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  • “Estabeleci o modelo para vós”
    A Sentinela — 2002 | 15 de agosto
    • “Estabeleci o modelo para vós”

      ‘Devíeis ser instrutores em vista do tempo.’ — HEBREUS 5:12.

      1. Por que é natural que as palavras de Hebreus 5:12 façam o cristão sentir certa preocupação?

      FICA um pouco preocupado ao ler as palavras inspiradas do texto temático de nosso artigo? Neste caso, você não é o único. Como seguidores de Cristo, sabemos que temos de ser instrutores. (Mateus 28:19, 20) Sabemos que o tempo em que vivemos torna urgente que ensinemos do melhor modo que pudermos. E sabemos que o nosso ensino pode significar vida ou morte para os a quem ensinamos. (1 Timóteo 4:16) Portanto, é natural que nos perguntemos: ‘Sou realmente o instrutor, ou a instrutora, que eu deveria ser? Como posso melhorar?’

      2, 3. (a) Como certo instrutor explicou a base do bom ensino? (b) Que modelo de ensino nos deu Jesus?

      2 Tal preocupação não deve desanimar-nos. Se encararmos o ensino apenas em termos de algumas técnicas, talvez não nos sintamos motivados a melhorar. A base do bom ensino, porém, não é uma técnica, mas algo de muito mais importância. Veja o que um instrutor experiente escreveu a respeito disso: “Ensinar bem não é algo que se consegue com técnica, estilo, plano ou método específicos. . . . Ensinar é sobretudo um ato de amor.” Naturalmente, ele abordou o assunto do ponto de vista de um instrutor secular. Mesmo assim, o ponto que ele salientou pode ser ainda mais aplicável ao ensino que nós, cristãos, ministramos. Em que sentido?

      3 Nosso Exemplo de instrutor não é outro senão Jesus Cristo, que disse aos seus seguidores: “Estabeleci o modelo para vós.” (João 13:15) Ele se referia ao seu próprio exemplo de humildade, mas o modelo que nos deu certamente inclui a obra principal que ele realizou na Terra — a de ensinar as boas novas do Reino de Deus. (Lucas 4:43) Digamos que você tivesse de escolher uma única palavra para caracterizar o ministério de Jesus. É provável que escolheria a palavra “amor”, não é verdade? (Colossenses 1:15; 1 João 4:8) O amor de Jesus ao seu Pai celestial era supremo. (João 14:31) No entanto, como instrutor, Jesus mostrou amor de duas maneiras adicionais. Ele amava a verdade que ensinava, e amava as pessoas a quem instruía. Examinemos mais de perto esses dois aspectos do modelo que ele nos deu.

      Amor duradouro às verdades divinas

      4. Como Jesus desenvolveu amor pelos ensinos de Jeová?

      4 A atitude do instrutor para com o assunto que ensina influi muito na qualidade do seu ensino. Qualquer indiferença provavelmente ficará evidente e resultará na falta de interesse da parte dos alunos. Jesus não tinha nenhuma apatia para com as verdades preciosas que ensinava a respeito de Jeová e Seu Reino. Ele tinha profundo amor por esse assunto. Desenvolveu esse amor quando aprendia de seu Pai. Durante as longas eras da sua existência pré-humana, o Filho unigênito foi um entusiástico aprendiz. Isaías 50:4, 5 registra as seguintes palavras apropriadas: “O próprio Soberano Senhor Jeová me deu a língua dos instruídos, para que eu soubesse responder ao cansado com uma palavra. Ele me desperta de manhã em manhã; desperta-me o ouvido para ouvir como os instruídos. O próprio Soberano Senhor Jeová me abriu o ouvido, e eu, da minha parte, não fui rebelde. Não me virei na direção oposta.”

      5, 6. (a) Que experiência teve Jesus por ocasião do seu batismo, e com que efeito nele? (b) Que contraste notamos entre Jesus e Satanás no uso da Palavra de Deus?

      5 Enquanto se desenvolvia como humano na Terra, Jesus continuou a amar a sabedoria divina. (Lucas 2:52) Depois, por ocasião do seu batismo, ele teve uma experiência extraordinária. “Abriu-se o céu”, diz Lucas 3:21. Pelo visto, Jesus pôde então lembrar-se da sua existência pré-humana. Depois ele passou 40 dias jejuando no ermo. Deve ter ficado extremamente feliz por meditar nas muitas sessões de instrução que tivera no céu com Jeová. Em pouco tempo, porém, seu amor às verdades de Deus foi posto à prova.

