Seção 6

Seus pais

Os pais têm a experiência de vida a favor deles. Eles já passaram pelo período confuso das mudanças físicas e emocionais que fazem parte da adolescência. Em tese, eles deveriam estar em melhores condições de orientar você durante esse período. Às vezes, porém, os pais talvez pareçam parte do problema — não a solução. Por exemplo, pode ser que você se confronte com um dos seguintes desafios:

□ Meus pais nunca param de me criticar.

□ Um dos meus pais é alcoólatra ou viciado em drogas.

□ Meus pais estão sempre brigando.

□ Meus pais se separaram.

Os Capítulos 21-25 o ajudarão a lidar com esses e outros problemas.

Capítulo 21

Como posso lidar com as críticas?

“Minha mãe parecia um detetive — sempre procurando falhas no que eu fazia. Antes de eu poder terminar uma tarefa, ela inspecionava meu trabalho à procura de erros.” — Craig.

“Meus pais só me davam sermão. Diziam que parecia que eu não conseguia me organizar. Escola, casa, congregação — eles não me deixavam em paz.” — James.

VOCÊ tem a impressão de que seus pais nunca ficam satisfeitos com o que você faz? Acha que todos os seus movimentos são examinados por meio de uma lupa — que você está sendo vigiado e avaliado constantemente, mas nunca é aprovado?

Qual destas frases você escuta com mais frequência?

□ Seu quarto vive bagunçado.

□ Você assiste demais à televisão.

□ Você fica acordado até muito tarde.

□ Você nunca se levanta na hora certa.

Na linha abaixo, escreva a crítica ou a cobrança feita por seus pais que você acha mais irritante.

․․․․․

É verdade que ordens e críticas podem deixar você irritado. Mas pense no seguinte: se você nunca recebesse conselhos ou disciplina, não acharia que seus pais não se importam com você? (Hebreus 12:8) Na verdade, a disciplina é uma demonstração de que seus pais amam você. A Bíblia diz que o pai repreende “o filho em quem tem prazer”. — Provérbios 3:12.

Então, você pode ser grato por seus pais se preocuparem com você a ponto de se esforçarem para corrigi-lo. Afinal, você é jovem e relativamente inexperiente. Mais cedo ou mais tarde, a correção será necessária. Sem orientação, você poderia facilmente ser vencido pelos “desejos pertinentes à mocidade”. — 2 Timóteo 2:22.

Mas isso magoa!

É claro que “nenhuma disciplina parece no momento ser motivo de alegria, mas sim de pesar”. (Hebreus 12:11) Esse é o caso principalmente quando se é jovem. E não é para menos! Sua personalidade está se definindo. Você ainda está amadurecendo e descobrindo quem é. De modo que a crítica, mesmo quando bem pensada e dita de maneira bondosa, pode causar ressentimento.

Essa reação é compreensível, porque o valor que você dá a si mesmo pode facilmente ser influenciado por aquilo que os outros dizem a seu respeito. E a opinião dos seus pais, em especial, afeta muito sua autoestima. Assim, quando seus pais o corrigem ou reclamam da maneira que você faz uma coisa, isso pode ser arrasador.

Então, deveria concluir que nada do que faz deixa seus pais satisfeitos ou que você é um completo fracasso só porque eles lhe mostraram algumas de suas falhas? Não. Todos os humanos estão muito longe da perfeição. (Eclesiastes 7:20) Além disso, cometer erros faz parte do processo de aprendizagem. (Jó 6:24) Mas e se parece que seus pais têm muito a dizer quando você faz algo errado e pouco a dizer quando você faz algo certo? Isso pode magoar. Mesmo assim, isso não significa que você é um completo fracasso.

Por trás da crítica

Às vezes, pode ser que um de seus pais pareça crítico demais por estar de mau humor e não porque você fez uma coisa errada. Será que sua mãe teve um dia difícil? Ela está lutando com uma doença? Então, pode ser que ela reclame mais do que o normal se seu quarto não estiver bem arrumado. Será que seu pai está irritado e frustrado com algum problema financeiro? Então, ele poderia falar sem pensar “como que com as estocadas duma espada”. (Provérbios 12:18) Deve-se admitir que essas críticas injustas irritam. Mas em vez de ficar remoendo a injustiça — o que só vai fazer você ficar mais triste —, tente perdoar as falhas de seus pais. Lembre-se: “Todos nós tropeçamos muitas vezes. Se alguém não tropeçar em palavra, este é homem perfeito.” — Tiago 3:2.

Como humanos imperfeitos, os pais também podem sentir que não conseguem fazer nada direito e sofrer com isso. De fato, as falhas que você comete podem fazê-los sentir como se eles tivessem falhado. Por exemplo, uma mãe pode criticar a filha quando esta tira notas baixas. Mas, na verdade, a mãe pode estar pensando: ‘Estou fracassando como mãe por não conseguir motivar minha filha a ser bem-sucedida.’

