Relatório Mundial
África
O iníquo “está sentado numa emboscada” e “desde os esconderijos matará a alguém inocente”, escreve o salmista. (Sal. 10:8) Através dos séculos, adoradores de Jeová têm sido vítimas inocentes da maldade dos iníquos. A situação não é diferente hoje em algumas partes da África.
A guerra civil na Libéria matou 33 de nossos irmãos e obrigou muitos outros a fugir do país, em busca de refúgio na Côte d’Ivoire e em Serra Leoa, escapando apenas com a roupa do corpo. Comissões de socorros, estabelecidas em duas cidades nas fronteiras da Libéria e da Côte d’Ivoire, não só têm cuidado desses refugiados necessitados, mas também enviaram ajuda para as demais Testemunhas que sofrem na Libéria. As Testemunhas na Côte d’Ivoire, em Serra Leoa e no país de Gana transportaram toneladas de roupas, bem como remédios, alimentos e dinheiro para a Libéria. Os irmãos de Abidjan também se apressaram em socorrer e estão cuidando ternamente de um grande grupo de refugiados que também necessitam muito de ajuda.
Muitos desses irmãos sofreram experiências traumatizantes e de arrepiar os cabelos. Por exemplo, um ancião em Monróvia, capital da Libéria, relata: “Em 27 de julho de 1990, eu e minha família fomos retirados à força de nossa casa por volta das duas horas da madrugada. Os rebeldes nos fizeram sair e caminhar até junto de centenas de nossos vizinhos. Asseguraram-nos que, depois de uma breve busca na localidade, poderíamos voltar para nossas casas. Mas, nunca mais vimos nossos lares. Em vez disso, fomos conduzidos ao principal campo de refugiados a uma distância de uns 50 quilômetros. Carreguei nas costas a tia inválida de minha esposa durante todo o trajeto. Orávamos continuamente a Jeová, pedindo forças, ao passo que víamos cadáveres espalhados por toda a parte.
“Depois de cerca de uma hora de dura caminhada, que parecia um pesadelo, com a escolta dos rebeldes logo atrás de nós, caímos numa emboscada das tropas do governo. As balas zuniam em todas as direções e nós nos lançamos no chão. Muitas pessoas foram mortas; algumas escaparam. De repente, dei falta de meu próprio filho de 14 anos! Rapidamente, 45 de nós, habitantes do povoado, fomos capturados e levados para um posto de gasolina abandonado. Foi decidido ali que todos nós seríamos executados. Um soldado apanhou sua arma para atirar em mim, mas ele não conseguiu encaixar na arma o carregador de cartuchos. Nesse mesmo instante, chegou o comandante do grupo e ordenou que fôssemos levados para o quartel do exército. Naquela noite, nove pessoas foram executadas. Orávamos a Jeová para nos ajudar a permanecer fiéis.
“Na manhã seguinte, o comandante decidiu que todos nós podíamos ir embora. Até mesmo ofereceu um de seus caminhões para nos transportar. Nós não aceitamos, mas pedimos, em vez disso, um carrinho de mão para levar a tia de minha esposa, e então partimos sozinhos. A meio caminho de nosso lugar de destino, os caminhões do exército passaram zunindo. Ao chegarem à encruzilhada adiante de nós, ouviu-se uma explosão ensurdecedora. Em seguida, o barulho de pesado fogo de metralhadora por quase 30 minutos. Balas perdidas zuniam em todas as direções enquanto procurávamos logo um abrigo. O comboio militar que havia oferecido condução para nos transportar foi totalmente destruído. Quão gratos nos sentimos de não termos aceitado a condução oferecida pelo comandante!
“Embora minha esposa estivesse no quinto mês de gravidez, ela conseguiu caminhar corajosamente 58 quilômetros em apenas um dia. Ainda enfrentávamos o problema da fuga. Um irmão libanês, sabendo dos nossos apuros, providenciou pagar as passagens para nós pelo único meio de transporte para sair do país, que era um ônibus velho.
“Finalmente atravessamos em segurança a fronteira e entramos na Côte d’Ivoire. Estávamos, porém, muito tristes, porque nosso filho de 14 anos havia desaparecido durante a emboscada mencionada antes. Achávamos que ele estava morto, que fora assassinado. Mas, para a nossa extrema alegria, ficamos sabendo, seis meses mais tarde, que ele sobrevivera. Providenciou-se a vinda dele para junto de nós na Côte d’Ivoire.”
Outras Testemunhas tinham histórias aterradoras. Fazia 17 anos que Clement, originário da Nigéria, morava em Monróvia, mas ele teve de fugir de lá. As forças rebeldes estavam à caça de todos os nigerianos e ganenses no país. Se ele fosse apanhado pelos rebeldes, seria morto. Havia uma centena de postos de fiscalização, entre Monróvia e Danané, na Côte d’Ivoire, que separavam Clement da segurança. Ele conseguiu passar por quase todos esses postos de fiscalização dizendo ser um estrangeiro que queria deixar o país. Num desses postos de fiscalização, porém, a explicação que ele dava não surtiu efeito. Decidiu-se que ele seria executado. Clement resolveu dar um bom testemunho antes de ser morto. Pregou ao comandante sobre o Reino de Deus e mostrou-lhe as revistas A Sentinela e Despertai!. O comandante, atordoado, berrou: “Olhe! Nós temos serviço para fazer no momento. Quando tivermos tratado disso, daremos atenção a que está falando. Agora, saia daqui!”
