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  • Falar em línguas — um crescente fenômeno
    A Sentinela — 1992 | 15 de agosto
    • Falar em línguas — um crescente fenômeno

      “UMA força apoderou-se da minha língua e as palavras jorraram dela que nem água. Quanta alegria! Deu-me uma sensação de muita pureza. Nunca mais fui o mesmo”, exclamou um dos que tiveram a extraordinária experiência de falar numa “língua desconhecida”.

      Esta é a descrição que alguém fez da sua primeira experiência de falar numa “língua desconhecida”. ‘Mas o que é isso?’ talvez perguntem alguns com toda a razão. Refere-se à prática ou à crença de algumas igrejas pela qual homens e mulheres afirmam ter sido movidos pelo espírito de Deus para falar em línguas estrangeiras, ou estranhas, que não conheciam.

      Este é um crescente fenômeno religioso. Falar em línguas, antigamente considerado como ocorrendo exclusivamente com crentes pentecostais, ultrapassa agora os limites denominacionais tradicionais para incluir batistas, episcopais, luteranos, metodistas, presbiterianos e católicos romanos. A condição de quem se encontra neste estado é descrita como êxtase, frenesi, transe e hipnose. Alguns até mesmo a chamam de experiência histérica. Há um misticismo e um carisma associados com o falar em línguas, ou a glossolalia.

      Qual É o Motivo do Desejo Atual de Ter o Dom de Línguas?

      No seu livro Tongues of the Spirit (Línguas do Espírito), Cyril G. Williams sugere que pode haver uma “correlação entre a sensação de fracasso e o desejo de ‘falar em línguas’”. Ele descreve isso como mecanismo de alívio que tem “valor terapêutico como redutor de tensão” e como “solução de conflitos internos”. A frustração causada pelo trabalho na igreja, o estresse emocional, o fracasso numa carreira, a morte dum ente querido, tensões domésticas ou doenças na família são citados como fatores que contribuem para essa fala extática.

      De modo similar, em The Psychology of Speaking in Tongues (A Psicologia de Falar em Línguas), John P. Kildahl diz que “a ansiedade é um pré-requisito para se desenvolver a habilidade de falar em línguas”. Verificou-se, por pesquisa pessoal e cuidadosas entrevistas, que “mais de 85% dos que falaram em línguas haviam tido uma crise de ansiedade claramente definida antes de falar em línguas”. Por exemplo, certa mãe queria falar em línguas para que pudesse orar a favor de seu filho que sofria de câncer. Um homem começou a falar em línguas durante seu período de indecisão por causa duma oferta de promoção no emprego. Uma mulher começou a falar em línguas em uma semana depois de seu marido ter ingressado na organização dos Alcoólicos Anônimos.

      O Que Se Sente?

      Outro que falara em línguas pela primeira vez relatou: “Tive a sensação de queimar por dentro, e calafrios e grandes gotas de suor, um tremor e uma espécie de fraqueza nos meus membros.” Freqüentemente, associado com falar em línguas, costuma haver um comportamento incomum, que alguns acham perturbador. Por exemplo, “certa moça quase que sufocou com a própria saliva enquanto estava estirada numa cadeira, com o pescoço encostado no respaldo, os calcanhares no chão, as pernas duras”. Durante uma reunião congregacional, “um homem deu cambalhotas de uma ponta da igreja até a outra”.

      “Para alguns”, escreve o Professor William J. Samarin, “falar em línguas é uma condição para se ser batizado em Espírito Santo”. Sem isso, eles “sentem-se um pouco incompletos”. É também encarado “como resposta à oração, garantia de amor e aceitação divinos”. Outros disseram que os deixa com a sensação de harmonia, alegria e paz no íntimo, e com “maior senso de poder” e com “um senso mais forte de identidade”.

      É a fala extática realmente evidência da operação do espírito santo? Distingue esta experiência alguém como verdadeiro cristão? É falar em línguas hoje parte da adoração aceitável? Estas perguntas merecem mais do que apenas uma resposta superficial. Por quê? Porque queremos que nossa adoração tenha a aprovação e a bênção de Deus.