Manter a calma sob fogo cruzado

Qualquer que seja o motivo por trás da crítica, o que importa é: ‘Como você pode lidar com ela?’ Primeiro, tenha cuidado para não responder com raiva. Provérbios 17:27 diz: “Quem refreia as suas declarações é possuído de conhecimento e o homem de discernimento é de espírito frio.” Como você pode manter o “espírito frio” quando está sob fogo cruzado? Tente fazer o seguinte:

Escute. Em vez de logo justificar suas ações ou dizer que é inocente, procure controlar suas emoções e escutar o que seus pais têm a dizer. O discípulo Tiago disse aos cristãos para serem ‘rápidos no ouvir, vagarosos no falar, vagarosos no furor’. (Tiago 1:19) Se, com raiva, você interromper seus pais enquanto eles estiverem falando com você, eles vão pensar que não está prestando atenção. Isso os deixará frustrados e com certeza levará a mais conselhos, não a menos.

Concentre-se. Em certas ocasiões, você pode achar que seus pais não lhe deram o conselho de forma bondosa. Em vez de ficar pensando no modo como eles falaram, concentre-se no que disseram. Pergunte-se: ‘Que parte dessa crítica reconheço que é verdade? Já ouvi meus pais reclamarem disso antes? O que me custaria fazer o que eles querem?’ Lembre-se: independentemente do que pareça ser no momento, a preocupação de seus pais é motivada por amor. Se eles odiassem mesmo você, não o disciplinariam. — Provérbios 13:24.

Reformule. Se você repetir o conselho de seus pais em suas palavras, de forma respeitosa, isso lhes garantirá que você os ouviu. Por exemplo, um de seus pais talvez diga: “Seu quarto vive bagunçado. Se você não o arrumar, vai ficar de castigo!” Para você, não há nada de errado com seu quarto. Mas dizer isso dificilmente será de ajuda. Tente ver as coisas do ponto de vista dos seus pais. Seria melhor dizer, sem ironia, algo como: “Tem razão. Meu quarto está desarrumado. Prefere que eu arrume agora ou depois do jantar?” Quando você reconhece assim as preocupações de seus pais, é mais provável que o clima fique menos tenso. É claro que então você terá de fazer o que eles disseram. — Efésios 6:1.

Espere. Deixe para se justificar depois de ter feito o que seus pais pediram. “Quem refreia seus lábios age com discrição”, diz a Bíblia. (Provérbios 10:19) Quando eles notarem que você realmente os escutou, estarão bem mais dispostos a ouvi-lo.

Anote aqui em qual dos quatro passos mencionados você mais precisa melhorar. ․․․․․

Por que vale a pena o esforço

Você estaria disposto a passar por dificuldades para encontrar uma fortuna em ouro? Bem, a Bíblia diz que a sabedoria vale muito mais do que qualquer tesouro. (Provérbios 3:13, 14) Como se tornar sábio? Provérbios 19:20 diz: “Escuta o conselho e aceita a disciplina, para que te tornes sábio no teu futuro.” É verdade que o conselho e a disciplina podem não ser muito agradáveis. Mas, se encontrar e usar as ‘pepitas’ de sabedoria nas críticas que recebe, você ganhará um tesouro muito mais valioso do que ouro.

A verdade é: críticas fazem parte da vida. Você já precisa lidar com as críticas vindas dos seus pais e professores. No futuro, sem dúvida, terá de lidar com as críticas que partem de patrões e de outros. Aprenda a lidar com as críticas em casa e você será um bom aluno, um bom empregado e uma pessoa mais confiante. Com certeza, vale a pena enfrentar um pouco de crítica para alcançar esses resultados.

TEXTO-CHAVE

“O sábio escutará e absorverá mais instrução.” — Provérbios 1:5.

SUGESTÃO

Para ajudá-lo a aceitar a correção de seus pais:

● Seja grato por qualquer elogio que receber com a crítica.

● Peça explicação caso não entenda claramente qual é o problema ou o que eles esperam de você.

VOCÊ SABIA . . . ?

Alguns pais têm dificuldade de tratar os filhos com amor porque eles mesmos não receberam dos próprios pais amor e compreensão suficientes.

PLANO DE AÇÃO!

Da próxima vez que meus pais me criticarem, eu vou ․․․․․

Se eu achar que meus pais estão sendo críticos demais, eu vou ․․․․․

Eu gostaria de perguntar aos meus pais o seguinte sobre esse assunto: ․․․․․

COMO RESPONDERIA?

● Por que você talvez ache difícil aceitar críticas?

● O que pode levar seus pais a criticarem você?

● Como você pode se beneficiar ao máximo dos conselhos que recebe?

