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Despertai! — 1996
g96 22/4 pp. 4-7

Quem trará paz duradoura?

“Transformarão suas espadas em relhas de arado e suas lanças em podadeiras: não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerra.”

O TEXTO bíblico acima é de Isaías, capítulo 2, versículo 4, na versão Rei Jaime da Bíblia em inglês. O Human Development Report 1994 (Relatório de Desenvolvimento Humano de 1994), publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), citou essas palavras e acrescentou: “Parecia que o tempo para o cumprimento dessa profecia havia chegado com o fim da guerra fria [em 1990]. Mas até agora essa esperança é pura ilusão.”

Corte nos efetivos

Um fator que ofusca as esperanças de paz é que a mudança no clima político internacional não foi acompanhada por grandes reduções nos gastos militares. Houve cortes, sim. Segundo dados da ONU, os gastos militares globais caíram do recorde de 995 bilhões de dólares, em 1987, para 815 bilhões de dólares, em 1992. Ainda assim, 815 bilhões de dólares é uma cifra altíssima. Equivale aproximadamente à renda, em conjunto, de metade da população mundial!

Outro fator que coopera contra o desarmamento é o conceito que vincula poderio militar a segurança. Assim, embora a Guerra Fria tenha acabado, muitas pessoas em nações industrializadas alegam que os gastos com a segurança nacional devem permanecer em níveis elevados. James Woolsey, quando era diretor da Central Intelligence Agency (o serviço de inteligência dos Estados Unidos), disse ao Congresso americano, em fevereiro de 1993: “Abatemos um enorme dragão [a URSS], mas vivemos agora numa selva infestada por uma estonteante variedade de cobras venenosas.”

Nos países em desenvolvimento, a justificativa para os altos gastos militares também é deter um ataque de países que são encarados como possíveis dragões e cobras venenosas. Mas, na realidade, comentou o UNDP, “os países em desenvolvimento travaram poucas guerras internacionais, e muitos usam suas forças armadas para reprimir o povo”. De fato, o relatório do UNDP explicou: “Nos países em desenvolvimento, as possibilidades de a pessoa morrer por negligência social (de desnutrição e doenças evitáveis) são 33 vezes maiores do que de morrer numa guerra provocada por outro país. No entanto, existem, em média, 20 soldados para cada médico. De qualquer forma, é mais provável que os soldados reduzam a segurança pessoal, não que a aumentem.”

Comércio internacional de armas

Durante a Guerra Fria, as duas superpotências vendiam armas aos aliados a fim de consolidar coalizões, conseguir bases militares e manter o poder. Os exércitos de muitas nações fortaleceram-se. Atualmente, por exemplo, 33 países possuem mais de 1.000 tanques cada um.

Agora que acabou a Guerra Fria, a justificativa política e estratégica para a venda de armas perdeu a força. No entanto, os incentivos econômicos permanecem fortes. Pode-se ganhar muito dinheiro com isso! Assim, ao passo que a demanda interna de armas diminui, os fabricantes de armamentos persuadem o governo a crer que a única maneira de preservar empregos e manter a economia saudável é exportar armas.

A revista World Watch comenta: “O paradoxo está em que as superpotências estão desativando seus grandes mísseis nucleares e ao mesmo tempo procurando urgentemente um jeito de vender mais bombas e armas convencionais a quase qualquer um que queira comprá-las.” E as cifras? Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz, de Estocolmo, o valor das armas convencionais vendidas no mercado internacional, de 1988 a 1992, foi de 151 bilhões de dólares. O maior exportador foram os Estados Unidos, seguidos por países da ex-União Soviética.

Continua a ameaça nuclear

E a ameaça nuclear? Os Estados Unidos e a União Soviética (ou seus Estados sucessores) assinaram o Tratado das Forças Nucleares de Médio Alcance, em 1987, e os dois Tratados para Redução de Armas Estratégicas (START), em 1991 e 1993.