Mais tarde, quando Clement estava com a mente calma para refletir sobre esse incidente, ele disse que entende o que significa Provérbios 18:10, que diz que o nome de Jeová é uma torre forte. Foi só por usar o nome de Jeová e pregar a respeito do Reino de Deus que ele conseguiu passar pelos demais postos de fiscalização. Por fim, atravessou a fronteira para a Côte d’Ivoire. Alcançara um lugar seguro! Recentemente, alguns membros da filial puderam retornar à Libéria.
Nem todos os países têm histórias tão tristes para contar. Moçambique nos dá bom motivo de regozijo. Em 11 de fevereiro de 1991, o governo em Maputo concedeu reconhecimento legal à associação chamada Testemunhas de Jeová de Moçambique. Somos realmente muito gratos por esse desenvolvimento, porque significa que missionários podem agora ter permanência definitiva em Moçambique. Podem ser importadas publicações e revistas sem impedimentos. Foram estabelecidos lares missionários em três cidades, que acomodam um total de 18 missionários. Há um depósito da Sociedade em cada um desses lares.
Todavia, os jovens precisam manter neutralidade e demonstrar lealdade a Jeová durante as guerrilhas que continuam nesse país. Uma menina de 12 anos, surda-muda, foi seqüestrada para fins imorais pelas forças rebeldes. Mas seus pais lhe haviam ensinado muito bem os princípios da Bíblia. Quando os seqüestradores quiseram violentá-la, ela resolutamente recusou. A jovem irmã apontava para o céu para indicar que a imoralidade é contra a lei de Deus. Por causa de sua firme resolução, certo dia os que a capturaram a surraram cruelmente e a abandonaram, julgando que estivesse morta. Passaram-se dois meses até ela retornar a seus pais, acompanhada de uma senhora que estivera com ela durante seu cativeiro. “Não sei o que ensinaram para essa menina”, disse a senhora, “mas fiquei impressionada com a conduta moral dela. Ela não cedeu à pressão dos soldados. Foi simplesmente notável! Qual é a sua religião?” Por causa da posição firme dessa irmã surda, essa senhora está agora estudando com as Testemunhas e progredindo bem em aprender a verdade.
Ásia
“Tua bênção está sobre o teu povo”, cantou o Rei Davi da antiguidade. (Sal. 3:8) Atualmente, a bênção de Jeová está também sobre seu povo. As Testemunhas de Jeová que moram em países situados na Ásia podem realmente atestar esse fato.
Na Coréia, a vida de uma irmã foi salva de modo bastante incomum por ela ter consigo seu Documento Para Uso Médico. Quando ela estava saindo de seu carro estacionado, foi subitamente atacada por quatro homens que a forçaram a passar para o banco de trás e a ficar no chão. Ela ofereceu seu anel e sua bolsa para que a soltassem, mas eles não ficaram satisfeitos com isso. Passou-lhe pela mente o terrível pensamento de que poderia ser atacada sexualmente. Ela começou a gritar com toda a força de seus pulmões. “Teremos de matá-la”, resmungou um dos homens. Feriram-lhe a perna e a coxa com facada. Daí, taparam-lhe os olhos com fita adesiva e amarraram-lhe os pés. Em desespero, ela começou a orar e a chorar em voz alta, usando o nome de Jeová.
De repente, os homens emudeceram. Daí, um deles perguntou: “A senhora é Testemunha de Jeová?” Eles haviam achado seu Documento Para Uso Médico ao remexerem sua bolsa. Decidiram não matá-la, mas levaram-na para um lugar perto de sua casa, deixaram-na dentro do carro e sumiram rapidamente. A irmã ora para que esses homens se arrependam de sua ação bárbara e se tornem adoradores de Jeová.
Como se dá em muitos países, cada vez mais donas-de-casa no Japão trabalham fora, o que torna difícil encontrá-las em casa para lhes transmitir as boas novas. Portanto, uma pioneira, na cidade de Niigata, decidiu levar a mensagem do Reino ao centro da cidade — onde podia encontrar pessoas. Ela obteve de sua congregação um território no centro comercial e começou a pregar, oferecendo brevemente um estudo bíblico às pessoas que encontrava no comércio. Ela usou a brochura “Eis que Faço Novas Todas as Coisas” e deu seguimento ao interesse encontrado, fazendo revisitas a todos os que mostraram mesmo um pouco de interesse. Ela sugeria às pessoas interessadas que poderiam estudar num salão de chá, num saguão de loja de departamentos ou numa praça por uns 30 minutos durante o intervalo do almoço. Ela se concentra num só ponto específico em cada sessão de estudo, e tem dirigido às vezes até oito estudos bíblicos nesse território no centro comercial.
Mais de 60.000 filipinos vieram das Filipinas para trabalhar em serviços domésticos nas casas de chineses na ilha de Hong Kong. A maioria desses trabalhadores são católicos. Certa irmã encontrou uma dessas pessoas num elevador e simplesmente lhe perguntou se estava interessada em aprender mais sobre a Bíblia. A resposta foi: “Eu venho orando para aprender mais sobre a Bíblia.” Iniciou-se imediatamente um estudo bíblico.
