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A procura por boa liderançaA Sentinela — 2004 | 1.° de novembro
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A procura por boa liderança
“Saia já daqui; chega! Pelo amor de Deus, vá embora!” — Oliver Cromwell; citado por Leopold Amery, membro do Parlamento Britânico.
Por oito meses a Segunda Guerra Mundial vinha seguindo seu curso destrutivo, e a situação da Grã-Bretanha e de seus aliados não era nada boa. Leopold Amery e outros no governo achavam que o país precisava de um novo líder. Por isso, em 7 de maio de 1940, na Câmara dos Comuns, o Sr. Amery dirigiu as palavras acima citadas ao Primeiro Ministro Neville Chamberlain. Três dias depois, o Sr. Chamberlain deixou o cargo, e Winston Churchill assumiu seu lugar.
LIDERANÇA é uma necessidade básica da humanidade, mas nem todos têm essa habilidade. Mesmo numa família, o pai precisa saber tomar a liderança para que a esposa e os filhos sejam felizes. Portanto, imagine o que se requer dum líder nacional ou mundial! Não é de admirar que seja difícil encontrar bons líderes.
Em conseqüência disso, por milhares de anos, tem ocorrido uma constante sucessão de coroações, revoluções, golpes de estado, nomeações, eleições, assassinatos e mudanças de regime. Reis, primeiros-ministros, príncipes, presidentes, secretários-gerais e ditadores têm subido ao poder só para cair em seguida. Mudanças repentinas têm provocado a queda até mesmo de governantes poderosos. (Veja o quadro “De repente, destituído do poder”, na página 5.) Contudo, é difícil encontrar liderança competente e duradoura.
Será que “temos de nos conformar”?
Não é de admirar que muitos tenham perdido a esperança de encontrar um bom líder. Em alguns países, a apatia e a falta de esperança ficam bem evidentes quando há uma eleição. Geoff Hill, jornalista na África, observou: “Quando as pessoas sentem-se incapazes de mudar a vida miserável que levam, o resultado é a apatia ou abstenção [de votar]. . . . Na África, quando pessoas não votam, não significa necessariamente que estejam contentes. Na maioria das vezes trata-se dum pedido de socorro dos que acham que ninguém os escuta.” De modo similar, um jornalista nos Estados Unidos escreveu a respeito da eleição que estava para acontecer: “Eu gostaria que houvesse entre os candidatos um que fosse perfeito.” Acrescentou: “Ele não existe. Nunca existirá. Temos de nos conformar.”
Será que a humanidade não tem escolha, tem mesmo “de se conformar” com líderes imperfeitos? O fato de que os líderes humanos falharam em satisfazer as necessidades dos seus súditos é uma prova de que nunca haverá boa liderança? Não, não é. Liderança da mais alta qualidade está disponível. O próximo artigo considerará quem é o líder ideal para a humanidade e como sua liderança pode beneficiar milhões de pessoas de todas as formações — inclusive você.
[Fotos na página 3]
No alto, à esquerda: Neville Chamberlain
No alto, à direita: Leopold Amery
Embaixo: Winston Churchill
[Crédito]
Chamberlain: foto de Jimmy Sime/Central Press/Getty Images; Amery: foto de Kurt Hutton/Picture Post/Getty Images; Churchill: The Trustees of the Imperial War Museum (MH 26392)
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Quem é o melhor líder para os nossos tempos?A Sentinela — 2004 | 1.° de novembro
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Quem é o melhor líder para os nossos tempos?
Em 1940 havia uma crise de liderança no Parlamento Britânico. David Lloyd George, de 77 anos de idade, que ouviu o debate, havia levado a Grã-Bretanha à vitória na Primeira Guerra Mundial, e sua longa experiência política o habilitava a avaliar bem o trabalho de altas autoridades. Num discurso na Câmara dos Comuns, em 8 de maio, ele declarou: “A nação está preparada para qualquer sacrifício desde que alguém esteja no comando, que o governo mostre claramente quais são os seus objetivos e que a nação confie que os que estão no comando façam o melhor.”
AS PALAVRAS de Lloyd George deixam claro que as pessoas esperam que seus líderes sejam competentes e façam esforços honestos para melhorar as coisas. Uma pessoa, empenhada numa campanha eleitoral, expressou isso do seguinte modo: “Quando as pessoas votam num presidente, elas procuram alguém a quem possam confiar sua vida, seu futuro, seus filhos.” Ser digno de tamanha confiança é uma tarefa monumental. Por quê?
Nosso mundo está cheio de problemas aparentemente insolúveis. Por exemplo, que líder foi tão sábio e poderoso que conseguiu eliminar o crime e a guerra? Quem, dentre os líderes atuais, tem os recursos e a compaixão necessários para fornecer a cada humano alimento, água e tratamento de saúde? Quem tem o conhecimento e a determinação que se precisa para proteger e restabelecer o meio ambiente? Quem é suficientemente competente e poderoso para garantir vida longa e feliz para a humanidade?
