“Boas notícias” do Apocalipse

“Eu vi outro anjo voando pelo meio do céu, e ele tinha boas novas eternas para declarar, como boas notícias aos que moram na terra.” — REVELAÇÃO 14:6.

1. Embora as Testemunhas de Jeová creiam na inspiração do livro do Apocalipse, por que não são uma “seita apocalíptica”?

CONTRÁRIO ao que são acusadas, as Testemunhas de Jeová não são uma “seita apocalíptica” nem um “culto de Juízo Final”. No entanto, aceitam o livro de Apocalipse, ou Revelação, como parte da inspirada Palavra de Deus. É verdade que Revelação contém mensagens de julgamento contra os iníquos. Mas os servos de Deus, ao darem testemunho em público, enfocam principalmente a maravilhosa esperança dada na Bíblia, inclusive aquela no Apocalipse, ou Revelação. Assim, não acrescentam nem tiram algo das palavras proféticas contidas nele. — Revelação 22:18, 19.

Proclamadores de boas notícias

2. Quais são alguns dos textos bíblicos que as Testemunhas de Jeová usam muitas vezes na sua pregação?

² Uma base bíblica muitas vezes citada para o ministério público das Testemunhas de Jeová é a declaração de Jesus: “Estas boas novas do reino serão proclamadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações; e então virá o fim.” (Mateus 24:14, nota, NM com Referências) E quais são “estas boas novas do reino”? Muitas Testemunhas responderiam por citar versículos dos capítulos 20 e 21 de Revelação, que se referem ao Reinado de Mil Anos de Cristo e ao governo do seu Reino, e à sociedade humana, em que “não haverá mais” morte, nem pranto, nem dor. — Revelação 20:6; 21:1, 4.

3. A que missão corresponde o ministério público das Testemunhas de Jeová?

³ Como proclamadores dessas boas notícias, as Testemunhas de Jeová são realmente os porta-vozes de um simbólico mensageiro celestial, cuja missão também é descrita em Revelação. “Eu vi outro anjo voando pelo meio do céu, e ele tinha boas novas eternas para declarar, como boas notícias aos que moram na terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo.” (Revelação 14:6) As “boas novas eternas” incluem o anúncio de que “o reino [ou governo] do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo”, e que chegou “o tempo designado” de Jeová “para arruinar os que arruínam a terra”. (Revelação 11:15, 17, 18) Não são realmente boas estas notícias?

O que Revelação tem para nós

4. (a) Que verdades fundamentais são expostas no capítulo 1 de Revelação? (b) O que se requer dos que desejam beneficiar-se com as boas notícias?

⁴ O capítulo inicial do livro de Revelação apresenta Jeová como “o Alfa e o Ômega, . . . Aquele que é, e que era, e que vem, o Todo-poderoso”. E apresenta o Filho dele, Jesus Cristo, como “a Testemunha Fiel”, “o primogênito dentre os mortos” e “o Governante dos reis da terra”. Fala também de Jesus como ‘aquele que nos ama e que nos soltou dos nossos pecados por meio de seu próprio sangue’. (Revelação 1:5, 8) Assim, desde o começo, Revelação expõe verdades fundamentais que salvam vidas. Os “que moram na terra” não se beneficiarão das boas notícias que lhes são levadas, a menos que reconheçam a soberania de Jeová, depositem fé no sangue derramado de Jesus e creiam que Jeová o ressuscitou, e que Cristo é agora o Governante da Terra, designado por Deus. — Salmo 2:6-8.

5. Que papel de Cristo é retratado nos capítulos 2 e 3 de Revelação?

⁵ Os próximos dois capítulos retratam Cristo Jesus como o amoroso Superintendente celestial das congregações dos seus discípulos na Terra. O rolo dirigido a sete congregações cristãs escolhidas, que no primeiro século EC existiam na Ásia Menor, continha encorajamento e conselho firme que ainda se aplicam hoje. As mensagens enviadas às congregações usualmente começam com palavras tais como “conheço as tuas ações” ou “conheço a tua tribulação”. (Revelação 2:2, 9) Deveras, Jesus sabia exatamente o que estava acontecendo nas congregações dos seus discípulos. Ele elogiou algumas pelo seu amor, sua fé, seu trabalho no ministério, sua perseverança e sua fidelidade para com o nome e a palavra dele. A outras ele repreendeu, porque haviam deixado esfriar seu amor a Jeová e a Seu Filho, ou haviam caído em imoralidade sexual, em idolatria ou em sectarismo apóstata.