Em Chipre, um jovem publicador de Nicósia escreveu: “Eu me chamo Marcos e tenho 12 anos. Nas aulas de religião, a professora programara três lições sobre religião. Eu me certifiquei de levar para a aula o livro O Homem em Busca de Deus. Antes de começar a primeira lição, mostrei o livro à minha professora. Ela o folheou e o deixou sobre sua mesa. Um pouco mais tarde, ela disse aos alunos: ‘Vou usar o livro de Marcos para as lições, visto que contém informações mais completas do que o livro fornecido pela escola.’” O jovem Marcos conclui: “Incentivo todos os jovens publicadores a sempre terem consigo na escola alguma publicação da Sociedade.”
Lucas, católico de nascença, começou a estudar a Bíblia quando se achava em Sri Lanka. Ele era um dos quatro que trabalhavam num barco de pesca pertencente a um budista. Seu empregador desejava obter as bênçãos dos deuses do mar sobre sua pescaria, de modo que pediu aos empregados que fizessem uma peregrinação até um famoso centro de adoração tanto do hinduísmo como do budismo. Lucas explicou que ele não podia participar disso, visto que acreditava que Jeová é o único Deus verdadeiro. “Ou você vai junto ou será demitido!” retrucou o dono. Lucas pediu demissão imediatamente. Retornou à sua aldeia e em apenas alguns dias encontrou emprego em outro barco. Agora ele pode estudar regularmente.
Quando Bangnam, uma jovem senhora casada que mora na Tailândia, começou a estudar a Bíblia, os pais adoeceram. Eles consultaram um curandeiro que disse que os espíritos de seus parentes falecidos não aprovavam que a filha mudasse de religião, e que, se eles quisessem sarar, teriam de interromper os estudos bíblicos da filha. Os pais imploraram para que a filha deixasse de estudar. A pioneira especial que estudava com Bangnam mostrou aos pais, na Bíblia, que não podiam ser espíritos dos falecidos que causavam o problema, mas, em vez disso, eram espíritos iníquos. (Ecl. 9:5, 6) Os pais concluíram então que deviam mandar a filha para longe deles. Entretanto, a irmã mostrou-lhes que a Bíblia ensina os filhos a amar seus pais, e que Bangnam queria morar com eles para cuidar deles porque os amava. Quando a mãe ouviu isso, ela se acalmou e concordou em ir com a irmã até à cidade para consultar um médico. O médico não achou nela nenhum problema. Ao retornarem para casa, houve uma tempestade, e, visto que estava ficando bastante tarde, a pioneira especial sugeriu que a mãe pernoitasse em sua casa. Na manhã seguinte, a mãe de Bangnam despertou revigorada e estava muito emocionada, pois havia dormido a noite inteira sem dificuldades para respirar. Quando o pai ficou sabendo dessa melhora de saúde da esposa, ele concordou em desfazer-se de todos os acessórios espíritas. Logo ele também melhorou de saúde. Bangnam batizou-se e o marido dela está progredindo em direção à dedicação.
Than mora na Myanmar. Ele era soldado, mas sua carreira militar terminou em amargo desapontamento. Sua vida de desespero começou assim: Durante uma intensa luta contra as forças rebeldes, uma granada explodiu perto de um abrigo subterrâneo onde ele estava escondido. O abrigo desmoronou, soterrando metade de seu corpo. Depois de ter sido retirado dos escombros, descobriu, aterrorizado, que não conseguia mover as pernas — estava paralítico. Logo o exército o dispensou. Na situação de desespero em que se encontrava, começou a meditar sobre sua desgraça, perdeu totalmente a fé em Deus e pensou em suicidar-se. Mais ou menos nessa época, um pioneiro especial fazia visitas a um vizinho de Than, dirigindo regularmente estudo bíblico. Quando Than ficou sabendo quem era o visitante costumeiro, convidou-o também à sua casa. O pioneiro consolou Than, mostrando-lhe passagens da Bíblia. Iniciou-se um estudo bíblico. Não levou muito tempo para ele reconhecer que se tratava da verdade, e começou a pregar entusiasticamente a outros. Ele queria também assistir às reuniões no Salão do Reino, que fica a uma distância de uns oito quilômetros. Adquiriu duas rodas velhas de bicicleta e fez para si um carrinho. Com grande determinação, ele sobe e desce de carrinho as encostas até o Salão do Reino e assiste regularmente às reuniões. Sua amarga decepção foi substituída por uma esperança radiante de um futuro melhor.
Europa
“Nossa alma é como o pássaro que escapou da armadilha dos enlaçadores. A armadilha está destroçada e nós mesmos escapamos. Nossa ajuda está no nome de Jeová.” (Sal. 124:7, 8) Quão bem este Salmo descreve nossos irmãos na Europa Oriental!
O ano de serviço que passou foi notável na história das Testemunhas de Jeová na União Soviética. Além de auges recordes no número de publicadores e de pioneiros, sete auges de distribuição de livros e dez de revistas foram motivos adicionais para nossos irmãos se regozijarem com sua recém-adquirida liberdade. Esses auges foram alcançados porque, pela primeira vez, foi possível receberem remessas de publicações.
Na segunda-feira, 18 de março de 1991, a filial da Alemanha despachou o primeiro caminhão que continha cerca de 20 toneladas de publicações para a União Soviética. Antes disso, os irmãos recebiam suas publicações em pequenos pacotes pelo correio. Como transcorreu a chegada do primeiro caminhão carregado de publicações?
