Tenha prazer no estudo da Palavra de Deus

“Meditarei certamente em toda a tua atividade e vou ocupar-me com as tuas ações.” — SALMO 77:12.

1, 2. (a) Por que temos de reservar tempo para meditar? (b) O que significa “meditar” e “ponderar”?

POR sermos discípulos de Jesus Cristo, preocupamo-nos muito com o relacionamento que temos com Deus e com a nossa motivação ao servi-Lo. Hoje em dia, porém, a maioria das pessoas vive num ritmo tão acelerado que não toma tempo para meditar. Ficam totalmente absortas na busca pelos bens materiais, pelos produtos de consumo e pelo prazer. Como podemos evitar tal empenho fútil? Da mesma forma que reservamos tempo todo dia para atividades essenciais, tais como comer e dormir, devemos também programar tempo todo dia para meditar nas atividades de Jeová. — Deuteronômio 8:3; Mateus 4:4.

² Você pára de vez em quando a fim de meditar? O que está envolvido em meditar? Um dicionário define esta palavra como “considerar, estudar, ponderar”. E a palavra “ponderar” significa “apreciar maduramente, examinar com atenção”. O que significa isso para nós?

3. Com que se relaciona diretamente o progresso espiritual?

³ Em primeiro lugar, devemos lembrar do que o apóstolo Paulo escreveu ao seu companheiro de serviço, Timóteo: “Até eu chegar, continua a aplicar-te à leitura pública, à exortação, ao ensino. . . . Pondera estas coisas; absorve-te nelas, para que o teu progresso seja manifesto a todos.” De fato, esperava-se progresso, e as palavras de Paulo mostraram que há uma relação direta entre ponderar assuntos espirituais e fazer progresso. O mesmo acontece hoje em dia. Para termos a satisfação de fazer progresso espiritual ainda temos de ‘ponderar’ e ‘absorver-nos’ nas coisas que têm que ver com a Palavra de Deus. — 1 Timóteo 4:13-15.

4. Que provisões você pode usar para ajudá-lo a ponderar regularmente a Palavra de Jeová?

⁴ A melhor hora para meditar depende de você e da rotina da sua família. Muitos ponderam um texto bíblico logo cedo de manhã ao lerem um trecho do folheto Examine as Escrituras Diariamente. De fato, uns 20.000 voluntários nos lares de Betel, em todo o mundo, começam o dia com a consideração do texto bíblico do dia durante 15 minutos. Embora apenas alguns na família de Betel tenham a oportunidade de comentar cada manhã, os demais ponderam o que se diz e se lê. Outras Testemunhas ponderam a Palavra de Jeová a caminho do trabalho. Ouvem fitas cassete da Bíblia e das revistas A Sentinela e Despertai!, disponíveis em várias línguas. Muitas donas-de-casa fazem isso enquanto realizam seus serviços domésticos. Na realidade, estão imitando o salmista Asafe, que escreveu: “Lembrar-me-ei das práticas de Jah; pois, vou lembrar-me da tua maravilha de outrora. E meditarei certamente em toda a tua atividade e vou ocupar-me com as tuas ações.” — Salmo 77:11, 12.

A atitude correta produz resultados positivos

5. Por que o estudo pessoal deve ser importante para nós?

⁵ Na nossa era moderna de TV, vídeos e computadores, muitas pessoas perderam o costume de ler. Esse certamente não deve ser o caso entre as Testemunhas de Jeová. Afinal, a leitura da Bíblia é como um elo vital que nos liga a Jeová. Milhares de anos atrás, Josué sucedeu a Moisés como líder de Israel. Para ter a bênção de Jeová, Josué tinha de ler a Palavra de Deus. (Josué 1:8; Salmo 1:1, 2) Este requisito ainda persiste hoje. No entanto, por terem uma educação limitada, alguns podem achar a leitura difícil ou trabalhosa. Então, o que pode nos ajudar a querer ler e estudar a Palavra de Deus? Encontramos a resposta nas palavras do Rei Salomão, registradas em Provérbios 2:1-6. Queira abrir a sua Bíblia e ler estes versículos. Depois os analisaremos juntos.

