Jeová, o Deus de propósitos

“Seguramente, assim como tencionei, assim terá de acontecer; e assim como aconselhei, deste modo se efetuará.” — ISAÍAS 14:24.

1, 2. O que dizem muitos a respeito do objetivo da vida?

PESSOAS em toda a parte perguntam: “Qual é o objetivo da vida?” Um líder político ocidental declarou: “Mais pessoas do que nunca perguntam: ‘Quem somos? Qual é o propósito da nossa existência?’” Quando um jornal, numa pesquisa entre jovens, perguntou sobre qual era o objetivo da vida, havia respostas típicas como estas: “Fazer tudo o que o coração da gente quer.” “Viver todo instante o mais plenamente possível.” “Gozar a vida.” “Ter filhos, ser feliz e então morrer.” A maioria deles achava que esta vida é tudo o que há. Ninguém mencionou algum objetivo de grande alcance para a vida na Terra.

² Um erudito confucionista disse: “O derradeiro sentido da vida se encontra na nossa mera existência humana.” De acordo com isso, as pessoas continuariam a nascer, a lutar por 70 ou 80 anos, a morrer então e a deixar de existir para sempre. Um cientista evolucionista disse: “Talvez ansiemos uma resposta ‘mais elevada’ — mas não há nenhuma.” Para estes evolucionistas, a vida é uma luta pela sobrevivência, com a morte dando fim a tudo. Filosofias assim oferecem um conceito desesperançoso da vida.

3, 4. Como influem as condições do mundo no modo em que muitos encaram a vida?

³ Muitos duvidam de que a vida tenha objetivo quando vêem que a existência humana está cheia de desgraça. Nos nossos tempos, quando o homem supostamente atingiu o apogeu de realizações industriais e científicas, cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo estão gravemente doentes ou subnutridas. Milhões de crianças morrem todo ano por causas assim. Além disso, este século 20 tem tido quatro vezes mais mortes por causa de guerras do que os anteriores quatrocentos anos juntos. O crime, a violência, o vício das drogas, famílias desfeitas, a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis — esta lista de fatores negativos está aumentando. Os líderes do mundo não têm soluções para esses problemas.

⁴ Em vista de tais condições, uma senhora expressou a crença de muitos: “A vida não tem objetivo. Já que todas essas coisas ruins estão acontecendo, a vida não significa muita coisa.” E um homem de certa idade disse: “Na maior parte da minha vida me tenho perguntado por que eu existo. Se houver algum objetivo, não me importo mais com ele.” Assim, uma vez que multidões de pessoas não sabem por que Deus permite o sofrimento, as condições aflitivas existentes no mundo induzem-nas a perder toda esperança real quanto ao futuro.

5.Por que aumentam as religiões do mundo a confusão sobre o objetivo da vida?

⁵ Até mesmo os líderes religiosos estão divididos entre si, e não têm certeza quanto ao objetivo da vida. Um ex-deão da Catedral de S. Paulo, em Londres, disse: “Toda a minha vida esforcei-me para encontrar um objetivo para a vida. . . . Fracassei.” É verdade que muitos clérigos ensinam que, na morte, os bons vão para o céu e que os maus vão para sempre para um inferno de fogo. Mas este conceito ainda deixa que a humanidade na Terra continue no seu rumo atormentado. E se Deus tivesse tido o propósito de que as pessoas vivessem no céu, por que não as fez logo criaturas celestiais, como fez com os anjos, poupando assim aos humanos todo esse sofrimento? Portanto, é comum haver confusão sobre o objetivo da vida na Terra, ou a recusa de crer que ela tenha algum objetivo.

O Deus de propósitos

6, 7. O que nos informa a Bíblia sobre o Soberano Universal?

⁶ No entanto, o livro mais amplamente distribuído na História, a Bíblia Sagrada, nos informa que Jeová, o Soberano do Universo, é o Deus de propósitos. Mostra-nos que ele tem um propósito de grande alcance, de fato, eterno, para com a humanidade na Terra. E quando Jeová tem por objetivo fazer algo, sem falta o faz. Assim como a chuva faz a semente brotar, Deus diz, “assim mostrará ser a minha palavra que sai da minha boca. Não voltará a mim sem resultados, mas certamente fará aquilo em que me agradei e terá êxito certo naquilo para que a enviei”. (Isaías 55:10, 11) O que Jeová diz que fará “se efetuará”. — Isaías 14:24.