6. O que são as pessoas ajudadas a entender pela visão registrada no capítulo 4?

⁶ O capítulo 4 oferece uma visão espantosa do trono celestial de Jeová Deus. Fornece um vislumbre da glória da presença de Jeová e da estrutura governamental celeste que ele usará. Os governantes coroados, cujos tronos rodeiam o trono central do Universo, prestam homenagem a Jeová e proclamam: “Digno és, Jeová, sim, nosso Deus, de receber a glória, e a honra, e o poder, porque criaste todas as coisas e porque elas existiram e foram criadas por tua vontade.” — Revelação 4:11.

7. (a) O anjo exorta os habitantes da Terra a fazer o quê? (b) Qual é uma parte importante da nossa obra educativa?

⁷ Significa isso algo para as pessoas hoje em dia? Certamente que sim! Se quiserem ter vida sob o Reino Milenar, terão de acatar o que o “anjo voando pelo meio do céu” proclama: “Temei a Deus e dai-lhe glória, porque já chegou a hora do julgamento por ele.” (Revelação 14:6, 7) Um dos objetivos principais da obra educativa bíblica, realizada pelas Testemunhas de Jeová, é ajudar os “que moram na terra” a chegar a conhecer e a adorar a Jeová, a reconhecer que ele é o Criador e a se submeter voluntariamente à sua soberania justa.

O Cordeiro digno de ser honrado

8. (a) Como é Cristo retratado nos capítulos 5 e 6? (b) O que podem aprender desta visão todos os que escutam as boas notícias?

⁸ Os dois capítulos seguintes, Re 5 e 6, apresentam a Jesus Cristo como um Cordeiro achado digno de abrir um rolo com sete selos, revelando assim em linguagem simbólica os acontecimentos dos nossos dias. (Note João 1:29.) Vozes celestiais dizem a este Cordeiro simbólico: “Digno és de tomar o rolo e de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste pessoas para Deus, dentre toda tribo, e língua, e povo, e nação, e fizeste deles um reino e sacerdotes para o nosso Deus, e hão de reinar sobre a terra.” (Revelação 5:9, 10) Esta visão ensina que, à base do sangue derramado de Cristo, certos humanos de todas as origens são convocados para estar com ele no céu e para “reinar sobre a terra”. (Note Revelação 1:5, 6.) Seu número limitado é revelado mais adiante em Revelação.

9. Como é Cristo apresentado no capítulo 6?

⁹ Nesta mesma visão, Cristo é também apresentado como cavaleiro coroado montado num cavalo branco, saindo para ‘vencer e para completar a sua vitória’. Felizmente, ele vencerá os maus efeitos simbolizados pelos outros três cavaleiros do Apocalipse, cuja cavalgada furiosa tem produzido guerra, fome e morte na humanidade desde o ano-chave de 1914. (Revelação 6:1-8) O papel extraordinário de Cristo, o Cordeiro de Deus, na salvação da humanidade e na realização dos propósitos maravilhosos de Jeová, é um tema principal da obra de ensino bíblico das Testemunhas de Jeová.

10. (a) Que informação importante é fornecida no capítulo 7? (b) O que disse Cristo a respeito dos que recebem o Reino?

