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  • Autodomínio — por que é tão importante?
    A Sentinela — 1991 | 15 de novembro
    • Autodomínio — por que é tão importante?

      “Por contribuirdes em resposta todo esforço sério, supri à vossa fé a virtude, à vossa virtude, o conhecimento, ao vosso conhecimento, o autodomínio.” — 2 PEDRO 1:5, 6.

      1. Que notável demonstração de autodomínio físico ocorreu no século 19?

      SEM dúvida, uma das mais espantosas demonstrações de controle físico foi fornecida por Charles Blondin, na última metade do século 19. Segundo certo relato, ele cruzou muitas vezes as Cataratas do Niágara, primeiro em 1859, num cabo de 340 metros de comprimento, a 50 metros acima da água. Depois, fez isso cada vez com uma diferente demonstração de habilidade: de olhos vendados, num saco, empurrando um carrinho de mão, com pernas de pau, carregando um homem nas costas. Numa outra localidade, ele deu saltos mortais com pernas de pau numa corda esticada a uns 50 metros acima do solo. Manter tal equilíbrio exigia extremo autodomínio físico. Por suas consecuções, Blondin foi recompensado com fama e fortuna.

      2. Que outras formas de atividade exigem controle físico?

      2 Ao passo que poucos poderiam sequer chegar perto de imitar tais proezas, a importância do autodomínio físico no exercício de aptidões profissionais ou nos esportes é evidente a todos nós. Por exemplo, ao descrever a virtuosidade do já falecido famoso pianista Vladimir Horowitz, certo músico disse: “Para mim, a coisa fascinante [nele] era um senso de completo controle . . ., o senso da utilização de uma inacreditável energia.” Outro informe sobre Horowitz fala de “oito décadas de dedos velozes em perfeito controle”.

      3. (a) Qual é a mais difícil forma de controle, e como se define esta? (b) O que significa a palavra grega traduzida por “autodomínio” na Bíblia?

      3 Desenvolver tais habilidades exige grande esforço. Contudo, ainda mais importante e desafiador é o autodomínio. Este tem sido definido como “restrição exercida sobre os impulsos, emoções ou desejos da pessoa”. Nas Escrituras Gregas Cristãs, a palavra traduzida por “autodomínio” em 2 Pedro 1:6 e em outros lugares tem sido definida como “a virtude de quem domina seus desejos e suas paixões, em especial seus apetites sensuais”. O autodomínio pessoal tem até mesmo sido chamado de “o ápice da realização humana”.

      Por Que o Autodomínio É tão Importante

      4. A falta de autodomínio tem colhido que maus frutos?

      4 Que triste safra a falta de autodomínio tem colhido! Muitos problemas no mundo de hoje devem-se primariamente à falta de autodomínio. Realmente, estamos nos “últimos dias”, em que já se manifestaram “tempos críticos, difíceis de manejar”. Os homens não raro são “sem autodomínio” devido à ganância, uma forma da qual é ser ‘mais amante de prazeres do que amante de Deus’. (2 Timóteo 3:1-5) Esta séria realidade nos foi vigorosamente trazida à atenção pela exclusão do companheirismo com a congregação cristã, no ano de serviço passado, de mais de 40.000 transgressores, em grande parte devido à crassa conduta errada. Acrescente-se a estes os muitos que foram repreendidos, na maior parte por imoralidade sexual, tudo, porém, por não exercerem autodomínio. É também motivo de reflexão o fato de que, pelo mesmo motivo, alguns anciãos veteranos perderam o privilégio de servir como superintendentes.

      5. Como se pode ilustrar a importância do autodomínio?

      5 Pode-se ilustrar a importância do autodomínio com um automóvel. Ele tem quatro rodas que lhe dão mobilidade, um possante motor que pode fazer girar mui rapidamente tais rodas, e freios que podem fazê-las parar. Contudo, pode ser desastroso se não houver alguém no assento do motorista para decidir que rumo essas rodas devem tomar, quão rápido elas devem girar e quando devem parar, através do uso controlado do volante, do acelerador e dos freios.

      6. (a) Que critério a respeito do amor pode muito bem ser aplicado ao autodomínio? (b) Que outro conselho temos de ter em mente?

      6 Seria difícil exagerar a importância do autodomínio. O que o apóstolo Paulo disse em 1 Coríntios 13:1-3 a respeito da importância do amor pode muito bem ser dito também a respeito do autodomínio. Não importa quão eloqüentes sejamos como oradores públicos, não importa quanto conhecimento e fé tenhamos adquirido por meio de bons hábitos de estudo, não importa que obras estejamos realizando em benefício de outros, a menos que exerçamos autodomínio, tudo isto é em vão. Devemos ter em mente as palavras de Paulo: “Não sabeis que os corredores numa corrida correm todos, mas apenas um recebe o prêmio? Correi de tal modo, que o possais alcançar. Além disso, cada homem que toma parte numa competição exerce autodomínio em todas as coisas.” (1 Coríntios 9:24, 25) Como ajuda para exercer autodomínio em todas as coisas, temos o alerta de Paulo em 1 Coríntios 10:12: “Quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.”

      Exemplos Alertadores

      7. (a) De que modo a falta de autodomínio iniciou a raça humana no seu rumo decadente? (b) Que outros antigos exemplos de falta de autodomínio nos dão as Escrituras?

      7 Por permitir que a emoção, em vez de a razão, governasse as suas ações, Adão fracassou no exercício do autodomínio. Conseqüentemente, “entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado”. (Romanos 5:12) O primeiro assassinato deu-se também devido à falta de autodomínio, pois Jeová Deus advertira Caim: ‘Por que se acendeu a tua ira e por que descaiu o teu semblante? O pecado está agachado à entrada, e conseguirás tu dominá-lo?’ Visto que Caim não conseguiu dominar o pecado, ele assassinou seu irmão Abel. (Gênesis 4:6-12) A esposa de Ló também deixou de exercer autodomínio. Ela simplesmente não conseguiu resistir à tentação de olhar para trás. O que lhe custou a falta de autodomínio? Ora, a sua própria vida! — Gênesis 19:17, 26.