⁷ Nós humanos podemos ter plena confiança de que o Todo-Poderoso cumprirá suas promessas, porque Deus “não pode mentir”. (Tito 1:2; Hebreus 6:18) Quando ele nos diz que fará certa coisa, sua palavra é garantia de que a realizará. É como se já a tivesse feito. Ele declara: “Eu sou o Divino e não há outro Deus, nem alguém semelhante a mim; Aquele que desde o princípio conta o final e desde outrora as coisas que não se fizeram; Aquele que diz: ‘Meu próprio conselho ficará de pé e farei tudo o que for do meu agrado’ . . . Eu até mesmo o falei; também o introduzirei. Eu o formei, também o farei.” — Isaías 46:9-11.

8. Será que aqueles que sinceramente querem conhecer a Deus podem achá-lo?

⁸ Além disso, Jeová “não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento”. (2 Pedro 3:9) Por este motivo, não quer que ninguém deixe de conhecê-lo. Um profeta de nome Azarias disse: “Se . . . buscardes [a Deus], deixar-se-á achar por vós, mas se o abandonardes, ele vos abandonará.” (2 Crônicas 15:1, 2) Portanto, aqueles que sinceramente querem conhecer a Deus e seus propósitos certamente podem conseguir isso, se fizerem empenho para buscá-lo.

9, 10. (a) O que se providenciou para os que querem conhecer a Deus? (b) O que somos habilitados a fazer pela pesquisa da Palavra de Deus?

⁹ Mas, buscá-lo onde? Para os que realmente buscam a Deus, ele providenciou a sua Palavra, a Bíblia. Deus, por meio do Seu espírito santo, aquela mesma força ativa que usou para criar o Universo, mandou homens fiéis escrever aquilo que precisamos saber sobre os Seus propósitos. Por exemplo, o apóstolo Pedro disse a respeito das profecias bíblicas: “A profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” (2 Pedro 1:21) De modo similar, o apóstolo Paulo declarou: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” — 2 Timóteo 3:16, 17; 1 Tessalonicenses 2:13.

¹⁰ Note que a Palavra de Deus nos habilita a ser, não de forma parcial ou incompleta, mas ‘plenamente competentes, completamente equipados’. Habilita-nos a ter certeza de quem Deus é, de quais são os seus propósitos e do que ele requer de seus servos. Isso é o que se espera dum livro cujo autor é Deus. E é a única fonte que podemos pesquisar para obter um conhecimento exato sobre Deus. (Provérbios 2:1-5; João 17:3) Por fazermos isso, “não [seremos] mais pequeninos, jogados como que por ondas e levados para cá e para lá por todo vento de ensino, pela velhacaria de homens, pela astúcia em maquinar o erro”. (Efésios 4:13, 14) O salmista expressou o conceito correto: “Lâmpada para o meu pé é a tua palavra [a de Deus] e luz para a minha senda.” — Salmo 119:105.

Revelados progressivamente

11. Como tem Jeová revelado seus propósitos à humanidade?

¹¹ Logo quando a família humana teve seu começo, Jeová revelou seus propósitos para com esta Terra e os humanos nela. (Gênesis 1:26-30) Mas, quando os nossos primeiros pais rejeitaram a soberania de Deus, a humanidade mergulhou na escuridão espiritual e na morte. (Romanos 5:12) No entanto, Jeová sabia que haveria alguns que desejariam servi-lo. Por isso, no decorrer dos séculos, ele revelou progressivamente seus propósitos aos seus servos fiéis. Alguns daqueles com os quais se comunicou foram Enoque (Gênesis 5:24; Judas 14, 15), Noé (Gênesis 6:9, 13), Abraão (Gênesis 12:1-3) e Moisés (Êxodo 31:18; 34:27, 28). Amós, profeta de Deus, escreveu: “O Soberano Senhor Jeová não fará coisa alguma sem ter revelado seu assunto confidencial aos seus servos, os profetas.” — Amós 3:7; Daniel 2:27, 28.