[Destaque na página 177]

“Por toda a minha vida, era minha mãe berrando e eu respondendo a ela. Mas agora tento pôr em prática o que a Palavra de Deus diz. Isso dá certo. Minha mãe começou a mudar de atitude. Por aplicar aquilo que a Bíblia diz, passei a entendê-la melhor. Nosso relacionamento melhorou.” — Marlene

[Foto na página 180]

Se extrair as pepitas de sabedoria das críticas que recebe, você ganhará um tesouro muito mais valioso do que ouro

Capítulo 22

Por que tantas regras?

Mencione algumas regras que existem em sua casa.

Você acha que as regras familiares são sempre justas?

□ Sim □ Não

Que regra você acha mais difícil obedecer?

REGRAS FAMILIARES, como às vezes são chamadas, são as coisas que você pode ou não fazer e que foram estabelecidas por seus pais. Talvez incluam normas sobre deveres escolares, obrigações domésticas e hora de chegar em casa, além de restrições quanto ao uso do telefone, da TV ou do computador. Pode ser que essas regras não se limitem ao que você faz em casa, mas incluam também seu comportamento na escola e sua escolha de amigos.

Acha que essas restrições tiram sua liberdade? Talvez você se identifique com os seguintes jovens:

“Ficava louco da vida por ter hora de voltar para casa! Odiava quando outros podiam chegar em casa mais tarde do que eu.” — Allen.

“É horrível ter alguém controlando suas chamadas no celular. Sinto que estou sendo tratada como criança!” — Elizabeth.

“Eu achava que meus pais estavam tentando destruir minha vida social, como se eles não quisessem que eu tivesse amigos.” — Nicole.

Embora os jovens frequentemente desobedeçam às regras estabelecidas por seus pais, a maioria dos jovens reconhece que é preciso algumas restrições para evitar o completo caos. Mas, se as regras familiares são necessárias, por que algumas delas são tão irritantes?

“Não sou mais criança!”

Você talvez se irrite com as regras por achar que está sendo tratado como criança. Sente vontade de gritar: “Não sou mais criança!” Com certeza, seus pais acham que essas regras são vitais para protegê-lo e prepará-lo para as responsabilidades da vida adulta.

Mesmo assim, pode parecer que as regras de sua casa não “cresceram” com você. Talvez se sinta restringido, assim como uma jovem chamada Brielle, que disse a respeito de seus pais: “Eles se esqueceram completamente o que é ter a minha idade. Não querem que eu dê minha opinião, faça escolhas ou seja adulta.” Uma jovem chamada Allison tem uma opinião parecida. “Parece que meus pais não entendem que eu tenho 18 anos e não 10”, diz Allison. “Eles deviam confiar mais em mim.”

Pode ser mais difícil obedecer às regras familiares se achar que seus irmãos têm menos restrições que você. Por exemplo, lembrando-se de quando era adolescente, Matthew diz o seguinte sobre sua irmã mais nova e suas primas: “As meninas não eram punidas mesmo quando faziam coisas bem erradas!”

Melhor sem regras?

É compreensível que você talvez queira viver livre da autoridade de seus pais. Mas será que sua vida seria realmente melhor sem as restrições deles? É provável que você conheça jovens de sua idade que podem ficar fora de casa até a hora que quiserem, vestir qualquer roupa que tiverem vontade e sair com os amigos quando e para onde escolherem. Talvez os pais deles estejam ocupados demais para saber o que os filhos estão fazendo. Seja como for, a Bíblia mostra que essa maneira de criar filhos não dá certo. (Provérbios 29:15) Hoje, a falta de amor no mundo existe principalmente por causa das pessoas egoístas, muitas delas tendo crescido em lares sem regras. — 2 Timóteo 3:1-5.

Em vez de invejar os jovens que têm liberdade para fazer o que querem, tente encarar as regras de seus pais como prova do amor e da preocupação deles por você. Quando estabelecem limites razoáveis, eles estão imitando a Jeová Deus, que disse ao seu povo: “Eu te farei ter perspicácia e te instruirei no caminho em que deves andar. Vou dar conselho com o meu olho fixo em ti.” — Salmo 32:8.

Às vezes, porém, você pode se sentir sobrecarregado pelas regras de seus pais. Como pode conseguir um pouco de alívio?

Comunicação eficaz

Se você quer ter mais liberdade, ou se apenas quer se sentir menos frustrado com a liberdade que tem hoje, a chave é a boa comunicação. Alguns talvez digam: ‘Mas eu já tentei falar com meus pais, e simplesmente não deu certo!’ Se é assim que você pensa, pergunte-se: ‘Será que eu não poderia me comunicar melhor?’ A comunicação é uma ferramenta vital que pode (1) ajudar as pessoas a compreendê-lo, ou (2) ajudá-lo a compreender por que o seu pedido foi recusado. De fato, se quiser receber os privilégios de um adulto, você deve aprender a se expressar como adulto. Como fazer isso?

