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Os voluntários estão em toda a parteDespertai! — 2001 | 22 de julho
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Os voluntários estão em toda parte
BAXTER, de 15 anos, estudante do ensino médio, passa as tardes de sábado de uma forma bem inusitada. Ele visita um grupo de idosos numa casa de repouso, toca música e canta com eles. “Ele traz riso, diversão e alegria de viver aos residentes”, diz o professor de Baxter. Lucille, de 78 anos, demonstra bondade similar. Ela distribui alimentos para os necessitados e visita pacientes solitários nos hospitais. Uma amiga de Lucille diz o seguinte sobre ela: “Se houver necessidade e ela puder ajudar, ela ajuda mesmo.”
Definição de voluntariado
Milhões de pessoas ao redor do mundo têm essa mesma filosofia de vida: ‘Ajudar quando há necessidade’. Elas dão uma mão em canteiros de obras, escritórios, fábricas, casas de repouso, albergues, campos de refugiados, abrigos para os sem-teto, departamentos de bombeiros, centros de apoio psicológico, abrigos para animais, e assim por diante. Estão por toda parte! Usam suas habilidades em atividades que vão de mutirões para construir casas a esforços para levantar fundos, de cuidar de bebês abandonados a amparar doentes terminais. São voluntários — pessoas que ajudam os necessitados.
O trabalho voluntário já foi descrito como “um pensamento nobre transformado em ação”. Envolve fatores como compromisso com uma causa, abnegação, ausência de remuneração e demonstração de altruísmo. “O serviço voluntário”, dizem dois voluntários veteranos, envolve “dar de si mesmo: o seu tempo, as mãos e os pés, as idéias, as habilidades para ajudar outra pessoa, nossa capacidade de resolver problemas, nosso conhecimento profissional”. O interessante é que isso também beneficia os voluntários. — Veja o quadro “Também é bom para os voluntários”.
Mais voluntários, maior necessidade
Calcula-se que, nos Estados Unidos, 100 milhões de pessoas realizem trabalho voluntário — e o número está aumentando. “Nossa organização continua crescendo a um ritmo acelerado”, foi o que Kathleen Behrens, diretora-executiva da organização voluntária New York Cares, disse recentemente a Despertai!. “Só no ano passado, mais de 5.000 novos voluntários entraram para o nosso programa.” De modo similar, grupos de voluntários na Europa têm tido aumentos. Por exemplo, na França, o número de voluntários cresceu 6% ao ano nas últimas duas décadas. Mas a necessidade de mais voluntários não diminuiu. Pelo contrário, Voluntários das Nações Unidas (um órgão da ONU) diz que, encarada em âmbito mundial, “a necessidade de mais esforço voluntário é maior do que nunca”. O supervisor de um museu diz: “Os voluntários são o sangue da nossa organização.”
Mas existe um paradoxo. Embora muitos diretores, gerentes e coordenadores que trabalham com voluntários achem que eles “valem seu peso em ouro”, a maior parte do trabalho voluntário não recebe reconhecimento. Para começar a mudar essa situação, as Nações Unidas decidiram usar o ano 2001 para enfocar os trabalhadores voluntários. O quadro “Ano Internacional dos Voluntários” descreve algumas metas que a ONU espera atingir.
Enquanto isso, estão ocorrendo mudanças no voluntariado que representam um desafio tanto para os voluntários como para os que dirigem seu trabalho. Mesmo assim, ainda existem muitas pessoas em todo o mundo dispostas a ajudar outros. O que as motiva a agir assim? O que elas realizam? E como elas podem afetar a sua vida?
[Quadro/Foto na página 4]
Também é bom para os voluntários
“Esforçar-me a favor de outros me trouxe recompensas maiores, mais significativas e muito mais agradáveis do que eu poderia ter obtido se continuasse a me concentrar exclusivamente em minha carreira”, diz Michael, voluntário de tempo parcial. Ele não é o único a se sentir assim. Sharon Capeling-Alakija, coordenadora-executiva dos Voluntários das Nações Unidas, diz: “Em todo o mundo, pessoas que . . . trabalham como voluntárias estão bem cientes de quanto ganham com essa atividade.” O Dr. Douglas M. Lawson, especialista em trabalho voluntário, confirma que pesquisadores constataram que “muitas vezes bastam poucas horas de serviço voluntário para o comportamento fisiológico e o bem-estar psicológico de modo geral melhorarem; tanto que esse estado já foi comparado à euforia que sentem os usuários de drogas”. E essa não é uma sensação passageira. Pesquisadores da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, estudaram um grupo de pessoas por mais de 30 anos e descobriram que “os que faziam serviço voluntário eram mais felizes e mais saudáveis do que os que não faziam”. O interessante é que a Bíblia declara: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” — Atos 20:35; Provérbios 11:25.