¹⁰ O capítulo 7 contém deveras boas notícias. Somente no livro de Revelação encontramos o número dos que Jesus chamou de “pequeno rebanho”, aos quais o Pai do Cordeiro dá o Reino. (Lucas 12:32; 22:28-30) Estes são selados por Jeová Deus por meio do Seu espírito. (2 Coríntios 1:21, 22) O apóstolo João, que recebeu Revelação, atesta: “Ouvi o número dos selados: cento e quarenta e quatro mil.” (Revelação 7:4) Este número exato é confirmado num capítulo posterior como o total dos “comprados dentre a humanidade” para governar com o Cordeiro no monte Sião celestial. (Revelação 14:1-4) Ao passo que as igrejas da cristandade dão explicações vagas, não convincentes, sobre este número, é interessante o que o erudito bíblico E. W. Bullinger diz a respeito dele: “Trata-se da declaração simples dum fato: um número definido em contraste com o número indefinido neste mesmo capítulo.”

11. (a) Que boas notícias se encontram no capítulo 7? (b) Que perspectivas se apresentam aos membros da “grande multidão”?

¹¹ A que número indefinido se referiu Bullinger? No Re 7 versículo 9, o apóstolo João escreveu: “Depois destas coisas eu vi, e, eis uma grande multidão, que nenhum homem podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas.” (Revelação 7:9) Quem constitui esta grande multidão, qual é a sua situação atual diante de Deus e o que lhe reserva o futuro? A resposta do Apocalipse é de boas notícias para os que moram na Terra. Lemos: “Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro.” Pela fé no sangue derramado de Cristo, eles serão protegidos durante a “grande tribulação”. Cristo “os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.” (Revelação 7:14-17) Deveras, milhões dos que hoje vivem podem tornar-se parte da inumerável multidão que sobreviverá ao fim do atual iníquo sistema de coisas. Como súditos do Rei Jesus Cristo durante o Reinado Milenar dele, serão guiados por ele para a vida eterna na Terra. Não são boas estas notícias?

“Seus julgamentos são verdadeiros e justos”

12, 13. (a) Qual é o conteúdo dos capítulos 8 até 19? (b) Por que não devem as pessoas sinceras ficar perturbadas com essas profecias?

¹² Os capítulos 8 a 19 na maior parte são responsáveis pela reputação do livro do Apocalipse, ou Revelação, como livro que prediz terríveis catástrofes. Eles contêm mensagens duras de julgamento (simbolizadas por toques de trombeta, pragas e tigelas da ira divina) dirigidas contra diversos elementos do sistema de coisas de Satanás. Estes julgamentos serão executados, primeiro contra a religião falsa (“Babilônia, a Grande”), depois contra os ímpios sistemas políticos, simbolizados por feras. — Revelação 13:1, 2; 17:5-7, 15, 16.a

¹³ Estes capítulos retratam a purificação dos céus, sendo Satanás e seus demônios lançados para baixo, para a vizinhança da Terra. Isto fornece a única explicação lógica da aflição mundial sem precedentes desde 1914. (Revelação 12:7-12) Eles descrevem também, em linguagem simbólica, a destruição do iníquo sistema de coisas de Satanás na Terra. (Revelação 19:19-21) Deviam as pessoas sinceras ficar chocadas por tais acontecimentos dramáticos? Não, porque durante a execução dos julgamentos de Deus, uma hoste celestial clama: “Louvai a Jah! A salvação, e a glória, e o poder pertencem ao nosso Deus, porque os seus julgamentos são verdadeiros e justos.” — Revelação 19:1, 2.

14, 15. (a) Como se acabará em justiça com o atual sistema de coisas? (b) Por que deve esta parte do Apocalipse ser motivo de regozijo para as pessoas sinceras?

¹⁴ Jeová não introduzirá um justo sistema de coisas sem livrar a Terra dos que a arruínam. (Revelação 11:17, 18; 19:11-16; 20:1, 2) No entanto, nenhum humano nem qualquer estado político tem autoridade ou o poder de realizar isso. Somente Jeová e seu Rei e Juiz designado, Cristo Jesus, podem fazer isso em justiça. — 2 Tessalonicenses 1:6-9.

