Prepare-se bem

Os turistas sábios planejam suas férias. Não deixam para tirar os documentos e os atestados de saúde necessários para a viagem na última hora. Informar-se sobre prováveis riscos para a saúde ajuda a decidir que medicamentos levar para se prevenir.

Muitos se preparam para viajar a regiões em que a malária é endêmica tomando medicamentos antimaláricos alguns dias antes de partirem. Por segurança, porém, é aconselhável continuar com a medicação durante as férias todas e mesmo por quatro semanas depois de voltar para casa. Isso porque os parasitas da malária permanecem incubados no corpo durante todo esse tempo. Mas há outras precauções indispensáveis a tomar.

O Dr. Paul Clarke, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, aconselha: “É igualmente importante passar repelente de insetos na pele, usar munhequeiras e tornozeleiras com repelentes, mosquiteiros e um vaporizador elétrico de inseticida.” Normalmente é melhor comprar essas coisas antes de sair de férias.

O enjôo torna qualquer viagem desagradável. Qual é a causa do enjôo? Um pesquisador afirma que o enjôo ocorre quando o cérebro se acha sobrecarregado de sinais novos que advêm de se estar num ambiente desconhecido. Se você fica enjoado com o balanço do navio, com a vibração do avião ou com o ronco do motor do carro, tente olhar fixo para algo estável, como o horizonte ou a estrada à frente. Uma boa ventilação lhe dará o oxigênio tão necessário. Em casos graves, um anti-histamínico às vezes alivia os sintomas. Mas nesse caso cabe uma palavrinha de cautela: cuidado com os possíveis efeitos colaterais como sonolência, porque em algumas circunstâncias eles podem pôr sua vida em perigo.

As viagens aéreas longas também apresentam riscos para a saúde, como, por exemplo, a desidratação. Para alguns, a inatividade e ficar sentado num lugar apertado por muito tempo aumentam o risco de formação de coágulos sanguíneos nas pernas. Se o coágulo se deslocar e parar no pulmão ou no coração, as conseqüências podem ser muito perigosas. Portanto, em vôos longos, alguns precisam se exercitar andando no corredor do avião ou flexionando o quadril e os músculos da perna enquanto estão sentados. E para diminuir o risco de desidratação, beba bastante líquido não-alcoólico.

De acordo com certa estimativa, em todo o mundo, pelo menos metade dos milhões de viajantes que anualmente se aventuram a ir ao exterior contrai alguma doença ou se machuca. Assim, nas palavras do Dr. Richard Dawood, redator da Travellers’ Health, “nenhum viajante pode dar-se ao luxo de negligenciar a prevenção de problemas de saúde”. Como o organismo precisa se acostumar com outras cepas de bactéria na atmosfera, nos alimentos e na água, é especialmente importante nos primeiros dias tomar um certo cuidado com o que se come.

“Nunca se deve presumir que o alimento seja seguro”, acautela o Dr. Dawood, “a menos que se saiba que foi recentemente cozido e bem cozido (esterilizado pelo calor) — no caso de carnes, até que percam toda a coloração avermelhada”. Todavia, há que se suspeitar até de pratos quentes. Por isso, “convença-se de que o almoço de hoje não é as sobras do jantar de ontem requentadas e reaproveitadas”.

Assim, se estiver de férias numa área muito diferente de onde você mora, nem sempre poderá comer exatamente na hora, no local que deseja e o que deseja. Certamente um pequeno preço a pagar para se evitar a diarréia, que, segundo relatórios, acomete dois quintos de todos os viajantes internacionais.

Quanto a bebidas, a água vendida em garrafas costuma ser mais segura do que a da torneira. Mas, para evitar problemas, é sábio pedir que abram a garrafa e as latas na sua frente. Também pode ser melhor evitar gelo. Encare-o com suspeita, se não estiver absolutamente certo de que foi feito com água limpa.