6. Qual deve ser a nossa atitude para com o conhecimento de Deus?

⁶ Para começar, encontramos esta exortação: “Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo os meus próprios mandamentos, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; . . . ” (Provérbios 2:1, 2) O que aprendemos dessas palavras? Que a responsabilidade recai sobre nós individualmente. Note a condição, “se aceitares as minhas declarações”. Este é um fator crucial quando lembramos que a maioria da humanidade não presta atenção à Palavra de Deus. Para termos alegria em estudar a Palavra de Deus temos de estar dispostos a acolher as declarações de Jeová e a considerá-las como um tesouro que não queremos perder. Nunca devemos permitir que a nossa rotina diária nos mantenha ocupados demais ou nos distraia a ponto de encararmos a Palavra de Deus com indiferença e até com desconfiança. — Romanos 3:3, 4.

7. Por que devemos, sempre que possível, estar presentes às reuniões e prestar atenção?

⁷ Será que realmente ‘prestamos atenção’ e escutamos bem quando se explica a Palavra de Deus nas nossas reuniões cristãs? (Efésios 4:20, 21) ‘Inclinamos o coração’ para obter discernimento? Pode ser que o orador não seja muito experiente, mas quando ele fala da Palavra de Deus merece nossa cuidadosa atenção. É claro que, para prestarmos atenção à sabedoria de Jeová, temos de estar nas reuniões cristãs sempre que possível. (Provérbios 18:1) Imagine como alguém teria ficado desapontado se tivesse perdido a reunião na sala de andar superior em Jerusalém no Pentecostes de 33 EC! Embora as nossas reuniões não sejam tão espetaculares como aquela, considera-se a Bíblia, nosso compêndio básico. De modo que cada reunião pode ser uma bênção para nós, se prestarmos atenção e acompanharmos a leitura dos textos na nossa Bíblia. — Atos 2:1-4; Hebreus 10:24, 25.

8, 9. (a) O que o estudo pessoal exige de nós? (b) Como você compararia o valor do ouro em relação ao entendimento do conhecimento de Deus?

⁸ As próximas palavras do sábio rei são: “Se, além disso, clamares pela própria compreensão e emitires a tua voz pelo próprio discernimento, . . . ” (Provérbios 2:3) Que atitude ou espírito essas palavras nos transmitem? O forte desejo de entender a Palavra de Jeová. As palavras do rei sugerem a disposição de estudar com o objetivo de obter discernimento, de compreender qual é a vontade de Jeová. Naturalmente, isso requer esforço, o que nos leva às palavras e à ilustração de Salomão a seguir. — Efésios 5:15-17.

⁹ Ele prossegue: “Se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, . . . ” (Provérbios 2:4) Isto nos faz pensar nos mineradores que no decorrer dos séculos têm procurado os chamados metais preciosos, a prata e o ouro. Homens já mataram pelo ouro. Outros gastaram a vida inteira à procura dele. Mas qual é o verdadeiro valor do ouro? Se você estivesse perdido num deserto e morrendo de sede, o que preferiria: uma barra de ouro ou um copo de água? No entanto, com demasiado zelo os homens têm ido em busca do ouro com seu valor artificial e arbitrário.a Com quanto mais zelo deveríamos buscar sabedoria, discernimento e entendimento de Deus e da sua vontade! Mas quais são os benefícios de tal busca? — Salmo 19:7-10; Provérbios 3:13-18.

10. O que podemos encontrar quando estudamos a Palavra de Deus?

¹⁰ A explicação de Salomão prossegue: “Neste caso entenderás o temor a Jeová e acharás o próprio conhecimento de Deus.” (Provérbios 2:5) Que idéia maravilhosa — humanos pecaminosos podem achar “o próprio conhecimento de Deus”, Jeová, o Soberano Senhor do Universo! (Salmo 73:28; Atos 4:24) Os filósofos e os chamados homens sábios do mundo têm procurado por séculos entender os mistérios da vida e do Universo. Mas não encontraram “o próprio conhecimento de Deus”. Por que não? Embora estivesse disponível já por milhares de anos na Palavra de Deus, a Bíblia, eles o consideram simples demais e por isso não o aceitam, nem o compreendem. — 1 Coríntios 1:18-21.