¹⁵ Conforme o Apocalipse mostra de forma bem clara, o propósito de Jeová é acabar com o atual iníquo sistema. Este fato deve ser motivo de regozijo para os homens e as mulheres que “suspiram e gemem por causa de todas as coisas detestáveis que se fazem”. (Ezequiel 9:4) Deve incutir neles a necessidade urgente de acatar a chamada feita pelo anjo que leva as boas notícias, o qual declarou: “Temei a Deus . . . porque já chegou a hora do julgamento por ele, e assim, adorai Aquele que fez o céu, e a terra.” (Revelação 14:7) Que essas pessoas adorem a Jeová e o sirvam ao lado das Testemunhas dele, “que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus”. — Revelação 12:17.

O glorioso reinado milenar

16. (a) Por que rejeitaram as igrejas da cristandade a esperança milenar? (b) Por que crêem as Testemunhas de Jeová que a oração-modelo será respondida?

¹⁶ Os capítulos 20 a 22 do livro de Revelação contêm a base bíblica da esperança no Milênio. Esta é a única parte da Bíblia que realmente menciona um período de mil anos, que será o prelúdio da eternidade de felicidade no céu e na Terra. As igrejas da cristandade têm rejeitado a esperança milenar. Visto que o dogma das igrejas é que os justos vão para o céu e os iníquos vão para o inferno, ele não dá margem para uma Terra paradísica. A oração-modelo, que pede que ‘seja feita a vontade de Deus assim na terra como no céu’, perdeu todo o sentido para a maioria dos membros das igrejas da cristandade. (Mateus 6:10, Nova Versão Internacional) Mas isso não se dá com as Testemunhas de Jeová. Elas crêem firmemente que Jeová Deus não fez a Terra “para nada”, mas “para ser habitada”. (Isaías 45:12, 18) De modo que há concordância entre a profecia antiga, a oração-modelo e a esperança apocalíptica sobre o Milênio. Cristo, durante o seu Reinado de Mil Anos, cuidará de que se faça a vontade de Jeová na Terra, assim como é feita no céu.

17. O que indica que “os mil anos” devem ser entendidos literalmente?

¹⁷ A expressão “mil anos” ocorre seis vezes nos primeiros sete versículos do capítulo 20 de Revelação Rev. 20:1-7. É digno de nota que ela é usada quatro vezes com o artigo definido “os”, mostrando que se refere a um milênio literal, não apenas a um longo período não especificado, como nos querem fazer crer muitos comentaristas da cristandade. O que acontecerá durante o Milênio? Primeiro, Satanás é incapacitado durante todo este período. (Revelação 20:1-3; note Hebreus 2:14.) Que boas notícias!

18. (a) Por que se pode chamar o Milênio de “dia” de julgamento? (b) O que acontecerá no fim dos mil anos?

¹⁸ Visto que se dá “poder para julgar” aos que “reinarão com ele [Cristo] durante os mil anos”, este período, na realidade, é um “dia” de julgamento milenar. (Revelação 20:4, 6; note Atos 17:31; 2 Pedro 3:8.) Os mortos serão ressuscitados e, junto com os sobreviventes da “grande tribulação”, serão julgados imparcialmente pelos seus atos ou ações durante aquele tempo. (Revelação 20:12, 13) No fim dos mil anos, Satanás será solto por pouco tempo, a fim de sujeitar a humanidade a uma prova final, após a qual ele, seus demônios e quaisquer rebeldes na Terra que o seguirem serão destruídos para sempre. (Revelação 20:7-10) Os humanos que passarem pela prova terão o nome deles inscritos indelevelmente “no livro da vida” e passarão a ter uma eternidade de vida feliz, servindo e adorando a Jeová numa Terra paradísica. — Revelação 20:14, 15; Salmo 37:9, 29; Isaías 66:22, 23.

19. (a) Por que podemos ter certeza de que se cumprirão sem falta as promessas maravilhosas apresentadas no livro de Revelação? (b) O que se considerará no próximo artigo?

¹⁹ Estas são as boas notícias apresentadas no Apocalipse. Não são meras promessas vazias de homem. O apóstolo João escreveu: “O que estava sentado no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas.’ Ele diz também: ‘Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.’” (Revelação 21:5) O que temos de fazer para ter parte no cumprimento destas boas notícias? O livro de Revelação contém muitos conselhos para os que querem agradar a Deus. Acatar tais conselhos nos dará ilimitada felicidade, agora e para sempre, conforme mostrará o próximo artigo.