12. De que modo lançou Jesus mais luz sobre os propósitos de Deus?

¹² Quando Jesus Cristo, o Filho de Deus, esteve na Terra, uns 4.000 anos depois da rebelião no Éden, foram revelados muitos outros pormenores dos propósitos de Jeová. Referiam-se especialmente ao propósito de Deus de estabelecer um Reino celestial para governar a Terra. (Daniel 2:44) Jesus fez deste Reino o tema do seu ensino. (Mateus 4:17; 6:10) Ele e seus discípulos ensinavam que, sob o Reino, se cumpriria o propósito original de Deus para com a Terra e a humanidade. A Terra seria transformada num paraíso habitado por humanos perfeitos, os quais viveriam para sempre. (Salmo 37:29; Mateus 5:5; Lucas 23:43; 2 Pedro 3:13; Revelação [Apocalipse] 21:4) Além disso, Jesus e seus discípulos, por meio dos milagres que Deus os habilitou a fazer, demonstraram o que ocorreria naquele novo mundo. — Mateus 10:1, 8; 15:30, 31; João 11:25-44.

13. Que mudança ocorreu em Pentecostes de 33 EC com respeito aos tratos de Deus com a humanidade?

¹³ Em Pentecostes de 33 EC, 50 dias depois da ressurreição de Jesus, derramou-se o espírito de Deus sobre a congregação dos seguidores de Cristo. Esta substituiu o Israel infiel como povo pactuado de Jeová. (Mateus 21:43; 27:51; Atos 2:1-4) Naquela ocasião, o derramamento do espírito santo evidenciou que, a partir daquele momento, Deus, por meio deste novo instrumento, revelaria as verdades sobre os seus propósitos. (Efésios 3:10) No primeiro século EC, estabeleceu-se a estrutura organizacional da congregação cristã. — 1 Coríntios 12:27-31; Efésios 4:11, 12.

14. Como podem aqueles que buscam a verdade identificar a verdadeira congregação cristã?

¹⁴ Atualmente, os que buscam a verdade podem identificar a verdadeira congregação cristã porque esta manifesta constantemente a principal qualidade de Deus, o amor. (1 João 4:8, 16) Deveras, o amor fraternal é um sinal identificador do genuíno cristianismo. Jesus disse: “Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” “Este é o meu mandamento, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (João 13:35; 15:12) E Jesus lembrou aos seus ouvintes: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando.” (João 15:14) Portanto, os verdadeiros servos de Deus são aqueles que vivem pela lei do amor. Não ficam apenas falando sobre ele, porque “a fé sem obras está morta”. — Tiago 2:26.

Esclarecimentos

15. De que podem ter certeza os servos de Deus?

¹⁵ Jesus predisse que, com o passar do tempo, a verdadeira congregação cristã receberia cada vez mais esclarecimentos sobre os propósitos de Deus. Ele prometeu aos seus seguidores: “O ajudador, o espírito santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas.” (João 14:26) Jesus disse também: “Eis que estou convosco todos os dias, até à terminação do sistema de coisas.” (Mateus 28:20) De modo que os esclarecimentos sobre a verdade a respeito de Deus e de seus propósitos aumentam entre os servos de Deus. Sim, “a vereda dos justos é como a luz clara que clareia mais e mais até o dia estar firmemente estabelecido”. — Provérbios 4:18.

16. O que nos informa o esclarecimento espiritual sobre onde nos encontramos com respeito aos propósitos de Deus?

¹⁶ Hoje em dia, esta luz espiritual é mais luminosa do que em qualquer época anterior, porque vivemos no tempo em que muitas das profecias bíblicas se estão cumprindo ou têm cumprimento iminente. Estas nos mostram que vivemos nos “últimos dias” do atual iníquo sistema de coisas. É o período chamado de “terminação do sistema de coisas”; será seguido pelo novo mundo de Deus. (2 Timóteo 3:1-5, 13; Mateus 24:3-13) Conforme predito por Daniel, o Reino celestial de Deus em breve “esmiuçará e porá termo a todos estes reinos [atualmente existentes], e ele mesmo ficará estabelecido por tempos indefinidos”. — Daniel 2:44.

17, 18. Que grandiosas profecias se cumprem agora?