  • É o dom de línguas parte do verdadeiro cristianismo?
    A Sentinela — 1992 | 15 de agosto
    • É o dom de línguas parte do verdadeiro cristianismo?

      “ENQUANTO eu o ouvia orar em línguas, sentia como que uma carga elétrica no ar”, disse Bill, depois que ele e outros seis se haviam reunido diante do pregador perto do altar da igreja. Repetem tais experiências a operação do espírito santo no primeiro século? Servem para identificar a religião da Bíblia? Podemos encontrar respostas satisfatórias por examinar cuidadosamente as Escrituras.

      O registro bíblico revela que, quando se transmitia algum dom milagroso do espírito, pelo menos um dos 12 apóstolos ou o apóstolo Paulo estavam presentes. O primeiro de três casos registrados de falar em línguas ocorreu entre 120 dos discípulos de Jesus reunidos em Jerusalém, em Pentecostes de 33 EC. (Atos 2:1-4) Três anos e meio mais tarde, enquanto um grupo de italianos incircuncisos escutava Pedro pregar, eles receberam o espírito e começaram a “falar em línguas e magnificar a Deus”. (Atos 10:44-48) E 19 anos depois de Pentecostes, por volta de 52 EC, Paulo falou a um grupo em Éfeso e impôs as mãos em 12 discípulos. Estes também “começaram a falar em línguas e a profetizar”. — Atos 19:6.

      Por Que o Dom de Línguas?

      Pouco antes de ascender ao céu, Jesus disse aos seus seguidores: “Ao chegar sobre vós o espírito santo, recebereis poder e sereis testemunhas de mim tanto em Jerusalém como . . . até à parte mais distante da terra.” (Atos 1:8) Note que ele indicou assim exatamente a maneira em que esta monumental obra de testemunho seria realizada — com a ajuda do espírito santo.

      A atual tecnologia de comunicação, que nos habilita a enviar mensagens pela Terra inteira, em muitas línguas, não existia lá naquele tempo. As boas novas tinham de ser divulgadas primariamente de forma verbal, e, neste respeito, o dom milagroso de falar em línguas estrangeiras era bem útil. Isto se deu quando os cristãos do primeiro século pregaram a judeus e a prosélitos em Jerusalém, em Pentecostes de 33 EC. Partos, medos, elamitas, cretenses, árabes, habitantes da Mesopotâmia, da Judéia, da Capadócia, de Ponto e do distrito da Ásia, bem como viajantes vindos de Roma, ouviram “as coisas magníficas de Deus” na sua própria língua e entenderam o que se dizia. Prontamente, três mil tornaram-se crentes. — Atos 2:5-11, 41.

      Um fator muitas vezes despercebido é que falar em línguas era apenas uma das nove operações do espírito santo mencionadas pelo apóstolo Paulo na sua carta aos cristãos em Corinto. Embora Paulo encarasse o falar em línguas como um dom menor, este era valioso para a primitiva congregação na divulgação das boas novas a respeito do Reino celestial de Deus. Era um dos “dons” que contribuíram para o aumento numérico e a edificação da congregação cristã na sua infância. — 1 Coríntios 12:7-11; 14:24-26.

      As diversas operações do espírito santo, no primeiro século, inclusive falar em línguas, constituíam também evidência visível de que Deus não usava mais a congregação de Israel, de 1.500 anos de existência, como seu povo especial. Sem dúvida, sua aprovação descansava então sobre a nova congregação cristã, estabelecida por seu Filho unigênito. — Veja Hebreus 2:2-4.

      Estas manifestações do espírito eram peças-chaves no estabelecimento da jovem congregação cristã e em ajudá-la a tornar-se adulta. Paulo explicou que esses dons milagrosos cessariam depois de terem servido seu objetivo: “Quer haja dons de profetizar, serão eliminados; quer haja línguas, cessarão.” — 1 Coríntios 13:8.