      8. As experiências de que três homens da antiguidade dão-nos alertas quanto à necessidade de autodomínio?

      8 O primogênito de Jacó, Rubem, perdeu o direito de primogênito por causa de sua falta de autodomínio. Ele violou o leito conjugal de seu pai por ter relações sexuais com uma das concubinas de Jacó. (Gênesis 35:22; 49:3, 4; 1 Crônicas 5:1) Por Moisés ter perdido a compostura em decorrência da maneira de os israelitas o provarem com murmúrios, queixas e rebelião, foi-lhe negado o grandemente desejado privilégio de entrar na Terra Prometida. (Números 20:1-13; Deuteronômio 32:50-52) Até mesmo o fiel Rei Davi, ‘um homem agradável ao próprio coração de Deus’, envolveu-se em profundas dificuldades por causa de sua falta de autodomínio numa certa ocasião. (1 Samuel 13:14; 2 Samuel 12:7-14) Todos estes exemplos nos dão saudáveis alertas de que temos de exercer autodomínio.

      O Que Temos de Dominar

      9. Quais são alguns dos textos que frisam a importância do autodomínio?

      9 Em primeiro lugar, o autodomínio envolve os nossos pensamentos e emoções. As Escrituras freqüentemente se referem a estes pelo uso figurado de palavras tais como “coração” e “rins”. Aquilo em que deixamos fixar a nossa mente nos ajuda ou então nos estorva no nosso empenho de agradar a Jeová. O autodomínio é essencial se havemos de acatar o conselho bíblico de Filipenses 4:8, ou seja, persistir em considerar as coisas que são verdadeiras, castas e virtuosas. O salmista Davi expressou sentimentos similares em oração, dizendo: ‘A meditação de meu coração, torne-se agradável diante de ti, ó Jeová, minha Rocha e meu Redentor.’ (Salmo 19:14) O décimo mandamento — não desejar nada que pertença ao próximo — exigia o controle dos pensamentos da pessoa. (Êxodo 20:17) Jesus frisou a seriedade de controlar os nossos pensamentos e as nossas emoções ao dizer: “Todo aquele que persiste em olhar para uma mulher, a ponto de ter paixão por ela, já cometeu no coração adultério com ela.” — Mateus 5:28.

      10. Que textos bíblicos acentuam a importância de controlar a nossa fala?

      10 O autodomínio envolve também as nossas palavras, a nossa fala. Muitos são na realidade os textos que nos aconselham a exercer controle da nossa língua. Por exemplo: “O verdadeiro Deus está nos céus, mas tu estás na terra. Por isso é que as tuas palavras devem mostrar ser poucas.” (Eclesiastes 5:2) “Na abundância de palavras não falta transgressão, mas quem refreia seus lábios age com discrição.” (Provérbios 10:19) ‘Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida, mas a que for boa para a edificação, conforme a necessidade. Sejam tirados dentre vós todo brado, e linguagem ultrajante, junto com toda a maldade.’ E Paulo passa a aconselhar a que afastemos de nós a conversa tola e piadas obscenas. — Efésios 4:29, 31; 5:3, 4.

      11. De que modo lida Tiago com o problema de controlar a língua?

      11 Tiago, meio-irmão de Jesus, condena a conversa irrestrita e mostra quão difícil é controlar a língua. Ele diz: “A língua é um membro pequeno, contudo, faz grandes fanfarrices. Vede quão pouco fogo é preciso para incendiar um bosque tão grande! Ora, a língua é um fogo. A língua constitui um mundo de injustiça entre os nossos membros, pois mancha todo o corpo e incendeia a roda da vida natural, e é incendiada pela Geena. Porque toda espécie de fera, bem como de ave, e de bicho rastejante, e de animal marinho, há de ser domada e tem sido domada pelo gênero humano. Mas a língua, ninguém da humanidade a pode domar. É uma coisa indisciplinada e prejudicial, cheia de veneno mortífero. Com ela bendizemos a Jeová, sim, o Pai, e ainda assim amaldiçoamos com ela a homens que vieram a existir ‘na semelhança de Deus’. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Não é correto, meus irmãos, que estas coisas se dêem assim.” — Tiago 3:5-10.

      12, 13. Quais são alguns dos textos que mostram a importância de controlar as nossas ações e a nossa conduta?

      12 Naturalmente, o autodomínio envolve as nossas ações. Uma área em que é necessário grande autodomínio é no tocante às nossas relações com os do sexo oposto. Ordena-se aos cristãos: “Fugi da imoralidade sexual.” (1 Coríntios 6:18, New International Version) Insta-se os maridos a que limitem seu interesse sexual a sua própria esposa, dizendo-se-lhes, em parte: “Bebe água da tua própria cisterna e filetes de água do meio do teu próprio poço.” (Provérbios 5:15-20) Diz-se-nos explicitamente que “Deus julgará os fornicadores e os adúlteros”. (Hebreus 13:4) O autodomínio é especialmente necessário para aqueles que se dispõem a cultivar o dom de permanecer solteiro. — Mateus 19:11, 12; 1 Coríntios 7:37.

      13 Jesus resumiu a questão de nossas ações para com os nossos semelhantes ao dar aquilo que, em geral, se chama “Regra de Ouro”, dizendo: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles; isto, de fato, é o que a Lei e os Profetas querem dizer.” (Mateus 7:12) Realmente, exige autodomínio não permitir que as nossas inclinações egoístas ou as pressões ou tentações externas nos levem a tratar outros de maneira diferente da que gostaríamos que eles nos tratassem.

      14. Que conselho dá a Palavra de Deus concernente a alimento e bebida?

      14 Há também a questão de autodomínio no alimento e na bebida. A Palavra de Deus aconselha sabiamente: “Não venhas a ficar entre os beberrões de vinho, entre os que são comilões de carne.” (Provérbios 23:20) Especialmente a respeito de nossos dias, Jesus advertiu: “Prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço.” (Lucas 21:34, 35) Sim, o autodomínio envolve os nossos pensamentos e os nossos sentimentos, bem como as nossas palavras e as nossas ações.