Aprenda a controlar suas emoções. A boa comunicação requer autodomínio. A Bíblia diz: “Todo o seu espírito é o que o estúpido deixa sair, mas aquele que é sábio o mantém calmo até o último.” (Provérbios 29:11) Assim, evite choradeira, ficar emburrado e espernear como uma criança. Deve-se admitir que você talvez tenha vontade de bater a porta ou de sair batendo os pés pela casa quando seus pais lhe impõem uma regra. No entanto, esse tipo de comportamento provavelmente resultará em mais regras, não em mais liberdade.

Tente entender o ponto de vista de seus pais. Tracy, uma jovem cristã que é criada apenas pela mãe, acha que isso ajuda. Ela diz: “Eu me pergunto: ‘O que minha mãe quer com essas regras?’” A conclusão de Tracy? “Ela está tentando me ajudar a ser uma pessoa melhor.” (Provérbios 3:1, 2) Entender a preocupação de seus pais vai ajudá-lo a se comunicar bem com eles.

Por exemplo, suponha que seus pais relutem em deixá-lo ir a uma determinada festa. Em vez de discutir, você pode perguntar: “E se um amigo maduro e de confiança for comigo?” Pode ser que, mesmo assim, seus pais não atendam ao seu pedido; mas se você entender a preocupação deles, será mais fácil sugerir uma alternativa aceitável.

Aumente a confiança que seus pais têm em você. Imagine um homem que deve dinheiro a um banco. Se ele mantiver os pagamentos em dia, vai ganhar a confiança do banco, que poderá até lhe dar mais crédito no futuro. Algo parecido acontece na família. Você deve obediência a seus pais. Se provar que é confiável, mesmo nas coisas pequenas, é provável que seus pais confiem mais em você no futuro. É claro que se você desapontar seus pais vez após vez, não deve se surpreender caso eles reduzam ou até cortem sua “linha de crédito”.

Quando uma regra é quebrada

Mais cedo ou mais tarde, você passará dos limites — não cumprirá suas obrigações em casa, falará muito tempo no telefone ou chegará em casa depois da hora determinada. (Salmo 130:3) Então vai precisar se explicar aos seus pais. O que você pode fazer para que uma situação ruim não fique ainda pior?

Diga a verdade. Não invente histórias. Isso só vai abalar qualquer confiança que seus pais ainda tiverem em você. Por isso, seja honesto e específico sobre os detalhes. (Provérbios 28:13) Evite justificar ou minimizar o que aconteceu. E sempre se lembre de que “uma resposta, quando branda, faz recuar o furor”. — Provérbios 15:1.

Peça desculpas. Seria apropriado dizer a seus pais que sente muito por tê-los preocupado ou desapontado, ou por lhes ter dado trabalho extra. Isso talvez reduza a severidade do seu castigo. Mas seu arrependimento deve ser sincero.

Aceite as consequências. (Gálatas 6:7) A sua primeira reação pode ser discutir a disciplina recebida, ainda mais se achar que ela é injusta. No entanto, assumir a responsabilidade pelas suas ações é sinal de maturidade. A melhor coisa a fazer talvez seja se esforçar para recuperar a confiança de seus pais.

Escreva em qual dos três pontos anteriores você mais precisa melhorar. ․․․․․

Lembre-se de que seus pais têm a responsabilidade de exercer certo controle sobre suas ações. Assim, a Bíblia fala do “mandamento de teu pai” e da “lei de tua mãe”. (Provérbios 6:20) Apesar disso, você não deve achar que as regras familiares vão estragar sua vida. Pelo contrário, se você se submeter à autoridade de seus pais, Jeová promete que, a longo prazo, você ‘irá bem’. — Efésios 6:1-3.

LEIA MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO NO VOLUME 1, CAPÍTULO 3

TEXTO-CHAVE

“Honra a teu pai e a tua mãe . . . para que te vá bem.” — Efésios 6:2, 3.

SUGESTÃO

Se você quer que seus pais lhe deem mais liberdade, primeiro precisa criar um histórico de obediência. Quando você tiver a reputação de ser obediente, eles vão estar mais dispostos a atender a seus pedidos.

VOCÊ SABIA . . . ?

Pesquisas mostram que jovens cujos pais impõem regras de forma amorosa têm mais chances de serem bem-sucedidos nos estudos, de se relacionarem bem com outras pessoas e de serem felizes.

PLANO DE AÇÃO!

Se eu quebrar uma regra familiar, vou dizer: ․․․․․

Eu posso aumentar a confiança de meus pais em mim por ․․․․․

Eu gostaria de perguntar aos meus pais o seguinte sobre esse assunto: ․․․․․

COMO RESPONDERIA?

● Por que seus pais talvez pareçam superprotetores em algumas ocasiões?

● Por que você às vezes reage de forma exagerada às restrições?

● Como você pode se comunicar melhor com seus pais?