      6 Quando Jesus estava exausto e faminto, Satanás procurou tentá-lo. Que contraste havia entre esses dois filhos de Deus! Ambos citavam as Escrituras Hebraicas — mas com um espírito totalmente diferente. Satanás distorceu a Palavra de Deus, usando-a desrespeitosamente para os seus próprios objetivos egoístas. De fato, a única coisa que aquele rebelde sentia pelas verdades divinas era desprezo. Jesus, por outro lado, citou as Escrituras evidenciando amor, usando habilmente a Palavra de Deus em cada resposta que dava. Jesus existira muito antes de essas palavras inspiradas serem assentadas por escrito, mas ele as reverenciava. Eram verdades preciosas do seu Pai celestial! Ele disse a Satanás que essas palavras da parte de Jeová eram mais vitais do que o alimento. (Mateus 4:1-11) Jesus realmente amava todas as verdades que Jeová lhe havia ensinado. Mas de que maneira demonstrava esse amor como instrutor?

      Tinha amor às verdades que ensinava

      7. Por que Jesus se refreou de idealizar seus próprios ensinos?

      7 O amor de Jesus às verdades que ensinava sempre foi evidente. Afinal, ele poderia ter facilmente desenvolvido idéias próprias. Tinha infindável conhecimento e sabedoria. (Colossenses 2:3) No entanto, lembrou vez após vez aos seus ouvintes que nada do que ele ensinava era de sua autoria, mas era de seu Pai celestial. (João 7:16; 8:28; 12:49; 14:10) Amava demais as verdades divinas, de modo que não as substituiu por idéias próprias.

      8. No começo do seu ministério, como Jesus estabeleceu um modelo de confiança na Palavra de Deus?

      8 Quando iniciou seu ministério público, Jesus prontamente estabeleceu um modelo. Pense em como ele declarou ao povo de Deus que era o prometido Messias. Será que simplesmente se apresentou às multidões, dizendo que era o Cristo e realizando milagres espetaculares para provar isso? Não. Ele foi a uma sinagoga, em que o povo de Deus costumava ler as Escrituras. Ali leu em voz alta a profecia de Isaías 61:1, 2 e explicou que aquelas verdades proféticas se aplicavam a ele. (Lucas 4:16-22) Seus muitos milagres ajudaram a confirmar que ele tinha o apoio de Jeová. Mesmo assim, sempre se baseava na Palavra de Deus para ensinar.

      9. Como Jesus mostrou seu amor leal à Palavra de Deus ao lidar com os fariseus?

      9 Quando questionado pelos seus opositores religiosos, Jesus não se empenhou em debates para mostrar quem sabia mais, embora pudesse tê-los superado facilmente em uma competição assim. Antes, deixou que a Palavra de Deus os refutasse. Por exemplo, lembre-se de quando os fariseus acusaram os seguidores de Jesus de terem violado a lei do sábado por arrancarem e comerem algumas espigas de cereal ao atravessarem um campo. Jesus respondeu: “Não lestes o que Davi fez quando ele e seus homens ficaram com fome?” (Mateus 12:1-5) É claro que aqueles homens que se consideravam donos da verdade talvez tenham lido esse relato inspirado, registrado em 1 Samuel 21:1-6. Neste caso, não haviam discernido a lição importante que ele continha. No entanto, Jesus fizera mais do que apenas ler o relato. Havia refletido sobre ele e tomado a peito a sua mensagem. Amava os princípios que Jeová ensinara por meio dessa passagem. De modo que usou esse relato, bem como um exemplo da Lei mosaica, para revelar o espírito equilibrado da Lei. De modo similar, o amor leal de Jesus o motivou a defender a Palavra de Deus quando líderes religiosos procuravam distorcê-la para os seus próprios fins ou ocultá-la no lamaçal de tradições humanas.

      10. Como Jesus cumpriu as profecias a respeito da qualidade do seu ensino?

      10 O amor de Jesus à verdade jamais lhe permitiria ensinar de maneira rotineira, cansativa ou mecânica. Profecias inspiradas haviam sugerido que o Messias falaria com ‘encanto sobre os lábios’, usando “palavras de elegância”. (Salmo 45:2; Gênesis 49:21) Jesus cumpriu essas profecias por manter a sua mensagem interessante e vívida, usando “palavras cativantes” ao ensinar as verdades que ele tanto amava. (Lucas 4:22) Sem dúvida, esse entusiasmo se expressava no seu rosto, e seus olhos brilhavam em vista do vivo interesse que tinha no assunto. Que prazer deve ter dado escutá-lo, e que modelo excelente para seguirmos quando falamos a outros sobre o que aprendemos!