      Por Que o Autodomínio É Tamanho Desafio

      15. De que modo mostram as Escrituras ser real a oposição de Satanás ao exercício de autodomínio da parte dos cristãos?

      15 O autodomínio não vem facilmente, pois, como todos os cristãos sabem, temos três forças poderosas alinhadas contra o nosso exercício de autodomínio. Para começar, há Satanás e seus demônios. As Escrituras não deixam dúvidas de que eles existem. Lemos, por exemplo, que “Satanás entrou” em Judas pouco antes de este sair para trair a Jesus. (João 13:27) O apóstolo Pedro perguntou a Ananias: “Por que te afoitou Satanás a trapacear o espírito santo?” (Atos 5:3) Mui apropriadamente, Pedro também advertiu: “Mantende os vossos sentidos, sede vigilantes. Vosso adversário, o Diabo, anda em volta como leão que ruge, procurando a quem devorar.” — 1 Pedro 5:8.

      16. Por que os cristãos têm de exercer autodomínio com relação a este mundo?

      16 Em seus empenhos de mostrar autodomínio, os cristãos também têm de contender com este mundo, que jaz “no poder do iníquo”, Satanás, o Diabo. Sobre isto, o apóstolo João escreveu: “Não estejais amando nem o mundo, nem as coisas no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo — o desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a ostentação dos meios de vida da pessoa — não se origina do Pai, mas origina-se do mundo. Outrossim, o mundo está passando, e assim também o seu desejo, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.” A menos que exerçamos autodomínio e resistamos fortemente a qualquer tendência de amar o mundo, nós sucumbiremos à influência dele, assim como se deu com um ex-colaborador de Paulo, Demas. — 1 João 2:15-17; 5:19; 2 Timóteo 4:10.

      17. Com que problemas relacionados com o autodomínio nascemos?

      17 Como cristãos, também necessitamos de autodomínio se havemos de ter êxito na luta contra as nossas próprias fraquezas e deficiências carnais herdadas. Não podemos escapar do fato de que “a inclinação do coração do homem é má desde a sua mocidade”. (Gênesis 8:21) Como no caso do Rei Davi, ‘em erro fomos dados à luz com dores de parto, e em pecado nos concebeu nossa mãe’. (Salmo 51:5) A criança recém-nascida nada sabe sobre autodomínio. Quando deseja algo, simplesmente chora até que o consiga. Certo informe sobre educação de crianças diz: ‘As crianças raciocinam de maneira inteiramente diferente dos adultos. As crianças são egocêntricas e não raro insensíveis à mais lógica persuasão porque são incapazes de “colocar-se no lugar de outra pessoa”.’ Realmente, “a tolice está ligada ao coração do rapaz”. Contudo, com a aplicação da “vara da disciplina”, ele gradualmente aprende que há regras que tem de obedecer e que o egoísmo tem de ser coibido. — Provérbios 22:15.

      18. (a) Segundo Jesus, que tendências residem no coração figurativo? (b) Que palavras de Paulo mostram que ele se dava conta do problema de exercer autodomínio?

      18 Sim, as nossas tendências egoístas inatas representam um desafio para nós, quando se trata de exercer autodomínio. Essas tendências residem no coração figurativo, sobre o qual Jesus disse: “Do coração vêm raciocínios iníquos, assassínios, adultérios, fornicações, ladroagens, falsos testemunhos, blasfêmias.” (Mateus 15:19) É por isto que Paulo escreveu: “O bem que quero, não faço, mas o mal que não quero, este é o que prático. Se aquilo que não quero é o que faço, então, quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que mora em mim.” (Romanos 7:19, 20) Contudo, não era uma batalha perdida, pois Paulo também escreveu: “Surro o meu corpo e o conduzo como escravo, para que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não venha a ser de algum modo reprovado.” ‘Surrar’ seu corpo exigia exercer autodomínio. — 1 Coríntios 9:27.

      19. Por que podia Paulo muito bem dizer que ‘surrava’ seu corpo?

      19 Paulo podia muito bem dizer que ‘surrava’ seu corpo, pois exercer autodomínio é dificultado por muitos fatores físicos, tais como alta pressão sanguínea, nervos abalados, falta de sono, dores de cabeça, indigestão, e assim por diante. No próximo artigo, consideraremos qualidades e ajudas que nos habilitarão a exercer autodomínio.

  • Cultivemos o fruto do autodomínio
    A Sentinela — 1991 | 15 de novembro
    • Cultivemos o fruto do autodomínio

      “Os frutos do espírito são amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, brandura, autodomínio. Contra tais coisas não há lei.” — GÁLATAS 5:22, 23.

      1. Quem nos deu os melhores exemplos de autodomínio, e em que textos bíblicos se vê isso?

      JEOVÁ DEUS e Jesus Cristo têm-nos dado os melhores exemplos de autodomínio. Desde a desobediência do homem no jardim do Éden, Jeová tem exercido esta qualidade. (Compare com Isaías 42:14.) Nove vezes nas Escrituras Hebraicas lemos que ele é “vagaroso em irar-se”. (Êxodo 34:6) Isto exige autodomínio. E certamente o Filho de Deus exerceu grande autodomínio, pois “quando estava sendo injuriado, não injuriava em revide”. (1 Pedro 2:23) Não obstante, Jesus poderia ter solicitado a seu Pai celestial o apoio de “mais de doze legiões de anjos”. — Mateus 26:53.

      2. Que excelentes exemplos bíblicos temos do exercício de autodomínio da parte de humanos imperfeitos?

      2 Temos também alguns excelentes exemplos bíblicos de autodomínio exercido por humanos imperfeitos. Para ilustrar, esta qualidade foi demonstrada num notável incidente na vida de José, um dos filhos do patriarca Jacó. Que autodomínio teve José quando a esposa de Potifar tentou seduzi-lo! (Gênesis 39:7-9) Houve também o excelente exemplo dos quatro jovens hebreus, que exerceram autodomínio por se recusarem a comer as iguarias do rei de Babilônia por causa das restrições da Lei mosaica. — Daniel 1:8-17.