Humanos não estão à altura da tarefa
É verdade que alguns líderes tiveram certa medida de êxito. Porém, eles podem atuar no máximo por poucas décadas — e o próximo, então, como será? Um dos líderes mais competentes que já viveram, o Rei Salomão, do Israel antigo, pensou nessa questão. Chegou a esta conclusão: “Eu é que odiei toda a minha labuta em que trabalhava arduamente debaixo do sol, que eu deixaria atrás para o homem que viria a suceder-me. E quem sabe se ele se mostrará sábio ou estulto? No entanto, assumirá o controle sobre toda a minha labuta em que trabalhei arduamente e em que mostrei sabedoria debaixo do sol. Também isto é vaidade.” — Eclesiastes 2:18, 19.
Salomão não sabia se o seu sucessor daria prosseguimento a seu bom trabalho, ou derrubaria tudo que fez. Para ele, a troca de governantes era “vaidade”. Outras traduções bíblicas chamam esse processo de “fútil” ou “ilusão”. Certa versão diz: “Isso também não faz sentido.”
Às vezes, usa-se de violência para provocar uma mudança de governo. Líderes competentes foram mortos no exercício do cargo. Abraham Lincoln, um presidente muito estimado dos Estados Unidos, disse certa vez a um grupo de pessoas: “Fui escolhido para ocupar por um curto período de tempo um cargo importante, e a influência que tenho hoje sobre vocês logo passará.” De fato, seu trabalho não durou muito. Apesar de tudo o que ele fez e do desejo que tinha de fazer mais para o povo, o presidente Lincoln dirigiu seu país por apenas quatro anos. No começo do seu segundo mandato, foi assassinado por um homem que queria uma mudança de governo.
Nem mesmo os melhores líderes humanos podem garantir o seu próprio futuro. Será então que você pode confiar que eles garantirão o seu? A Bíblia diz: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação. Sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos.” A Nova Versão Internacional da Bíblia verte a última parte do Sal 146 versículo 4: “Naquele mesmo dia acabam-se os seus planos.” — Salmo 146:3, 4.
O conselho de não confiar em líderes humanos talvez seja difícil de aceitar. No entanto, a Bíblia dá à humanidade a esperança de uma liderança boa e firme. “Eis que um rei reinará para a própria justiça”, diz Isaías 32:1. Jeová Deus, o Criador do homem, preparou um “rei”, um Líder, que em breve assumirá plenamente o controle da Terra. Quem é ele? A profecia bíblica o identifica.
Alguém que é realmente qualificado para ser líder
Há dois mil anos, um anjo disse a uma jovem judia chamada Maria: “Eis que conceberás na tua madre e darás à luz um filho, e deves dar-lhe o nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; e Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” (Lucas 1:31-33) De fato, Jesus de Nazaré é o Rei citado na profecia bíblica.
Obras de arte religiosa muitas vezes retratam Jesus como um bebê, ou como um homem fraco e desnutrido, ou ainda como um asceta que se submetia passivamente a qualquer coisa que lhe sobrevinha. Essas imagens não inspiram confiança nele como governante. O verdadeiro Jesus Cristo da Bíblia, porém, cresceu e tornou-se um homem vigoroso, maduro, cheio de zelo e iniciativa. E ele tinha outras qualidades que o habilitavam para ser líder. (Lucas 2:52) Veja alguns aspectos da sua extraordinária personalidade.
Jesus manteve perfeita integridade. Sua conduta era tão honesta e reta que ele desafiava publicamente seus inimigos a apresentarem uma acusação válida contra ele. Eles nunca conseguiram. (João 8:46) Os ensinos sem hipocrisia de Jesus persuadiram muitas pessoas sinceras a se tornarem seus seguidores. — João 7:46; 8:28-30; 12:19.
Jesus estava plenamente dedicado a Deus. Ele estava tão decidido a terminar a obra designada por Deus que nenhum opositor — humano ou demoníaco — podia impedi-lo. Agressões violentas não o amedrontavam. (Lucas 4:28-30) Cansaço e fome não o desanimavam. (João 4:5-16, 31-34) Mesmo quando seus amigos o abandonaram, ele nunca se desviou do seu objetivo. — Mateus 26:55, 56; João 18:3-9.
Jesus tinha profunda preocupação com as pessoas. Alimentou os famintos. (João 6:10, 11) Consolou os deprimidos. (Lucas 7:11-15) Restaurou a visão, a audição e a saúde dos que necessitavam uma cura. (Mateus 12:22; Lucas 8:43-48; João 9:1-6) Deu encorajamento aos seus apóstolos diligentes. (João, capítulos 13-17) Mostrou ser “o pastor excelente” que cuidava das ovelhas. — João 10:11-14.
Jesus estava disposto a trabalhar. Ele lavou os pés dos apóstolos a fim de ensinar-lhes uma lição importante. (João 13:4-15) Não se importou de sujar os pés nas estradas poeirentas de Israel, para pregar as boas novas. (Lucas 8:1) Mesmo quando planejou descansar num “lugar solitário”, não deixou de dar atenção à multidão que o procurou para obter mais instruções. (Marcos 6:30-34) Deu assim a todos os cristãos um exemplo de diligência. — 1 João 2:6.