[Quadro/Foto na página 5]
Ano Internacional dos Voluntários
Em 20 de novembro de 1997, a Assembléia Geral das Nações Unidas proclamou 2001 o “Ano Internacional dos Voluntários” (AIV 2001). Segundo a ONU, há quatro metas a serem atingidas este ano.
Maior reconhecimento: Os governos são incentivados a reconhecer a importância dos voluntários. Podem fazer isso estudando e registrando suas consecuções e concedendo prêmios para atividades voluntárias notáveis.
Mais facilidade: Os países são incentivados a encorajar o voluntariado, por exemplo, aceitando o serviço voluntário como alternativa ao serviço militar ou dando isenção de certos impostos.
Divulgação: A mídia é convidada a ajudar a divulgar histórias de trabalho voluntário bem-sucedido. Em resultado disso, esses projetos podem ser copiados, “evitando que cada comunidade tenha de começar da estaca zero o mesmo tipo de projeto já empregado por outra”.
Promoção: As organizações voluntárias são incentivadas a programar exposições para informar o público sobre os benefícios que o trabalho voluntário traz à sociedade.
A ONU espera que, em resultado do AIV 2001, aumentem os pedidos de ajuda voluntária, mais pessoas se ofereçam como voluntárias e mais fundos e instalações se tornem disponíveis para que as organizações de serviço voluntário possam lidar com as crescentes necessidades da sociedade. No total, 123 governos ajudam a patrocinar essa resolução da ONU a fim de que ela atinja seus objetivos.
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Voluntários em açãoDespertai! — 2001 | 22 de julho
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Voluntários em ação
TODA sexta-feira à tarde, Sirley, uma professora de meia-idade no Brasil, transforma sua sala de estar numa sala de aula. Por volta das duas horas, chega Amélia, uma de suas alunas. Ela não perde uma aula e já lê melhor do que muitos jovens que cursam o ensino médio. Amélia tem 82 anos.
Ela está indo pelo mesmo caminho de mais de 60 idosos que já se formaram nas aulas gratuitas de alfabetização que Sirley promove em sua cidade natal. Recentemente, o Jornal do Sudoeste, do Brasil, mencionou o trabalho voluntário de Sirley. Depois de mencionar que ela presta “um serviço de enorme cunho social”, o artigo do jornal disse que o método de ensino de idosos usado por Sirley é tão eficaz que “os alunos em apenas 120 horas de aula conseguem escrever carta, ler um jornal, lidar com valores e [cuidar dos] demais afazeres básicos do [dia-a-dia]”. O compêndio que Sirley usa, acrescenta o artigo, é o folheto Aprenda a Ler e a Escrever, produzido pelas Testemunhas de Jeová.a
Sentiam-se constrangidos, hoje levam uma vida digna
Outra aluna de Sirley, Dona Luzia, de 68 anos, conta que antes de aprender a ler e a escrever, tinha vergonha de se comunicar com outros. Até fazer compras era difícil. ‘Hoje consigo escrever cartas para meus parentes de outras cidades e cuido do meu dinheiro. Ninguém mais me passa para trás no troco’, diz ela, sorrindo. Maria, que também tem 68 anos, lembra de como se sentia constrangida de ter de assinar o recibo da aposentadoria com a impressão digital. “Sentia-me quase que uma inválida”, diz ela. Mas graças às aulas de alfabetização, Maria agora assina o próprio nome, “sem constrangimento”.
Os alunos e os que se formaram nas aulas gratuitas de Sirley a elogiam tanto que sua sala de estar já não tem mais lugar. Logo ela vai mudar suas aulas para um lugar mais espaçoso.