Seja feliz por ler o livro de Revelação

“Feliz é quem lê em voz alta, e os que ouvem as palavras desta profecia e observam as coisas escritas nela.” — REVELAÇÃO 1:3.

1. Em que situação se encontrava o apóstolo João quando escreveu Revelação, e com que objetivo foram essas visões assentadas por escrito?

“EU, JOÃO, . . . vim a estar na ilha que se chama Patmos, por ter falado a respeito de Deus e ter dado testemunho de Jesus.” (Revelação 1:9) Esta foi a situação em que o apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse, ou Revelação. Acha-se que ele foi exilado em Patmos durante o governo do imperador romano Domiciano (81-96 EC), que impôs a adoração do imperador e se tornou perseguidor dos cristãos. Enquanto em Patmos, João recebeu uma série de visões que assentou por escrito. Contou-as, não para amedrontar os primeiros cristãos, mas para fortalecê-los, consolá-los e encorajá-los em vista das provações que sofriam e das que ainda os aguardavam. — Atos 28:22; Revelação 1:4; 2:3, 9, 10, 13.

2. Por que interessa aos cristãos de hoje a situação em que João e seus concristãos se encontravam?

² A situação em que este livro bíblico foi escrito é bem significativa para os cristãos de hoje. João sofreu perseguição por ser testemunha de Jeová e do Seu Filho, Cristo Jesus. Ele e seus concristãos viviam num ambiente de hostilidade porque, ao passo que se esforçavam a ser bons cidadãos, não podiam praticar a adoração do imperador. (Lucas 4:8) Em alguns países, onde o Estado assume o direito de definir o que é “correto em sentido religioso”, os verdadeiros cristãos encontram-se atualmente numa situação similar. Portanto, quanto consolo dão as palavras encontradas na introdução do livro de Revelação: “Feliz é quem lê em voz alta, e os que ouvem as palavras desta profecia e observam as coisas escritas nela, pois o tempo designado está próximo.” (Revelação 1:3) Deveras, os leitores atentos e obedientes de Revelação podem obter verdadeira felicidade e muitas bênçãos.

3. Quem é o Originador da Revelação feita a João?

³ Quem é o Originador dessa Revelação, e que canal é usado para transmiti-la? O versículo inicial nos diz: “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu, para mostrar aos seus escravos as coisas que têm de ocorrer em breve. E ele enviou o seu anjo e a apresentou por intermédio dele em sinais ao seu escravo João.” (Revelação 1:1) Em termos simples, a verdadeira Fonte de Revelação é Jeová Deus que a deu a Jesus, e este, por meio dum anjo, a comunicou a João. Um pouco de investigação adicional revela que Jesus também usou o espírito santo para transmitir mensagens às congregações e para dar visões a João. — Revelação 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22; 4:2; 17:3; 21:10; note Atos 2:33.

4. Que meio usa Jeová ainda hoje para guiar seu povo na Terra?

⁴ Jeová ainda usa seu Filho, “cabeça da congregação”, para ensinar seus servos na Terra. (Efésios 5:23; Isaías 54:13; João 6:45) Jeová usa também seu espírito para instruir seu povo. (João 15:26; 1 Coríntios 2:10) E assim como Jesus usou “seu escravo João” para transmitir sustentador alimento espiritual às congregações do primeiro século, assim ele usa hoje “o escravo fiel e discreto”, composto dos seus “irmãos” ungidos na Terra, para dar aos seus domésticos e aos companheiros deles o espiritual “alimento no tempo apropriado”. (Mateus 24:45-47; 25:40) Felizes são os que reconhecem a Fonte das ‘boas dádivas’, que recebemos na forma de alimento espiritual, e o canal que Ele usa para isso. — Tiago 1:17.