      11. Por que a habilidade de Jesus como instrutor nunca o deixou cheio de orgulho?

      11 Será que a enorme compreensão que Jesus tinha das verdades divinas e seu modo agradável de falar o deixaram cheio de orgulho? Isso acontece muitas vezes no caso de instrutores humanos. Todavia, lembre-se de que Jesus tinha sabedoria piedosa. Tal sabedoria não permite que a pessoa fique orgulhosa, porque “a sabedoria está com os modestos”. (Provérbios 11:2) Havia mais uma coisa que impedia Jesus de ser orgulhoso ou arrogante.

      Jesus amava aqueles que instruía

      12. Como Jesus mostrou que não queria que seus seguidores se sentissem intimidados por ele?

      12 O profundo amor de Jesus pelas pessoas sempre se evidenciava na sua maneira de instruir. Seu ensino nunca intimidava as pessoas, dessemelhantemente do que fazem humanos orgulhosos. (Eclesiastes 8:9) Depois de presenciar um dos milagres de Jesus, Pedro ficou atônito e prostrou-se aos pés de Jesus. Mas Jesus não queria que seus seguidores tivessem temor mórbido dele. Disse bondosamente: “Pára de estar com medo”, e depois falou a Pedro sobre a obra emocionante de fazer discípulos em que ele participaria. (Lucas 5:8-10) Jesus queria que seus discípulos fossem motivados pelo amor que eles mesmos tinham às verdades preciosas sobre Deus, não por temerem seu instrutor.

      13, 14. Como Jesus mostrou que tinha empatia pelas pessoas?

      13 O amor de Jesus às pessoas que ensinava era também evidente na empatia que tinha por elas. “Vendo as multidões, sentia compaixão delas, porque andavam esfoladas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor.” (Mateus 9:36) Compadecia-se das condições miseráveis delas e se sentia motivado a ajudá-las.

      14 Note a empatia de Jesus em outra ocasião. Quando uma mulher, que sofria de um fluxo de sangue, se aproximou dele em meio à multidão e tocou a orla de sua roupa, ela foi milagrosamente curada. Jesus sentiu poder sair dele, mas não sabia quem tinha sido curado. Ele insistiu em achar a mulher. Por quê? Não para criticá-la por ter violado a Lei ou as regras dos escribas e dos fariseus, o que ela talvez temesse. Antes, ele lhe disse: “Filha, a tua fé te fez ficar boa. Vai em paz e fica curada da tua doença penosa.” (Marcos 5:25-34) Note a empatia expressa nessas palavras. Ele não disse apenas: “Seja curada.” Mas disse: “Fica curada da tua doença penosa.” Marcos usou aqui uma palavra que literalmente pode significar “[do teu] flagelo”, uma forma de açoite muitas vezes usada como tortura. De modo que Jesus reconheceu que a doença dela lhe causara sofrimento, talvez grave dor física e emocional. Ele teve pena dela.

      15, 16. Que incidentes no ministério de Jesus demonstram que ele procurava ver o que as pessoas tinham de bom?

      15 Jesus mostrou também que amava as pessoas por procurar ver suas boas qualidades. Considere o que aconteceu quando ele se encontrou com Natanael, que depois se tornou apóstolo. “Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a respeito dele: ‘Eis um israelita de verdade, em quem não há fraude.’” Jesus examinara milagrosamente o coração de Natanael, ficando assim sabendo muita coisa a respeito dele. Obviamente, Natanael estava longe de ser perfeito e, assim como todos nós, tinha falhas. Na realidade, quando ouviu falar de Jesus, fez uma observação um tanto rude: “Pode sair algo bom de Nazaré?” (João 1:45-51) Todavia, apesar de tudo o que se podia dizer a respeito de Natanael, Jesus enfocou algo positivo, a honestidade daquele homem.

      16 De modo similar, quando um oficial do exército — talvez gentio, romano — se chegou a Jesus e pediu que curasse um escravo doente, Jesus sabia que o oficial tinha falhas. Naquela época, um homem nessa posição provavelmente tinha um passado marcado por violência, derramamento de sangue e adoração falsa. No entanto, Jesus se concentrou em algo de bom que o homem tinha — a sua extraordinária fé. (Mateus 8:5-13) Mais tarde, quando Jesus falou ao malfeitor pendurado numa estaca de tortura ao seu lado, ele não repreendeu o homem pelo seu passado criminoso, mas animou-o com uma esperança quanto ao futuro. (Lucas 23:43) Jesus sabia muito bem que ter um conceito negativo e crítico de outros só os desanimaria. Sem dúvida, seus esforços de achar algo de bom nos outros incentivaram muitos a agirem de maneira ainda melhor.