Um programa premiado
Sirley é Testemunha de Jeová. Sem dúvida, você conhece a obra educacional bíblica que elas realizam voluntariamente. Mas a história de sucesso de Sirley não é incomum. Aulas de alfabetização realizadas em centenas de Salões do Reino no Brasil inteiro já ajudaram mais de 22.000 pessoas no país a aprender a ler e a escrever.
Programas similares das Testemunhas de Jeová tiveram sucesso em outras partes do mundo. Por exemplo, em Burundi, na África, o Escritório Nacional de Alfabetização de Adultos (um departamento do Ministério da Educação) ficou tão satisfeito com os resultados do programa de alfabetização das Testemunhas que concedeu um prêmio a quatro de seus instrutores pelo “trabalho árduo em ensinar outros a ler”. Os funcionários do governo ficaram especialmente impressionados com o fato de que 75% dos que aprenderam a ler e a escrever eram mulheres adultas, um grupo que, em geral, evita participar nesses programas.
Em Moçambique, 4.000 alunos estão matriculados nas aulas de alfabetização das Testemunhas de Jeová e mais de 5.000 aprenderam a ler e a escrever nos últimos quatro anos. Um ex-aluno escreveu: “Gostaria de expressar quanto apreciei a escola. Graças a ela, agora sei ler e escrever.”
Ajuda humanitária ‘prática e não mecânica’
Outra forma de serviço voluntário prestado pelas Testemunhas de Jeová é a ajuda humanitária. Há pouco tempo, havia muita movimentação num depósito perto de Paris. Uns 400 voluntários passaram o fim de semana enchendo caixas com alimento, roupa e remédios. Quando o fim de semana acabou, nove grandes contêineres cheios de suprimentos no valor de quase um milhão de dólares estavam prontos para ser despachados. Logo depois, o carregamento chegou à África Central, devastada pela guerra, e voluntários locais das Testemunhas rapidamente distribuíram os suprimentos. A maior parte dos suprimentos também foi doada por Testemunhas.
Um jornal da República Democrática do Congo elogiou o trabalho humanitário das Testemunhas de Jeová, dizendo que é “prático e não mecânico”. Funcionários do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) também expressaram seu apoio. Uma funcionária do ACNUR naquele país gostou tanto de ver a atuação organizada das Testemunhas ao prestar ajuda humanitária que pôs seu próprio veículo à disposição dos voluntários. Os moradores locais também ficaram impressionados. Quando notaram a rapidez com que os suprimentos chegavam a todos os necessitados, alguns perguntaram, admirados: “Como é que vocês se organizam para alcançar a todos?”
A ajuda humanitária prestada pelas Testemunhas de Jeová e seus programas de alfabetização são apenas dois exemplos de serviços que elas realizam ao redor do mundo há décadas. Mas as Testemunhas de Jeová também estão envolvidas em outra forma de trabalho voluntário — um serviço que traz benefícios realmente duradouros. O próximo artigo vai analisar isso.
[Nota(s) de rodapé]
a O folheto Aprenda a Ler e a Escrever (disponível em 6 idiomas) e a brochura Aplique-se à Leitura e à Escrita (disponível em 29 idiomas), lançada mais recentemente, são publicados pelas Testemunhas de Jeová. Para obter um exemplar gratuito, entre em contato com o Salão do Reino da sua localidade ou com os editores desta revista.
[Quadro/Foto nas páginas 6, 7]
As novas formas de voluntariado
Enquanto roda o mundo em viagens de negócios, Julie procura sempre arranjar tempo para fazer serviço voluntário — umas horas aqui, um dia em outro lugar. Recentemente, enquanto estava na América do Sul, ela passou uma tarde inteira ajudando em um orfanato perto de Santiago, Chile. Ela diz que as viagens lhe abrem “muitas opções” de serviço voluntário.
Como Julie, um número cada vez maior de voluntários oferece seu tempo, mas em doses cada vez menores. “É uma nova tendência”, diz Sara Meléndez, presidente dum grupo de pesquisa que compila estatísticas sobre trabalho voluntário. “As pessoas se oferecem como voluntárias, mas é só ocasionalmente.” Em conseqüência disso, os organizadores estão sentindo os efeitos do “voluntariado light” — como alguns o chamam depreciativamente — e lutam para conseguir mais pessoal para seus programas.