[Destaque na página 183]

“Quando você é jovem, tem a tendência de achar que sabe tudo. Então, quando seus pais criam regras, é fácil ficar irritado com eles. Mas as regras deles são mesmo para o nosso bem.” — Megan

[Quadro na página 186]

É mesmo favoritismo?

Já se fez esta pergunta: “Por que os pais não tratam todos os filhos do mesmo jeito?” Pense no seguinte: um tratamento igual nem sempre é justo, e um tratamento justo nem sempre é igual. Na verdade, a questão é: Suas necessidades estão sendo negligenciadas? Por exemplo, quando você precisa do conselho, da ajuda ou do apoio de seus pais, pode contar com eles? Em caso afirmativo, será que você pode honestamente dizer que é vítima de injustiça? Visto que você e seus irmãos são indivíduos com necessidades diferentes, é impossível que seus pais tratem a todos vocês da mesma forma o tempo todo. Foi isso o que Bete acabou entendendo. Hoje com 18 anos, ela diz: “Meu irmão e eu somos duas pessoas diferentes e precisamos ser tratados de formas diferentes. Quando penso no passado, não acredito que não conseguia entender isso quando era mais jovem.”

[Quadro/Foto na página 189]

Tabela

Converse com seus pais!

Os dois capítulos anteriores falaram sobre como você pode lidar com as críticas de seus pais e as regras familiares. Mas e se você acha que seus pais estão sendo muito duros em um ou em ambos os assuntos? Como você pode iniciar uma conversa com eles sobre isso?

● Escolha uma ocasião em que você está calmo e seus pais não estão ocupados demais.

● Seja franco, mas não se deixe dominar pelas emoções. Tenha o devido respeito por seus pais.

Caso ache que seus pais são críticos demais, você poderia dizer: “Eu estou me esforçando muito para fazer o que é certo, mas é difícil quando sinto que sou sempre criticado. Podemos conversar sobre isso?”

Escreva como você iniciaria uma conversa com seus pais sobre esse assunto.

․․․․․

✔SUGESTÃO: O Capítulo 21 pode ajudá-lo a quebrar o gelo. Talvez seus pais estejam dispostos a considerar esse capítulo com você.

Se você acha que seus pais não lhe dão liberdade suficiente, poderá dizer: “Eu gostaria de mostrar às pessoas que sou mais responsável para que, com o tempo, eu possa ter mais liberdade. Em que vocês acham que eu preciso melhorar?”

Escreva como você poderia iniciar uma conversa com seus pais sobre esse assunto.

․․․․․

✔SUGESTÃO: Recapitule o Capítulo 3 do Volume 1. Então, aplicando o que leu à sua situação, faça uma lista das perguntas que gostaria de fazer aos seus pais.

[Foto nas páginas 184, 185]

Obedecer às regras de seus pais é como pagar dívidas em um banco — quanto mais confiável você for, mais confiança (ou crédito) vai obter

Capítulo 23

E se um dos meus pais é alcoólatra ou viciado em drogas?

“Meu pai disse que ia consertar o carro, mas não tivemos notícias dele o dia todo. Minha mãe tentou falar com ele por telefone, mas ninguém atendeu. Pouco depois, percebi que minha mãe estava preocupada e que se preparava para sair. ‘Vou ver se encontro o seu pai’, ela me disse.

“Mais tarde, minha mãe voltou — sozinha. ‘Papai não estava consertando o carro, não é?’, perguntei. ‘Não’, respondeu ela.

“Naquele momento, soube que meu pai tinha voltado a nos enganar. Foi exatamente como da última vez. Sabe, meu pai é viciado em drogas. Quando ele voltou para casa, eu e minha mãe estávamos muito nervosas e ansiosas. No dia seguinte, eu praticamente o ignorei o tempo todo — e me senti horrível por causa disso.” — Karen, de 14 anos.

MILHÕES de jovens suportam todos os dias a ansiedade de viver com um paia alcoólatra ou viciado em drogas. Caso seu pai seja escravo de um desses vícios, ele pode deixar você envergonhado, frustrado e até mesmo com muita raiva.

Maria, por exemplo, foi criada por um pai que parecia ser uma boa pessoa quando estava na frente dos outros. Mas ele era um alcoólatra que bebia escondido, e em casa sujeitava a família a ouvir palavrões e a obscenidades. “As pessoas vinham a nós, os filhos, e nos diziam que pai maravilhoso nós tínhamos e como éramos felizes”, Maria se lembra com desgosto.b

Se seu pai é alcoólatra ou viciado em drogas, como você pode suportar isso?

As causas do vício

Primeiramente, é de ajuda saber um pouco sobre o problema de seu pai. “Homem de entendimento é aquele que adquire orientação perita”, diz Provérbios 1:5. Assim, seria bom aprender um pouco sobre o que é o vício, sobre o tipo de pessoas que se viciam em drogas ou álcool e por que isso acontece.

