Observando o Mundo
Faça o Que Eu Digo
Uma pesquisa envolvendo 2.000 médicos, publicada na revista Veja, indica que ‘26 por cento dos médicos brasileiros fumam, embora 80 por cento deles sempre aconselhe seus pacientes a parar de fumar’. E quanto a um famoso pneumologista, o jornal O Estado de S.Paulo disse: “Sua especialidade o obriga a aconselhar seus pacientes a deixar de fumar, hábito que ele não consegue abandonar.” Segundo o jornal, “na definição do médico, a Medicina é muito semelhante à religião: a dificuldade está em passar dos preceitos à prática”. Todavia, José Knoplich, diretor da Associação Paulista de Medicina, é citado como dizendo: “Somente tendo uma vida saudável o médico pode exigir hábitos saudáveis dos pacientes.”
Acidentes Causados por Minas no Camboja
“O Camboja tem o maior índice de pessoas fisicamente incapacitadas, no mundo”, declarou a revista The Economist. Por quê? Porque minas terrestres “foram armadas indiscriminadamente tanto pelo governo como pelos grupos de oposição durante a guerra civil”. Visto que não foram mantidos registros da localização das minas, estas têm causado mais ferimentos do que qualquer outra arma. Dois grupos de direitos humanos, o Asia Watch e Physicians for Human Rights, são da opinião de que os países que forneceram as minas ou que instruíram como armá-las — China, Cingapura, Grã-Bretanha, Tailândia, Vietnã e a ex-União Soviética — têm a obrigação moral de providenciar sua remoção. Estão solicitando que a ONU proíba dispositivos que “não façam distinção entre a pisada dum soldado e a duma criança que ajunta lenha”, diz a revista.
O Casamento e a Expectativa de Vida
De acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estudos Demográficos da França, em geral os casados vivem mais do que os solteiros. Tanto no caso dos homens como no das mulheres, o relatório revela uma relação definida entre o estado civil e a expectativa de vida. As estatísticas indicam que os casados têm a média mais elevada de duração da vida, ao passo que os divorciados, os solteiros, os viúvos e as viúvas, respectivamente, têm duração de vida mais curta. Notando que a diferença na expectativa de vida é menos marcante entre mulheres casadas e não-casadas, os pesquisadores afirmam que as mulheres parecem mais aptas a adaptar-se à condição de não casada.
Proteção à Antártida
“A Antártida finalmente obteve proteção para seu meio ambiente”, comentou a revista New Scientist. As nações que fazem parte do Tratado da Antártida “assinaram um acordo que proíbe a exploração dos recursos minerais no continente por pelo menos 50 anos”. As condições do acordo abrangem também normas sobre poluição e disposição do lixo, requerendo que qualquer novo empreendimento seja submetido a uma avaliação do impacto que causaria ao meio ambiente. No momento, o turismo é considerado a mais imediata ameaça aos ecossistemas da Antártida. Cada nação deverá fornecer a uma comissão recém-formada de ambientalistas informações pormenorizadas sobre seus procedimentos em relação ao meio ambiente e ao controle da poluição do meio ambiente. O acordo só entrará em vigor quando for formalmente ratificado pelas nações-membros, o que levará cerca de dois anos.
O Legado de Colombo
Colombo e outros exploradores fizeram mais do que descobrir as Américas — alteraram-nas radicalmente. Hoje em dia, escreve o historiador Alfred Crosby, o “botânico consegue encontrar com facilidade campinas inteiras [na América] em que mal consegue achar espécies que cresciam nos tempos da América pré-colombiana”. Conforme alistado na publicação Wilson Quarterly, entre as plantas trazidas do Velho Mundo acham-se: alface, amaranto, arroz, banana, cana-de-açúcar, capim-do-campo, laranja, limão, manga, margarida, pêssego, rabanete, repolho e trigo. Os animais trazidos incluem abelha melífera, cavalo, gado bovino, estorninho, galinha, gato doméstico, jumento, ovelha, pardal, porco e rato. Mais destrutivas, porém, foram as doenças trazidas. Estas incluíam amigdalite, caxumba, coqueluche, gripe, icterícia, malária, meningite, peste bubônica, sarampo, varicela e varíola. Ao passo que diversos animais e plantas também foram levados das Américas para o Velho Mundo, crê-se que apenas uma doença foi levada: a sífilis.
