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  • Ainda sabemos o que é pecado?
    A Sentinela — 2010 | 1.° de junho
    • Ainda sabemos o que é pecado?

      NÃO muito tempo atrás, nas igrejas, era comum as pessoas ouvirem sermões exaltados contra os chamados “sete pecados capitais” — luxúria, gula, avareza, preguiça, ira, inveja e orgulho. Muitas vezes se falava das sérias consequências do pecado e os ouvintes eram exortados a se arrepender. “Agora”, como disse certo escritor, “a maioria das mensagens religiosas deixa de lado a inconveniente realidade do pecado e se concentra em temas que giram em torno do ‘bem-estar’”.

      Vários jornalistas têm notado essa tendência. Seguem-se alguns comentários da mídia:

      ▪ “As antigas categorias do pecado, bem como o conceito de arrependimento e redenção, estão fora de moda, e a linguagem terapêutica sobre autoestima e amor-próprio entraram em cena.” — Star Beacon, Ashtabula, Ohio.

      ▪ “O sentimento de angústia por se ter cometido um pecado praticamente desapareceu.” — Newsweek.

      ▪ “Ninguém pergunta mais: ‘O que Deus quer de mim?’, e sim: ‘O que Deus pode fazer por mim?’” — Chicago Sun-Times.

      Na sociedade diversificada e tolerante em que vivemos, as pessoas pensam duas vezes antes de fazer julgamentos morais. Dizem que isso não seria politicamente correto. O maior pecado é julgar as ações de outra pessoa. A ideia é: ‘O que você acredita pode até funcionar muito bem para você, mas não tente impor isso a outros. As pessoas hoje seguem valores diferentes na vida. Ninguém tem o monopólio da verdade moral. Os valores dos outros são tão válidos quanto os seus.’

      Esse tipo de raciocínio trouxe uma mudança no vocabulário das pessoas. A palavra “pecado” raramente é usada com seriedade. Para muitos, se tornou tema de piada. Já não se diz que as pessoas “vivem em pecado”, elas apenas “vivem junto”. Não se fala mais em “adultério”, e sim em “ter um caso”. Agora é comum dizer que as pessoas preferem “um estilo alternativo de vida”, e não que elas são “homossexuais”.

      Não há dúvida de que houve uma mudança naquilo que as pessoas estão dispostas a aceitar como “normal” ou a condenar como “pecado”. Mas por que o conceito mudou? O que aconteceu com o pecado? E será que aquilo em que você acredita realmente faz diferença?

  • Pecado — O que mudou?
    A Sentinela — 2010 | 1.° de junho
    • Pecado — O que mudou?

      “A IDEIA de Pecado Original, ou seja, de que todos nós fomos afetados por uma terrível calamidade ocorrida nos primórdios da existência humana, não combina com o pensamento moderno. Mas a própria ideia de pecado também não. . . . Pessoas como Adolf Hitler e Josef Stalin talvez tenham cometido pecados, mas nós somos apenas vítimas inocentes das circunstâncias.” — The Wall Street Journal.

      Como vimos nessa citação, parece que o conceito de pecado está em crise. Mas por quê? O que mudou? E para começar, que ideia de pecado é essa que as pessoas acham tão difícil de aceitar?

      Há dois aspectos relacionados ao conceito de pecado — o pecado herdado e o pecado pessoal. O primeiro é algo que a pessoa tem, quer queira, quer não. Já o segundo é algo que a pessoa pratica. Analisemos de perto cada um desses aspectos.

      Contaminados pelo pecado original?

      A Bíblia diz que uma falha moral — o pecado original — cometida por nossos primeiros pais foi transmitida para toda a humanidade. Por isso, todos nós nascemos com a mancha da imperfeição. “Toda a injustiça é pecado”, diz a Bíblia. — 1 João 5:17.