      Sim, a Bíblia torna claro que o dom de línguas cessaria. Mas quando? Atos 8:18 revela que os dons do espírito eram recebidos “pela imposição das mãos dos apóstolos”. Portanto, é óbvio que, com a morte do último apóstolo, a transmissão dos dons do espírito cessaria — inclusive do dom de falar em línguas. Assim sendo, quando aqueles que haviam recebido dos apóstolos esses dons também deixassem o cenário terrestre, o dom milagroso cessaria. Até então, a congregação cristã já teria tido tempo para ficar bem estabelecida e se teria estendido a muitas terras.

      “Línguas Desconhecidas” e Sua Interpretação

      A atual ressurgência do falar em línguas tem sido “considerada por alguns como extravagância emocional de exibicionistas instáveis, ao passo que outros consideram isso um fenômeno idêntico ao de falar em línguas nos tempos apostólicos”. Nas atuais reuniões em igrejas, onde ocorre o falar em “línguas desconhecidas”, usualmente envolve um extático irrompimento de sons ininteligíveis. Neste respeito, uma pessoa confessou: “Uso meu dom de línguas na maior parte em particular, para a minha própria meditação. . . . Sinto-me um pouco embaraçado diante de outras pessoas.” Outra relatou: “Ouço as minhas palavras, não as entendo, mas continuo sentindo minha língua impelida a falar.”

      Que informações de real valor são transmitidas por tais línguas desconhecidas, e que dizer de interpretação? Aqueles que afirmam interpretar esta fala têm oferecido diferentes explicações dos mesmos proferimentos ininteligíveis. Por que diferentes? Eles minimizam esta disparidade por dizer que “Deus deu a uma pessoa uma interpretação da fala e a outra pessoa outra interpretação”. Certa pessoa reconheceu: “Houve ocasiões em que observei que a interpretação não era do tipo exato.” D. A. Hayes, no seu livro The Gift of Tongues (O Dom de Línguas), citou um caso em que um homem se negou a interpretar a fala duma mulher que falava numa língua desconhecida porque “a linguagem era a mais vil das vis”. Que contraste com o falar em línguas que existia no primeiro século e que na realidade se destinava a edificar a congregação! — 1 Coríntios 14:4-6, 12, 18.

      Alguns realmente afirmam hoje ter ouvido interpretações maravilhosas, e eles talvez sinceramente creiam que Deus usa este dom quando “deseja dar uma mensagem direta ao povo”. Mas de que mensagem de Deus necessitamos hoje que Jesus Cristo e os apóstolos já não nos tenham dado? O próprio Paulo, dotado de espírito santo, disse: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” — 2 Timóteo 3:16, 17.

      O fato é que a congregação cristã não está mais na infância, de modo que revelações divinas ou dons milagrosos do espírito não são mais necessários para confirmar o papel que ela desempenha. A Bíblia acautela: “Mesmo que nós ou um anjo do céu vos declarássemos como boas novas algo além [“diferente”, A Bíblia na Linguagem de Hoje] daquilo que vos declaramos como boas novas, seja amaldiçoado.” — Gálatas 1:8.

      Falar milagrosamente em línguas não é mais necessário, e não há nenhuma base bíblica para se crer que isso faça parte do verdadeiro cristianismo. Agora que a Bíblia está completa e amplamente disponível, temos na Palavra de Deus aquilo de que precisamos. Ela nos permite obter um conhecimento exato sobre Jeová e seu Filho, que conduz à vida eterna. — João 17:3; Revelação (Apocalipse) 22:18, 19.

      Mesmo no primeiro século, o apóstolo Paulo se sentiu compelido a escrever à congregação em Corinto para corrigir o conceito dela sobre o motivo de o dom de línguas ter sido dado aos primitivos cristãos. Parece que alguns haviam ficado fascinados com o dom de línguas, e eles agiam como criancinhas, como espiritualmente imaturos. Atribuíam importância demais às “línguas”. (1 Coríntios 14:1-39) Paulo enfatizou que nem todos os cristãos do primeiro século falavam em línguas milagrosas. Não era necessário para a salvação. Mesmo lá naquele tempo, quando existia, o dom de línguas era secundário ao milagroso profetizar. Falar em línguas não era, e não é, um requisito para os cristãos obterem a vida eterna. — 1 Coríntios 12:29, 30; 14:4, 5.

