6-12; Malaquias 3:17, 18; Mateus 24:9; Revelação 11:1-13) Além de especificar que vivemos nos “últimos dias”, o cumprimento dessas profecias vindica a Jeová como o único Deus verdadeiro. — 2 Timóteo 3:1.

14. Em que sentido é a história hodierna das Testemunhas de Jeová um poderoso testemunho de que Jeová é o Soberano Senhor?

¹⁴ Por fim, Jeová ainda faz grandes coisas, coisas extraordinárias para seu povo. A crescente luz lançada sobre a verdade bíblica é dirigida pelo espírito de Jeová. (Salmo 86:10; Revelação 4:5, 6) Os notáveis aumentos relatados em todo o mundo são evidência de que Jeová ‘apressa isso ao seu próprio tempo’. (Isaías 60:22) Nestes últimos dias, em que tem irrompido amarga perseguição em um país após outro, a perseverança corajosa do povo de Jeová tem sido possível devido ao apoio fortalecedor do espírito santo. (Salmo 18:1, 2, 17, 18; 2 Coríntios 1:8-10) Deveras, a história hodierna das Testemunhas de Jeová é em si mesma um poderoso testemunho de que Jeová é o Soberano Senhor. — Zacarias 4:6.

As boas novas a serem pregadas

15. Que testemunho mais amplo havia de ser dado pela congregação cristã?

¹⁵ Jeová designou Israel para ser sua testemunha perante as nações. (Isaías 43:10) No entanto, apenas poucos israelitas receberam a ordem divina de ir e pregar a não-israelitas, e isto usualmente era para anunciar julgamentos de Jeová. (Jeremias 1:5; Jonas 1:1, 2) Não obstante, profecias das Escrituras Hebraicas indicam que Jeová Deus, um dia, fixaria amplamente sua atenção nas nações, e ele fez isso por meio do seu Israel espiritual. (Isaías 2:2-4; 62:2) Antes de subir ao céu, Jesus ordenou aos seus seguidores: “Ide, portanto, e fazei discípulos de pessoas de todas as nações.” (Mateus 28:19) Ao passo que Jesus se havia concentrado nas “ovelhas perdidas da casa de Israel”, seus seguidores foram enviados a “todas as nações”, mesmo “até à parte mais distante da terra”. (Mateus 15:24; Atos 1:8) O testemunho cristão havia de ser ouvido por toda a humanidade.

16. Que comissão cumpriu a congregação cristã do primeiro século, e até que ponto?

¹⁶ Paulo mostrou que entendeu isso bem. Por volta do ano 61 EC, ele pôde dizer que as boas novas estavam ‘dando fruto e aumentando em todo o mundo’. As boas novas não ficaram limitadas apenas a uma nação ou a uma seita, tal como a que se empenhava na “adoração dos anjos”. Em vez disso, elas foram abertamente “pregadas em toda a criação debaixo do céu”. (Colossenses 1:6, 23; 2:13, 14, 16-18) Portanto, o Israel de Deus cumpriu no primeiro século a sua comissão de divulgar “‘as excelências’ daquele que [o] chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz”.

17. Como Mateus 24:14 continua a cumprir-se em grande escala?

¹⁷ No entanto, aquela pregação no primeiro século foi apenas um antegosto do que seria realizado durante os últimos dias. Em especial, com referência ao nosso tempo, Jesus disse: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14; Marcos 13:10) Cumpre-se esta profecia? Sem dúvida! De um pequeno começo em 1919, a pregação das boas novas já se estende agora a mais de 230 países. O testemunho é ouvido no gélido Norte e nos trópicos quentes e úmidos. Grandes continentes recebem testemunho e procura-se alcançar ilhas remotas, para que seus habitantes possam receber testemunho. Mesmo no meio de grandes convulsões, tais como a guerra na Bósnia-Herzegovina, as boas novas continuam a ser pregadas. Assim como no primeiro século, o testemunho está dando frutos “em todo o mundo”. As boas novas são abertamente anunciadas “em toda a criação debaixo do céu”. Com que resultado? Primeiro, foram ajuntados os remanescentes do Israel de Deus, “dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação”. Depois começaram a ser trazidos os milhões da “grande multidão”, “de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas”. (Revelação 5:9; 7:9) Mateus 24:14 continua a cumprir-se em grande escala.

18. Quais são alguns dos resultados da pregação mundial das boas novas?

¹⁸ A pregação mundial das boas novas ajuda a provar que a presença régia de Jesus já começou. (Mateus 24:3) Além disso, este é o meio principal pelo qual se faz “a colheita da terra”, visto que indica às pessoas a única esperança verdadeira da humanidade, o Reino de Jeová. (Revelação 14:15, 16) Visto que apenas cristãos genuínos participam na pregação das boas novas, esta obra importante ajuda a mostrar a diferença entre os cristãos verdadeiros e os falsos. (Malaquias 3:18) Resulta assim na salvação tanto dos que pregam como dos que aceitam a pregação. (1 Timóteo 4:16) O mais importante é que a pregação das boas novas dá louvor e honra a Jeová Deus, aquele que ordenou que fosse feita, que apóia os que a fazem e que a torna frutífera. — 2 Coríntios 4:7.

19. Todos os cristãos são incentivados a ter que determinação ao entrar no novo ano de serviço?

¹⁹ Não é de admirar que o apóstolo Paulo se sentisse induzido a dizer: “Ai de mim se eu não declarasse as boas novas!” (1 Coríntios 9:16) Os cristãos hoje pensam o mesmo. É um grandioso privilégio e uma grande responsabilidade serem “colaboradores de Deus”, deixando brilhar a luz da verdade neste mundo tenebroso. (1 Coríntios 3:9; Isaías 60:2, 3) A obra que teve um começo pequeno em 1919 atingiu agora proporções espantosas. Cerca de cinco milhões de cristãos estão dando testemunho da soberania divina, gastando mais de um bilhão de horas por ano em levar a mensagem de salvação a outros. Que alegria é ter uma participação nesta obra da santificação do nome de Jeová! Ao entrarmos no ano de serviço de 1996, estejamos decididos a não diminuir o passo. Mais do que nunca acataremos as palavras de Paulo a Timóteo: “Prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente.” (2 Timóteo 4:2) Ao fazermos isso, oramos de todo o coração para que Jeová continue a abençoar os nossos esforços.