Os tratados START proibiam a existência de mísseis baseados em terra com mais de uma ogiva e exigiam a eliminação, até o ano 2003, de aproximadamente três quartos das ogivas nucleares em todos os sistemas de disparo. Mas, embora a ameaça de uma guerra nuclear, a Terceira Guerra Mundial, tenha diminuído, ainda existem vastos arsenais de armas nucleares — suficientes para destruir toda a vida na Terra várias vezes.

A desmontagem dessas armas aumenta as possibilidades de roubo de material nuclear. A Rússia, por exemplo, desmonta e estoca cerca de 2.000 ogivas por ano, recuperando esferas de plutônio do tamanho da mão fechada. Uma esfera de plutônio, cuja fabricação requer muito dinheiro e tecnologia, é o principal componente da bomba nuclear. Uma vez que as esferas de plutônio ficam encapsuladas em blindagens de aço que bloqueiam a radioatividade, existe a possibilidade de o ladrão esconder uma no bolso. O terrorista que adquirisse uma esfera de plutônio já pronta poderia envolvê-la num mecanismo de detonação para recriar uma bomba tremendamente poderosa.

Outra preocupação é a ameaça da disseminação de armas nucleares para mais e mais países. Cinco nações são reconhecidamente potências nucleares: China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos. E acredita-se que vários outros países também têm condições de desenvolver armas nucleares em bem pouco tempo.

Ao passo que cada vez mais nações adquirem armas nucleares, a possibilidade de alguém usá-las aumenta. Não é sem motivo que as pessoas temem o uso dessas armas assustadoras. Como diz o livro The Transformation of War (A Transformação da Guerra), “tão imenso é seu potencial que elas fazem as armas convencionais parecer ridículas”.

Desarmamento e paz

Mas como seriam as coisas se as nações eliminassem suas sofisticadas armas de destruição? Será que isso garantiria um mundo pacífico? De modo algum. O historiador militar John Keegan comenta: “Desde 9 de agosto de 1945 as armas nucleares não matam ninguém. Os 50.000.000 que morreram em guerras desde aquela data foram, na maior parte, mortos por armas baratas, produzidas em massa, e munição de pequeno calibre, cujo custo é pouco maior que o dos rádios transistorizados e baterias secas que inundaram o mundo no mesmo período.”

Um exemplo recente do uso de armas fabricadas sem alta tecnologia é a matança em Ruanda, país sobre o qual The World Book Encyclopedia (1994) diz: “A maioria das pessoas segue a religião católica. . . . A Igreja Católica Romana e outras igrejas cristãs são responsáveis por quase todas as escolas primárias e secundárias.” No entanto, meio milhão de pessoas foram mortas em Ruanda com machetes. Para que haja paz mundial, é óbvio que é preciso algo mais do que a redução de armas convencionais e nucleares. E também é preciso algo mais além dos ensinos das religiões.

Aumentam as rivalidades étnicas

Sadako Ogata, a alta comissária da ONU para os refugiados, disse recentemente: “Logo depois da Guerra Fria achamos que todos os problemas estariam resolvidos. Não percebemos que havia algo mais envolvido na Guerra Fria: as superpotências proporcionavam ordem ou impunham ordem em suas respectivas zonas de influência. . . . Por isso, agora, no período pós-Guerra Fria, vemos a explosão de conflitos étnicos do tipo bem mais tradicional, latente, talvez como antes da Primeira Guerra Mundial.”

Arthur Schlesinger, historiador e escritor agraciado com o prêmio Pulitzer, diz algo parecido: “Quando acaba um motivo de ódio, começa outro. O fim da tirania da repressão ideológica na Europa Oriental e na ex-União Soviética libera antagonismos étnicos, nacionalistas, religiosos e lingüísticos reprimidos e profundamente arraigados na História e na memória. . . . Se o século 20 é o século da guerra de ideologias, o século 21 começa como o século da guerra de etnias.”