“Voluntariado flexível”
Alguns organizadores acham que essa nova tendência — usar menos tempo no serviço voluntário — é causada por uma mudança na atitude dos voluntários. “O voluntariado do tipo ‘estou aqui enquanto você precisar’ está morto e enterrado”, diz Susan Ellis, consultora para grupos de voluntários. “As pessoas não querem compromisso.” A jornalista Eileen Daspin concorda. Depois de entrevistar os diretores de diversos grupos voluntários sobre a falta de voluntários, ela concluiu que “o voluntariado passa por uma grave crise de ‘compromissofobia’”.
Mas a diretora da entidade New York Cares, Kathleen Behrens, já citada nesta série, acha que os que prestam serviço voluntário por períodos curtos agem assim, não por não querer compromisso, mas porque não têm tempo. Pessoas que se esforçam para trabalhar 50 horas ou mais por semana e ainda cuidar dos filhos ou de pais idosos simplesmente não conseguem prestar serviço voluntário em base regular. “Mas o mero fato de que essas pessoas ainda encontram tempo em sua agenda cheia para prestar serviços à comunidade”, diz ela, “mostra que seu senso de compromisso na verdade é muito forte”.
Behrens afirma que, para essas pessoas que vivem correndo, o “voluntariado flexível” é a solução. Muitas organizações voluntárias hoje até oferecem projetos de apenas um dia de duração. “Isso permite às pessoas prestar serviços voluntários significativos e ainda ter a flexibilidade de que precisam para fazê-lo em base semi-regular.”
Também, um número crescente de pessoas faz serviço voluntário em casa, no computador, digitando informações e fazendo pesquisas. “O voluntariado on-line”, diz The Wall Street Journal, “é talvez a forma mais incomum — e, segundo alguns, a mais promissora — daquilo que se convencionou chamar de ‘voluntariado flexível’”.
[Quadro/Fotos na página 8]
Ajuda humanitária em Kobe
Quando a próspera cidade portuária de Kobe, no Japão, foi atingida por um terremoto em janeiro de 1995, a destruição foi terrível. Com mais de 5.000 mortos, esse foi o pior terremoto a atingir o Japão desde 1923. As Testemunhas de Jeová naquele país e em todo o mundo começaram imediatamente a reunir ajuda para as vítimas. Foi estabelecido um fundo de assistência às vítimas que recebeu, em apenas três dias úteis, contribuições no valor de mais de um milhão de dólares. Uma quantidade enorme de suprimentos foi enviada a Kobe.
Um ancião cristão, envolvido no trabalho de prestar ajuda humanitária, constatou que seu Salão do Reino logo estava cheio. Havia mais suprimentos do que seriam usados. O que fazer? Ele sugeriu que parte dos suprimentos fosse doada a um hospital da cidade. As Testemunhas de Jeová encheram um furgão e foram para o hospital. Por causa dos escombros no caminho, a viagem que normalmente dura alguns minutos levou horas. Ao chegarem ao seu destino, ofereceram ao médico-chefe os suprimentos, incluindo cobertores, colchões, fraldas, frutas frescas e remédios vendidos sem receita. O médico ficou muito contente e disse que o hospital aceitaria qualquer doação das Testemunhas de Jeová. Em especial, as frutas foram muito bem-vindas porque não havia alimentos frescos em quantidade suficiente para todos os pacientes.
O médico ficou parado, observando em silêncio as Testemunhas descarregarem os suprimentos, apesar de ter muito trabalho urgente para fazer. Depois, humildemente fez uma mesura e agradeceu. Demonstrando quanto estava grato, ele continuou parado, olhando os irmãos partirem. O ancião já mencionado contou que mais tarde aquele hospital se tornou muito cooperador com pacientes Testemunhas de Jeová.