Congregações orientadas por Cristo

5. (a) A que são comparadas as congregações cristãs e seus superintendentes? (b) Apesar da imperfeição humana, o que contribuirá para a nossa felicidade?

⁵ Nos capítulos iniciais de Revelação, as congregações cristãs são comparadas a candelabros. Seus superintendentes são comparados a anjos (mensageiros) e a estrelas. (Revelação 1:20)a Falando de si mesmo, Cristo mandou que João escrevesse: “Estas coisas diz aquele que segura na sua direita as sete estrelas, aquele que anda no meio dos sete candelabros de ouro.” (Revelação 2:1) As sete mensagens enviadas às sete congregações asiáticas mostram que, no primeiro século EC, as congregações e seus anciãos tinham pontos fortes e fracos. O mesmo se dá hoje. Portanto, seremos muito mais felizes se nunca perdermos de vista que Cristo, nosso Cabeça, está no meio das congregações. Ele sabe exatamente o que está acontecendo. Os superintendentes estão simbolicamente “na sua direita”, quer dizer, sob o seu controle e a sua direção, responsáveis a ele pelo modo de pastorearem as congregações. — Atos 20:28; Hebreus 13:17.

6. O que indica que os superintendentes não são os únicos responsáveis a Cristo?

⁶ No entanto, estaremos enganando a nós mesmos se pensarmos que só os superintendentes são responsáveis a Cristo pelo que fazem. Em uma das suas mensagens, Cristo disse: “Todas as congregações saberão que sou eu quem pesquisa os rins e os corações, e eu vos darei individualmente segundo as vossas ações.” (Revelação 2:23) Isto é ao mesmo tempo um aviso e um encorajamento — um aviso de que Cristo conhece nossas motivações profundas, e encorajamento porque nos assegura que ele se apercebe dos nossos esforços e nos abençoará, se fizermos o possível. — Marcos 14:6-9; Lucas 21:3, 4.

7. Como haviam os cristãos de Filadélfia ‘guardado a palavra a respeito da perseverança de Jesus’?

⁷ A mensagem de Cristo à congregação na cidade lídia de Filadélfia não contém nenhuma repreensão, mas faz uma promessa que deve ser do maior interesse para nós. “Porque guardaste a palavra a respeito da minha perseverança, eu também te guardarei da hora da prova, que há de vir sobre toda a terra habitada, para pôr à prova os que moram na terra.” (Revelação 3:10) O grego de “guardaste a palavra a respeito da minha perseverança” também pode significar “guardaste o que eu disse sobre a perseverança”. O versículo 8 de Rev 3 sugere que os cristãos em Filadélfia não só haviam obedecido às ordens de Cristo, mas também haviam seguido seu conselho, de eles mesmos perseverarem fielmente. — Mateus 10:22; Lucas 21:19.

8. (a) Que promessa fez Jesus aos cristãos de Filadélfia? (b) Quem é hoje afetado pela “hora da prova”?

⁸ Jesus acrescentou que os guardaria “da hora da prova”. Não sabemos o que isso significava para esses cristãos lá naquele tempo. Embora após a morte de Domiciano, em 96 EC, houvesse uma breve interrupção da perseguição, começou uma nova onda de perseguição sob Trajano (98-117 EC), sem dúvida causando mais provações. Mas a maior “hora da prova” ocorre “no dia do Senhor”, durante “o tempo do fim”, em que nos encontramos agora. (Revelação 1:10; Daniel 12:4) Cristãos ungidos com o espírito passaram por um tempo especial de provas durante a Primeira Guerra Mundial e logo depois. No entanto, a “hora da prova” ainda continua. Ela afeta “toda a terra habitada”, inclusive os milhões que constituem a grande multidão dos que esperam sobreviver à grande tribulação. (Revelação 3:10; 7:9, 14) Seremos felizes se ‘guardarmos o que Jesus disse sobre a perseverança’, a saber: “Quem tiver perseverado até o fim é o que será salvo.” — Mateus 24:13.

Sujeição feliz à soberania de Jeová

9, 10. (a) Como nos deve afetar a visão do trono de Jeová? (b) Como pode a leitura de Revelação contribuir para a nossa felicidade?