      Disposição de servir as pessoas

      17, 18. Ao aceitar a designação de vir à Terra, como Jesus mostrou sua disposição de servir outros?

      17 Outra forte evidência do amor de Jesus às pessoas que ele ensinava era a sua disposição de servi-las. Na sua vida pré-humana, o Filho de Deus sempre gostou da humanidade. (Provérbios 8:30, 31) Sendo a “Palavra” ou o porta-voz de Jeová, ele deve ter tido muitos tratos com humanos. (João 1:1) Todavia, como um dos objetivos de ele vir à Terra foi instruir a humanidade de modo mais direto, “ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo”, deixando sua posição elevada no céu. (Filipenses 2:7; 2 Coríntios 8:9) Enquanto na Terra, Jesus não esperava ser servido. Ao contrário, ele disse: “O Filho do homem não veio para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” (Mateus 20:28) Jesus cumpriu plenamente essas palavras.

      18 Jesus satisfazia humildemente as necessidades dos que ele instruía, gastando-se sem hesitação a favor deles. Percorreu a Terra Prometida a pé, viajando centenas de quilômetros, no empenho de pregar ao maior número de pessoas possível. Ao contrário dos orgulhosos fariseus e escribas, continuou a ser humilde e acessível. Todo tipo de pessoas — dignitários, soldados, advogados, mulheres, crianças, pobres, doentes e até mesmo os rejeitados pela sociedade humana — chegava-se a ele animadamente e sem medo. Embora Jesus fosse perfeito, ele era humano, sujeito ao cansaço e à fome. No entanto, mesmo quando estava cansado, ou precisava de descanso ou de um tempo para orar, ele colocava as necessidades dos outros à frente das suas próprias. — Marcos 1:35-39.

      19. Como Jesus estabeleceu o modelo de lidar de maneira humilde, paciente e bondosa com os discípulos?

      19 Jesus também estava disposto a servir aos seus próprios discípulos. Fazia isso por instruí-los com bondade e paciência. Quando demoravam a entender algumas lições vitais, ele não desistia, nem ficava irritado com eles ou os repreendia. Procurava outros modos de fazê-los compreender o ponto em questão. Por exemplo, reflita em quantas vezes os discípulos discutiram sobre qual deles era o mais importante. Vez após vez, até na noite antes de ser executado, Jesus encontrou novas maneiras de instruí-los a serem humildes uns com os outros. Nessa questão da humildade, como em todos os outros assuntos, Jesus podia dizer corretamente: “Estabeleci o modelo para vós.” — João 13:5-15; Mateus 20:25; Marcos 9:34-37.

      20. Que método de ensino diferenciava Jesus dos fariseus, e por que era eficaz?

      20 Observe que Jesus não se limitou a dizer aos discípulos qual era o modelo; ele ‘estabeleceu o modelo’. Instruiu-os por meio de seu exemplo. Não os rebaixou pelo modo de falar, como se ele achasse que era importante demais para fazer o que os mandava fazer. Os fariseus é que agiam assim. Jesus disse a respeito deles: “Dizem, mas não realizam.” (Mateus 23:3) Jesus mostrava humildemente aos seus discípulos o significado dos seus ensinos por viver segundo eles, pondo-os em prática. Por isso, quando exortava seus seguidores a levar uma vida simples, livre do materialismo, eles não precisavam ficar imaginando o que ele queria dizer com isso. Podiam ver a realidade das palavras dele: “As raposas têm covis e as aves do céu têm poleiros, mas o Filho do homem não tem onde deitar a cabeça.” (Mateus 8:20) Jesus serviu humildemente seus discípulos por estabelecer o modelo para eles.

      21. O que será considerado no próximo artigo?

      21 Sem dúvida, Jesus foi o maior Instrutor que já andou na Terra! Seu amor ao que ensinava e às pessoas que instruía era evidente a todos os sinceros que o viam e ouviam. É igualmente evidente para nós hoje, que estudamos o modelo que ele estabeleceu. No entanto, como podemos seguir o exemplo perfeito de Cristo? O próximo artigo tratará dessa questão.