      No entanto, para muitas pessoas religiosas é difícil entender e aceitar a ideia de que todos os humanos nascem com pecado por causa de uma transgressão de alguém no passado remoto, da qual não fizeram parte nem têm responsabilidade. Essa doutrina, diz Edward Oakes, professor de teologia, “provoca um silêncio constrangedor, uma forte rejeição ou, no mínimo, um discurso dividido que não nega taxativamente a doutrina, mas também não sabe onde ela se encaixa na vida de uma pessoa devota”.

      Um fator que torna difícil aceitar o conceito de pecado original é o que as religiões têm ensinado. Por exemplo, no Concílio de Trento (1545-1563), a Igreja condenou todos os que negavam que os recém-nascidos precisavam do batismo para serem absolvidos de seus pecados. Segundo os teólogos, se uma criança morresse sem ser batizada, ela jamais entraria na presença de Deus no céu por causa de seus pecados não perdoados. Calvino até mesmo ensinou que as crianças ‘trazem com elas sua condenação desde o ventre da mãe’. Ele afirmava que a natureza delas era ‘odiosa e abominável para Deus’.

      Para a maioria das pessoas, os recém-nascidos são seres tão inocentes que pensar que eles têm de sofrer por causa do pecado herdado vai contra a natureza humana. É fácil entender por que esses ensinos das igrejas afastaram as pessoas da doutrina do pecado original. De fato, até mesmo alguns líderes da Igreja não tinham coragem de condenar ao inferno de fogo uma criança não batizada. Para eles, seu futuro permanecia um dilema teológico. Embora nunca tenha se tornado um dogma, por séculos a Igreja Católica ensinou que a alma de inocentes que não se batizaram viveria no limbo, uma terra de ninguém.a

      O fato de filósofos, cientistas e teólogos no século 19 terem começado a questionar a credibilidade dos relatos bíblicos levou ao enfraquecimento da crença no pecado original. Com a teoria de Darwin sobre a evolução, muitas pessoas relegaram a história de Adão e Eva para o domínio da mitologia. O resultado de tudo isso é que muitos hoje consideram a Bíblia mais um reflexo da mentalidade e tradições de seus escritores do que uma revelação divina.

      Onde isso deixa a doutrina do pecado original? Obviamente, se as pessoas religiosas forem convencidas de que Adão e Eva nunca existiram, a conclusão lógica é que nunca houve um pecado original. Mesmo para os que estão dispostos a aceitar que a humanidade tem falhas, a história do pecado original não passa de uma explicação da natureza imperfeita da humanidade.

      Então, se já acabaram com o pecado original, o que dizer dos pecados pessoais?

      É realmente pecado?

      Quando se fala de pecados pessoais, muitos pensam nos Dez Mandamentos — proibições contra o assassinato, infidelidade, luxúria, sexo pré-marital, roubo e assim por diante. O ensino tradicional das igrejas era que qualquer pessoa que morresse sem se arrepender desses pecados sofreria eternamente os tormentos do inferno de fogo.b

      A Igreja Católica determina que, para alguém ser poupado desse destino, os pecados devem ser confessados a um padre, que, segundo ela, tem o poder de absolvê-los. Mas para a maioria dos católicos o ritual de confissão, absolvição e penitência se tornou uma coisa do passado. Por exemplo, uma pesquisa recente revela que mais de 60% dos católicos italianos deixaram de se confessar.

      Fica claro que o conceito tradicional sobre o pecado pessoal e suas consequências — conforme explicado pelas religiões — não tem ajudado as pessoas a deixar de praticá-lo. Muitos que são religiosos já não acreditam que todas as práticas já mencionadas sejam erradas. Por exemplo, alguns raciocinam da seguinte forma: ‘Se dois adultos concordam em ter relações sexuais e ninguém é prejudicado, qual é o problema?’

      Uma possível explicação para esse tipo de pensamento é que no fundo essas pessoas não estão convencidas de que aquilo que aprenderam sobre o pecado é verdade. De fato, muitos acham difícil acreditar que um Deus amoroso atormenta os pecadores eternamente num inferno de fogo. E essa descrença talvez explique, pelo menos em parte, por que “o pecado” deixou de ser algo sério. Mas há outros fatores que contribuíram para a perda do senso de pecado.