11. Quais são alguns benefícios do estudo pessoal?

¹¹ Veja outro incentivo que Salomão destaca: “O próprio Jeová dá sabedoria; da sua boca procedem conhecimento e discernimento.” (Provérbios 2:6) Jeová dá, livre e generosamente, sabedoria, conhecimento e discernimento a todo aquele que está disposto a procurá-los. Certamente, temos todos os motivos para dar valor ao estudo pessoal da Palavra de Deus, mesmo que requeira esforço, disciplina e sacrifício. Pelo menos temos cópias impressas da Bíblia e não precisamos fazer cópias manuscritas, como alguns faziam na antiguidade! — Deuteronômio 17:18, 19.

Para andarmos dignamente de Jeová

12. Qual deve ser a nossa motivação ao obtermos conhecimento de Deus?

¹² Qual deve ser a motivação de nosso estudo pessoal? Parecermos melhores do que outros? Mostrarmos que temos mais conhecimento? Tornarmo-nos enciclopédias bíblicas ambulantes? Não. Nosso objetivo é andar, falar e atuar como cristãos, sempre prontos para ajudar outros, tendo a mesma atitude revigorante de Cristo. (Mateus 11:28-30) O apóstolo Paulo advertiu: “O conhecimento enfuna, mas o amor edifica.” (1 Coríntios 8:1) Portanto, devemos ter a atitude humilde de Moisés quando disse a Jeová: “Por favor, faze-me saber os teus caminhos, para que eu te conheça, a fim de que eu ache favor aos teus olhos.” (Êxodo 33:13) Realmente, devemos querer ter conhecimento para agradar a Deus, não para impressionar homens. Queremos ser servos de Deus dignos e humildes. Como podemos alcançar esse objetivo?

13. O que é preciso para alguém se tornar um servo de Deus digno?

¹³ Paulo deu conselho a Timóteo sobre como agradar a Deus, dizendo: “Faze o máximo para te apresentar a Deus aprovado, obreiro que não tem nada de que se envergonhar, manejando corretamente a palavra da verdade.” (2 Timóteo 2:15) A expressão ‘manejar corretamente’ vem dum verbo grego composto, que originalmente significava ‘cortar reto’. (Kingdom Interlinear [Interlinear do Reino]) Segundo alguns, sugere a idéia de um alfaiate cortar tecido seguindo um modelo, ou de um agricultor fazer sulcos na terra com o arado, e assim por diante. De qualquer modo, o produto final tem de ser algo reto. O ponto é que, para ser um servo de Deus digno e aprovado, Timóteo tinha de ‘fazer o máximo’ para certificar-se de que seu ensino e sua conduta estavam de acordo com a palavra da verdade. — 1 Timóteo 4:16.

14. Como nosso estudo pessoal deve influir no que fazemos e dizemos?

¹⁴ Paulo salientou o mesmo ponto quando exortou os cristãos em Colossos a ‘andarem dignamente de Jeová, com o fim de lhe agradar plenamente’, por ‘prosseguirem em dar fruto em toda boa obra e em aumentar no conhecimento exato de Deus’. (Colossenses 1:10) Paulo relaciona aqui ser digno de Jeová com “dar fruto em toda boa obra” e com “aumentar no conhecimento exato de Deus”. Em outras palavras, o que importa para Jeová não é apenas o valor que damos ao conhecimento, mas até que ponto aderimos à Palavra de Deus no que fazemos e dizemos. (Romanos 2:21, 22) Isso significa que o nosso estudo pessoal tem de influir no nosso modo de pensar e na nossa conduta, se quisermos agradar a Deus.

15. Como podemos proteger e controlar nossa mente e nossos pensamentos?

¹⁵ Hoje em dia, Satanás está decidido a destruir nossa espiritualidade por promover um conflito mental. (Romanos 7:14-25) Por isso, temos de proteger e controlar a mente e os pensamentos, a fim de nos mostrar dignos de nosso Deus, Jeová. A arma que temos é “o conhecimento de Deus”, que é capaz de ‘trazer todo pensamento ao cativeiro, para fazê-lo obediente ao Cristo’. Isso frisa ainda mais a importância de darmos atenção ao estudo diário da Bíblia, visto que queremos expulsar da mente pensamentos egoístas e carnais. — 2 Coríntios 10:5.

