SUJATA, de 18 anos, criada numa família vegetariana hindu, achou fácil concordar com essas instruções de Deus sobre alimentação, dadas ao primeiro homem, Adão. Mas, logo perguntou: “Por que, então, as pessoas matam animais para comer, havendo tantos outros tipos de alimento?”

Para Sujata, sua alimentação envolve crenças religiosas. “Fui criada como hindu, crendo na reencarnação”, explica. “Visto que uma alma humana pode voltar como animal, eu considero os animais como meus iguais. Assim, parece errado matá-los para comer.” Outras religiões também defendem a dieta vegetariana.

Alguns, como Sujata, que consideram os animais como iguais do homem, estão fortemente convencidos de que é sempre errado tirar a vida de um animal — mais ainda se for para comer. Não obstante, as Escrituras indicam que Deus diferencia a vida animal da vida humana, e permite o abate de animais por várias razões. Em Israel, um animal podia ser morto, por exemplo, se representasse uma ameaça à vida humana ou ao gado doméstico da pessoa. — Êxodo 21:28, 29; 1 Samuel 17:34-36.

Ao ler a Bíblia pela primeira vez, uma mulher hindu, de 70 anos, achou desagradável a idéia de sacrificar animais. Mas, com mais conhecimento das Escrituras, ela pôde ver que os sacrifícios que Deus ordenava tinham um objetivo. Eles apontavam para o sacrifício de Jesus Cristo, que iria cumprir o requisito legal para o perdão de pecados. (Hebreus 8:3-5; 10:1-10; 1 João 2:1, 2) Em muitos casos, as ofertas serviam também como alimento para os sacerdotes e, às vezes, para os adoradores. (Levítico 7:11-21; 19:5-8) Deus, a quem pertencem todas as criaturas viventes, tinha o direito de instituir tal arranjo, que tinha um objetivo. Naturalmente, depois da morte de Jesus, não mais se exigiam sacrifícios de animais na adoração. — Colossenses 2:13-17; Hebreus 10:1-12.

Na verdade, a convicção de Sujata a respeito dos animais se baseava na sua crença na reencarnação. Nesse respeito, a Bíblia explica que, embora os humanos e os animais sejam almas, a alma não é imortal. (Gênesis 2:7; Ezequiel 18:4, 20; Atos 3:23; Revelação [Apocalipse] 16:3) Como almas, tanto os humanos como os animais morrem e deixam de existir. (Eclesiastes 3:19, 20) Os humanos, porém, têm a bela esperança de ressuscitar, no novo mundo de Deus.b (Lucas 23:43; Atos 24:15) Isso também indica que animais e humanos não são iguais.

“Mesmo assim, por que essa mudança na alimentação?”, Sujata quis saber. O clima da Terra, evidentemente, sofreu mudanças drásticas com o Dilúvio. Se Jeová introduziu a carne na alimentação humana prevendo as necessidades de gerações futuras que viveriam em regiões de pouca vegetação, a Bíblia não diz. Mas, Sujata concordou que o Dono de todas as coisas viventes tinha o direito de fazer uma mudança.

Respeito pela vida animal

Não obstante, Sujata se perguntava: ‘Não devemos, pelo menos, ter certo respeito pela vida animal?’ Sim, devemos. E o Criador de tudo nos disse como fazer isso. “Somente a carne com a sua alma — seu sangue — não deveis comer”, reza o seu decreto em Gênesis 9:4. Por que essa restrição a comer sangue? “Pois a alma [a vida] da carne está no sangue”, diz a Bíblia. (Levítico 17:10, 11) Jeová estipulou: ‘O sangue do animal morto deves derramar na terra, como água.’ — Deuteronômio 12:16, 24.