[Quadro/Fotos na página 9]
Serviço voluntário: esforços que dão resultados
Quando um grupo de voluntários em Kabezi, uma pequena comunidade de Burundi, quis construir um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová, o administrador local fez um pedido incomum. Perguntou se as Testemunhas podiam consertar a estrada que passa perto do local proposto para a construção. Elas concordaram em arrumar a estrada danificada, fazendo todo o trabalho à mão. O serviço dos voluntários foi tão bem feito que as autoridades locais agradeceram o trabalho árduo e o espírito disposto. Depois, os voluntários construíram seu Salão do Reino (foto acima). Agora as Testemunhas têm um belo prédio que vai ajudar a promover a educação bíblica por muitos anos. De fato, as muitas formas de serviço voluntário podem ter resultados de longo alcance.
[Fotos nas páginas 6, 7]
Sirley fica contente de poder ensinar outros a ler
[Crédito]
Nelson P. Duarte-Jornal do Sudoeste
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Serviço voluntário que traz benefícios duradourosDespertai! — 2001 | 22 de julho
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Serviço voluntário que traz benefícios duradouros
JESUS CRISTO regularmente fazia o bem aos necessitados. Por exemplo, ele alimentou famintos e curou doentes. (Mateus 14:14-21) Mas a que atividade ele deu prioridade? Um incidente ocorrido no início do ministério de Jesus nos indica a resposta. Está registrado no primeiro capítulo do Evangelho de Marcos.
Enquanto estava em Cafarnaum, perto do mar da Galiléia, Jesus foi levado à casa de Simão, ou Pedro. Ali, “a sogra de Simão estava acamada com febre” e Jesus a curou. (Marcos 1:29-31) Mais tarde uma multidão, incluindo muitas pessoas ‘enfermas com várias doenças’, começou a se aglomerar na porta da casa de Pedro e Jesus também curou aquelas pessoas. (Marcos 1:32-34) Então anoiteceu e todos foram dormir.
Na manhã seguinte, “quando ainda estava escuro”, Jesus se levantou quietamente e saiu da casa, indo “para um lugar solitário”, onde “começou a orar”. Pouco depois, os discípulos também acordaram, olharam para fora e viram uma grande multidão esperando à porta. Mas o que podiam fazer? Não sabiam onde Jesus estava. Rapidamente, Pedro e os que o acompanhavam localizaram Jesus e disseram: “Todos te procuram.” (Marcos 1:35-37; Lucas 4:42) Parece que, na verdade, queriam dizer: “Senhor, o que está fazendo aqui? A cura dos doentes na noite passada foi um grande sucesso. Hoje o senhor terá outra ótima oportunidade!”
Mas note a reação de Jesus: “Vamos a outro lugar, às vilas vizinhas, para que eu pregue também ali.” Essa resposta é significativa. Jesus não retornou à casa de Pedro para curar outros. Ele explicou a razão, dizendo: “É com este objetivo [isto é, pregar] que saí.” (Marcos 1:38, 39; Lucas 4:43) O que Jesus queria ensinar aos discípulos? Fazer boas ações era importante para ele, mas pregar e ensinar a palavra de Deus era sua missão principal. — Marcos 1:14.
Visto que a Bíblia incentiva os cristãos a ‘seguir de perto os passos de Jesus’, os cristãos verdadeiros hoje têm orientações bem claras no que se refere a estabelecer prioridades quanto ao serviço voluntário. (1 Pedro 2:21) Como Jesus, eles ajudam os necessitados, conforme mostrou o artigo anterior. Também como Jesus, eles dão prioridade à obra de ensinar a mensagem da Bíblia: as boas novas do Reino de Deus.a (Mateus 5:14-16; 24:14; 28:19, 20) Mas por que o serviço voluntário de ensinar às pessoas a mensagem da Bíblia deveria ter prioridade sobre outras formas de trabalho voluntário?
Por que e como o ensino da Bíblia é benéfico
O seguinte provérbio asiático indica a resposta: “Se você faz planos para daqui a um ano, semeie. Se faz planos para daqui a dez anos, plante árvores. Se faz planos para daqui a cem anos, eduque as pessoas.” De fato, para se obter soluções duradouras, a educação é vital porque desenvolve a capacidade da pessoa de tomar decisões que melhorarão sua vida. É por isso que hoje mais de seis milhões de voluntários empregam seu tempo, seus esforços e seus recursos — em período integral ou parcial — para fornecer educação bíblica gratuita ao público. Esse programa voluntário conduzido pelas Testemunhas de Jeová, e cuja eficácia já foi comprovada, tem um impacto positivo em comunidades por todo o mundo. Como?