Ajudas ao entendimento

16. Como podemos beneficiar-nos do ensino de Jeová?

¹⁶ O ensino de Jeová resulta em benefícios espirituais e físicos. Não é uma teologia estéril, acadêmica. Por isso lemos: “Eu, Jeová, sou teu Deus, Aquele que te ensina a tirar proveito, Aquele que te faz pisar no caminho em que deves andar.” (Isaías 48:17) Como Jeová nos faz andar no seu caminho que resulta em proveito? Primeiro, nós temos a sua Palavra inspirada, a Bíblia Sagrada. Este é o nosso compêndio básico, ao qual recorremos constantemente. Por isso é bom acompanhar as reuniões cristãs com a Bíblia aberta. Os resultados proveitosos disso podem ser notados no relato sobre o eunuco etíope, registrado no capítulo 8 de Atos.

17. O que aconteceu no caso do eunuco etíope e o que isso ilustra?

¹⁷ O eunuco etíope se convertera ao judaísmo. Cria sinceramente em Deus e estudava as Escrituras. Viajando no seu carro, ele estava lendo o texto de Isaías quando Filipe se aproximou correndo e perguntou: “Sabes realmente o que estás lendo?” Como o eunuco respondeu? “ ‘Realmente, como é que eu posso, a menos que alguém me guie?’ E suplicou que Filipe subisse e se assentasse com ele.” Filipe, orientado pelo espírito santo, ajudou então o eunuco a entender a profecia de Isaías. (Atos 8:27-35) O que isso ilustra? Que não basta apenas lermos a Bíblia em particular. Jeová, pelo seu espírito, usa a classe do escravo fiel e discreto para nos ajudar a entender a sua Palavra na ocasião certa. Como se faz isso? — Mateus 24:45-47; Lucas 12:42.

18. Como a classe do escravo fiel e discreto nos ajuda?

¹⁸ Embora a classe do escravo seja definida como ‘fiel e discreta’, Jesus não disse que seria infalível. Esse grupo de fiéis irmãos ungidos ainda é formado de cristãos imperfeitos. Mesmo com as melhores intenções podem cometer enganos, assim como aconteceu no primeiro século. (Atos 10:9-15; Gálatas 2:8, 11-14) Todavia, sua motivação é pura, e Jeová os usa para nos fornecer publicações bíblicas que aumentam a nossa fé na Palavra e nas promessas de Deus. A provisão básica fornecida pelo escravo para o estudo pessoal é a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas. Ela está agora disponível, na íntegra ou em parte, em 42 línguas, e já se imprimiram 114 milhões de exemplares em várias edições. Como podemos usá-la com eficácia no nosso estudo pessoal? — 2 Timóteo 3:14-17.

19. Quais são alguns recursos da Tradução do Novo Mundo com Referências que podem ser úteis no estudo pessoal?

¹⁹ Por exemplo, veja a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referências. Ela tem colunas de referências cruzadas, notas, uma miniconcordância na forma de um “Índice de Palavras Bíblicas” e “Índice de Palavras das Notas”, bem como um apêndice extenso que abrange 43 assuntos, incluindo mapas e tabelas. Há também a “Introdução” com informações sobre as muitas fontes usadas nessa tradução ímpar da Bíblia. Se ela estiver disponível numa língua que você entende, não deixe de se familiarizar com esses recursos e de fazer uso deles. De qualquer modo, a Bíblia é o ponto de partida de nosso programa de estudo, e a Tradução do Novo Mundo é uma versão que enfatiza corretamente o nome divino ao destacar o Reino de Deus. — Salmo 149:1-9; Daniel 2:44; Mateus 6:9, 10.

20. Que perguntas a respeito do estudo pessoal requerem agora uma resposta?

²⁰ Poderíamos então perguntar: ‘De que ajuda adicional precisamos para entender a Bíblia? Como podemos arranjar tempo para o estudo pessoal? Como podemos tornar nosso estudo mais eficaz? Como deve nosso estudo influir em outros?’ O próximo artigo considerará esses aspectos vitais do nosso progresso como cristãos.