Era meia-noite na cidade de Lvov quando um ancião local atendeu um telefonema inesperado. Era a filial da Alemanha que avisava a respeito de um grande caminhão, de cabina amarela e de carroceria azul, que estava sendo carregado de publicações com etiquetas que indicavam o país de destino: União Soviética. Eles combinaram o encontro — na fronteira da Polônia com a União Soviética. Quando as Testemunhas soviéticas chegaram à fronteira, na quarta-feira, o tempo se tornara inclemente. Sem se abalarem por causa do frio cortante e da chuva misturada com neve, os irmãos resolutamente se revezaram em observar cada caminhão que se aproximava da fronteira. Um deles exclamou: “Esperamos por décadas este momento memorável. Portanto, consideramos um privilégio esperar durante horas ou talvez até mesmo durante dias.”
Por fim, na sexta-feira, 22 de março, precisamente às oito horas da manhã, um caminhão com cabina amarela e uma enorme carroceria azul foi avistado aproximando-se da fronteira. Do fundo do coração dos irmãos, as orações subiam em direção do céu. O caminhão passou pela fronteira e entrou em solo soviético. Quando os dois fiscais da alfândega olharam, pasmados, para a quantidade de publicações, não sabiam como lidar com a situação e começaram a analisar o assunto. Depois de verificarem os documentos e a carga, os agentes acenaram com a cabeça e, com um rápido gesto de mão, permitiram que o caminhão passasse. “Nossa alegria não tinha tamanho!” disseram os irmãos, relembrando a ocasião. “Depois de muitas décadas de severa perseguição, nossos irmãos têm finalmente um suprimento abundante de alimento espiritual.”
Foi concedida uma licença para o descarregamento da carga. Mais de 70 irmãos estavam ansiosamente à espera para ajudar nessa tarefa. Formaram duas linhas de “esteira”, passando os pacotes de publicações sistematicamente, quase em ritmo musical, de mão em mão. No dia seguinte, sábado, irmãos de territórios distantes, de todo o vasto país, vieram buscar as publicações. Dois irmãos que haviam viajado uns 3.500 quilômetros foram os primeiros a chegar. “Jeová Deus fez o que nenhum homem é capaz de fazer, e nós fomos testemunhas oculares desses acontecimentos”, disse um deles.
A seguinte experiência procede da cidade de Dresden, localizada no que era conhecido como Alemanha Oriental: “Por muito tempo, eu e minha esposa tentamos atrair meus pais para a verdade, mas tudo o que recebíamos era oposição. Entretanto, em novembro de 1988, minha esposa teve de ficar no hospital por três semanas. Não tivemos outra alternativa senão deixar nossa filha Sara, de um ano e meio, aos cuidados da vovó e do vovô.
“As coisas começaram a acontecer já no primeiro dia. À mesa do café da manhã, Sara ficou intrigada por que a vovó e o vovô simplesmente se sentaram e começaram a comer. Portanto, ela cutucou a vovó, cruzou as mãos e disse: ‘Vovó, a oração!’ Ela abaixou a cabeça e cerrou bem os olhos. A avó não reagiu; Sara repetiu seu pedido. Finalmente, minha mãe compreendeu o que Sara queria, de modo que ela rezou da maneira luterana. Naquela noite, minha mãe me perguntou qual era a religião com a qual estávamos afiliados. Ela só sabia que nós havíamos abandonado a igreja. Ela nunca nos permitira explicar nada mais. Eu passei a lhe explicar as coisas. Vovó concordou em tratar Sara do modo como ela estava acostumada a ser tratada por nós, de modo que lhe dei Meu Livro de Histórias Bíblicas, pois Sara estava acostumada a ouvir uma história toda noitinha.
“Sara convenceu a vovó a ler para ela três ou quatro histórias por noite. Meus pais ficaram surpresos com o conhecimento bíblico de Sara, visto que às vezes ela interrompia as histórias e contava o resto. Minha mãe começou a ficar curiosa das coisas que lia para Sara noite após noite. Em maio de 1990, iniciamos um estudo bíblico com meus pais. Pouco tempo depois, eles deixaram de ser membros da igreja e iam às reuniões conosco. Um ano depois, em maio de 1991, minha mãe se tornou publicadora não-batizada e atualmente ela se prepara para o batismo. Meu pai também está progredindo muito bem. Agradecemos a Jeová que usou nossa filhinha e o livro Histórias Bíblicas para realizar o que por tanto tempo tentamos fazer, mas sem êxito.”
Muitos jovens na Áustria estão tomando firmemente o lado da adoração verdadeira. Melanie, uma menina de 11 anos, é um exemplo disso. Por causa de certas circunstâncias na família, a guarda de Melanie foi transferida da mãe para a enteada desta. A enteada e o marido começaram a estudar a Bíblia com a ajuda das Testemunhas de Jeová, e Melanie participou também. Todos fizeram bom progresso. Melanie queria pedir seu desligamento da igreja católica. Entretanto, segundo a lei austríaca, isso só pode ser feito quando a pessoa atinge a idade de 14 anos. Será que isso foi o fim da questão para Melanie? Não! Ela foi falar com o diretor do Departamento do Bem-Estar dos Menores e expôs o seu desejo. Depois de uma entrevista, esse diretor disse, numa carta, a Melanie: “Após uma deliberação cabal, tenho a satisfação de informar-lhe que dou meu consentimento para desligar-se da Igreja Católica. Entretanto, por causa da lei vigente, será também necessário que o tribunal local esteja de acordo com a decisão que eu tomei.” Portanto, Melanie teve de comparecer sozinha perante o juiz e apresentar o motivo pelo qual ela queria abandonar a igreja. Em 21 de setembro de 1990, ela recebeu uma decisão favorável do tribunal local. Que vitória magnífica para uma menina de 11 anos! Melanie participa agora alegremente na obra de pregação como publicadora não-batizada.