¹⁷ Entre as profecias que se cumprem agora está a registrada no versículo 14 do capítulo 24 de Mateus. Jesus disse ali: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” Esta pregação do Reino está sendo feita em toda a Terra por milhões de Testemunhas de Jeová. E todo ano se juntam a elas centenas de milhares de pessoas. Isto está em harmonia com a profecia de Isaías 2:2, 3, que diz que “na parte final dos dias” deste mundo iníquo pessoas de muitas nações se chegariam à verdadeira adoração de Jeová e que ‘ele as instruiria sobre os seus caminhos e que elas andariam nas Suas veredas’.

¹⁸ Estes novos afluem à adoração de Jeová “como nuvem”, conforme predito em Isaías, capítulo 60, no versículo 8. O versículo 22 de Is 60 acrescenta: “O próprio pequeno tornar-se-á mil e o menor, uma nação forte. Eu mesmo, Jeová, apressarei isso ao seu próprio tempo.” Conforme a evidência indica, este tempo já chegou. E esses novos, por se terem associado com as Testemunhas de Jeová, podem estar confiantes de que entraram em contato com a verdadeira congregação cristã.

19. Por que dizemos que os novos que se associam com as Testemunhas de Jeová entraram em contato com a verdadeira congregação cristã?

¹⁹ Por que podemos dizer isso com tanta certeza? Porque esses novos, ao lado dos milhões que já estão na organização de Jeová Deus, dedicaram sua vida a Ele e fazem a Sua vontade. Isto inclui viver em harmonia com a lei do amor divino. Em evidência disso, esses cristãos forjaram ‘das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras, e não aprendem mais a guerra’. (Isaías 2:4) Todas as Testemunhas de Jeová, no mundo inteiro, têm feito isso porque põem o amor em prática. Isto significa que nunca podem pegar em armas de guerra uns contra os outros ou contra alguém mais. Neste respeito, são ímpares — dessemelhantes das religiões do mundo. (João 13:34, 35; 1 João 3:10-12, 15) Não se envolvem em nacionalismos divisórios, porque são uma fraternidade global, conjugada pelo amor, “o perfeito vínculo de união”. — Colossenses 3:14; Mateus 23:8; 1 João 4:20, 21.

A maioria prefere não saber

20, 21. Por que se encontra a vasta maioria da humanidade em escuridão espiritual? (2 Coríntios 4:4; 1 João 5:19)

²⁰ Ao passo que a luz espiritual aumenta entre os servos de Deus, os demais da população da Terra mergulham numa escuridão espiritual cada vez mais intensa. Não conhecem a Jeová, nem os Seus propósitos. O profeta de Deus descreveu este tempo ao dizer: “Eis que a própria escuridão cobrirá a terra e densas trevas os grupos nacionais.” (Isaías 60:2) Isto se dá porque eles não mostram interesse sincero em chegar a conhecer a Deus, nem revelam o desejo de tentar agradá-lo. Jesus disse: “Agora, esta é a base para o julgamento: que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais a escuridão do que a luz, porque as suas obras eram iníquas. Pois quem pratica coisas ruins odeia a luz e não se chega à luz, a fim de que as suas obras não sejam repreendidas.” — João 3:19, 20.

²¹ Essas pessoas não estão genuinamente interessadas em descobrir qual é a vontade de Deus. Em vez disso, sua vida gira em torno de fazerem a sua própria vontade. Por desconsiderarem a vontade de Deus, colocam-se numa posição perigosa, porque a Palavra dele declara: “Quem desvia seu ouvido de ouvir a lei — até mesmo sua oração é algo detestável.” (Provérbios 28:9) Sofrerão as conseqüências do proceder que escolheram. O apóstolo Paulo escreveu: “Não vos deixeis desencaminhar: De Deus não se mofa. Pois, o que o homem semear, isso também ceifará.” — Gálatas 6:7.

22. O que fazem agora multidões de pessoas que querem conhecer a Deus?

²² No entanto, há multidões de pessoas que querem saber qual é a vontade de Deus, buscando-o sinceramente e sentindo-se atraídas a ele. “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós”, diz Tiago 4:8. Jesus disse a respeito de tais: “Quem faz o que é verdadeiro se chega à luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas como tendo sido feitas em harmonia com Deus.” (João 3:21) E que maravilhoso futuro Deus intenciona para os que se chegam à luz! O artigo que segue considerará essas perspectivas emocionantes.