[Nota(s) de rodapé]

O estudo pessoal que nos torna instrutores competentes

“Pondera estas coisas; absorve-te nelas, para que o teu progresso seja manifesto a todos. Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino.” — 1 TIMÓTEO 4:15, 16.

1. Que princípio bíblico se aplica ao estudo pessoal?

“PARA tudo há um tempo determinado”, diz a Bíblia em Eclesiastes 3:1. Isso certamente se aplica ao estudo pessoal. Muitos acham difícil refletir sobre assuntos espirituais quando a ocasião e o local não são propícios. Por exemplo, depois de um dia de trabalho duro e dum farto jantar, sentiria vontade de estudar, especialmente se estivesse sentado na sua poltrona favorita diante da televisão? É pouco provável. Então, qual é a solução? É evidente que temos de escolher a hora e o local para estudar, com o objetivo de tirar o máximo proveito dos nossos esforços.

2. Qual costuma ser a melhor hora para o estudo pessoal?

² Muitos acham que a melhor hora para estudar é logo cedo de manhã, quando costumam estar mais alertas. Outros usam o intervalo do meio-dia para um breve período de estudo. Note a menção da hora para importantes atividades espirituais nos seguintes exemplos. O Rei Davi, do antigo Israel, escreveu: “Faze-me ouvir de manhã a tua benevolência, porque em ti tenho posto a minha confiança. Faze-me saber o caminho em que devo andar, porque a ti elevei a minha alma.” (Salmo 143:8) O profeta Isaías demonstrou apreço similar ao dizer: “O próprio Soberano Senhor Jeová me deu a língua dos instruídos, para que eu soubesse responder ao cansado com uma palavra. Ele me desperta de manhã em manhã; desperta-me o ouvido para ouvir como os instruídos.” O ponto em questão é que temos de estudar e nos comunicar com Jeová quando estamos mentalmente alertas, não importa qual seja a hora do dia. — Isaías 50:4, 5; Salmo 5:3; 88:13.

3. Quais são as condições apropriadas para se estudar com eficácia?

³ Outro fator para o estudo ser eficaz é não escolhermos a cadeira ou o sofá mais confortável para nos sentar. Não é assim que a pessoa se mantém alerta. Ao estudarmos, nossa mente precisa ser estimulada, e o conforto físico em excesso parece fazer o contrário. Para se estudar e meditar, também é apropriado ficar num ambiente relativamente silencioso e livre de distrações. Tentar estudar quando o rádio, a TV ou as crianças disputam a sua atenção não produzirá o melhor resultado. Quando Jesus queria meditar, ele ia para um lugar quieto. Também falou sobre o valor de se achar um lugar reservado para orar. — Mateus 6:6; 14:13; Marcos 6:30-32.

Estudo pessoal que nos equipa para responder

4, 5. De que maneiras a brochura Deus Requer é de ajuda prática?

⁴ O estudo pessoal é gratificante quando usamos diversos compêndios bíblicos para fazer uma pesquisa mais profunda sobre determinado assunto, especialmente quando o fazemos para responder a perguntas sinceras de alguém. (1 Timóteo 1:4; 2 Timóteo 2:23) De início, muitos novos estudam a brochura O Que Deus Requer de Nós?,a agora disponível em 261 línguas. É uma publicação muito simples, mas exata, baseada inteiramente na Bíblia. Ajuda os leitores a entender prontamente quais são os requisitos de Deus para a adoração pura. Todavia, por ser uma brochura não faz uma consideração pormenorizada de cada assunto. Se o seu estudante da Bíblia fizer perguntas sinceras sobre certos assuntos bíblicos considerados, como poderá encontrar mais informação bíblica para responder a essas perguntas?