Uma senhora na Finlândia, que sofrera graves ferimentos num acidente de automóvel, deitada numa cama de hospital, refletia: ‘Se minha vida tivesse terminado, será que isso é tudo o que há na vida?’ Ao retornar à sua casa, ela pesquisou a Bíblia para obter uma resposta, mas não encontrou. Ela suspirou: “Deus nos céus, por favor, faça-me saber qual é o objetivo da vida. Sei que está na Bíblia. Peço-lhe sinceramente: ajude-me a entendê-la.” Mal haviam passado dez minutos, quando a campainha tocou, e quem estava à porta da casa? Uma Testemunha de Jeová com um sorriso caloroso. “Fiquei chocada”, disse ela. “Meu primeiro pensamento foi: ‘Oh! Não! Precisava ser uma Testemunha de Jeová?’ Mas eu me contive e convidei-a a entrar. Desde então, meu entendimento da Bíblia continua a melhorar.”
América Latina
“Elogiarei a Jeová segundo a sua justiça, e vou entoar melodias ao nome de Jeová, o Altíssimo.” (Sal. 7:17) No último ano de serviço, este salmo de Davi foi o tema constante dos publicadores que residem na América Latina.
Deve-se conceder ao estudo da criação o mesmo tempo que se concede ao da evolução? Essa é uma pergunta muitas vezes feita no Equador. Na cidade portuária de Guayaquil, um professor decidiu considerar com 104 alunos as informações do livro A Vida — Qual a Sua Origem? A Evolução ou a Criação? No fim do ano letivo, no último janeiro, ele fez uma série de perguntas a seus alunos. Uma delas era: “Levando em conta todas as provas científicas e bíblicas apresentadas nesta classe, a que conclusão chegou quanto à origem da vida?” As respostas foram na grande maioria a favor da criação divina. Um aluno respondeu: “Cheguei à conclusão de que a Terra e tudo o que há nela devem ter sido criados por um perfeccionista. Deve ter existido alguém muito amoroso que teve um propósito para as pessoas que vivem aqui. É um absurdo pensar que uma coisa tão complexa como pessoas vivas pudesse surgir por acaso. Não está no poder do homem a capacidade de criar algo tão complexo como a vida.”
A verdade bíblica teve tão grande impacto neste professor que ele foi batizado em dezembro de 1990. Estavam presentes para ver seu batismo, na assembléia de circuito local, 42 de seus alunos. Por coincidência, 31 dos alunos também estavam estudando a Bíblia com as Testemunhas de Jeová em Guayaquil!
Uma estudante da Bíblia, que mora bem no interior da Guiana, perto do rio Moruka, estuda por correspondência. Ela desejava muito unir-se na adoração pura com as Testemunhas de Jeová na noite da Comemoração da morte de Cristo. A um elevado preço, ela alugou uma canoa feita de um só lenho escavado e, com seu filho de 13 anos e sua filha de 12, remou 21 horas até a congregação mais próxima, em Charity. A viagem incluía passar pelo rio Moruka e entrar no oceano Atlântico, daí remar em direção ao interior pelo rio Pomeroon. Ela iniciou a viagem às 21:30 horas e chegou às 18:20 horas do dia seguinte, parando apenas uma hora para descansar. Depois da Comemoração ela teve de retornar imediatamente, pois havia alugado a canoa a preço diário. Ela é publicadora não-batizada e na ocasião da Comemoração fazia quatro meses que estava grávida!
No último mês de março, na Venezuela, um sacerdote católico foi ao escritório da filial em busca de publicações. Pediu então para falar com alguém sobre alguns pontos doutrinais. Ele se apresentou dizendo ter mais de 65 anos e servido na qualidade de sacerdote por 37 anos. Estudara em Roma, na Itália, para ser sacerdote. Nos últimos quatro anos, ele vinha lendo informações relacionadas com os concílios da Igreja Católica e ficara surpreso com o que descobrira. “A igreja está longe de possuir a verdade”, disse ele.
“Estes dias tenho lido a Bíblia mais do que durante toda a minha vida”, disse ele. “Estou confuso. Os ensinamentos da igreja não se harmonizam com a Bíblia. Eu tenho de ensinar, mas minha consciência não me permite ensinar mentiras. Estou procurando um meio de me livrar desta tortura. Dediquei minha vida inteira à igreja; agora estou velho, e o que posso fazer na minha idade? Onde encontraria um emprego? Tenho moradia excelente, um carro de luxo, dinheiro no banco, mas, se eu abandonar a igreja, perderei tudo isso. Não sei o que fazer.”