Confie que Jeová cumprirá seus propósitos

“Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.” SALMO 37:29.

1. Qual é o propósito de Jeová para com os humanos e para com esta Terra?

QUANDO Jeová criou nossos primeiros pais, Adão e Eva, ele os fez perfeitos. E criou-os de modo a poderem viver para sempre nesta Terra — se obedecessem às Suas leis. (Gênesis 1:26, 27; 2:17) Além disso, Jeová Deus colocou-os num ambiente paradísico. (Gênesis 2:8, 9) Disse-lhes: “Sede fecundos e tornai-vos muitos, e enchei a terra, e sujeitai-a.” (Gênesis 1:28) De modo que a descendência deles por fim se espalharia por toda a Terra, e este planeta se tornaria um paraíso cheio de uma raça de pessoas perfeitas e felizes. Que belo início teve a família humana! “Deus viu tudo o que tinha feito, e eis que era muito bom.” — Gênesis 1:31.

2. Que perguntas são suscitadas pela condição dos assuntos humanos?

² No entanto, a condição dos assuntos humanos já existente por milhares de anos não se parece em nada ao propósito original de Deus. A humanidade está muito afastada da perfeição e longe de ser feliz. As condições do mundo têm sido aflitivas, e, conforme se profetizou, têm piorado dramaticamente nos nossos tempos. (2 Timóteo 3:1-5, 13) Portanto, como podemos confiar que o propósito de Deus para com os humanos seja realizado no futuro próximo? Passar-se-ão mais alguns períodos longos de contínuas condições aflitivas?

O que saiu errado?

3. Por que não acabou Jeová imediatamente com a rebelião da humanidade?

³ Os que têm conhecimento exato da Palavra inspirada de Jeová Deus sabem por que Ele tem permitido essas condições más na Terra. Sabem também o que Ele fará a respeito delas. À base do relato bíblico, aprenderam que nossos primeiros pais usaram mal o maravilhoso dom do livre-arbítrio que Deus concedera aos humanos. (Compare com 1 Pedro 2:16.) Escolheram erroneamente um proceder independente de Deus. (Gênesis, capítulos 2 e 3) Sua rebelião suscitou perguntas de máxima importância, tais como: será que o Soberano Universal tem o direito de governar os homens? É Seu governo o melhor para eles? Pode o governo humano ser bem-sucedido sem a supervisão de Deus? A maneira certa de se saber as respostas a estas perguntas era deixar passar séculos de governo humano. O resultado disso mostraria além de qualquer dúvida se os humanos podem ser bem-sucedidos à parte do seu Criador.

4, 5. (a) Qual foi o resultado da rejeição do governo de Deus pelos humanos? (b) O que foi demonstrado além de qualquer dúvida pela passagem do tempo?

⁴ Quando Adão e Eva abandonaram a Deus, ele não mais os manteve em perfeição. Sem o Seu apoio, eles deterioraram. O resultado foi a imperfeição, a velhice e por fim a morte. Por meio das leis da hereditariedade, nossos primeiros pais transmitiram essas características negativas a todos os seus descendentes, inclusive a nós. (Romanos 5:12) E qual tem sido o resultado de milhares de anos de governo humano? Catastrófico, assim como Eclesiastes 8:9 declara verazmente: “Homem tem dominado homem para seu prejuízo.”

⁵ A passagem do tempo tem mostrado, além de dúvida, que não é dos humanos dirigir seus assuntos com bom êxito à parte do seu Criador. Jeremias, escritor bíblico inspirado, declarou: “Bem sei, ó Jeová, que não é do homem terreno o seu caminho. Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” — Jeremias 10:23; Deuteronômio 32:4, 5; Eclesiastes 7:29.

Os propósitos de Deus não mudaram

6, 7. (a) Será que a passagem de milhares de anos de História mudaram os propósitos de Jeová? (b) O que está incluído nos propósitos de Jeová?

