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A fé cristã será provadaA Sentinela — 1998 | 15 de maio
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A fé provada referente a 1914
11. Em que sentido foi 1914 significativo para C. T. Russell e seus associados?
11 Anos antes do irrompimento da Primeira Guerra Mundial, os do restante ungido haviam proclamado que 1914 seria uma data significativa na profecia bíblica. No entanto, algumas das suas expectativas eram prematuras, e seu ponto de vista sobre o que iria acontecer era menos do que perfeito. Por exemplo, C. T. Russell, primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA), e seus associados podiam ver que era preciso fazer uma vasta obra de pregação. Eles liam: “Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14, King James Version.) No entanto, como é que seu grupo relativamente pequeno podia fazer isso?
12. Como reagiu um dos associados de Russell à verdade bíblica?
12 Considere como isso afetou A. H. Macmillan, associado de Russell. Nascido no Canadá, Macmillan nem tinha ainda 20 anos quando obteve o livro de Russell, O Plano das Eras (1886, em inglês). (Este livro, também chamado O Plano Divino das Eras, tornou-se o Volume 1 da amplamente distribuída coleção de Estudos das Escrituras. O Volume 2, O Tempo Está Próximo [1889, em inglês], apontou para 1914 como o fim dos “tempos dos gentios”. [Lucas 21:24, KJ]) Na mesma noite em que Macmillan começou a lê-lo, ele pensou: “Ora, isso parece ser verdade!” No verão de 1900, ele conheceu Russell num congresso dos Estudantes da Bíblia, como se chamavam as Testemunhas de Jeová. Em pouco tempo, Macmillan foi batizado e começou a trabalhar com o irmão Russell na sede da Sociedade em Nova York.
13. Que problema notaram Macmillan e outros relacionado com o cumprimento de Mateus 24:14?
13 Baseados na sua leitura da Bíblia, esses cristãos ungidos apontavam para 1914 como ponto crucial no propósito de Deus. Mas, Macmillan e outros se perguntavam como se poderia realizar a pregação às nações, predita em Mateus 24:14, no pouco tempo que restava. Ele disse mais tarde: “Lembro-me de considerar isso freqüentemente com o irmão Russell, e ele dizia: ‘Bem, irmão, aqui mesmo em Nova York temos mais judeus do que há em Jerusalém. Temos mais irlandeses aqui do que há em Dublim. E temos mais italianos do que há em Roma. Então, se os contatarmos aqui, estaremos contatando o mundo com a mensagem.’ Mas isso não parecia nos satisfazer. Daí pensou-se em produzir o ‘Fotodrama’.”
14. Antes de 1914, que notável projeto foi empreendido?
14 E que empreendimento inovador foi o “Fotodrama da Criação”! Este combinava filmes e diapositivos coloridos, sincronizados com discursos bíblicos e música em discos fonográficos. Em 1913, a revista A Sentinela (em inglês, chamada The Watch Tower) disse a respeito dum congresso em Arkansas, EUA: “Resolveu-se unanimemente que chegou o tempo para se usarem filmes para se ensinar as verdades bíblicas. . . . [Russell] explicou que estivera empenhado neste mesmo plano por três anos e que já tinha quase prontas centenas de belas fotos, que sem dúvida atrairão grandes multidões e proclamarão o Evangelho, e ajudarão o público a recuperar a fé em Deus.”
15. Que resultados obteve o “Fotodrama”?
15 O “Fotodrama” fez exatamente isso depois da sua exibição inicial em janeiro de 1914. Seguem-se relatórios de A Sentinela de 1914 (em inglês):
Primeiro de abril: “Certo ministro, depois de ver duas partes, disse: ‘Vi apenas metade do FOTODRAMA DA CRIAÇÃO, mas já aprendi dele mais sobre a Bíblia do que aprendi no meu curso de três anos no seminário teológico.’ Um judeu, depois de vê-lo, observou: ‘Vou embora como judeu melhor do que quando entrei.’ Diversos sacerdotes e freiras, católicos, têm ido ver o DRAMA e têm expressado grande apreço. . . . Só se completaram ainda doze coleções do DRAMA . . . Não obstante, já alcançamos e servimos a trinta e uma cidades. . . . Mais de trinta e cinco mil por dia vêem, ouvem, admiram, pensam e são abençoados.”