      3. Quem se destaca por seu excelente comportamento, segundo que testemunho?

      3 Como exemplos modernos de autodomínio, podemos indicar as Testemunhas de Jeová como um todo. Elas merecem o elogio que lhes foi dado pela New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) — de que constituem “um dos mais bem-comportados grupos do mundo”. Um professor universitário filipino declarou que “as Testemunhas praticam escrupulosamente aquilo que aprendem das Escrituras”. A respeito do congresso das Testemunhas em Varsóvia, em 1989, um repórter polonês escreveu: “55.000 pessoas não fumaram um único cigarro sequer por três dias! . . . Esta demonstração de disciplina sobre-humana impressionou-me com um misto de admiração e espanto.”

      Temer a Deus e Odiar o que É Mau

      4. Qual é uma das maiores ajudas para exercer autodomínio?

      4 Uma das maiores ajudas no cultivo do autodomínio é o temor a Deus, o saudável medo de desagradar nosso amoroso Pai celestial. Quão importante deve ser para nós o reverente temor de Deus pode ser visto do fato de que as Escrituras o mencionam muitas vezes. Quando Abraão estava prestes a oferecer seu filho Isaque, Deus disse: “Não estendas tua mão contra o rapaz e não lhe faças nada, pois agora sei deveras que temes a Deus, visto que não me negaste o teu filho, teu único.” (Gênesis 22:12) A pressão emocional sem dúvida era elevada, de modo que deve ter exigido uma grande dose de autodomínio da parte de Abraão levar avante a ordem de Deus a ponto de erguer a faca para imolar seu amado filho Isaque. Sim, o temor de Deus nos ajudará a exercer autodomínio.

      5. Que papel desempenha o ódio ao que é mau no nosso exercício de autodomínio?

      5 Intimamente relacionado com o temor de Jeová acha-se o ódio ao que é mau. Lemos em Provérbios 8:13: “O temor de Jeová significa odiar o mal.” Por sua vez, odiar o que é mau também nos ajuda a exercer autodomínio. Vez após vez as Escrituras mandam-nos odiar — sim, abominar — o que é mau. (Salmo 97:10; Amós 5:14, 15; Romanos 12:9) Aquilo que é mau não raro é tão agradável, tão tentador, tão provocante, que nós simplesmente temos de odiá-lo a fim de nos fortalecer contra isso. Todo esse ódio ao que é mau tem como efeito fortalecer a nossa determinação de exercer autodomínio, servindo-nos assim de proteção.

      Autodomínio, o Proceder de Sabedoria

      6. Por que é sábio coibir as nossas inclinações egoístas por praticar o autodomínio?

      6 Outra grande ajuda em praticar o autodomínio é reconhecer a sabedoria de demonstrar esta qualidade. Jeová pede que exerçamos autodomínio para nosso próprio benefício. (Compare com Isaías 48:17, 18.) Há na sua Palavra muitos conselhos que mostram quão sábio é coibir as nossas inclinações egoístas por praticar o autodomínio. Simplesmente não podemos fugir às leis imutáveis de Deus. Sua Palavra nos diz: “O que o homem semear, isso também ceifará; porque aquele que semeia visando a sua carne, ceifará da carne corrupção, mas aquele que semeia visando o espírito, ceifará do espírito vida eterna.” (Gálatas 6:7, 8) Um óbvio exemplo é quanto ao comer e o beber. Muitos males resultam de as pessoas comerem ou beberem demais. Ceder dessa forma ao egoísmo rouba da pessoa a auto-estima. Mais do que isso, a pessoa não pode ceder ao egoísmo sem também prejudicar as suas relações com outros. E o que é o mais sério de tudo, a falta de autodomínio prejudica a nossa relação com o nosso Pai celestial.

      7. Qual é o principal tema do livro de Provérbios, conforme indicado por que textos bíblicos?

      7 Por conseguinte, temos de insistir em dizer a nós mesmos que o egoísmo causa o fracasso da própria pessoa. Um notável tema do livro de Provérbios, que frisa a autodisciplina, é que o egoísmo simplesmente não compensa e que há sabedoria em exercer autodomínio. (Provérbios 14:29; 16:32) E seja mencionado que a autodisciplina envolve muito mais do que meramente evitar o que é mau. A autodisciplina, ou autodomínio, é também necessária para fazer o que é correto, que pode ser difícil porque isto vai de encontro às nossas inclinações pecaminosas.

      8. Que caso real sublinha a necessidade de exercer autodomínio?

      8 Para ilustrar a sabedoria de exercer autodomínio, temos o caso de uma Testemunha de Jeová que, ao esperar na fila de um banco, viu que um homem descaradamente lhe passou à frente. Embora ficasse um tanto aborrecido, a Testemunha teve autodomínio. Naquele mesmo dia ele teve de contatar um certo engenheiro a fim de obter uma assinatura para algumas plantas de um Salão do Reino. E quem era esse engenheiro? Ora, aquele homem que lhe passara à frente no banco! O engenheiro não apenas mostrou-se muito amigável, mas cobrou da Testemunha menos de um décimo do preço normal. Quão feliz se sentia a Testemunha de que mais cedo naquele dia ele tivera autodomínio, não se deixando ficar irritado!

      9. Qual é o proceder de sabedoria quando nos deparamos com reações abusivas no ministério?

      9 Vez após vez, quando vamos de casa em casa pregando as boas novas do Reino de Deus, ou nos postamos numa esquina de rua tentando interessar os passantes na nossa mensagem, deparamo-nos com linguagem abusiva. Qual é o proceder de sabedoria? Faz-se a seguinte declaração sábia em Provérbios 15:1: “Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor.” Em outras palavras, temos de exercer autodomínio. E não apenas as Testemunhas de Jeová constataram que isto é verdade, mas outros também. O valor curativo do autodomínio é cada vez mais apreciado pelos da classe médica.

      O Amor Altruísta Ajuda

      10, 11. Por que é o amor uma verdadeira ajuda para exercer autodomínio?