⁹ A visão do trono de Jeová e da sua corte celestial, apresentada nos capítulos 4 e 5 de Revelação, deve encher-nos de admiração. Devemos ficar impressionados com as expressões de louvor feitas de coração por poderosas criaturas celestiais, ao passo que se sujeitam alegremente à soberania justa de Jeová. (Revelação 4:8-11) Nossas vozes devem ser ouvidas entre os que dizem: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro seja a bênção, e a honra, e a glória, e o poderio para todo o sempre.” — Revelação 5:13.

¹⁰ De forma prática, isso significa que nos sujeitamos alegremente à vontade de Jeová em todas as coisas. O apóstolo Paulo escreveu: “O que for que fizerdes em palavra ou em obra, fazei tudo no nome do Senhor Jesus, agradecendo a Deus, o Pai, por intermédio dele.” (Colossenses 3:17) Lermos Revelação nos tornará realmente felizes, se no mais íntimo da nossa mente e do nosso coração reconhecermos a soberania de Jeová e levarmos em conta a sua vontade em todos os aspectos da nossa vida.

11, 12. (a) Como será abalado e destruído o sistema terrestre de Satanás? (b) Segundo o capítulo 7 de Revelação, quem poderá naquele tempo “ficar de pé”?

¹¹ A sujeição alegre à soberania de Jeová é a base da felicidade em nível pessoal e em nível universal. Dentro em breve, um grande terremoto simbólico abalará o sistema mundial de Satanás nos seus próprios alicerces e o destruirá. Não haverá lugar de refúgio para os humanos que se negarem a se sujeitar ao Reinado celestial de Cristo, que representa a soberania legítima de Deus. A profecia declara: “Os reis da terra, e os dignitários, e os comandantes militares, e os ricos, e os fortes, e todo escravo e toda pessoa livre esconderam-se em cavernas e nas rochas dos montes. E estão dizendo aos montes e às rochas: ‘Caí sobre nós e escondei-nos do rosto Daquele que está sentado no trono e do furor do Cordeiro, porque veio o grande dia do seu furor, e quem é que pode ficar de pé?’” — Revelação 6:12, 15-17.

¹² Referente a esta pergunta, o apóstolo João descreve no próximo capítulo os que constituem a grande multidão dos que saem da grande tribulação como estando “em pé diante do trono e diante do Cordeiro”. (Revelação 7:9, 14, 15) Estarem em pé diante do trono de Deus mostra que reconhecem este trono e se sujeitam plenamente à soberania de Jeová. De modo que são aprovados.

13. (a) O que é adorado pela maioria dos habitantes da Terra, e o que é simbolizado pela marca na testa ou na mão deles? (b) Assim, por que será necessário ter perseverança?

¹³ Por outro lado, o capítulo 13 de Rev descreve o resto dos habitantes da Terra como adorando o sistema político de Satanás, simbolizado por uma fera. Eles recebem uma marca na “testa” e na “mão”, indicando seu apoio mental e físico a este sistema. (Revelação 13:1-8, 16, 17) Depois, o capítulo 14 de Rev acrescenta: “Se alguém adorar a fera e a sua imagem, e receber uma marca na sua testa ou na sua mão, beberá também do vinho da ira de Deus, derramado, não diluído, no copo do seu furor . . . Aqui é que significa perseverança para os santos, os que observam os mandamentos de Deus e a fé que era de Jesus.” (Revelação 14:9, 10, 12) Com o passar do tempo, cada vez mais se fará a pergunta: A quem apóia você? A Jeová e sua soberania ou o ímpio sistema político, simbolizado pela fera? Felizes serão os que evitarem receber a marca da fera e que perseverarem fielmente em sujeição à soberania de Jeová.

14, 15. Que mensagem é intercalada na descrição do Armagedom em Revelação, e com que significado para nós?