⁶ Será que a passagem de milhares de anos de história humana — tão cheia de iniqüidade e sofrimento — mudaram os propósitos de Deus? Sua Palavra declara: “Assim disse Jeová, o Criador dos céus, Ele, o verdadeiro Deus, o Formador da terra e Aquele que a fez, Aquele que a estabeleceu firmemente, que não a criou simplesmente para nada, que a formou mesmo para ser habitada.” (Isaías 45:18) De modo que Deus formou a Terra para ser habitada por humanos, e este continua a ser seu propósito.

⁷ Jeová não somente criou a Terra para ser habitada, mas também intencionou que ela se tornasse um paraíso a ser usufruído por pessoas perfeitas, felizes. É por isso que a Bíblia predisse que haveria “uma nova terra”, uma nova sociedade humana, em que “há de morar a justiça”. (2 Pedro 3:13) E em Revelação (Apocalipse) 21:4, a Palavra de Deus nos informa que, no Seu novo mundo, ele “enxugará dos . . . olhos [da humanidade] toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor”. É por este motivo que Jesus podia chamar o vindouro novo mundo na Terra de “Paraíso”. — Lucas 23:43.

8. Por que podemos ter certeza de que Jeová cumprirá seus propósitos?

⁸ Visto que Jeová é o Criador todo-poderoso e todo-sábio do Universo, ninguém pode frustrar Seus propósitos. “Jeová dos exércitos jurou, dizendo: ‘Seguramente, assim como tencionei, assim terá de acontecer; e assim como aconselhei, deste modo se efetuará.’” (Isaías 14:24) Portanto, quando Deus diz que transformará esta Terra num paraíso habitado por pessoas perfeitas, então é isso o que acontecerá. Jesus disse: “Felizes os de temperamento brando, porque herdarão a terra.” (Mateus 5:5; compare com Salmo 37:29.) Podemos ter certeza absoluta do cumprimento desta promessa. De fato, podemos até arriscar a vida nisso.

Confiaram em Jeová

9. O que fez Abraão, mostrando que ele tinha confiança em Jeová?

⁹ No decorrer da História, muitos dos que temiam a Deus até mesmo arriscaram a vida pelo propósito de Deus para com a Terra, porque estavam convencidos de que ele o cumpriria. Embora tivessem conhecimento limitado, confiaram em Deus e fizeram sua vida girar em torno da vontade dele. Como exemplo, temos Abraão, que viveu uns 2.000 anos antes de Jesus andar na Terra — muito antes de se começar a escrever a Bíblia. Ele confiava que Jeová cumpriria Suas promessas. É provável que Abraão ficasse sabendo do Criador por meio de seu fiel antepassado Sem, que fora ensinado por Noé. De modo que, quando Deus mandou que Abraão saísse da próspera Ur dos Caldeus para a terra desconhecida e perigosa de Canaã, esse patriarca sabia que podia confiar em Jeová, e por isso foi. (Hebreus 11:8) Com o tempo, Jeová disse-lhe: “Farei de ti uma grande nação.” — Gênesis 12:2.

10, 11. Por que estava Abraão disposto a oferecer seu filho unigênito, Isaque?

¹⁰ O que aconteceu depois de Isaque nascer a Abraão? Jeová indicou a Abraão que seria por meio de Isaque que seus descendentes se tornariam uma grande nação. (Gênesis 21:12) Portanto, deve ter parecido uma grande contradição quando Jeová mandou que Abraão, como prova da sua fé, sacrificasse seu filho Isaque. (Gênesis 22:2) No entanto, Abraão, com plena confiança em Jeová, tomou medidas para acatar isso, pegando até mesmo no seu cutelo para matar Isaque. No último instante, Deus enviou seu anjo para refrear Abraão. — Gênesis 22:9-14.

¹¹ Por que foi Abraão tão obediente? Hebreus 11:17-19 revela: “Pela fé Abraão, quando provado, a bem dizer ofereceu Isaque, e o homem que recebera de bom grado as promessas, tentou oferecer seu unigênito, embora se lhe tivesse dito: ‘Aquilo que se chamar “teu descendente” será por intermédio de Isaque.’ Mas ele achava que Deus era capaz de levantá-lo até mesmo dentre os mortos; e dali o recebeu também em sentido ilustrativo.” Romanos 4:20, 21, declara de modo similar: “Por causa da promessa de Deus, [Abraão] não vacilou com falta de fé, . . . estando plenamente convencido de que era também capaz de fazer aquilo que prometera.”