      10 A descrição do amor feita por Paulo em 1 Coríntios 13:4-8 mostra que seu poder pode ajudar-nos a exercer autodomínio. “O amor é longânime.” Ser longânime exige autodomínio. “O amor não é ciumento, não se gaba, não se enfuna.” A qualidade do amor ajuda-nos a controlar os nossos pensamentos e as nossas emoções, a coibir qualquer tendência de ser ciumento, de jactar-nos ou de enfunar-nos. O amor induz-nos a ser exatamente o contrário, tornando-nos humildes, despretensiosos, como Jesus foi. — Mateus 11:28-30.

      11 Paulo diz ainda que o amor “não se comporta indecentemente”. O autodomínio é também necessário para se agir decentemente em todas as ocasiões. A qualidade do amor nos protege contra a ganância, contra ‘procurar unicamente os nossos próprios interesses’. O amor “não fica encolerizado”. Quão fácil é ficar encolerizado por causa do que outros dizem ou fazem! Mas o amor nos ajudará a exercer autodomínio e a não dizer ou fazer coisas de que mais tarde nos arrependeríamos. O amor “não leva em conta o dano”. A natureza humana se inclina a abrigar rancor ou guardar ressentimentos. Mas o amor nos ajudará a expulsar tais pensamentos da mente. O amor “não se alegra com a injustiça”. Requer autodomínio não ter prazer no que é injusto, como a pornografia ou as degradantes novelas de TV. O amor também “suporta todas as coisas” e “persevera em todas as coisas”. Requer autodomínio enfrentar as situações, suportar coisas provadoras e opressivas sem permitir que nos desencorajem, que nos levem a retaliar ou nos inclinem a deixar de servir a Jeová.

      12. Qual é uma das maneiras de mostrar nosso apreço por tudo o que Jeová Deus e Jesus Cristo têm feito por nós?

      12 Se realmente amamos nosso Pai celestial e apreciamos suas maravilhosas qualidades e tudo o que ele tem feito por nós, desejaremos agradá-lo por exercer autodomínio em todas as ocasiões. Também, se realmente amarmos nosso Senhor e Mestre, Jesus Cristo, e apreciarmos tudo o que ele tem feito por nós, acataremos a ordem de ‘apanhar a nossa estaca de tortura e segui-lo continuamente’. (Marcos 8:34) Isto certamente exige que exerçamos autodomínio. O amor por nossos irmãos cristãos também nos impedirá de feri-los por adotarmos algum proceder egoísta.

      A Fé e a Humildade Como Ajudas

      13. Por que pode a fé nos ajudar a exercer autodomínio?

      13 Outra grande ajuda no exercício do autodomínio é a fé em Deus e em suas promessas. A fé nos habilitará a confiar em Jeová e a esperar pelo seu devido tempo para endireitar as coisas. O apóstolo Paulo argumenta no mesmo sentido quando diz em Romanos 12:19: “Não vos vingueis, amados, . . . pois está escrito: ‘A vingança é minha; eu pagarei de volta, diz Jeová.’” Neste respeito, a humildade também nos pode ajudar. Se somos humildes, não nos ofendemos rapidamente por causa de danos imaginários ou reais. Não nos apressamos a tomar a lei em nossas próprias mãos, por assim dizer, mas exercemos autodomínio e estamos dispostos a esperar em Jeová. — Compare com Salmo 37:1, 8.

      14. Que caso real mostra que até mesmo os que têm grande falta de autodomínio podem adquiri-lo?

      14 Que nós podemos aprender a exercer autodomínio ficou vividamente demonstrado num caso que aconteceu com certo homem de temperamento violento. Ora, seu temperamento era tão violento que, quando a polícia foi chamada por causa da arruaça que ele e seu pai estavam causando, ele pôs a nocaute três policiais antes que outros o dominassem! Com o tempo, contudo, ele entrou em contato com as Testemunhas de Jeová e aprendeu a exercer autodomínio, um dos frutos do espírito de Deus. (Gálatas 5:22, 23) Hoje, 30 anos depois, este homem ainda serve fielmente a Jeová.

      O Autodomínio no Círculo Familiar

      15, 16. (a) O que ajudará o marido a exercer autodomínio? (b) O autodomínio é especialmente necessário em que situação, conforme visto em que caso real? (c) Por que necessita a esposa de autodomínio?

      15 O autodomínio é certamente necessário no círculo familiar. Para que o marido ame sua esposa como a si mesmo é preciso que ele exerça grande controle de seus pensamentos, palavras, e ações. (Efésios 5:28, 29) Sim, os maridos precisam de autodomínio para acatar as palavras do apóstolo Pedro em 1 Pedro 3:7: “Vós, maridos, continuai a morar com elas da mesma maneira, segundo o conhecimento.” O marido cristão necessita exercer autodomínio em especial no caso em que sua esposa não é cristã.

      16 Para ilustrar: Havia um ancião que tinha uma esposa descrente de índole extremamente má. Todavia, ele exercia autodomínio, e isso o beneficiou tanto que seu médico lhe disse: “João, ou você é por natureza um homem muitíssimo paciente ou então você tem uma poderosa religião.” Nós temos deveras uma poderosa religião, pois “Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de poder, e de amor, e de bom juízo”, capacitando-nos a exercer autodomínio. (2 Timóteo 1:7) Também, exige autodomínio da parte da esposa ser submissa, em especial se o marido não é cristão. — 1 Pedro 3:1-4.

      17. Por que é importante o autodomínio na relação entre pais e filhos?

      17 O autodomínio é também necessário na relação entre pais e filhos. Para terem filhos que tenham autodomínio, os próprios pais devem em primeiro lugar dar bom exemplo. E quando os filhos precisam de disciplina de uma espécie ou de outra, esta sempre deve ser administrada com calma e com amor, o que exige verdadeiro autodomínio. (Efésios 6:4; Colossenses 3:21) E, por outro lado, mostrar que realmente amam seus pais requer dos filhos obediência, e obedecer certamente exige autodomínio. — Efésios 6:1-3; compare com 1 João 5:3.