      Rejeição dos valores tradicionais

      Os acontecimentos dos últimos séculos trouxeram grandes mudanças na sociedade e na mentalidade das pessoas. As duas guerras mundiais, inúmeras guerras menores e vários genocídios fizeram com que muitos questionassem os valores tradicionais. Eles perguntam: ‘Faz sentido que numa era tecnologicamente avançada as pessoas vivam segundo padrões criados há séculos e completamente fora da realidade atual?’ Muitos racionalistas e moralistas acham que não. Acreditam que a sociedade precisa se livrar de certos grilhões morais e de superstições, e, por meio da educação, procurar atingir seu enorme potencial.

      Esse modo de pensar deu origem a uma cultura extremamente secular. Em muitos países europeus, poucas pessoas vão à igreja. Um número cada vez maior de indivíduos não acredita em nada e muitos não querem nem ouvir falar das doutrinas das igrejas, considerando-as absurdas. Eles raciocinam que se os humanos são apenas um produto do seu ambiente e da seleção natural, qual é a necessidade de falar sobre culpa por causa de transgressões morais?

      O enfraquecimento generalizado da moral no mundo ocidental no século 20 levou, entre outras coisas, à chamada revolução sexual. Protestos estudantis, movimentos contracultura e o uso generalizado de contraceptivos desempenharam seu papel na rejeição das ideias tradicionais sobre o que era certo ou errado. Logo os valores da Bíblia foram invertidos. Uma nova geração adotou uma nova moralidade e uma nova atitude para com o pecado. Conforme certo escritor disse, daí em diante, “a única lei era a lei do amor”, que basicamente se expressava na ampla aceitação do sexo ilícito.

      A cultura religiosa do bem-estar

      Comentando a situação nos Estados Unidos, a revista Newsweek declarou de forma franca: “Muitos clérigos se veem no meio de um mercado competitivo e sentem que não podem se dar ao luxo de repelir as pessoas.” Temem que se fizerem muitas exigências morais a seus ouvintes, perderão paroquianos. As pessoas não querem ouvir alguém dizendo para elas serem mais humildes, disciplinadas, virtuosas ou que precisam dar ouvidos à sua consciência pesada e se arrepender de seus pecados. Por isso, muitas igrejas estão adotando o que o Chicago Sun-Times chamou de “mensagem cristã terapêutica, utilitária e até narcisista, que gira em torno do ‘eu’ e que deixa o evangelho de lado”.

      Esse tipo de pensamento deu origem a uma cultura religiosa que define Deus à sua maneira e a religiões que, em vez de se concentrar em Deus e no que ele requer de nós, concentram-se na pessoa e no que promove sua autoestima. O único objetivo é atender as necessidades da congregação. O resultado é uma religião sem doutrinas. “O que preenche o vazio deixado pelo código moral cristão?”, pergunta The Wall Street Journal. “Uma ética de enorme tolerância, em que ‘ser uma pessoa boa’ serve de desculpa para tudo.”

      Logicamente, o que se colhe disso é a ideia de que qualquer religião serve se fizer a pessoa se sentir bem. The Wall Street Journal observa que quem tiver esse ponto de vista “pode abraçar qualquer fé, desde que ela não faça grandes exigências morais — pode consolar, mas não julgar”. E as religiões, por sua vez, estão dispostas a aceitar as pessoas “exatamente como elas são”, sem fazer nenhuma exigência moral.

      Tudo isso que consideramos talvez faça com que alguém que leia a Bíblia se lembre de uma profecia escrita pelo apóstolo Paulo no primeiro século EC. Ele disse: “Haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade.” — 2 Timóteo 4:3, 4.