12. Como foi Abraão recompensado pela sua fé?

¹² Abraão foi recompensado pela sua fé não só por se poupar Isaque e por uma “grande nação” proceder dele, mas também de outro modo. Deus disse a Abraão: “Todas as nações da terra hão de abençoar a si mesmas por meio de teu descendente, pelo fato de que escutaste a minha voz.” (Gênesis 22:18) Como? O Rei do Reino celestial de Deus procederia da descendência de Abraão. Este Reino esmiuçaria completamente o atual mundo iníquo que está sob Satanás. (Daniel 2:44; Romanos 16:20; Revelação 19:11-21) Daí, na Terra purificada sob o governo do Reino, se desenvolveria um Paraíso global, e pessoas de “todas as nações”, que fizessem a vontade de Deus, usufruiriam saúde perfeita e viveriam para sempre. (1 João 2:15-17) E embora Abraão tivesse apenas um conhecimento limitado do Reino, confiava em Deus e aguardava seu estabelecimento. — Hebreus 11:10.

13, 14. Por que confiava Jó em Deus?

¹³ Algumas centenas de anos mais tarde havia Jó, que viveu entre os séculos 17 e 16 AEC, no que agora se conhece como a Arábia. Ele também viveu antes de se começar a escrever a Bíblia. Jó “mostrava ser inculpe e reto, e temia a Deus e desviava-se do mal”. (Jó 1:1) Quando Satanás infligiu a Jó uma doença repugnante e dolorosa, este homem fiel “não proferiu uma única palavra pecaminosa” durante todo o seu sofrimento. (Jó 2:10, The New English Bible) Jó confiava em Deus. E embora não conhecesse os pormenores do motivo do seu sofrimento, arriscou a vida por Deus e Suas promessas.

¹⁴ Jó sabia que, mesmo se morresse, Deus podia algum dia devolver-lhe a vida por meio da ressurreição. Indicou esta esperança quando disse a Jeová Deus: “Quem dera que me escondesses no Seol [a sepultura], . . . que me fixasses um limite de tempo e te lembrasses de mim! Morrendo o varão vigoroso, pode ele viver novamente? . . . Tu chamarás e eu mesmo te responderei.” (Jó 14:13-15) Embora Jó estivesse em agonia, mostrou ter fé na soberania de Jeová, declarando: “Até eu expirar não removerei de mim a minha integridade!” — Jó 27:5.

15. Como expressou Davi sua confiança nos propósitos de Jeová?

¹⁵ Uns seis séculos depois de Jó e cerca de mil anos antes de Jesus vir à Terra, Davi expressou sua confiança num novo mundo. Ele disse nos salmos: “Os que esperam em Jeová são os que possuirão a terra. E apenas mais um pouco, e o iníquo não mais existirá . . . Mas os próprios mansos possuirão a terra e deveras se deleitarão na abundância de paz. Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.” Por Davi ter uma fé inabalável, ele exortou: “Confia em Jeová . . . Deleita-te também em Jeová, e ele te concederá os pedidos do teu coração.” — Salmo 37:3, 4, 9-11, 29.

16. Qual era a esperança ‘duma grande nuvem de testemunhas’?

¹⁶ No decorrer dos séculos, homens e mulheres fiéis tiveram esta mesma esperança de vida eterna na Terra. Na realidade, constituíam ‘uma grande nuvem de testemunhas’, que bem literalmente arriscavam a vida pelas promessas de Jeová. Muitas dessas antigas testemunhas de Jeová foram torturadas e mortas por causa da sua fé, “a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor”. De que modo? No novo mundo, Deus os recompensará com uma ressurreição melhor e com a perspectiva de vida eterna. — João 5:28, 29; Hebreus 11:35; 12:1.