⁵ Para os que têm a Watchtower Library (Biblioteca da Torre de Vigia) em CD-ROM no seu idioma, é fácil ter acesso a uma ampla variedade de fontes de informação num computador. Mas que dizer dos que não têm nem o computador nem o CD-ROM? Vejamos dois tópicos considerados na brochura Deus Requer, para ver como podemos aumentar nosso entendimento e responder com mais pormenores — especialmente quando alguém faz perguntas tais como: Quem é Deus, e como Jesus realmente era? — Êxodo 5:2; Lucas 9:18-20; 1 Pedro 3:15.

Quem é Deus?

6, 7. (a) Que pergunta surge acerca de Deus? (b) Que grave omissão fez certo clérigo num discurso?

⁶ A Lição 2 na brochura Deus Requer responde à pergunta vital: Quem é Deus? Esta é uma questão fundamental, porque ninguém pode adorar o verdadeiro Deus sem O conhecer ou se duvidar da existência Dele. (Romanos 1:19, 20; Hebreus 11:6) No entanto, as pessoas ao redor do mundo têm centenas de conceitos quanto a quem é Deus. (1 Coríntios 8:4-6) Cada filosofia religiosa tem uma resposta diferente para a questão da identidade de Deus. Na cristandade, a maioria das religiões acha que Deus é uma Trindade. Certo clérigo famoso nos Estados Unidos proferiu um discurso intitulado “Conhece a Deus?”, mas nem uma única vez no discurso mencionou o nome de Deus, embora citasse várias vezes as Escrituras Hebraicas. Naturalmente, ele leu uma tradução da Bíblia que usa o ambíguo e anônimo termo “Senhor”, em vez de Jeová ou Javé.

⁷ Ele despercebeu um ponto vital quando citou Jeremias 31:33, 34: “‘Não ensinará alguém mais a seu próximo, nem alguém, a seu irmão, dizendo: “Conhecei ao SENHOR” [no hebraico: “Conhecei a Jeová”], porque todos me conhecerão, desde o menor deles até ao maior’, diz o SENHOR [no hebraico: Jeová].” A tradução que ele usou omitia o inconfundível nome divino, Jeová. — Salmo 103:1, 2.

8. O que ilustra a importância de se usar o nome de Deus?

⁸ O Salmo 8:9 ilustra por que o uso do nome de Jeová é tão significativo: “Ó Jeová, nosso Senhor, quão majestoso é o teu nome em toda a terra!” Compare isso com: “Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o teu nome!” (Almeida, revista e atualizada; veja também a Nova Versão Internacional e a Tradução Ecumênica) Mesmo assim, como mencionado no artigo anterior, podemos obter “o próprio conhecimento de Deus” se deixarmos que a sua Palavra nos ilumine. Que compêndio bíblico responde prontamente às nossas perguntas sobre a importância do nome divino? — Provérbios 2:1-6.

9. (a) Que publicação pode ajudar-nos a explicar a importância de se usar o nome divino? (b) Como é que muitos tradutores deixaram de respeitar o nome de Deus?

⁹ Podemos recorrer à brochura O Nome Divino Que Durará Para Sempre, que foi traduzida em 69 línguas.b A seção intitulada “O Nome de Deus — Seu Significado e Sua Pronúncia” (páginas 6-11) mostra claramente que o Tetragrama (que em grego significa “quatro letras”) ocorre quase 7.000 vezes nos antigos textos hebraicos. No entanto, clérigos e tradutores, do judaísmo e da cristandade, o omitiram deliberadamente na maioria das suas traduções da Bíblia.c Como podem afirmar que conhecem a Deus e têm uma relação aprovada com ele quando se negam a chamá-lo pelo nome? O Seu verdadeiro nome abre o caminho para se entender os seus propósitos e quem ele é. Além disso, de que valor é o trecho da oração-modelo de Jesus, “nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome”, quando nem se usa o nome de Deus? — Mateus 6:9; João 5:43; 17:6.

Quem é Jesus Cristo?