      Quando os líderes religiosos desculpam o pecado, negam sua existência e ‘fazem cócegas’ nos ouvidos dos membros de suas igrejas, dizendo o que eles querem ouvir em vez de falar o que a Bíblia diz, eles não estão ajudando essas pessoas em nada. Essa mensagem é falsa e perigosa. É uma adulteração de um dos ensinos fundamentais do cristianismo. O pecado e o perdão ocupam uma posição central nas boas novas ensinadas por Jesus e por seus apóstolos. Para saber por que podemos dizer isso, leia o próximo artigo.

      [Nota(s) de rodapé]

      a O ensino sobre o limbo foi retirado dos catecismos católicos mais recentes. Isso talvez seja reflexo da confusão criada por essa doutrina não bíblica. Veja o quadro “Uma reviravolta teológica”, na página 10.

      b A Bíblia não apoia a crença no tormento eterno num inferno de fogo. Para mais detalhes, veja o capítulo 6, “Onde estão os mortos?”, no livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?, publicado pelas Testemunhas de Jeová.

      [Destaque na página 7]

      Uma cultura religiosa que gira em torno do bem-estar produz maus frutos

      [Quadro na página 6]

      Pecado? “Já superamos isso”

      ▪ “Hoje, esse assunto é um dos maiores obstáculos das religiões. Já não nos vemos como ‘pecadores’ que precisam de perdão. Talvez no passado o pecado fosse um problema, mas já superamos isso. As religiões até apresentam uma solução para o pecado, mas para a maioria dos americanos o pecado não é um problema, pelo menos não um problema grave.” — John A. Studebaker Jr., escritor sobre religião.

      ▪ “As pessoas dizem: ‘Em sentido moral, espero muito de mim e dos outros, mas sei que somos imperfeitos, por isso faço aquilo que posso.’ Achamos uma zona de conforto para a moral, uma espécie de classe média moral, um meio-termo em que podemos dizer que fazemos o que é certo. Somos bons vizinhos. Não atrapalhamos o trânsito. Mas desconsideramos os assuntos mais importantes sobre o pecado.” — Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul.

      ▪ “Nossa cultura promove o que antes era condenado [como, por exemplo, os chamados sete pecados capitais]: os pais incentivam o orgulho como essencial para a autoestima; um grupo de chefs franceses pediram ao Vaticano para que deixem de considerar pecado alguém comer muito. A inveja é o que impulsiona o jornalismo de fofocas. A luxúria é uma estratégia de propaganda; a ira é um direito de quem foi ofendido. Muitas vezes eu daria qualquer coisa em troca de um pouco de preguiça.” — Nancy Gibbs, revista Time.

      [Foto na página 5]

      Muitos hoje encaram o relato de Adão e Eva como mito

  • A verdade sobre o pecado
    A Sentinela — 2010 | 1.° de junho
    • A verdade sobre o pecado

      SERÁ que uma pessoa que está doente pode provar que não tem febre por quebrar o termômetro? Claro que não! Da mesma forma, só porque muitos rejeitam o ponto de vista de Deus sobre o pecado, não significa que o pecado não existe. Sua Palavra, a Bíblia, tem muito a dizer a respeito desse assunto. O que ela realmente ensina sobre o pecado?

      Todos nós pecamos

      Uns dois mil anos atrás, o apóstolo Paulo expressou sua frustração pelo fato de que ‘o bem que ele queria, não fazia, mas o mal que ele não queria, era o que ele praticava’. (Romanos 7:19) Se formos honestos, admitiremos que a nossa situação é similar. Talvez queiramos viver de acordo com os Dez Mandamentos ou outro padrão de conduta, mas, gostemos ou não, todos nós pecamos. Não é que nós escolhemos violar uma norma. O fato é que simplesmente somos fracos. Qual é a explicação para isso? O próprio Paulo dá a resposta: “Se aquilo que não quero é o que faço, então, quem o produz não sou mais eu, mas o pecado que mora em mim.” — Romanos 7:20.

      Assim como Paulo, todas as pessoas têm fraquezas inatas — evidência da imperfeição e do pecado herdados. “Todos pecaram e não atingem a glória de Deus”, disse o apóstolo. Qual é o motivo dessa situação? Paulo continuou: “Por intermédio de um só homem [Adão] entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, e assim a morte se espalhou a todos os homens, porque todos tinham pecado.” — Romanos 3:23; 5:12.