Por exemplo, um alcoólatra não é apenas alguém que, vez por outra, bebe demais. Pelo contrário, ele tem um distúrbio crônico relacionado à bebida. Ele está sempre pensando na bebida, o que chega a ser uma obsessão. Quando começa a beber, o alcoólatra não consegue controlar a quantidade que bebe. Seu vício causa problemas dolorosos que afetam a família, o trabalho e a saúde.

Apesar de algumas pessoas talvez terem predisposição genética para o alcoolismo, fatores emocionais também parecem estar envolvidos. Na realidade, muitos alcoólatras nutrem sentimentos negativos sobre si mesmos. (Provérbios 14:13) Alguns deles cresceram em famílias com pais alcoólatras. Para essas pessoas, pode ser que a bebida alivie a dor das cicatrizes emocionais da infância. Os mesmos fatores podem estar envolvidos no caso de alguém que é viciado em drogas.

É claro que beber ou usar drogas só piora os problemas da pessoa; seus pensamentos e suas emoções ficam ainda mais confusos. Por isso, é possível que seu pai precise de muita ajuda de um profissional qualificado para se libertar do vício.

Modifique suas expectativas

Deve-se admitir que compreender o motivo do mau comportamento de seu pai não vai eliminar o problema. Mesmo assim, entender um pouco sobre o vício de seu pai pode fazer com que você tenha mais compaixão dele.

Por exemplo, esperaria que seu pai jogasse bola com você se ele estivesse com a perna quebrada? E se soubesse que ele se acidentou porque fez uma tolice? Sem dúvida, você ficaria desapontado. Mesmo assim, compreenderia que, até a perna sarar, ele não poderia jogar bola com você. Esse entendimento o ajudaria a ajustar suas expectativas.

De modo similar, um pai alcoólatra ou viciado em drogas está limitado em sentido emocional e mental. É verdade que essas limitações são o resultado de suas próprias ações. E você tem razão de ficar ressentido com o comportamento dele. No entanto, até que seu pai procure ajuda para se libertar do vício, a capacidade dele para cuidar de você estará bem comprometida. Encarar o vício como algo que limita seu pai pode ajudar você a modificar suas expectativas.

O que você pode fazer

O fato é que, até seu pai endireitar a vida, você terá de conviver com as consequências do comportamento dele. Nesse meio-tempo, o que você pode fazer a respeito dessa situação?

Não se sinta responsável pelo vício de seu pai. É seu pai — e somente ele — o responsável pelo vício. “Cada um levará a sua própria carga”, diz Gálatas 6:5. Não é responsabilidade sua curar seu pai, nem é sua obrigação protegê-lo das consequências do vício. Por exemplo, você não tem de mentir para o patrão dele nem arrastá-lo para dentro de casa se ele cair bêbado na calçada.

Incentive seu pai a buscar ajuda. O maior problema de seu pai pode ser admitir que tem um problema. Quando ele estiver sóbrio e calmo, talvez a esposa e os filhos mais velhos possam dizer-lhe como seu comportamento está afetando a família e o que ele precisa fazer a respeito.

Além disso, seria bom que seu pai escrevesse a resposta às seguintes perguntas: O que acontecerá comigo e com minha família se eu continuar a beber ou a usar drogas? O que acontecerá se eu largar o vício? O que devo fazer para obter ajuda?

Se parece que vão surgir problemas, saia do local. “Retira-te antes de estourar a altercação”, diz Provérbios 17:14. Não se arrisque por se meter em uma discussão. Se possível, vá para seu quarto ou para a casa de um amigo. Havendo risco de violência, pode ser necessário pedir ajuda.

Reconheça seus sentimentos. Alguns jovens se sentem culpados por terem mágoa do pai viciado. É normal ficar um pouco ressentido, em especial se o vício impede que seu pai lhe dê o amor e o apoio que você precisa. É verdade que a Bíblia ordena que você honre seu pai. (Efésios 6:2, 3) Mas “honrar” significa respeitar a autoridade dele, assim como você deve respeitar um policial ou um juiz. Isso não significa que você aprove o vício de seu pai. (Romanos 12:9) Nem significa que você é uma pessoa ruim porque acha repulsivo o uso abusivo que ele faz de drogas ou de álcool; afinal, o vício é repulsivo. — Provérbios 23:29-35.

Tenha boas amizades. Quando a vida em casa é um caos, você pode perder a noção do que é normal. Assim, é importante que tenha amizade com pessoas espiritual e emocionalmente sadias. Os irmãos da congregação podem dar muito encorajamento e apoio, como também alívio temporário do estresse familiar. (Provérbios 17:17) A amizade com famílias cristãs pode fornecer um modelo correto de vida familiar sadia para contrabalançar o modelo distorcido que você tem em casa.

Procure ajuda para você mesmo. Ter um adulto maduro e de confiança com quem falar sobre seus sentimentos realmente ajuda. Os anciãos na congregação estão dispostos a ajudá-lo quando você precisar. A Bíblia diz que esses homens podem ser “como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada”. (Isaías 32:2) Então não tenha medo ou vergonha de procurá-los em busca de alívio e conselho.