      Fazendo Uso das Ajudas Que Deus Provê

      18-20. De que três provisões espirituais temos de fazer uso para cultivarmos as qualidades que nos ajudarão a exercer autodomínio?

      18 Para crescer no temor a Deus, no amor altruísta, na fé, no ódio ao que é mau, e no autodomínio, temos de aproveitar toda a ajuda que Jeová Deus tem provido. Consideremos três provisões espirituais que podem ajudar-nos a exercer autodomínio. Primeiro, há o precioso privilégio da oração. Jamais queremos estar ocupados demais para orar. Sim, devemos desejar ‘orar incessantemente’, ‘persistir em oração’. (1 Tessalonicenses 5:17; Romanos 12:12) Façamos do cultivo do autodomínio um assunto de oração. Mas, quando falhamos em exercer autodomínio, supliquemos contritamente o perdão ao nosso Pai celestial.

      19 Uma segunda área de ajuda no mostrar autodomínio é obter a ajuda que provém de alimentar-nos da Palavra de Deus e das publicações que nos habilitam a entender e aplicar as Escrituras. É tão fácil negligenciar esta parte de nosso serviço sagrado! Temos de exercer autodomínio e persistir em dizer a nós mesmos que não há material de leitura mais importante do que a Bíblia e aquilo que o “escravo fiel e discreto” provê, de modo que temos de dar prioridade a isto. (Mateus 24:45-47) Tem-se dito muito bem que a vida nunca é isto e aquilo, mas sim isto ou aquilo. Somos realmente homens e mulheres espiritualizados? Se estamos cônscios de nossa necessidade espiritual, exerceremos o autodomínio exigido para desligar a TV e nos preparar para as nossas reuniões ou ler A Sentinela que talvez tenha acabado de chegar pelo correio.

      20 Terceiro, há o assunto de dar o devido valor às nossas reuniões congregacionais e às assembléias e congressos maiores. Consideramos todas essas reuniões uma necessidade absoluta para nós? Vamos preparados para participar e, daí, fazemos isto segundo as oportunidades que temos? O fortalecimento de nossa determinação de exercer autodomínio sob todas as circunstâncias será proporcional ao valor que damos às nossas reuniões.

      21. Quais são algumas das recompensas que podemos desfrutar por cultivarmos esse fruto do espírito, o autodomínio?

      21 Que recompensas podemos esperar de tentar arduamente exercer autodomínio em todas as ocasiões? Por um lado, jamais colheremos os amargos frutos do egoísmo. Teremos amor-próprio e uma consciência limpa. Poupar-nos-emos de muitas dificuldades e permaneceremos no caminho da vida. Ademais, teremos condições de fazer o maior bem possível a outros. Acima de tudo, estaremos acatando Provérbios 27:11: “Sê sábio, filho meu, e alegra meu coração, para que eu possa replicar àquele que me escarnece.” E esta é a maior recompensa de todas — o privilégio de alegrar o coração de nosso amoroso Pai celestial, Jeová!

  • ‘O superintendente tem de ter domínio de si’
    A Sentinela — 1991 | 15 de novembro
    • ‘O superintendente tem de ter domínio de si’

      ‘O superintendente tem de ter domínio de si.’ — TITO 1:7, 8.

      1, 2. Que exemplo de refreio forneceu Guilherme de Orange, e com que resultados benéficos?

      A HISTÓRIA fornece um mui notável exemplo de alguém que soube refrear suas emoções. Em meados do século 16, o jovem príncipe holandês Guilherme de Orange participava de uma caçada com o Rei Henrique II, da França. O rei revelou a Guilherme o plano que ele e o rei da Espanha tinham de exterminar todos os protestantes na França e nos Países-Baixos — de fato, em toda a cristandade. O Rei Henrique tinha a impressão de que o jovem Guilherme era católico devoto como ele e, por conseguinte, divulgou todos os detalhes da trama. O que Guilherme ouviu horrorizou-o ao extremo porque muitos de seus amigos mais íntimos eram protestantes, mas ele não deixou transparecer o que sentia; em vez disso, demonstrou grande interesse em todos os detalhes que o rei lhe relatara.

      2 Assim que Guilherme teve condições, porém, ele pôs em ação planos para frustrar essa trama, e isso por fim levou à libertação dos Países-Baixos da dominação católica espanhola. Visto que Guilherme foi capaz de exercer autodomínio ao ouvir a respeito da trama, ele tornou-se conhecido como “Guilherme, o Taciturno”. Guilherme de Orange foi tão bem-sucedido que somos informados: “Ele foi o genuíno fundador da independência e da grandeza da república holandesa.”

      3. Quem se beneficia quando anciãos cristãos exercem autodomínio?

      3 Por ter-se refreado, Guilherme, o Taciturno, beneficiou grandemente tanto a si mesmo como a seu povo. De maneira similar, o autodomínio, um dos frutos do espírito santo, deve ser manifestado hoje pelos anciãos ou superintendentes cristãos. (Gálatas 5:22, 23) Por exercer esta qualidade, eles beneficiam tanto a si mesmos como as congregações. Por outro lado, deixarem de exercer autodomínio pode causar danos incalculáveis.

      Autodomínio — Um Requisito Para Anciãos

      4. Que conselho do apóstolo Paulo frisa a necessidade de os anciãos exercerem autodomínio?

      4 Paulo, que também era ancião, reconhecia a importância do autodomínio. Ao aconselhar os anciãos procedentes de Éfeso que vieram ao seu encontro, ele disse: “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho.” Entre outras coisas, prestar atenção a si mesmos incluía a necessidade de exercer autodomínio, vigiar a sua conduta. Ao escrever a Timóteo, Paulo frisou o mesmo ponto, dizendo: “Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino.” Tal conselho indicou a preocupação de Paulo com a tendência humana da parte de alguns de se preocupar mais em pregar do que em praticar o que pregam. Por conseguinte, ele primeiro frisou a necessidade de vigiarem a si mesmos. — Atos 20:28; 1 Timóteo 4:16.