      Apesar de muitos rejeitarem a ideia de que as transgressões de nossos primeiros pais nos afastaram de Deus e nos fizeram perder a perfeição original, é exatamente isso o que a Bíblia ensina. Ao citar como autoridade os primeiros capítulos de Gênesis, Jesus mostrou que acreditava no relato de Adão e Eva. — Gênesis 1:27; 2:24; 5:2; Mateus 19:1-5.

      Um dos aspectos principais da mensagem da Bíblia é que Jesus veio à Terra para libertar os que exercessem fé nele de sua situação pecaminosa. (João 3:16) Nossa perspectiva de vida depende de aceitarmos o meio usado por Jeová para resgatar pessoas apreciativas que estão numa condição sobre a qual não têm nenhum controle. Mas, se não sabemos claramente o que é o pecado do ponto de vista de Deus, não podemos entender o meio que ele usou para nos salvar nem sentir gratidão por isso.

      O sacrifício de Jesus e por que era necessário

      Jeová deu ao primeiro homem a perspectiva de viver para sempre. Ele só perderia esse futuro maravilhoso caso se rebelasse contra Deus. Adão realmente se rebelou, e ao fazer isso passou a ser um pecador. (Gênesis 2:15-17; 3:6) Ele agiu de uma maneira contrária à vontade de Deus, não permaneceu perfeito e arruinou sua relação com seu Pai celestial. Quando pecou por violar a lei divina, começou a morrer. Infelizmente, todos os descendentes de Adão, incluindo nós, nasceram em pecado, de modo que estamos condenados a morrer. Por quê?

      O motivo é bem simples. Pais imperfeitos não geram filhos perfeitos. Todos os descendentes de Adão nasceram pecadores, e como o apóstolo Paulo mencionou, “o salário pago pelo pecado é a morte”. (Romanos 6:23) A segunda parte desse versículo, porém, nos dá esperança: “Mas o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” Isso quer dizer que por meio da morte sacrificial de Jesus é possível que a humanidade obediente e apreciativa fique limpa dos efeitos do pecado que Adão cometeu.a (Mateus 20:28; 1 Pedro 1:18, 19) Como isso deve fazer você se sentir?

      O amor de Cristo “nos compele”

      O apóstolo Paulo, inspirado por Deus, deu a resposta à pergunta acima. Ele escreveu: “O amor de Cristo nos compele, porque foi isso o que julgamos, que um só homem morreu por todos; . . . e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivessem mais para si mesmos, mas para aquele que morreu por eles e foi levantado.” (2 Coríntios 5:14, 15) Se uma pessoa entende que o sacrifício de Jesus pode libertá-la dos efeitos do pecado e se deseja mostrar gratidão por essa provisão, deve se esforçar em viver de acordo com a vontade de Deus. Isso envolve aprender os seus requisitos, treinar a consciência de acordo com os padrões da Bíblia e então viver em harmonia com eles. — João 17:3, 17.

      O pecado prejudica nossa relação com Jeová Deus. Quando o Rei Davi reconheceu a seriedade de seu adultério com Bate-Seba e do assassinato do marido dela, sem dúvida sentiu muita vergonha. Mas o que mais o angustiava — e com razão — era o fato de seus pecados terem ofendido a Deus. Com o coração pesado, ele admitiu a Jeová: “Pequei contra ti, somente contra ti, e fiz o que é mau aos teus olhos.” (Salmo 51:4) De maneira similar, quando José foi tentado a cometer adultério, sua consciência fez com que ele dissesse: “Como poderia eu cometer esta grande maldade e realmente pecar contra Deus?” — Gênesis 39:9.