10. Como podemos obter um quadro completo da vida e do ministério de Jesus?

¹⁰ A Lição 3 na brochura Deus Requer é intitulada “Quem é Jesus Cristo?”. Em apenas seis parágrafos ela apresenta uma descrição bem resumida de Jesus, sua origem e seu objetivo em vir à Terra. No entanto, se você quiser um relato completo sobre a vida dele, não há nada melhor — além dos próprios relatos evangélicos — do que O Maior Homem Que Já Viveu, disponível em 111 línguas.d Esse livro fornece um relato completo em ordem cronológica da vida e dos ensinos de Cristo, baseado nos quatro Evangelhos. Seus 133 capítulos abrangem os acontecimentos da vida e do ministério de Jesus. Para ver uma abordagem diferente e analítica, poderá recorrer ao Volume 2 do Estudo Perspicaz, sob o verbete “Jesus Cristo”.

11. (a) O que diferencia a crença das Testemunhas de Jeová sobre Jesus? (b) Quais são alguns dos textos bíblicos que refutam claramente a doutrina da Trindade, e que publicação ajuda nesse sentido?

¹¹ Na cristandade, a controvérsia a respeito de Jesus gira em torno de se ele é “o Filho de Deus” e, ao mesmo tempo, “Deus, o Filho” — em outras palavras, a disputa sobre o que o Catecismo da Igreja Católica chama de ‘o mistério central da fé cristã’, a Trindade. As Testemunhas de Jeová, em contraste com as religiões da cristandade, crêem que Jesus é de origem divina, mas não é Deus. Uma explanação excelente desse assunto se encontra na brochura Deve-se Crer na Trindade?, traduzida para 95 línguas.e Entre os numerosos textos usados para refutar a doutrina da Trindade constam Marcos 13:32 e 1 Coríntios 15:24, 28.

12. Que pergunta adicional devemos considerar?

¹² As considerações acima a respeito de Deus e de Jesus Cristo servem para ilustrar como nós mesmos podemos estudar para ajudar os que desconhecem a verdade bíblica a obter um conhecimento exato. (João 17:3) Mas que dizer dos que estão associados com a congregação cristã já por muitos anos? Em vista do conhecimento bíblico que já adquiriram, será que ainda precisam dar atenção a estudar pessoalmente a Palavra de Jeová?

Por que ‘prestar constante atenção’?

13. Que conceito errôneo alguns talvez tenham sobre o estudo pessoal?

¹³ Alguns que são membros da congregação já por muitos anos talvez se acostumaram a confiar no conhecimento bíblico que obtiveram nos seus primeiros anos como Testemunhas de Jeová. É fácil raciocinar: ‘Não preciso estudar tanto quanto os mais novos. Afinal, quantas vezes já li a Bíblia e as publicações bíblicas no decorrer dos anos.’ Isso seria como dizer: ‘Eu realmente não preciso dar muita atenção à minha alimentação agora, pois já tomei tantas refeições no decorrer dos anos.’ Sabemos que o corpo precisa ser nutrido constantemente com alimento de boa qualidade, bem preparado, para se manter saudável e ativo. Quanto mais se dá isso com a manutenção de nossa saúde e vigor espirituais! — Hebreus 5:12-14.

14. Por que precisamos prestar constante atenção a nós mesmos?

¹⁴ Portanto, todos nós, quer sejamos estudantes experientes da Bíblia, quer não, temos de acatar o conselho que Paulo deu a Timóteo, que então já era um superintendente maduro e responsável: “Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino. Permanece nestas coisas, pois, por fazeres isso, salvarás tanto a ti mesmo como aos que te escutam.” (1 Timóteo 4:15, 16) Por que devemos acatar o conselho de Paulo? Lembre-se de que Paulo também salientou que temos de lutar contra “as maquinações [“artimanhas”, nota, NM com Referências] do Diabo” e “contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. E o apóstolo Pedro advertiu que o Diabo está “procurando a quem devorar”, e que a vítima pode ser qualquer um de nós. Nosso excesso de confiança talvez seja a oportunidade que ele está procurando. — Efésios 6:11, 12; 1 Pedro 5:8.