¹⁴ Os governantes de “toda a terra habitada” estão numa rota de colisão, num confronto com Jeová na questão da soberania. A decisão será o Armagedom, “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. (Revelação 16:14, 16) Uma intercalação curiosa ocorre bem no meio da descrição do ajuntamento dos governantes da Terra para a guerra com Jeová. O próprio Jesus interrompe a visão por dizer: “Eis que venho como ladrão. Feliz aquele que ficar desperto e guardar as suas roupas exteriores, para que não ande nu e olhem para a sua vergonha.” (Revelação 16:15) Isto talvez aluda aos guardas levíticos do templo, que eram despidos das suas vestes e publicamente desonrados quando encontrados dormindo durante a sua vigília.

¹⁵ A mensagem é clara: Se quisermos sobreviver ao Armagedom, teremos de continuar espiritualmente alertas e usar as simbólicas vestes que nos identificam como Testemunhas fiéis de Jeová Deus. Seremos felizes se evitarmos a letargia espiritual e se continuarmos sem cessar a participar zelosamente na divulgação das “boas novas eternas” do Reino estabelecido de Deus. — Revelação 14:6.

‘Feliz é todo aquele que observa essas palavras’

16. Por que são os capítulos finais de Revelação um motivo especial de felicidade?

¹⁶ Os leitores felizes do livro de Revelação podem mesmo ficar emocionados de alegria ao lerem os capítulos finais, que descrevem nossa gloriosa esperança — um novo céu e uma nova terra, quer dizer, um justo Reinado celestial governando uma nova sociedade humana purificada, tudo para o louvor de “Jeová Deus, o Todo-poderoso”. (Revelação 21:22) Ao terminar a maravilhosa série de visões, o mensageiro angélico disse a João: “Estas palavras são fiéis e verdadeiras; sim, Jeová, o Deus das expressões inspiradas dos profetas, enviou o seu anjo para mostrar aos seus escravos as coisas que têm de ocorrer em breve. E eis que eu venho depressa. Feliz é todo aquele que observa as palavras da profecia deste rolo.” — Revelação 22:6, 7.

17. (a) Que garantia dá Revelação 22:6? (b) A que devemos estar atentos para evitar?

¹⁷ Os leitores felizes de Revelação lembrar-se-ão de que há palavras similares no início do “rolo”. (Revelação 1:1, 3) Estas palavras nos garantem que todas “as coisas” profetizadas neste último livro da Bíblia irão “ocorrer em breve”. Já vivemos tão avançados no tempo do fim, que eventos de destaque preditos em Revelação certamente têm de ocorrer em breve, em rápida seqüência. Portanto, qualquer aparente estabilidade do sistema de Satanás não nos deve tornar sonolentos. O leitor atento se lembrará dos avisos dados nas mensagens enviadas às sete congregações asiáticas e evitará as armadilhas do materialismo, da idolatria, da imoralidade, da indiferença e do sectarismo apóstata.

18, 19. (a) Por que ainda é preciso que Jesus venha e que esperança expressa por João compartilhamos? (b) Para que fim ‘virá’ ainda Jeová?

¹⁸ No livro de Revelação, Jesus anuncia várias vezes: “Venho depressa.” (Revelação 2:16; 3:11; 22:7, 20a) Ele ainda tem de vir para executar o julgamento em Babilônia, a Grande, no sistema político de Satanás e em todos os humanos que se negam a se sujeitar à soberania de Jeová, conforme agora expressa pelo Reino messiânico. Juntemos as nossas vozes à do apóstolo João, que exclamou: “Amém! Vem, Senhor Jesus.” — Revelação 22:20b.

¹⁹ O próprio Jeová declara: “Eis que venho depressa, e a recompensa que dou está comigo, para dar a cada um conforme a sua obra.” (Revelação 22:12) Ao passo que aguardamos a gloriosa recompensa duma vida sem fim, seja como parte dos prometidos “novo céu” ou da “nova terra”, participemos zelosamente em fazer o convite a todos os sinceros: “‘Vem!’ E quem tem sede venha; quem quiser tome de graça a água da vida.” (Revelação 22:17) Que eles também se tornem leitores felizes do inspirado e inspirador livro de Revelação!