Segundo estatística das Nações Unidas, entre 1989 e 1992 houve 82 conflitos armados, a maioria dos quais em países em desenvolvimento. Em 1993, 42 países tiveram grandes conflitos e em outros 37 países houve violência política. Enquanto isso, as Nações Unidas — com o orçamento estrangulado — debatiam-se sem muito sucesso, alcançando seus objetivos em apenas 17 operações de paz. É evidente que o homem tem de recorrer a outra fonte para conseguir um mundo pacífico.

Problemas cada vez maiores

Cada vez menos pessoas encaram o futuro com otimismo; o que lhes ocorre é um mau pressentimento. A capa da edição de fevereiro de 1994 da revista The Atlantic Monthly sintetiza uma previsão para as décadas à frente: “Nações quebram com as sucessivas torrentes de refugiados de desastres ambientais e sociais. . . . Travam-se guerras por recursos escassos, especialmente água, e a guerra torna-se contínua com o crime, ao passo que os saqueadores sem-pátria, em bandos e armados, chocam-se com a segurança particular das elites.”

Será isso um indício de que paz duradoura é uma coisa inalcançável? De forma alguma! O próximo artigo explica por que podemos encarar o futuro com confiança.

[Quadro na página 5]

Religião: Força pela paz?

Quando as nações entram em guerra, as religiões abandonam os ensinos de paz e fraternidade. Com respeito à situação na Primeira Guerra Mundial, o general-de-brigada britânico Frank P. Crozier disse: “As igrejas cristãs são os melhores fomentadores da ânsia de sangue que temos, e fizemos delas livre uso.”

O papel da religião na guerra tem sido o mesmo ao longo das eras. O historiador católico E. I. Watkin reconheceu: “Dolorosa como seja tal admissão, não podemos, nos interesses duma falsa instrução, ou de lealdade desonesta, negar ou desconsiderar o fato histórico de que os bispos apoiaram constantemente todas as guerras travadas pelo governo de seu país.” E um editorial no jornal Sun de Vancouver, Canadá, comentou: “É uma fraqueza de talvez toda religião organizada a igreja seguir a bandeira . . . Que guerra já foi travada em que não se afirmasse que Deus estava em cada um dos lados?”

É evidente que as religiões não são uma força pela paz; elas promovem guerras e matanças, como o massacre em Ruanda ilustra tão bem.

[Quadro na página 6]

A futilidade da guerra

No livro I Found No Peace (Não Encontrei Paz), publicado em 1936, o correspondente internacional Webb Miller escreveu: “É surpreendente, mas só vim a me aperceber do horror cataclísmico da [Primeira Guerra Mundial], toda a sua impressionante obscenidade e futilidade exatamente oito anos depois do cessar-fogo.” Nessa ocasião, ele voltou ao campo de batalha de Verdun, onde, segundo ele, 1.050.000 homens morreram.

“Na guerra eu fui logrado, junto com milhões de outras pessoas”, escreveu Miller. “A Guerra Mundial conseguiu apenas ser o berço de novas guerras. Oito milhões e meio de homens morreram em vão, dezenas de milhões passaram por horrores indescritíveis e centenas de milhões sofreram perdas na família, privações e infelicidade. E tudo isso aconteceu sob o efeito de uma estupenda ilusão.”

Três anos depois da publicação desse livro começou a Segunda Guerra Mundial. O jornal The Washington Post comentou: “As guerras do século 20 foram ‘guerras totais’ contra combatentes e civis sem discriminação. . . . As guerras dos bárbaros dos séculos passados eram brigas de rua em comparação.” Segundo estimativas de certa autoridade, 197 milhões de pessoas morreram desde 1914 em guerras e insurreições civis.

No entanto, nem todas as guerras e insurreições resultaram em paz e felicidade. Como disse The Washington Post, “até agora, neste século, nenhum sistema político ou econômico pacificou ou satisfez os milhões de desassossegados”.

[Foto na página 7]

Essa mãe foi uma das centenas de milhares de pessoas massacradas em Ruanda, muitas das quais foram mortas por correligionários

[Crédito]

Albert Facelly/Sipa Press

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