15. Que defesa espiritual temos, e como podemos conservá-la?

¹⁵ Então, como podemos nos defender? O apóstolo Paulo nos lembra: “Tomai a armadura completa de Deus, para que possais resistir no dia iníquo, e, depois de terdes feito cabalmente todas as coisas, manter-vos firmes.” (Efésios 6:13) A eficácia dessa armadura espiritual não depende só de sua condição inicial, mas também duma manutenção regular. Portanto, esse equipamento completo da parte de Deus deve incluir o conhecimento atualizado da Sua Palavra. Isso salienta a importância de nos mantermos em dia com o entendimento da verdade conforme revelada por Jeová por meio da sua Palavra e da classe do escravo fiel e discreto. O estudo pessoal, regular, da Bíblia e das publicações bíblicas é vital para conservarmos a nossa armadura espiritual. — Mateus 24:45-47; Efésios 6:14, 15.

16. O que podemos fazer para garantir que nosso “grande escudo da fé” esteja bem conservado?

¹⁶ Paulo destaca como parte essencial da nossa armadura defensiva “o grande escudo da fé”, com que podemos desviar e apagar os projéteis ardentes de Satanás, que incluem acusações falsas e ensinos apóstatas. (Efésios 6:16) De modo que é essencial analisarmos quão forte é o nosso escudo da fé e o que estamos fazendo para conservá-lo e reforçá-lo. Por exemplo, poderia perguntar-se: ‘Como me preparo para o estudo semanal da Bíblia por meio de A Sentinela? Estudo suficientemente para poder “estimular ao amor e a obras excelentes” por dar respostas bem preparadas durante a reunião? Leio na Bíblia os textos citados, mas não transcritos? Será que encorajo outros pela minha participação entusiástica nas reuniões?’ Nosso alimento espiritual é sólido e precisa ser bem digerido para tirarmos pleno proveito dele. — Hebreus 5:14; 10:24.

17. (a) Que veneno Satanás usa para tentar minar a nossa espiritualidade? (b) Qual é o antídoto contra o veneno de Satanás?

¹⁷ Satanás conhece as fraquezas da carne decaída e as maquinações dele são traiçoeiras. Um modo de ele difundir sua influência perversa é por tornar fácil o acesso à pornografia na TV, na Internet, em vídeos e em publicações impressas. Alguns cristãos deixaram esse veneno penetrar suas defesas fracas e isso resultou na perda de privilégios na congregação ou em conseqüências ainda mais sérias. (Efésios 4:17-19) Que antídoto há contra o veneno espiritual de Satanás? Não devemos negligenciar nosso estudo bíblico regular, nem nossas reuniões cristãs e nem a armadura completa da parte de Deus. Juntos, estes nos habilitam a diferenciar o certo do errado, e a odiar aquilo que Deus odeia. — Salmo 97:10; Romanos 12:9.

18. Como “a espada do espírito” pode nos ajudar em nossa luta espiritual?

¹⁸ Se mantivermos nossos hábitos regulares de estudo bíblico, não só teremos a defesa sólida provida pelo conhecimento exato da Palavra de Deus, mas também uma arma ofensiva eficaz na forma da “espada do espírito, isto é, a palavra de Deus”. A palavra de Deus é “mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração”. (Efésios 6:17; Hebreus 4:12) Se ficarmos hábeis em usar essa “espada”, então, ao nos confrontarmos com tentações, poderemos desmascarar o que talvez pareça inofensivo ou mesmo atraente, e expô-lo como armadilha mortífera do iníquo. Nossa reserva de conhecimento e entendimento bíblico nos ajudará a rejeitar o que é iníquo e fazer o que é excelente. De modo que todos nós temos de perguntar-nos: ‘Minha espada está afiada ou enferrujada? Tenho dificuldade em me lembrar de textos bíblicos que podem reforçar a minha ofensiva?’ Conservemos nossos bons hábitos de estudo bíblico e resistamos assim ao Diabo. — Efésios 4:22-24.

19. Como podemos ser beneficiados por nos esforçarmos em fazer estudo pessoal?

¹⁹ Paulo escreveu: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” Se acatarmos essas palavras de Paulo dirigidas a Timóteo, poderemos fortalecer a nossa própria espiritualidade e tornar nosso ministério mais eficaz. Anciãos e servos ministeriais espirituais poderão ser de grande proveito para a congregação, e todos nós poderemos continuar sólidos na fé. — 2 Timóteo 3:16, 17; Mateus 7:24-27.

[Nota(s) de rodapé]