As Testemunhas cristãs confiam em Deus

17. Quão firmemente confiavam em Jeová os cristãos do primeiro século?

¹⁷ No primeiro século EC, Jeová revelou à recém-estabelecida congregação cristã outros pormenores sobre o Reino e seu governo sobre a Terra. Por exemplo, Seu espírito inspirou o apóstolo João a escrever que o número dos que estariam associados com Jesus Cristo no Reino celestial é de 144.000. Estes seriam servos fiéis de Deus, “comprados dentre a humanidade”. (Revelação 7:4; 14:1-4) ‘Reinariam’ sobre a Terra junto com Cristo, no céu. (Revelação 20:4-6) Os cristãos do primeiro século confiavam tão firmemente que Jeová cumpriria Seu propósito de haver um Reino celestial e seu domínio terrestre, que estavam dispostos a morrer pela sua fé. Muitos deles morreram mesmo.

18. Como imitam hoje as Testemunhas de Jeová seus equivalentes do passado?

¹⁸ Hoje em dia, cerca de cinco milhões de Testemunhas de Jeová têm a mesma confiança em Deus que seus equivalentes, que viveram nos séculos antes delas. As atuais Testemunhas também arriscaram a vida pelas promessas de Deus. Dedicaram sua vida a ele e possuem a Bíblia completa para fortalecer sua fé. (2 Timóteo 3:14-17) Essas atuais Testemunhas de Jeová imitam os seguidores de Jesus do primeiro século, os quais declararam que ‘obedeceriam a Deus como governante antes que aos homens’. (Atos 5:29) No século atual, muitas dessas Testemunhas cristãs foram cruelmente perseguidas. Algumas delas até mesmo foram mortas pela sua fé. Outras morreram de doenças, de acidentes ou de velhice. No entanto, iguais às testemunhas fiéis do passado, confiaram em Deus por saberem que ele lhes devolveria a vida no Seu novo mundo por meio da ressurreição. — João 5:28, 29; Atos 24:15; Revelação 20:12, 13.

19, 20. O que reconhecemos a respeito das profecias bíblicas para os nossos dias?

¹⁹ As Testemunhas de Jeová reconhecem que, serem tiradas de todas as nações e levadas a uma fraternidade global, foi há muito predito nas profecias bíblicas. (Isaías 2:2-4; Revelação 7:4, 9-17) E Jeová as faz realizar uma pregação mundial para ajuntar ao Seu favor e à Sua proteção mais outras pessoas sinceras. (Provérbios 18:10; Mateus 24:14; Romanos 10:13) Todos estes depositam plena confiança em Jeová, sabendo que ele em breve introduzirá Seu maravilhoso novo mundo. — Compare com 1 Coríntios 15:58; Hebreus 6:10.

²⁰ As profecias bíblicas indicam que o mundo de Satanás, já por quase 80 anos, está nos seus últimos dias, desde o ano-chave de 1914. Este mundo aproxima-se do seu fim. (Romanos 16:20; 2 Coríntios 4:4; 2 Timóteo 3:1-5) Por isso, as Testemunhas de Jeová têm coragem, porque se dão conta de que o Reino de Deus assumirá em breve o controle total de todos os assuntos da Terra. Por Deus acabar com o atual mundo iníquo e introduzir o Seu novo mundo justo, Ele eliminará totalmente a situação ruim que já existe na Terra por tantos séculos. — Provérbios 2:21, 22.

21. Por que podemos alegrar-nos apesar das atuais dificuldades?

²¹ Daí, por toda a eternidade, Deus mostrará quanto se importa conosco por derramar bênçãos que mais do que compensarão qualquer dano que tenhamos sofrido no passado. Acontecerão conosco tantas coisas boas no novo mundo, que quaisquer dificuldades anteriores desaparecerão da memória. Como é consolador saber que Jeová então ‘abrirá a sua mão e satisfará o desejo de toda coisa vivente’. — Salmo 145:16; Isaías 65:17, 18.

22. Por que devemos ter confiança em Jeová?

²² A humanidade fiel verá no novo mundo o cumprimento de Romanos 8:21: “A própria criação também será liberta da escravização à corrupção e terá a liberdade gloriosa dos filhos de Deus.” Verá cumprida a seguinte oração que Jesus ensinou aos seus seguidores: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mateus 6:10) Portanto, tenha plena confiança em Jeová, porque Sua promessa infalível é: “Os próprios justos possuirão a terra e residirão sobre ela para todo o sempre.” — Salmo 37:29.