O irmão lhe mostrou alguns textos que indicam que Jeová não abandona os que servem a Ele. O irmão, sabendo que o sacerdote estudara grego, mostrou-lhe a Tradução Interlinear do Reino das Escrituras Gregas, indicando-lhe Mateus 10:28. Emocionado, o sacerdote exclamou: “Mas está muito claro, muito claro — a alma morre! Portanto, mais uma mentira!”
Depois de conversarem por um bom tempo, o irmão perguntou ao sacerdote por que fora ao escritório da filial. A resposta dele foi bastante interessante. Um publicador de 14 anos entrou na sua igreja, em Caracas, encontrou uma senhora orando, e perguntou-lhe onde o sacerdote se encontrava. “Está lá nos fundos”, foi a resposta. Portanto, o jovem irmão foi até os fundos da igreja e encontrou o gabinete do sacerdote. “Que deseja?” perguntou o sacerdote ao menino. O jovem publicador disse que fora lá para falar a respeito da Bíblia; disse ao sacerdote que Babilônia, a Grande, será destruída, e que, se o sacerdote não saísse da religião falsa, ele também seria destruído. O sacerdote ficou tão surpreso de ver que um jovem de 14 anos podia explicar tantas coisas com tanta coragem a um homem de sua idade, que simplesmente emudeceu. O jovem publicador lhe deu o endereço da filial. Essa foi a razão de o sacerdote se apresentar no escritório da filial.
Depois de cerca de duas horas de palestra, o sacerdote foi embora. Esperamos que ele tenha a coragem de enfrentar seus superiores e aceite a verdade.
América do Norte e as ilhas do Caribe
As Testemunhas na América do Norte e nas ilhas do Caribe ecoam as seguintes palavras do salmista Davi: “Bendize a Jeová, ó minha alma, sim, tudo dentro de mim, ao seu santo nome. Bendize a Jeová, ó minha alma, e não te esqueças de todos os seus atos.” — Sal. 103:1, 2.
Às vezes, pessoas interessadas podem achar que são idosas demais para mudar de religião. Entretanto, uma senhora idosa na Colúmbia Britânica, Canadá, não é dessa opinião. Era bem conhecida em sua pequena comunidade, tendo sido professora de curso secundário e um dos principais esteios da Igreja Anglicana. Ela havia custeado pessoalmente o altar da igreja e era prelecionadora leiga em ofícios religiosos. Visto que se interessava na Bíblia, fazia parte do itinerário de revistas das Testemunhas locais por vários anos, mas não havia progredido mais do que isso. Cerca de cinco anos atrás, uma de suas filhas se mudou com o marido para a sua casa, aparentemente com o fim de ajudá-la em sua idade avançada. Entretanto, essa filha e o marido se opunham às Testemunhas de Jeová e insistiam em que ela se mudasse para um lar de idosos. Não havia dúvida de que ela não estava precisando disso! Portanto, enquanto a filha e o genro estavam ausentes, de férias, ela se mudou para uma casa móvel.
Finalmente, uma irmã falou de modo direto com ela, demonstrou nosso método de estudo bíblico e perguntou-lhe se estava interessada em estudar a Bíblia. A resposta dela foi: “Eu me perguntava quando é que iriam oferecer-me isso!” Visto que ela acreditava sinceramente na Bíblia, entendeu logo as verdades fundamentais da Bíblia, dizendo: “Se está na Bíblia, tem de ser verdade.” Entretanto, ela continuava a freqüentar a igreja, pensando poder assim ajudar outros membros ali.
Depois de estudar por cerca de um ano e meio, ela ficou sabendo que um arcebispo da Igreja Anglicana se apropriara indevidamente de fundos da igreja e partira em viagem de férias para o Caribe com sua secretária, embora fosse casado. Ela soube também que o arcebispo tentara depois lançar a culpa do desvio dos fundos sobre um diácono da igreja. Todo esse assunto veio à tona por ocasião de uma discussão aberta e acalorada na igreja. Durante a discussão, ela chamou publicamente o arcebispo de “hipócrita”, após o que ela saiu da igreja e bateu com força a porta, para nunca mais voltar.
Quando começou a assistir às reuniões no Salão do Reino, fez a seguinte observação: “Não consigo acreditar no fato de existirem aqui tantos homens tão envolvidos e ativos em assuntos da congregação. Na igreja que eu freqüentava, os poucos homens que vinham simplesmente se sentavam e dormiam.” Ela foi batizada em 29 de setembro de 1990, aos 87 anos de idade.
Depois de sua última visita à Groenlândia, um superintendente de circuito se regozijou, dizendo: “O milagre prossegue! E isso é apenas a ponta do iceberg.” Muitos novos estão assistindo às reuniões, estudos estão sendo iniciados, novas pessoas se juntam a nós no ministério de campo e estão sendo batizadas.
Diversos dos novos travaram uma longa luta para conseguir uma relação aprovada com Jeová. Por exemplo, Andy (não é seu nome verdadeiro) tinha seus 30 e poucos anos. Ele vivia com Eunice (não é seu nome verdadeiro); ele era alcoólico e andava com más companhias. Isto deteriorou o relacionamento entre os dois, e a consciência perturbada dele às vezes se revelava de maneiras desagradáveis. Mas, daí, Eunice começou a estudar a Bíblia. Ela entendeu aos poucos que, para ser aceitável aos olhos de Jeová, tinha de limpar sua vida, e assim ela se afastou de Andy.