Escreva qual das seis sugestões apresentadas você vai procurar seguir primeiro. ․․․․․

Pode ser que você não consiga mudar sua situação em casa, mas pode mudar a maneira como ela o afeta. Em vez de tentar controlar seu pai, concentre-se na única pessoa que pode controlar — você. “Persisti em produzir a vossa própria salvação”, escreveu o apóstolo Paulo. (Filipenses 2:12) Fazer isso o ajudará a manter um ponto de vista positivo e pode até incentivar seu pai a procurar ajuda.

[Nota(s) de rodapé]

TEXTO-CHAVE

“A perspicácia do homem certamente torna mais vagarosa a sua ira.” — Provérbios 19:11.

SUGESTÃO

Em vez de odiar seu pai, desenvolva ódio correto pelo erro dele. — Provérbios 8:13; Judas 23.

VOCÊ SABIA . . . ?

Na Bíblia, “honrar” pode simplesmente significar reconhecer uma autoridade devidamente constituída. (Efésios 6:1, 2) Sendo assim, honrar os pais não quer dizer que você sempre deve aprovar a maneira como eles vivem.

PLANO DE AÇÃO!

Se meu pai ficar física ou verbalmente agressivo, eu vou ․․․․․

Eu posso incentivar meu pai a buscar ajuda por ․․․․․

Eu gostaria de perguntar aos meus pais o seguinte sobre esse assunto: ․․․․․

COMO RESPONDERIA?

● O que leva algumas pessoas a se viciar em álcool ou drogas?

● Por que você não é culpado pelo vício de seu pai?

● Que aspectos da sua situação você pode controlar, e como pode fazer isso?

[Destaque na página 192]

“Sei que ainda terei de enfrentar embaraços por causa de meus pais no futuro, mas sei também que, se eu confiar em Jeová, ele me dará forças para suportar isso.” — Maxwell

[Quadro na página 198]

Se um de seus pais deixar de servir a Jeová

Se um de seus pais deixar de viver de acordo com os padrões da Bíblia, talvez até comunicando que não quer mais fazer parte da congregação cristã, o que você pode fazer?

● Saiba que Jeová não considera você responsável pela conduta de seu pai ou sua mãe. A Bíblia diz: “Cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.” — Romanos 14:12.

● Evite a tendência de se comparar a outros jovens cujas circunstâncias são melhores. (Gálatas 5:26) Um jovem cujo pai abandonou a família diz: “Em vez de ficar remoendo tais pensamentos, é mais útil concentrar-se em maneiras de enfrentar a situação.”

● Continue a respeitar seu pai ou sua mãe que tem conduta errada e, se o que ele ou ela mandar não for contra os padrões de Deus, obedeça. Jeová ordena que os filhos honrem os pais; isso não depende de os pais serem cristãos. (Efésios 6:1-3) Quando você honra seus pais e lhes obedece, apesar das falhas deles, você prova seu amor a Jeová. — 1 João 5:3.

● Permaneça achegado à congregação cristã. Ali poderá encontrar o consolo de uma grande família espiritual. (Marcos 10:30) Um jovem chamado Davi tinha medo de que os membros da congregação talvez evitassem a ele e a outros de sua família porque seu pai tinha deixado de servir a Jeová. Mas Davi descobriu que não havia motivo para se preocupar com isso. “Não nos fizeram sentir indesejados”, diz ele. “Isso me convenceu de que a congregação realmente se importava conosco.”

[Foto na página 194]

Encarar o vício como uma perna quebrada que limita seu pai pode ajudar você a reavaliar suas expectativas

Exemplo a seguir — Ezequias

Ezequias estava num momento decisivo de sua vida. Com apenas 25 anos, ele foi designado rei de Judá. Que tipo de rei ele seria? Será que permitiria que o mau exemplo de seu pai, o Rei Acaz, o influenciasse? Acaz foi um apóstata impenitente até a morte. Ele promoveu a adoração pagã e até mesmo queimou pelo menos um de seus filhos num altar pagão. (2 Crônicas 28:1-4) No entanto, Ezequias não permitiu que a conduta hipócrita de seu pai exercesse má influência sobre sua adoração a Jeová, nem achou que estivesse condenado a repetir os erros dele. Em vez disso, Ezequias continuou ‘a se apegar a Jeová’. — 2 Reis 18:6.

Será que um de seus pais faz pouco da adoração a Jeová? Ele ou ela é agressivo ou é viciado num mau hábito? Em caso afirmativo, você não precisa repetir os erros deles. Ezequias não deixou que o triste histórico de sua família lhe arruinasse a vida. Na verdade, ele se tornou um rei tão bom que “depois dele não se mostrou haver nenhum igual a ele entre todos os reis de Judá”. (2 Reis 18:5) Assim como Ezequias, você poderá ser feliz, apesar de circunstâncias familiares difíceis. Como? Por continuar ‘a se apegar a Jeová’.