      5. De que modo são designados os anciãos cristãos, e onde estão registradas suas qualificações nas Escrituras?

      5 Ao longo dos anos, o papel bíblico dos anciãos gradativamente se tem tornado mais claro. Hoje, vemos que ser ancião é um cargo de designação. Os anciãos são designados pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová ou por representantes diretos deste. Este corpo por sua vez representa “o escravo fiel e discreto”. (Mateus 24:45-47) As qualificações para tornar-se superintendente ou ancião cristão, são fornecidas primariamente pelo apóstolo Paulo em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9.

      6, 7. Que qualificações específicas para anciãos requerem autodomínio?

      6 Paulo declara em 1 Timóteo 3:2, 3 que o superintendente tem de ser moderado nos hábitos. Isto, junto com a necessidade de o ancião ser ordeiro, exige o exercício do autodomínio. O homem que se qualifica para ser superintendente não é espancador nem beligerante. Essas qualificações exigem também que o ancião tenha domínio de si. Ademais, para que o ancião não seja brigão bêbedo, dado ao vinho, ele tem de exercer autodomínio. — Veja também notas de rodapé sobre 1 Timóteo 3:2, 3.

      7 Em Tito 1:7, 8, Paulo declarou especificamente que o superintendente tem de ter domínio de si. Note, porém, quantos dos outros requisitos alistados nesses versículos envolvem o autodomínio. Por exemplo, o superintendente tem de estar livre de acusação, sim, ser irrepreensível. Certamente, o ancião não poderia preencher esses requisitos a menos que exercesse autodomínio.

      Ao Lidar com Outros

      8. Que qualidades que os anciãos têm de demonstrar ao dar conselhos frisam a necessidade de autodomínio?

      8 Além do mais, o superintendente tem de ser paciente e longânime ao lidar com concrentes, e isso exige autodomínio. Por exemplo, em Gálatas 6:1 lemos: “Irmãos, mesmo que um homem dê um passo em falso antes de se aperceber disso, vós, os que tendes qualificações espirituais [primariamente os anciãos], tentai reajustar tal homem num espírito de brandura, ao passo que cada um olha para si mesmo, para que tu não sejas também tentado.” Manifestar o espírito de brandura exige autodomínio. Neste respeito, o autodomínio também está envolvido em a pessoa ficar de olho em si mesma. Igualmente, quando o ancião é procurado por uma pessoa angustiada que lhe pede ajuda, o autodomínio é muito importante. Independentemente do que o ancião possa pensar da pessoa, ele tem de ser bondoso, paciente e compreensivo. Em vez de apressar-se a dar conselhos, o ancião tem de estar disposto a escutar e a extrair da pessoa o que realmente parece ser o que a perturba.

      9. Que conselho devem os anciãos ter em mente ao lidarem com irmãos aflitos?

      9 Em especial ao lidar com pessoas aflitas é pertinente o seguinte conselho em Tiago 1:19: “Sabei isto, meus amados irmãos. Todo homem tem de ser rápido no ouvir, vagaroso no falar, vagaroso no furor.” Sim, principalmente quando o ancião se depara com ira ou reações emocionais, deve cuidar para não dar o troco na mesma moeda. Exige autodomínio não se contrapor a palavras emocionalmente carregadas outras palavras emocionalmente carregadas, não ‘retribuir o mal com o mal’. (Romanos 12:17) Retribuir na mesma moeda apenas piora as coisas. Portanto, também neste caso a Palavra de Deus dá excelente conselho aos anciãos, lembrando-lhes de que “uma resposta, quando branda, faz recuar o furor”. — Provérbios 15:1.

      Autodomínio nas Reuniões de Anciãos e nas Audiências Judicativas

      10, 11. O que tem acontecido em reuniões de anciãos, indicando a necessidade de autodomínio em tais ocasiões?

      10 Outra área em que os superintendentes cristãos têm de ser cuidadosos de exercer autodomínio é nas reuniões de anciãos. Defender calmamente os interesses da verdade e da justiça às vezes exige grande autodomínio. Também exige autodomínio evitar tentar dominar a palestra. Se certo ancião tiver tal inclinação, seria bondoso da parte de outro ancião aconselhá-lo. — Compare com 3 João 9.

      11 Pode acontecer também que, nas reuniões de anciãos, um ancião por demais fervoroso se sinta tentado a ficar emotivo, até mesmo a erguer a voz. Quanto tais ações revelam falta de autodomínio! São na realidade duplamente autodestrutivas. Por um lado, na medida em que a pessoa perde o autodomínio, ela enfraquece seus próprios argumentos por permitir que a emoção ofusque a lógica. Por outro, na medida em que a pessoa fica emotiva, ela tende a perturbar ou até mesmo antagonizar os outros anciãos. Além do mais, a menos que os anciãos tenham cuidado, profundas diferenças de opinião podem causar divisão nas suas fileiras. Isto resulta em prejuízo para eles mesmos e para a congregação. — Compare com Atos 15:36-40.

      12. Ao lidarem com que situações precisam os anciãos cuidar de exercer o autodomínio?

      12 O autodomínio é também grandemente necessário da parte dos anciãos para evitarem ser parciais ou abusarem de seu poder. É muito fácil ceder a tentações, permitir que ponderações humanas imperfeitas influenciem o que se diz ou faz! Vez após vez, anciãos têm deixado de agir com decisão nos casos em que um de seus filhos ou algum outro parente foi considerado culpado de má conduta. Em tais situações exige autodomínio não permitir que laços sanguíneos impeçam que se tome ação justa. — Deuteronômio 10:17.