Isto fez Andy entender a situação em que se encontrava: ele escolhera as bebidas alcoólicas — ela havia escolhido o modo cristão de viver. Eunice continuou a progredir e foi batizada, e é uma zelosa irmã na congregação.
Depois, Andy solicitou um estudo bíblico. Fazia algum progresso espiritual, regozijava-se com as coisas que aprendia, mas ainda reincidia em sua antiga fraqueza. Assistia raramente às reuniões e não conseguia afastar-se das más companhias. Em 1989, Andy assistiu ao congresso de distrito — e isso foi o ponto decisivo. Passou a acreditar que podia superar o problema, e consultou seu médico em busca de ajuda. Foi hospitalizado, e quando retornou à sua casa, a congregação estava pronta para ajudá-lo. Ele conta: “Senti que tinha muito melhor base para penetrar em assuntos espirituais. Estava livre das bebidas alcoólicas, e minha vida se tornou estável. Minhas antigas amizades foram substituídas por novas amizades na congregação. Minha relação com Jeová se tornou mais real, e foi só então que senti que podia dirigir-me a ele em oração. Desde então, a oração tem sido de grande importância para mim. Com muita freqüência tenho orado a Jeová, e ele me tem ouvido. Quando a tentação se tornava grande demais e meu desejo de fazer alguma coisa errada quase me sobrepujava, parece que sempre encontrava alguns de meus amigos do Salão do Reino que me incentivavam a me apegar ao meu novo modo de viver.”
Este é o terceiro ano que Andy se vê livre das bebidas alcoólicas. A Palavra de Deus, Seu espírito e Sua organização têm ajudado a Andy. Ele começou a pregar e foi batizado no Congresso “Amantes da Liberdade”, em Godthaab (Nuuk), em agosto do último ano.
Quando alguém está decidido a participar na adoração de Jeová, a deficiência física não é barreira. Por exemplo, Kenwyn, que tem agora 17 anos, vive na ilha de Granada. Quando tinha 4 anos, levou um tombo que prejudicou gravemente sua capacidade de andar. Ao passo que crescia, tornava-se cada vez mais difícil para ele caminhar. Quando tinha 15 anos, viu-se obrigado a recorrer à ajuda de muletas para andar. Aos 17 anos, uma operação que deveria corrigir o problema que ele tinha para caminhar não logrou êxito.
Foi por volta dessa época que Kenwyn começou a estudar com uma Testemunha de Jeová, um missionário. Ele fez bom progresso em aceitar o conhecimento bíblico, mas hesitava quando era convidado a partilhar seu conhecimento com outros no ministério de casa em casa. Ele tinha medo, por causa de sua condição física e dizia: “Eu lhe informarei quando estiver pronto.” Foi incentivado a ler pessoalmente experiências na Despertai! e na Sentinela a respeito de Testemunhas que tinham deficiências físicas e ainda assim pregavam regularmente de casa em casa. Depois de ler essas experiências, ele disse ao missionário: “Agora estou pronto.”
E estava pronto mesmo. Devotou 19 horas dando testemunho a outros no primeiro mês em que participou no ministério de campo. No mês seguinte, relatou 63 horas. Batizou-se em março deste ano e alistou-se como pioneiro auxiliar no mês seguinte. Kenwyn pode ser visto caminhando de muletas para cima e para baixo em seu acidentado território de pregação. Que notável exemplo e fonte de encorajamento ele é para todos em sua congregação! Visto que terreno acidentado não representa barreira para sua obra de pregação, os irmãos o chamam carinhosamente de “Tração nas Quatro Rodas”.
Ilhas do Pacífico
“Terá súditos de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra”, predisse o Salmo 72:8. Em conformidade com essas palavras, Cristo Jesus, o Salomão maior, tem súditos em toda a Terra, incluindo as ilhas do Pacífico.
Os habitantes das pequenas ilhas e atóis do Pacífico do oeste, sob a supervisão da filial de Guam, continuam a receber testemunho em muitos idiomas. O livro Poderá Viver Para Sempre no Paraíso na Terra penetrou em muitos lares. A seguinte experiência procede de uma dessas ilhas: Certa senhora que ficara com um exemplar do livro notou que seu pai, pastor da igreja, estava usando o livro vermelho no sermão que dava do púlpito. Depois do sermão, ela o viu colocá-lo discretamente em sua pasta, de modo que ninguém o visse. Mas ela viu, e, depois do culto, perguntou-lhe: “Papai, por que está usando aquele livro vermelho?” Ele respondeu: “O que esse livro diz é a verdade.” Ela lhe perguntou onde obtivera o livro. “É o seu”, disse ele. Depois desse incidente, ela e o marido estavam ansiosos de estudar a Bíblia com a ajuda das Testemunhas locais. Certo dia, os vizinhos começaram a ridicularizá-la por permitir que as Testemunhas estudassem com ela, já que seu pai era pastor. Mas, quando o pastor soube disto, ele repreendeu os vizinhos e disse: “Não falem nada contra eles [as Testemunhas], visto que são o povo de Deus, que nos traz as boas novas.”