À medida que são ajudadas a entender e seguir os conselhos práticos da Bíblia, as pessoas ficam mais bem preparadas para lidar com os problemas da vida. Desenvolvem a força moral necessária para se livrar de hábitos nocivos. Nélson, um jovem brasileiro, destaca outro benefício da educação bíblica: “Desde que comecei a estudar a Bíblia com as Testemunhas de Jeová, passei a saber o que é alegria, porque agora minha vida tem objetivo.” (Eclesiastes 12:13) Centenas de milhares de pessoas jovens e idosas que recentemente começaram a estudar a Palavra de Deus concordam com os sentimentos de Nélson. Além de ajudar os estudantes a encontrar um objetivo satisfatório na vida, a mensagem do Reino de Deus dá uma esperança que motiva a pessoa, que faz a vida valer a pena, mesmo nas circunstâncias mais provadoras. (1 Timóteo 4:8) — Veja o quadro “O que o Reino de Deus fará de bom”.
A educação bíblica fornecida pelas Testemunhas de Jeová é uma forma de serviço voluntário com benefícios duradouros. Por quanto tempo vão durar esses benefícios? A Palavra de Deus declara: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” ( João 17:3) Imagine, participar num programa cujos benefícios são eternos! Esse é um serviço voluntário que realmente ajuda as pessoas. Gostaria de aprender mais sobre esse programa? Então, contate as Testemunhas de Jeová na sua comunidade. Você não vai se arrepender de aceitar esse convite!
[Nota(s) de rodapé]
a As Testemunhas de Jeová encaram sua obra de pregação do mesmo modo que o apóstolo Paulo: como uma necessidade para os cristãos verdadeiros. Paulo disse: “Se eu, agora, estou declarando as boas novas, não é razão para me jactar, pois me é imposta a necessidade.” (1 Coríntios 9:16) Mesmo assim, sua obra de pregação é voluntária porque elas escolheram por livre e espontânea vontade se tornar discípulos de Cristo, sabendo de todas as responsabilidades que acompanham esse privilégio.
[Destaque na página 11]
“Se você faz planos para daqui a um ano, semeie. Se faz planos para daqui a dez anos, plante árvores. Se faz planos para daqui a cem anos, eduque as pessoas”
[Quadro/Fotos na página 10]
Ela presta ajuda e leva esperança
Nadine, uma enfermeira francesa de 43 anos que se especializa em doenças tropicais, trabalha como voluntária na África Central. “As pessoas me perguntam por que eu faço isso”, disse ela em uma entrevista recente. “Acredito em Deus, amo as pessoas e quero dar de mim. E visto que sou Testemunha de Jeová, me sinto motivada a prestar tanto ajuda prática como a levar esperança aos que sofrem.” Enquanto trabalha como voluntária na África, além de prestar ajuda humanitária Nadine usa parte do tempo para participar na obra de educação bíblica realizada pelas Testemunhas de Jeová locais.
[Fotos]
Nadine na África
[Quadro na página 12]
O que o Reino de Deus fará de bom
Queira ler os seguintes textos na sua Bíblia e veja como Deus promete satisfazer as necessidades humanas nos seguintes campos:
Saúde: “Enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” — Revelação (Apocalipse) 21:4; Isaías 33:24; 35:5, 6.
Educação: “Não se fará dano, nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” — Isaías 11:9; Habacuque 2:14.
Desemprego: “Hão de construir casas e as ocuparão; e hão de plantar vinhedos e comer os seus frutos. Não construirão e outro terá morada; não plantarão e outro comerá. . . . Não labutarão em vão.” — Isaías 65:21-23.
Alimento: “A própria terra dará certamente a sua produção; Deus, nosso Deus, nos abençoará.” — Salmo 67:6; 72:16; Isaías 25:6.
Problemas sociais: “Jeová destroçou o bastão dos iníquos . . . A terra inteira chegou a descansar, ficou sossegada.” — Isaías 14:5, 7.
Justiça: “Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes, governarão como príncipes para o próprio juízo.” — Isaías 11:3-5; 32:1, 2.
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