Besouros Estercorários
Todos os dias, a vaca produz em média de 10 a 15 bolotas de estrume; o elefante, cerca de 2 quilos mais ou menos a cada hora. Acrescentem-se a isso os excrementos de todos os demais animais, incluindo o homem, e talvez se pergunte como é que a esta altura o nosso globo não está coberto de excremento. Aqui é que entram em cena os besouros estercorários. Todos os dias eles põem fim a maciças quantidades de excremento. Assim que o excremento é depositado, milhares de besouros de tantas quantas 120 espécies convergem para o local e rapidamente o levam embora. Pesquisadores chegaram a contar 16.000 besouros numa única bolota de estrume de elefante, que havia desaparecido completamente quando os cientistas retornaram duas horas depois. Algumas espécies até mesmo se prendem à cauda de certos animais e saltam sobre o excremento em pleno ar. O que quer que deixem de consumir, transformam em bolinhas e as enterram como alimento para sua progênie. Por assim fazerem, prestam outro grande serviço à humanidade — acrescentam o nitrogênio fertilizador ao solo. Também revolvem o solo e o arejam, e as larvas do besouro consomem as larvas de moscas e de vermes parasíticos que vivem no excremento e que podem disseminar doenças. Eles são tão valiosos que os antigos egípcios até veneravam o escaravelho.
Estacionamento em Níveis
Os fabricantes de automóveis no Japão, que continuam produzindo carros em grandes quantidades e que gostariam de persuadir as famílias a comprar um segundo carro, se depararam com um obstáculo — onde estacioná-lo. As novas normas de estacionamento exigem que se exiba um adesivo comprobatório de que o proprietário possui estacionamento para o carro, em casa ou perto do trabalho, sendo este um requisito para o licenciamento do carro. Mas as vagas de estacionamento são caras, chegando a custar ¥230.000 (US$ 1.800) por mês em algumas áreas residenciais de Tóquio. Assim, os fabricantes de automóveis entraram no negócio de venda de dispositivos para estacionamento em dois ou três níveis numa única vaga de estacionamento. O primeiro carro entra numa plataforma, que então é elevada eletricamente, e o segundo (ou terceiro) carro é estacionado embaixo. Uma variação disso é o dispositivo de estacionamento doméstico, que desce o primeiro carro numa abertura abaixo do nível do solo. Informações sobre a disponibilidade de vagas de estacionamento também são fornecidas aos compradores de carros.
Dentes Auto-Reparadores?
Os dentes realizam seus próprios pequenos reparos quando lhes concedemos tempo suficiente para fazerem o serviço. Isso é o que o professor Tadashi Yamada explica em Shikai Tenbo (Conceito dos Círculos Odontológicos), uma revista médica japonesa. Depois que o açúcar entra na boca, não importa a quantidade, a placa nos dentes torna-se ácida durante cerca de 8 a 20 minutos. A placa ácida dissolve o cálcio do dente causando o que Yamada chama de “minicavidades”. Entretanto, de acordo com Yamada, o cálcio proveniente da saliva substitui gradualmente a perda de cálcio, de modo que algumas horas depois os dentes retornam à condição normal. Visto que se encontram vestígios de açúcar na maioria dos alimentos, Yamada recomenda escovar os dentes regularmente, especialmente antes de dormir, e evitar comer nos intervalos entre as refeições, a fim de dar tempo suficiente para os dentes se auto-repararem.
Punição Incomum
A sentença original foi de quatro meses de prisão. Daí, a pena foi transformada em dois anos de serviços prestados à comunidade a cada quinze dias — mas em silêncio e com o uso de máscaras. E que transgressão levou a tal sentença incomum? Três irmãs foram condenadas por caluniar e difamar um vizinho durante nove anos. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, a discórdia aparentemente teve início quando o mecânico ‘construiu uma rampa no quintal da casa’. No entanto, as irmãs entraram com recurso na tentativa de anular a obrigação de usar máscaras!
Crianças Imunizadas
No mundo inteiro, 4 de cada 5 crianças estão atualmente imunizadas contra seis doenças assassinas: coqueluche, difteria, pólio, sarampo, tétano e tuberculose, afirma a Organização Mundial da Saúde. Dez anos atrás, o índice era de cerca de 1 em cada 5. Agora, ao custo de apenas um dólar por criança para a vacinação, cerca de três milhões de crianças estão sendo salvas anualmente. Contudo, segundo a Organização Mundial da Saúde, doenças evitáveis ainda tiram, todos os anos, a vida de uns dois milhões de crianças.