  • “Siga-me continuamente”
    A Sentinela — 2002 | 15 de agosto
    • “Siga-me continuamente”

      “Fostes chamados para este proceder, porque até mesmo Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos.” — 1 PEDRO 2:21.

      1, 2. Por que o exemplo perfeito de Jesus como instrutor não é elevado demais para imitarmos?

      JESUS CRISTO era, em muito, o maior Instrutor que já andou na Terra. Além disso, ele era perfeito e nunca pecou em toda a sua vida como homem. (1 Pedro 2:22) No entanto, significa isso que o seu exemplo como instrutor é elevado demais para ser imitado por nós, humanos imperfeitos? De forma alguma!

      2 Como vimos no artigo precedente, a base do ensino de Jesus era o amor. E o amor é algo que todos nós podemos cultivar. A Palavra de Deus nos exorta muitas vezes a aumentar e a melhorar a qualidade do amor que demonstramos aos outros. (Filipenses 1:9; Colossenses 3:14) Jeová nunca espera que suas criaturas façam algo que esteja além de seus limites. Na realidade, visto que “Deus é amor” e nos fez à sua imagem, pode-se dizer que nos projetou para mostrarmos amor. (1 João 4:8; Gênesis 1:27) Portanto, quando lemos as palavras do apóstolo Pedro, registradas no texto temático deste artigo, podemos acatar a exortação com confiança. Podemos seguir de perto os passos de Cristo. De fato, podemos obedecer à ordem do próprio Jesus: “Siga-me continuamente.” (Lucas 9:23) Vejamos como podemos imitar o amor que Cristo demonstrou, primeiro pelas verdades que ensinava e, depois, pelas pessoas que instruía.

      Cultivemos amor pelas verdades que aprendemos

      3. Por que alguns acham difícil estudar, mas que exortação dá Provérbios 2:1-5?

      3 Para amar as verdades que ensinamos a outros nós mesmos temos de gostar de aprender essas verdades. No mundo atual, desenvolver esse tipo de amor nem sempre é fácil. Fatores tais como uma instrução escolar inadequada, bem como maus hábitos desenvolvidos na juventude, fazem com que muitos não gostem de estudar. No entanto, é essencial que aprendamos de Jeová. Provérbios 2:1-5 diz: “Filho meu, se aceitares as minhas declarações e entesourares contigo os meus próprios mandamentos, de modo a prestares atenção à sabedoria, com o teu ouvido, para inclinares teu coração ao discernimento; se, além disso, clamares pela própria compreensão e emitires a tua voz pelo próprio discernimento, se persistires em procurar isso como a prata e continuares a buscar isso como a tesouros escondidos, neste caso entenderás o temor a Jeová e acharás o próprio conhecimento de Deus.”

      4. O que significa ‘inclinar’ o coração, e o que nos ajudará a fazer isso?

      4 Note que nos versículos 1 a 4 somos repetidamente exortados a nos esforçarmos não só a ‘aceitar’ e a ‘entesourar’, mas também a ‘persistir em procurar’ e a ‘continuar a buscar’. No entanto, o que nos deve motivar a fazer tudo isso? Pois bem, note a frase ‘incline teu coração ao discernimento’. Uma obra de referência diz que esta exortação “não é só um apelo para prestar atenção; também exige tomar uma atitude: ser receptivo e ter vivo interesse no que lhe é ensinado”. E o que pode contribuir para que aceitemos e estejamos desejosos de aprender o que Jeová nos ensina? O modo como vemos as coisas. Precisamos considerar “o próprio conhecimento de Deus” como “prata” e como “tesouros escondidos”.

      5, 6. (a) O que pode acontecer com o tempo, e como podemos impedir isso? (b) Por que devemos continuar a aumentar os tesouros de conhecimento que encontramos na Bíblia?

      5 Tal conceito não é difícil de adquirir. Por exemplo, o “conhecimento de Deus” que você obteve provavelmente inclui a verdade de que Jeová tem o propósito de fazer a humanidade fiel viver para sempre num Paraíso na Terra. (Salmo 37:28, 29) Quando aprendeu essa verdade, sem dúvida a considerava um tesouro genuíno, um conhecimento que lhe encheu a mente e o coração de esperança e de alegria. Mas o que dizer de agora? Com o passar do tempo, será que o apreço pelo seu tesouro diminuiu ou se desvaneceu? Nesse caso, procure fazer duas coisas. Primeiro, renove seu apreço, quer dizer, tente lembrar-se com regularidade por que cada verdade que Jeová lhe ensinou, mesmo as que aprendeu há muitos anos, é valiosa para você.