      Assim, o pecado não é apenas uma questão de nos sentirmos mal por talvez termos manchado nossa reputação. Não se trata apenas de responder perante a opinião pública ou a sociedade por talvez não termos vivido à altura de algum ideal. Violar as leis de Deus sobre sexo, honestidade, respeito, adoração e assim por diante prejudica nossa relação com ele. Se praticarmos intencionalmente o pecado, nós nos tornamos inimigos de Deus. Essa é uma verdade que merece séria reflexão. — 1 João 3:4, 8.

      Então, o que aconteceu com o pecado? Na verdade não aconteceu nada. As pessoas é que passaram a lhe dar outros nomes achando que isso faria suas ações parecerem menos graves. Muitos entorpeceram ou ignoraram sua consciência. No entanto, todos os que desejam ter o favor de Deus precisam resistir a essa tendência. Como vimos, o pecado não resulta apenas num ego ferido ou vergonha, mas em morte. De fato, o pecado é uma questão de vida ou morte.

      A boa notícia é que é possível obter perdão por meio do valor resgatador do sacrifício de Jesus se nos arrependermos sinceramente de nossos pecados e deixarmos de praticá-los. “Felizes aqueles cujas ações contra a lei foram perdoadas e cujos pecados foram encobertos”, escreveu Paulo. “Feliz o homem cujo pecado Jeová de modo algum levará em conta.” — Romanos 4:7, 8.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Para uma explicação mais detalhada sobre como a morte sacrificial de Jesus tem o poder de salvar a humanidade obediente, veja o livro O Que a Bíblia Realmente Ensina?, páginas 47 a 54, publicado pelas Testemunhas Jeová.

      [Quadro/Foto na página 10]

      Uma reviravolta teológica

      Para a maioria dos católicos, o conceito de limbo nunca foi muito claro. E em décadas recentes ele foi desaparecendo aos poucos, a ponto de sua definição nem constar mais nos livros de catecismo. Em 2007, a Igreja Católica assinou a “certidão de óbito” do limbo, num documento que menciona “uma base teológica e litúrgica séria para esperar que os bebês não batizados que morrerem serão salvos e levados à felicidade eterna”. — Comissão Teológica Internacional.

      Por que essa mudança de posição, essa reviravolta teológica? Basicamente, ela permitiu que a igreja se libertasse daquilo que o jornalista francês Henri Tincq chamou de “uma herança pesada, defendida desde a Idade Média até o século 20, por uma Igreja manipuladora, desejosa de usar a ameaça do limbo para coagir os pais a batizar seus filhos o mais rápido possível”. Mas o fim do limbo também levanta outras questões.

      Seguir a tradição ou as Escrituras? Historicamente, a crença no limbo resultou de debates teológicos no século 12 sobre o purgatório. A Igreja Católica ensinava que a alma sobrevive à morte, de modo que precisava encontrar um lugar para as almas das crianças que não podiam ir para o céu por não terem sido batizadas, mas que também não mereciam ir para o inferno. Foi assim que surgiu a ideia do limbo.

      No entanto, a Bíblia não ensina que a alma sobrevive à morte. Em vez disso, mostra claramente que a alma humana não é imortal. Ela pode ser “destruída” e ‘morre’. (Atos 3:23; Ezequiel 18:4, Versão Douay-Rheims) Se a alma morre, o limbo não pode existir. Além disso, a Bíblia fala da morte como um estado de inconsciência, semelhante ao sono. — Eclesiastes 9:5, 10; João 11:11-14.

      A Bíblia indica que Deus considera santos os filhos pequenos de pais cristãos. (1 Coríntios 7:14) Essa declaração seria inválida se o batismo de crianças fosse necessário para sua salvação.

      O ensino do limbo era realmente um insulto a Deus, pois fazia dele um tirano cruel que castiga inocentes, em vez do Pai justo e amoroso que ele é. (Deuteronômio 32:4; Mateus 5:45; 1 João 4:8) Não é de admirar que esse ensino não bíblico sempre tenha estado na contramão do bom senso dos cristãos sinceros.

      [Fotos na página 9]

      Viver de acordo com a Palavra de Deus resulta num relacionamento saudável com Deus e com nosso semelhante

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