A filial em Papua Nova Guiné recebeu a seguinte carta da província de Morobe: “Nós, aqui em Lengbati, vivemos numa região de mato cerrado, onde há grandes montanhas e não há estradas para automóveis. Há uma pequena pista de aterrissagem, mas o avião não vem com freqüência. Em 1987, havia apenas uma Testemunha que fazia serviço de campo e dirigia estudos bíblicos. O superintendente de circuito e sua esposa vieram e cuidaram de nós, e nessa época surgiu oposição. Os inimigos do Reino tentaram parar nossa obra, e incendiaram o Salão do Reino diante dos olhos do superintendente de circuito. Qual foi o resultado dessa oposição? Temos agora sete publicadores e nos reunimos num novo Salão do Reino que construímos. Quando fazemos o serviço do Reino, sentimo-nos muito felizes, assim como todos os nossos irmãos em toda a parte se sentem quando fazem a mesma obra.”
Jovens podem fazer muito para ajudar outros jovens a aprender a verdade. Na Austrália, Linda, de nove anos de idade, foi solicitada pela professora a sentar-se do lado de Rebeca, que sentava sozinha. Linda fez amizade com Rebeca e falou-lhe sobre o Reino. Com o tempo, ela iniciou um estudo com Rebeca durante o intervalo do lanche na escola, usando o livro Escute o Grande Instrutor. Daí, falaram com outra aluna, Ebony, e ela se juntou a elas no estudo. Depois, Sara, outra aluna, perguntou se podia participar do jogo com elas. Linda explicou que não se tratava dum jogo — elas estavam estudando a Bíblia. Portanto, Sara também se juntou a elas. Outra menina pediu se podia participar, e agora, às vezes, há dois grupos de crianças que estudam o livro Grande Instrutor: um grupo estuda com Linda e o outro, com Rebeca. Daí, a professora ficou curiosa e queria saber o que elas estavam fazendo, de modo que Linda lhe mostrou o livro Grande Instrutor, e a professora deu a sua aprovação.
Países sob proscrição
“Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu”, clamou Davi a seu Salvador, Jeová. (Sal. 142:6) Atualmente, nos países onde a obra de pregação está restrita, o povo de Jeová conta com Ele para a salvação. E Jeová ouve suas súplicas e o consola.
Este ano de serviço que passou, o 15.º ano sob proscrição, revelou ser bem atarefado, e também abençoado, para as Testemunhas de Jeová em certo país da Ásia. Um novo auge de publicadores do Reino foi alcançado — um aumento de 9 por cento! Entretanto, ainda é preciso usar de cautela. Por exemplo, uma congregação se reúne na casa de um ancião. Sem que houvesse uma razão aparente, os vizinhos se desagradaram das reuniões e começaram a atirar tijolos e pedras sobre o telhado galvanizado da casa. Perdendo a calma, alguns irmãos na reunião queriam enfrentar os culpados. Mas, o ancião os convenceu calmamente a confiar no espírito de Jeová e não recorrer à violência. Os vizinhos do lado escavaram um fosso ao longo da parede externa da propriedade do irmão, de um metro de profundidade e de meio metro de largura, na esperança de que a parede desabasse e, assim, as reuniões descontinuariam. O ancião esperou pacientemente em Jeová. Cerca de um mês mais tarde, o vizinho que instigara isso adoeceu. Quando ele estava saindo de carro em marcha ré, para ir ao hospital, inadvertidamente caiu no fosso que fora escavado ao longo da parede da casa do irmão. Os vizinhos o ajudaram nesse apuro, mas ninguém pôde ajudá-lo a melhorar sua saúde. Ele continuou a enfraquecer e morreu pouco depois. Os irmãos, em vez de revidarem, mostraram paciência e aprenderam que o alívio das mãos dos perseguidores vem às vezes de maneiras inesperadas.
Uma organização de jovens do partido político no poder, em certo país da África, continua a tratar brutalmente as Testemunhas porque recusam portar cartões do partido político. A perseguição tem continuado sem trégua nos últimos 24 anos. Durante todo esse tempo, os do povo de Jeová têm permanecido submissos às autoridades superiores, nunca os insultando nem buscando revidar. — Rom. 13:1.
Seu apego aos princípios bíblicos lhes granjeou o respeito de alguns opositores. Por exemplo, um irmão foi detido pela polícia e levado preso faz pouco mais de um ano. O delegado disse: “Então, finalmente o apanhamos.” Todavia, a polícia sabia o tempo todo das atividades teocráticas dele, mas não tomou ação contra ele até que o veículo que ele estava dirigindo, com carregamento de publicações bíblicas, se envolveu num acidente com um carro da polícia. Embora o irmão fosse sentenciado, foi tratado bem durante o encarceramento.
O irmão em cujo nome estava registrado o veículo também compareceu perante a polícia. Ele teve de explicar por que seu veículo estava transportando publicações consideradas ilegais. Durante o interrogatório, perguntaram-lhe: “Você é Testemunha de Jeová?” Ele respondeu: “Antes da proscrição eu me tornei Testemunha de Jeová. Desde a proscrição não mudei de religião. Eu e minha família oramos em casa, e não interferimos nos assuntos de ninguém. Portanto, o que acha, senhor delegado?” Surpreendentemente, todas as acusações contra ele foram deixadas de lado, e foi-lhe permitido levar embora seu carro. Assim, as Testemunhas têm permanecido fiéis a Deus durante todos esses anos, e Jeová lhes tem dado aumentos e força para não desistirem.