      6 Segundo, continue a aumentar o seu tesouro. Afinal, se estivesse escavando e encontrasse por acaso uma pedra preciosa, será que apenas a poria no bolso e seguiria adiante feliz? Ou continuaria escavando em busca de outras? A Palavra de Deus está repleta de verdades semelhantes a prata e a tesouros escondidos. Não importa quantas verdades preciosas já encontrou, poderá achar mais. (Romanos 11:33) Quando descobre um novo aspecto da verdade, pergunte-se: ‘O que o torna um tesouro? Será que me dá um entendimento mais profundo da personalidade de Jeová e de seus propósitos? Oferece alguma orientação prática que me pode ajudar a seguir os passos de Jesus?’ Refletir nessas perguntas o ajudará a desenvolver seu amor às verdades que Jeová lhe ensinou.

      Mostremos que amamos as verdades que ensinamos

      7, 8. De que maneiras podemos mostrar a outros que amamos as verdades que aprendemos da Bíblia? Mencione um exemplo.

      7 Ao ensinar outros, como podemos mostrar que amamos as verdades que aprendemos da Palavra de Deus? Seguindo o exemplo de Jesus, baseamos nossa pregação e nosso ensino na Bíblia. Recentemente, os do povo de Deus, no mundo todo, foram incentivados a usar mais a Bíblia no seu ministério público. Ao aplicar essa sugestão, procure meios de deixar o morador saber que você dá valor ao que lhe transmite da Bíblia. — Mateus 13:52.

      8 Por exemplo, depois do ataque terrorista na cidade de Nova York no ano passado, uma irmã decidiu considerar o Salmo 46:1, 11, com as pessoas que encontrava no trabalho de pregação. Primeiro, ela perguntava às pessoas como se sentiam depois da tragédia. Escutava com atenção e, reconhecendo seus sentimentos de angústia, dizia: “Posso-lhe mostrar um texto bíblico que realmente serve de consolo para mim neste tempo difícil?” Poucas pessoas recusavam isso, e houve muitas palestras excelentes. Conversando com jovens, a mesma irmã muitas vezes diz: “Eu já ensino a Bíblia por 50 anos, e sabe de uma coisa? Nunca encontrei um único problema que este livro não conseguisse ajudar a solucionar.” Por sermos sinceros e entusiásticos ao falar, podemos mostrar às pessoas que valorizamos e amamos o que aprendemos da Palavra de Deus. — Salmo 119:97, 105.

      9, 10. Por que é importante usar a Bíblia ao respondermos a perguntas sobre as nossas crenças?

      9 Quando pessoas nos perguntam sobre nossas crenças, temos uma ótima oportunidade de mostrar que amamos a Palavra de Deus. Seguindo o exemplo de Jesus, nós não baseamos nossas respostas simplesmente em idéias pessoais. (Provérbios 3:5, 6) Em vez disso, usamos a Bíblia para dar as respostas. Tem receio de que alguém lhe faça uma pergunta que não consiga responder? Considere duas medidas positivas que poderá adotar.

      10 Faça o que puder para estar preparado. O apóstolo Pedro escreveu: “Santificai o Cristo como Senhor nos vossos corações, sempre prontos para fazer uma defesa perante todo aquele que reclamar de vós uma razão para a esperança que há em vós, fazendo-o, porém, com temperamento brando e profundo respeito.” (1 Pedro 3:15) Está preparado para defender as suas crenças? Por exemplo, quando alguém quer saber por que você não participa em algum costume ou prática antibíblicos, não se contente em responder: “É contrário à minha religião.” Uma resposta assim pode dar a idéia de que outros tomam decisões por você e que você é membro de alguma seita. Seria melhor dizer: “A Palavra de Deus, a Bíblia, proíbe isso”, ou: “Isso desagradaria ao meu Deus.” Depois dê uma explicação razoável sobre o motivo. — Romanos 12:1.

      11. Que instrumento de pesquisa pode ajudar-nos a estar prontos para responder a perguntas sobre as verdades da Palavra de Deus?

      11 Se você acha que não está preparado, por que não gasta algum tempo estudando o livro Raciocínios à Base das Escrituras?a Escolha assuntos que são freqüentemente levantados, e memorize alguns pontos bíblicos. Tenha sempre à mão o livro Raciocínios e a Bíblia. Não hesite em usá-los. Diga que dispõe de um instrumento de pesquisa e que gosta de usá-lo para encontrar respostas bíblicas.