      A Atual Força Por Detrás das Línguas Desconhecidas

      Alguns acreditam que a força impelente por detrás dos que hoje falam em línguas são os líderes carismáticos de Igrejas que induzem os membros do seu rebanho a que procurem adquirir esta habilidade. Em alguns casos, isso tem sido provocado por emocionalismo e desequilíbrio. Cyril G. Williams, em Tongues of the Spirit (Línguas do Espírito), diz que isso se tornou “em muitos casos uma insígnia de elite dentro do grupo” e dá à pessoa “valor e autoridade perante o grupo e também ao seus próprios olhos”. Portanto, a motivação pode ser o desejo de pertencer ao grupo superior dos que falam em línguas desconhecidas.

      O então presidente da Universidade Loyola, Donald P. Merrifield, observou que as “línguas poderiam ser uma experiência histérica, ou, segundo alguns, uma experiência diabólica”. O clérigo Todd H. Fast disse: “As línguas são controversiais. O diabo possui muitos modos de operar para afetar-nos.” A própria Bíblia adverte que Satanás e seus demônios têm a capacidade de influenciar pessoas e controlar sua fala. (Atos 16:17, 18) Jesus agiu contra um espírito demoníaco que havia induzido um homem a gritar e a cair ao chão. (Lucas 4:33-35) Paulo advertiu que ‘Satanás se transformaria em anjo de luz’. (2 Coríntios 11:14) Os que hoje procuram ter o dom de falar em línguas, algo que Deus não mais concede ao seu povo, realmente se expõem a ser enganados por Satanás, o qual, conforme somos avisados, usaria “toda obra poderosa, e sinais e portentos mentirosos”. — 2 Tessalonicenses 2:9, 10.

      Línguas — e o Verdadeiro Cristianismo

      Os cristãos do primeiro século, que receberam o dom de falar em línguas, usaram-no para explicar as coisas magníficas de Deus. Dava-se ênfase à necessidade de interpretar claramente a mensagem transmitida em línguas, para que pudesse ser entendida por todos e para que resultasse na edificação de muitos. (1 Coríntios 14:26-33) Paulo admoestou: “A menos que vós, por intermédio da língua, pronuncieis palavras facilmente entendidas, como se saberá o que se fala? Estareis, de fato, falando ao ar.” — 1 Coríntios 14:9.

      Embora o espírito de Deus concedesse aos primitivos cristãos o dom de línguas, isso não os fazia falar numa balbúrdia incompreensível ou impossível de traduzir. Em harmonia com o conselho de Paulo, o espírito santo providenciou uma fala que resultou em as boas novas serem mais rapidamente “pregadas em toda a criação debaixo do céu”. — Colossenses 1:23.

      Acerca dos presentes últimos dias do atual sistema, Jesus Cristo ordenou: “Em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas [do Reino já estabelecido].” (Marcos 13:10) Como no primeiro século, toda a criação tem de ouvir a mensagem do Reino. Isto é possível porque a Bíblia já foi agora traduzida, por inteiro ou parcialmente, em quase 2.000 línguas. O mesmo espírito que deu aos primitivos cristãos o impulso para falar destemida e corajosamente está agora apoiando a grande e maravilhosa pregação feita pela atual congregação das Testemunhas de Jeová. Elas falam a “língua pura” verbalmente e pelo uso da moderna tecnologia de impressão, para tornar a verdade bíblica disponível pela página impressa. Esta mensagem está sendo divulgada em mais de 200 países e ilhas do mar. Só as Testemunhas de Jeová se destacam como as pessoas movidas pelo espírito de Deus para tornar conhecidas todas as coisas magníficas de Deus. — Sofonias 3:9; 2 Timóteo 1:13.

      [Fotos na página 7]

      Testemunho de porta em porta no Japão

      Testemunho de navio em navio na Colômbia

      Abaixo: Estudo bíblico na Guatemala

      Inferior: Testemunho em zona rural nos Países-Baixos

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