15 de junho: “As fotos me tornaram mais zeloso para difundir a Verdade, e aumentaram meu amor pelo Pai Celestial e pelo nosso querido Irmão Mais Velho, Jesus. Peço diariamente em oração as mais ricas bênçãos de Deus sobre o FOTODRAMA DA CRIAÇÃO e sobre todos os empenhados na sua apresentação . . . Seu servo no Senhor, F. W. KNOCHE. — Iowa.”
15 de julho: “Temos o prazer de observar a maravilhosa impressão favorável que as fotos deixaram nesta cidade, e estamos certos de que este testemunho dado ao mundo é também usado para ajuntar muitos que evidenciam ser jóias da própria escolha do Senhor. Sabemos dum número bastante grande de fervorosos estudantes da Bíblia que agora se associam com a Classe aqui, em resultado da obra com o Fotodrama. . . . Sua irmã no Senhor, EMMA L. BRICKER.”
15 de novembro: “Temos certeza de que gostarão de saber do esplêndido testemunho que está sendo dado por meio do FOTODRAMA DA CRIAÇÃO na Ópera de Londres, Kingsway. A mão orientadora do Senhor tem sido maravilhosamente manifesta em cada pormenor desta exibição, de modo que os irmãos se regozijam muito . . . Nossas assistências eram de todas as classes e tipos de pessoas; temos notado muitos clérigos presentes. Um vigário . . . pediu entradas para que ele e sua esposa pudessem vir vê-lo mais uma vez. Um reitor da Igreja Anglicana assistiu ao DRAMA diversas vezes, e . . . trouxe consigo muitos amigos para o verem. Também estiveram presentes dois bispos e diversas pessoas da nobreza.”
Primeiro de dezembro: “Minha esposa e eu agradecemos ao nosso Pai celestial a grande e inestimável bênção que recebemos por meio do senhor. Foi seu belo FOTODRAMA que nos fez ver e aceitar a Verdade . . . Temos seus seis volumes dos ESTUDOS DAS ESCRITURAS. Eles são de muita ajuda.”
Reação às provas lá naquele tempo
16. Por que trouxe 1914 uma prova de fé?
16 No entanto, o que aconteceu quando esses cristãos sinceros e devotados descobriram que sua expectativa de ser ajuntados ao Senhor em 1914 não se cumpriu? Esses ungidos passaram por um período excepcionalmente provador. A Sentinela de 1.º de novembro de 1914 (em inglês) declarou: “Seja lembrado que estamos num período de provação.” Sobre isso, Testemunhas de Jeová — Proclamadores do Reino de Deus (1993) declara: “Os anos de 1914 a 1918 revelaram ser deveras um ‘período de provação’ para os Estudantes da Bíblia.” Deixariam eles sua fé ser refinada e seu modo de pensar reajustado, para poderem empreender a grande obra à frente?
17. Como reagiram os fiéis ungidos quanto a continuarem na Terra depois de 1914?
17 A Sentinela de 1.º de setembro de 1916 (em inglês) dizia: “Imaginamos que a obra da Colheita, do ajuntamento [dos ungidos] da Igreja estaria concluída antes do fim dos Tempos dos Gentios; mas na Bíblia não há nada que diga isso. . . . Será que lamentamos que a obra da Colheita ainda continua? . . . Nossa atual atitude, prezados irmãos, deve ser de muita gratidão a Deus e de crescente apreço pela linda Verdade, que Ele nos deu o privilégio de entender e de nos identificar com ela, e de crescente zelo em ajudar a levar a Verdade ao conhecimento de outros.” Sua fé tinha sido posta à prova, mas eles enfrentaram esta prova e se saíram bem. Mas nós, cristãos, devemos dar-nos conta de que as provas de fé podem ser muitas e variadas.
18, 19. Que outras provas de fé seguiram-se para os do povo de Deus logo após o falecimento do irmão Russell?
18 Por exemplo, outro tipo de prova sobreveio ao restante pouco depois do falecimento do irmão Charles T. Russell. Foi uma prova de lealdade e de fé. Quem era “o escravo fiel” de Mateus 24:45? Alguns achavam que era o próprio irmão Russell, e eles se recusavam a cooperar com os novos arranjos organizacionais. Se ele tinha sido o escravo, o que deviam os irmãos fazer já que ele falecera? Deviam seguir alguém recém-designado, ou chegara o tempo de reconhecer que Jeová não usava apenas uma pessoa como instrumento, ou classe escrava, mas todo um grupo de cristãos?