      12. Como podemos agir quando não sabemos a resposta a uma pergunta bíblica?

      12 Procure não se preocupar demais. Nenhum humano imperfeito sabe todas as respostas. Portanto, quando lhe fizerem uma pergunta bíblica a que não sabe responder, sempre poderá dizer o seguinte: “Obrigado por fazer esta pergunta interessante. Para ser franco, não sei a resposta, mas tenho certeza de que a Bíblia trata do assunto. Gosto de fazer pesquisas bíblicas; vou pesquisar sobre sua pergunta e voltar para dar-lhe a resposta.” Tal maneira cândida e modesta de falar pode muito bem preparar o caminho para palestras futuras. — Provérbios 11:2.

      Amemos as pessoas que instruímos

      13. Por que devemos manter um conceito positivo sobre aqueles a quem pregamos?

      13 Jesus mostrou que amava as pessoas que instruía. Como podemos imitá-lo nesse respeito? Nunca devemos adotar uma atitude insensível para com os em nossa volta. É verdade que “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, está cada vez mais perto, e muitos dentre os bilhões da humanidade serão destruídos. (Revelação [Apocalipse] 16:14; Jeremias 25:33) No entanto, nós não sabemos quem viverá e quem morrerá. Esse julgamento é para o futuro e cabe àquele que Jeová designou, Jesus Cristo. Até ser feito o julgamento, nós encaramos cada pessoa como tendo o potencial de se tornar servo de Jeová. — Mateus 19:24-26; 25:31-33; Atos 17:31.

      14. (a) Como podemos fazer um auto-exame para ver se temos empatia? (b) De que modo prático podemos mostrar empatia e interesse pessoal nos outros?

      14 Portanto, assim como Jesus, procuramos mostrar empatia. Podemos perguntar a nós mesmos: ‘Tenho dó das pessoas que foram enganadas pelas mentiras e pelas fraudes dos elementos religiosos, políticos e comerciais do mundo? Se elas parecem ser apáticas para com a mensagem que lhes levamos, procuro compreender por que se sentem assim? Reconheço que eu, ou outros que hoje servem fielmente a Jeová, antes pensávamos desse modo? Ajusto a maneira de falar levando em conta estes fatores? Ou acho impossível que essas pessoas mudem?’ (Revelação 12:9) Quando elas percebem nossa empatia genuína, é bem mais provável que aceitem nossa mensagem. (1 Pedro 3:8) A empatia também pode nos motivar a ter maior interesse nas pessoas que encontramos no nosso ministério. Convém prestar detida atenção às suas perguntas e preocupações. Ao voltarmos, podemos deixar claro que refletimos nas observações que fizeram na visita anterior. E se elas tiverem uma necessidade urgente naquele momento, talvez possamos oferecer-lhes ajuda prática.

      15. Por que devemos procurar ver o lado bom das pessoas, e como podemos fazer isso?

      15 Assim como Jesus, queremos ver o lado bom das pessoas. Talvez uma mãe sem cônjuge esteja fazendo esforços elogiáveis para criar os filhos. Um homem pode estar lutando para sustentar a família. Uma pessoa idosa mostra interesse em assuntos espirituais. Será que percebemos esses fatores nas pessoas que contatamos e as elogiamos pelos seus esforços? Ao fazermos isso, lançamos uma base em comum e assim podemos abrir o caminho para dar testemunho a respeito do Reino. — Atos 26:2, 3.

      A humildade é essencial para mostrarmos amor

      16. Por que é importante sermos brandos e respeitosos para com aqueles a quem pregamos?

      16 O amor às pessoas que instruímos nos motivará a acatar a sábia advertência bíblica: “O conhecimento enfuna, mas o amor edifica.” (1 Coríntios 8:1) Jesus tinha muito conhecimento, mas nunca foi orgulhoso. Portanto, ao transmitir suas crenças, evite um tom argumentativo ou um ar de superioridade. Nosso objetivo é tocar o coração das pessoas e atraí-las às verdades que tanto amamos. (Colossenses 4:6) Lembre-se de que, quando Pedro aconselhou os cristãos a estarem prontos para fazer uma defesa, ele incluiu o lembrete de fazerem isso “com temperamento brando e profundo respeito”. (1 Pedro 3:15) Se formos brandos e respeitosos, a probabilidade de atrairmos as pessoas ao Deus a quem servimos será maior.

      17, 18. (a) Como devemos reagir às atitudes críticas a respeito de nossas qualificações como ministros? (b) Por que não é essencial para os estudantes da Bíblia ter conhecimento das antigas línguas bíblicas?