      13. Por que é o autodomínio especialmente necessário para os anciãos nas audiências judicativas?

      13 Ainda outra situação em que o autodomínio é muito importante é quando há uma audiência judicativa. Os anciãos têm de exercer grande autodomínio de modo que não fiquem indevidamente influenciados pela emoção. Não se devem deixar influenciar facilmente por lágrimas. Ao mesmo tempo, o ancião precisará ter cuidado de não perder a compostura quando houver troca de acusações e lhe forem lançadas calúnias, como poderá acontecer ao lidar com apóstatas. São muito apropriadas aqui as palavras de Paulo: “O escravo do Senhor não precisa lutar, porém, precisa ser meigo para com todos.” Exige autodomínio demonstrar cortesia quando sob pressão. Paulo diz a seguir que “o escravo do Senhor” tem de estar “restringindo-se sob o mal, instruindo com brandura os que não estiverem favoravelmente dispostos”. Manifestar brandura e manter-se restringido ao lidar com oposição exige grande autodomínio. — 2 Timóteo 2:24, 25.

      Autodomínio Para com os do Sexo Oposto

      14. Que excelente conselho devem os anciãos acatar nos seus tratos com os do sexo oposto?

      14 Os anciãos têm de estar profundamente alertas para exercer autodomínio quando se trata de lidar com os do sexo oposto. É desaconselhável um ancião fazer sozinho visitas de pastoreio a uma irmã. O ancião deve ir acompanhado por outro ancião ou por um servo ministerial. Provavelmente ciente desse problema, Paulo aconselhou o ancião Timóteo: “Suplica . . . as mulheres mais idosas, como a mães, as mulheres mais jovens, como a irmãs, com toda a castidade.” (1 Timóteo 5:1, 2) Alguns anciãos têm sido vistos colocando a mão sobre uma irmã, como que num gesto paternal. Mas, talvez estejam enganando a si mesmos, pois pode muito bem ser que um impulso romântico em vez de pura afeição fraternal cristã motive tal gesto. — Compare com 1 Coríntios 7:1.

      15. De que modo certo incidente destaca o vitupério sobre o nome de Jeová que pode resultar de o ancião não exercer autodomínio?

      15 Quanto dano para a verdade tem resultado de alguns anciãos não exercerem autodomínio nos seus tratos com irmãs na congregação! Alguns anos atrás, um ancião foi desassociado porque cometera adultério com uma irmã cristã cujo marido não era Testemunha. Na mesma noite em que a desassociação do ex-ancião foi anunciada, o marido magoado irrompeu no Salão do Reino com um rifle e atirou nos dois culpados. Nenhum dos dois morreu, e o homem foi prontamente desarmado, mas, no dia seguinte, um importante jornal estampou na primeira página a notícia de ‘tiros numa igreja’. Que vitupério a falta de autodomínio daquele ancião trouxe sobre a congregação e o nome de Jeová!

      Autodomínio em Outras Áreas

      16. Por que devem os anciãos cuidar de exercer autodomínio ao proferirem discursos públicos?

      16 O autodomínio é também muitíssimo necessário quando o ancião profere um discurso público. O orador público deve ser modelo de confiança e de equilíbrio. Alguns tentam divertir seus ouvintes com muitas observações espirituosas feitas apenas com o intuito de obter risadas. Talvez isto revele que se esteja cedendo à tentação de querer agradar a assistência. Naturalmente, ceder a tentações é falta de autodomínio. Pode-se até mesmo dizer que passar do tempo ao dar um discurso revela falta de autodomínio, bem como preparação insuficiente.

      17, 18. Que papel desempenha o autodomínio por parte do ancião no equilíbrio de suas várias responsabilidades?

      17 Todo ancião que trabalha arduamente tem de enfrentar o desafio de equilibrar as várias exigências que se fazem de seu tempo e de suas energias. Exige autodomínio não ir a um extremo nem a outro. Alguns anciãos têm-se preocupado tanto com as demandas da congregação a ponto de negligenciar sua família. Assim, quando certa irmã falou à esposa de um ancião a respeito da excelente visita de pastoreio que ele lhe fizera, a esposa do ancião exclamou: “Eu gostaria que algum dia ele fizesse uma visita de pastoreio para mim!” — 1 Timóteo 3:2, 4, 5.

      18 O ancião também necessita de autodomínio para equilibrar o tempo que gasta no estudo pessoal e o que gasta no serviço de campo ou em visitas de pastoreio. Por ser enganoso o coração humano, é muito fácil o ancião gastar mais tempo do que devia naquilo que considera ser mais prazeroso. Se ele gosta de livros, talvez gaste mais tempo em estudo pessoal do que devia. Se acha que o ministério de casa em casa é um tanto difícil, talvez encontre desculpas para negligenciá-lo em favor de visitas de pastoreio.

      19. Que obrigação dos anciãos frisa a necessidade de autodomínio?

      19 A obrigação de manter confidência exige também que o ancião esteja alerta para ter resoluto autodomínio. Sobre isto, é apropriado o seguinte conselho: “Não reveles a palestra confidencial de outrem.” (Provérbios 25:9) A experiência tem indicado que este talvez seja um dos mais amplamente violados requisitos entre anciãos. Se o ancião tem uma esposa sensata e amorosa com quem mantém boa comunicação, pode haver uma tendência da parte dele de considerar, ou simplesmente mencionar, assuntos de natureza confidencial. Mas isto é impróprio e muito imprudente. Para começar, trai um voto de confiança. Irmãos e irmãs espirituais procuram os anciãos e lhes fazem confidências porque confiam que o assunto será mantido estritamente confidencial. Revelar assuntos confidenciais à esposa é errado, insensato, e também desamoroso porque coloca sobre ela uma carga desnecessária. — Provérbios 10:19; 11:13.

      20. Por que é tão importante que os anciãos exerçam autodomínio?

      20 Sem dúvida, o autodomínio é deveras importante, e especialmente para os anciãos! Por se lhes ter sido confiado o privilégio de tomar a dianteira entre o povo de Jeová, a responsabilidade que têm é maior. Visto que muito lhes foi dado, muito lhes será exigido. (Lucas 12:48; 16:10; compare com Tiago 3:1.) É privilégio e dever dos anciãos estabelecer excelente exemplo para outros. Mais do que isto, os anciãos designados estão em condições de fazer o maior bem ou o maior dano a outros, não raro dependendo de se eles praticam o autodomínio, ou não. Não é de admirar que Paulo dissesse: ‘O superintendente tem de ter domínio de si.’

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