19 Uma prova adicional sobreveio aos cristãos verdadeiros em 1918, quando autoridades do mundo, instigadas pelo clero da cristandade, ‘forjaram o mal, tendo por pretexto uma lei’ contra a organização de Jeová. (Salmo 94:20, Almeida) Lançou-se uma onda de perseguição violenta contra os Estudantes da Bíblia, tanto na América do Norte como na Europa. A oposição inspirada pelos clérigos atingiu o auge em 7 de maio de 1918, quando se emitiu nos Estados Unidos uma ordem federal para a prisão de J. F. Rutherford e de diversos dos seus associados íntimos, inclusive de A. H. Macmillan. Eles foram acusados falsamente de sedição, e as autoridades não fizeram caso das suas alegações de inocência.
20, 21. Conforme predito em Malaquias 3:1-3, que obra se fez entre os ungidos?
20 Embora na época não fosse reconhecida como tal, estava em andamento uma obra de purificação, conforme descrita em Malaquias 3:1-3: “Quem agüentará o dia da sua vinda e quem se manterá de pé quando ele aparecer? Pois [o mensageiro do pacto] será como o fogo do refinador e como a barrela dos lavadeiros. E terá de assentar-se como refinador e purificador de prata e terá de purificar os filhos de Levi; e terá de depurá-los como o ouro e como a prata, e hão de tornar-se para Jeová pessoas que apresentam uma oferenda em justiça.”
21 Ao se aproximar o fim da Primeira Guerra Mundial, alguns dos Estudantes da Bíblia se confrontaram com outra prova de fé — se eles manteriam a estrita neutralidade quanto aos assuntos militares do mundo. (João 17:16; 18:36) Alguns não a mantiveram. De modo que, em 1918, Jeová enviou “o mensageiro do pacto”, Cristo Jesus, ao Seu templo espiritual para purificar o pequeno grupo de Seus adoradores das máculas do mundo. Os comprometidos a demonstrar que tinham verdadeira fé aprenderam desta experiência e avançaram, continuando a pregar zelosamente.
22. O que resta a considerar referente às provas de fé?
22 O que acabamos de considerar não é apenas de interesse histórico passageiro. Relaciona-se diretamente com a atual condição espiritual da congregação mundial de Jeová. Mas, deixemos que o próximo artigo considere algumas das provas de fé enfrentadas pelos do povo de Deus hoje em dia, e vejamos como nós podemos superá-las com êxito.
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A qualidade da sua fé é provada agoraA Sentinela — 1998 | 15 de maio
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4. Como se sentiu certo irmão a respeito das provas que ele e outros cristãos ungidos sofreram?
4 No artigo precedente, consideramos provas com que se confrontou o restante ungido a partir de 1914. Forneceram estas base para alegria? A. H. Macmillan apresentou o seguinte conceito retrospectivo: “Tenho observado muitas provações severas sobre a organização, e provas de fé sobre os que estão nela. Com a ajuda do espírito de Deus, ela sobreviveu e continuou a florescer. Tenho visto a sabedoria de esperar pacientemente em Jeová para que esclareça nosso entendimento das coisas bíblicas, ao invés de ficar perturbado com uma nova idéia. . . . Não importa que ajustes tivéssemos de fazer, de tempos a tempos, em nossos conceitos, isso não mudaria a graciosa provisão do resgate e a promessa de vida eterna dada por Deus. Assim não houve necessidade de deixarmos que nossa fé se enfraquecesse por expectativas não cumpridas, ou mudanças de conceitos.” — A Sentinela, 1.º de abril de 1967, página 215.
5. (a) Que benefícios resultaram de os do restante sofrerem provas? (b) Por que deve interessar-nos agora a questão das provas?
5 Os cristãos ungidos que sobreviveram ao período de prova de 1914-19 foram libertados da influência dominadora do mundo e de muitas práticas religiosas, babilônicas. Os do restante avançaram como povo purificado e refinado, que prontamente oferecia sacrifícios de louvor a Deus e tendo a garantia de que, como povo, lhe eram aceitáveis. (Isaías 52:11; 2 Coríntios 6:14-18) O julgamento havia começado com a casa de Deus, mas não seria completado em um único período determinado. A prova e a peneiração do povo de Deus prosseguem. Aqueles que esperam sobreviver à iminente “grande tribulação” como parte da “grande multidão” também têm sua fé provada. (Revelação [Apocalipse] 7:9, 14) Isto se dá de maneiras similares às provas com que se confrontou o restante ungido, bem como de outros modos.
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