Jesus terminou sua designação e saiu do cenário terrestre. Como recompensa pela fidelidade, Jeová Deus lhe concedeu um reinado e a imortalidade nos céus. A Bíblia diz a respeito do ressuscitado Jesus: “Cristo não morre mais, agora que tem sido levantado dentre os mortos; a morte não domina mais sobre ele.” (Romanos 6:9) Podemos ter certeza de que ele é o melhor Líder para a humanidade. Quando Cristo Jesus assumir o pleno controle da Terra, não será mais necessário empossar outra pessoa, e nunca mais haverá necessidade de uma mudança de governo. Ele não será removido ou morto enquanto no cargo, e seu trabalho não será desfeito ou arruinado por um sucessor incompetente. Mas o que ele fará especificamente em benefício da humanidade?
O que esse novo Líder fará
O Salmo 72 nos fornece alguns pormenores proféticos sobre como esse Rei perfeito e imortal governará. Lemos nos Sal 72 versículos 7 e 8: “Nos seus dias florescerá o justo e a abundância de paz até que não haja mais lua. E terá súditos de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra.” Sob seu domínio, os habitantes da Terra terão segurança eterna e contínua. Ele destruirá todas as armas e removerá do coração do homem até mesmo o desejo de lutar. Mudará completamente o temperamento daquelas pessoas que hoje, como leões vorazes ou ursos ferozes, atacam o seu próximo. (Isaías 11:1-9) Haverá paz total.
O Salmo 72 também nos diz, nos Sal 72 versículos 12 a 14: “Livrará ao pobre que clama por ajuda, também ao atribulado e a todo aquele que não tiver ajudador. Terá dó daquele de condição humilde e do pobre, e salvará as almas dos pobres. Resgatará sua alma da opressão e da violência, e o sangue deles será precioso aos seus olhos.” Os humildes, os pobres e os atribulados farão parte de uma só família humana feliz, unida sob a liderança do Rei Jesus Cristo. A alegria, não a dor ou o desespero, será a principal característica da sua vida. — Isaías 35:10.
O Sal 72 versículo 16 promete: “Virá a haver bastante cereal na terra; no cume dos montes haverá superabundância.” Hoje, milhões de pessoas na Terra passam fome. A política e a ganância muitas vezes impedem a distribuição justa de alimentos, de modo que multidões, especialmente crianças, morrem de inanição. Mas, sob o domínio de Jesus Cristo, esse problema desaparecerá. A Terra será abençoada com boas colheitas. Toda a humanidade será bem alimentada.
Gostaria de ter essas bênçãos resultantes da boa liderança? Se esse é o seu desejo, incentivamos você a aprender a respeito do Líder que em breve exercerá pleno controle sobre toda a Terra. As Testemunhas de Jeová terão prazer em ajudá-lo nisso. Não ficará desapontado, porque o próprio Jeová Deus disse a respeito do seu Filho: “Eu é que empossei o meu rei em Sião, meu santo monte.” — Salmo 2:6.
[Quadro na página 5]
DE REPENTE, DESTITUÍDO DO PODER
Geralmente um governante pode contar com o respeito e o apoio dos seus súditos enquanto ele lhes proporciona uma medida razoável de paz e de segurança. No entanto, se as pessoas por algum motivo perdem a confiança nele, geralmente não demora muito para outro tomar seu lugar. Vejamos algumas condições que forçaram governantes poderosos a abrir mão do poder.
Condições de vida ruins. Em fins do século 18, a situação de muitos franceses era: muitos impostos e pouco alimento. Isso contribuiu para a Revolução Francesa e, como conseqüência disso, em 1793 o Rei Luís XVI foi morto na guilhotina.
Guerra. A Primeira Guerra Mundial pôs fim aos governos de alguns dos mais poderosos imperadores da História. Por exemplo, em 1917, uma escassez de alimentos em São Petersburgo, na Rússia, causada pela guerra, resultou na Revolução de Fevereiro. Em conseqüência disso, o czar Nicolau II perdeu o trono e um governo comunista tomou o poder. Em novembro de 1918, a Alemanha queria a paz, mas os Aliados estavam determinados a continuar lutando até que houvesse uma mudança de governo. Por causa disso, o Imperador Guilherme II, da Alemanha, foi obrigado a se exilar na Holanda.
O desejo por formas diferentes de governo. Em 1989, a Cortina de Ferro deixou de existir. Regimes que pareciam tão firmes como a rocha desmoronaram quando seus súditos rejeitaram o comunismo e estabeleceram formas de governo diferentes.
[Fotos na página 7]
Jesus alimentou pessoas famintas, curou doentes e deu um excelente exemplo a todos os cristãos
[Crédito da foto na página 4]
Lloyd George: foto de Kurt Hutton/Picture Post/Getty Images
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