      17 Não é preciso impressionar as pessoas com o nosso conhecimento ou com a nossa instrução. Se alguns no seu território se negam a dar atenção a alguém que não tenha diploma ou grau universitários, não se deixe desanimar pela atitude deles. Jesus não se importava com a objeção de que ele não tinha cursado as escolas rabínicas de prestígio do seu tempo, nem cedeu ao preconceito popular de tentar impressionar as pessoas com a sua vasta erudição. — João 7:15.

      18 A humildade e o amor são muito mais importantes para os ministros cristãos do que qualquer grau de educação secular. O Grandioso Instrutor, Jeová, nos habilita para o ministério. (2 Coríntios 3:5, 6) E não importa o que alguns dos clérigos da cristandade digam, nós não precisamos aprender as antigas línguas bíblicas para nos tornar instrutores da Palavra de Deus. Jeová inspirou a escrita da Bíblia de modo a ser tão clara e específica que praticamente todos podem compreender suas verdades preciosas. Essas verdades continuam imutáveis, mesmo que traduzidas em centenas de línguas. De modo que não é essencial ter conhecimento de línguas antigas, embora ocasionalmente seja útil. Além disso, orgulhar-se de ter habilidades lingüísticas pode levar alguém a perder uma qualidade que é essencial para os verdadeiros cristãos — a disposição de receber instrução. — 1 Timóteo 6:4.

      19. Em que sentido é nosso ministério cristão um serviço vital?

      19 Não pode haver dúvida de que o ministério cristão é uma obra que requer humildade. Expomo-nos regularmente a oposição, indiferença e mesmo perseguição. (João 15:20) No entanto, por realizarmos fielmente nosso ministério, prestamos um serviço vital. Se continuarmos humildemente a servir a outros nessa obra, estaremos imitando o amor que Jesus Cristo tinha às pessoas. Considere o seguinte: Se tivéssemos de pregar a mil pessoas que mostrassem indiferença ou oposição à mensagem, para achar apenas uma que fosse semelhante à ovelha, não valeria a pena fazer este esforço? Claro que sim! Portanto, por persistirmos nessa obra, nunca desistindo, estaremos servindo fielmente aos semelhantes a ovelhas que ainda temos de contatar. Sem dúvida, Jeová e Jesus cuidarão de que muitas outras de tais pessoas preciosas sejam encontradas e ajudadas antes de vir o fim. — Ageu 2:7.

      20. Quais são algumas maneiras de ensinar mediante nosso exemplo?

      20 Instruir por meio de exemplo é outro modo de mostrarmos nossa disposição de servir outros. Na prática, queremos ensinar às pessoas que servir a Jeová, o “Deus feliz”, é o melhor e o mais gratificante modo de vida. (1 Timóteo 1:11) Ao observarem nossa conduta e nossos tratos com vizinhos, colegas de escola e de trabalho, será que conseguem notar que somos felizes e temos contentamento? De modo similar, ensinamos aos estudantes da Bíblia que a congregação cristã é um oásis de amor no meio dum mundo frio e violento. Será que nossos estudantes podem ver prontamente que amamos a todos na congregação e que nos esforçamos muito para preservar a paz entre nós? — 1 Pedro 4:8.

      21, 22. (a) Uma avaliação pessoal do nosso ministério pode levar-nos a aproveitar que oportunidades? (b) O que se considerará em artigos do próximo número de A Sentinela?

      21 Uma atitude positiva para com o nosso ministério pode, às vezes, motivar-nos a fazer um auto-exame. Por fazer isso com sinceridade, muitos verificam que estão em condições de ampliar seu serviço por empreender o ministério de tempo integral ou por se mudar para onde há mais necessidade de trabalhadores. Alguns decidem aprender outro idioma para servir numa crescente comunidade de imigrantes no seu próprio território. Se essas opções estiverem disponíveis, ore com atenção a respeito. Uma vida dedicada ao ministério dá muita alegria, satisfação e paz mental. — Eclesiastes 5:12.

      22 Continuemos de todos os modos a imitar a Jesus Cristo por cultivar amor às verdades que ensinamos e às pessoas que instruímos. Desenvolvermos e manifestarmos amor nesses dois sentidos nos ajudará a lançar um bom alicerce para sermos instrutores semelhantes a Cristo. Todavia, como podemos edificar sobre esse alicerce? No próximo número de A Sentinela, uma série de artigos considerará alguns dos métodos específicos de ensino usados por Jesus.

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