Capítulo 24

O que devo fazer se meus pais brigam?

Seus pais brigam na sua frente? Em caso afirmativo, sobre qual dos seguintes assuntos eles mais discutem?

□ Dinheiro

□ Afazeres domésticos

□ Parentes

□ Você

O que gostaria de dizer a seus pais sobre o efeito que isso tem em você? Escreva abaixo.

․․․․․

NÃO é possível evitar que as brigas de seus pais o afetem. Afinal, você os ama e precisa do seu apoio. Assim, pode ser arrasador ouvi-los discutir. Talvez concorde com uma jovem chamada Marie, que diz: “É difícil respeitar meus pais quando parece que eles não se tratam com respeito.”

Ver seus pais brigarem faz você perceber uma dura realidade: eles não são tão perfeitos quanto você pensava. Essa descoberta triste e inesperada pode despertar todo tipo de medo. Se as brigas são intensas ou frequentes, você talvez se preocupe, achando que o casamento deles está a ponto de se desfazer. “Quando escuto meus pais brigando”, diz Marie, “fico imaginando que eles vão se divorciar e que eu vou ter de escolher com quem morar. Também tenho medo de ficar separada dos meus irmãos.”

Por que os pais brigam, e o que se deve fazer quando começa uma briga familiar?

Por que os pais brigam

Em geral, pode ser que seus pais ‘suportem um ao outro em amor’. (Efésios 4:2) Mas a Bíblia diz: “Todos pecaram e não atingem a glória de Deus.” (Romanos 3:23) Seus pais não são perfeitos. Portanto, você não deveria ficar surpreso se as irritações deles aumentarem e vez por outra eles acabarem brigando.

Lembre-se também de que vivemos em “tempos críticos, difíceis de manejar”. (2 Timóteo 3:1) As pressões para ganhar o sustento, pagar as contas e suportar o ambiente de trabalho causam muito estresse ao casamento. E, se os dois trabalham fora, decidir quem vai cuidar de determinados afazeres domésticos pode ser motivo de discussão.

Se os seus pais se desentendem, você pode ter certeza de que isso não quer automaticamente dizer que o casamento deles está acabando. É bem provável que seus pais ainda se amem — apesar de terem opiniões diferentes sobre certos assuntos.

Para ilustrar: Já assistiu a um filme com amigos achegados e depois percebeu que a sua opinião não era a mesma deles? Isso pode acontecer. Mesmo pessoas achegadas têm pontos de vista diferentes sobre certos assuntos. Algo parecido pode ocorrer com seus pais. Talvez os dois estejam preocupados com a situação financeira da família, mas cada um tem uma ideia de como usar o dinheiro; os dois desejam sair de férias em família, mas cada um tem seu conceito sobre o que realmente é descontração; ou pode ser que os dois queiram muito que você vá bem na escola, mas cada um tem uma opinião sobre qual é a melhor maneira de motivá-lo.

O importante é que a união não exige unanimidade. Às vezes, duas pessoas que se amam podem ter pontos de vista diferentes. Ainda assim, pode ser difícil ouvir as brigas de seus pais. O que você pode fazer ou dizer para ajudar a si mesmo a suportar esse problema?

O que fazer

Mostre respeito. É fácil ficar irritado com pais que vivem brigando. Afinal, eles deveriam ser um exemplo para você — não o contrário. Mas tratar seus pais com desrespeito só vai aumentar a tensão familiar. Mais importante, Jeová Deus ordena que você respeite seus pais e obedeça a eles, mesmo quando isso não é fácil para você. — Êxodo 20:12; Provérbios 30:17.

Mas e se o motivo da briga de seus pais está diretamente relacionado a você? Por exemplo, suponha que um de seus pais seja Testemunha de Jeová e o outro não. Problemas podem surgir quando você toma uma posição firme a favor do que é justo ao lado de seu pai ou sua mãe que é Testemunha de Jeová. (Mateus 10:34-37) Sempre faça isso “com temperamento brando e profundo respeito”. Seu exemplo nesse assunto pode fazer com que seu pai ou sua mãe um dia aceite a verdade. — 1 Pedro 3:15.

Permaneça neutro. O que você pode fazer se seus pais o pressionarem a apoiar um deles em assuntos que não envolvam você diretamente? Procure manter-se neutro. Talvez você possa sair dessa situação por dizer algo como: “Eu amo muito vocês, mas, por favor, não me peçam para tomar o partido de alguém. Isso é uma coisa que vocês vão ter de resolver sozinhos.”

Comunique-se. Diga a seus pais como você se sente por causa das brigas deles. Escolha uma hora em que ache que eles lhe darão atenção e então lhes conte, de modo respeitoso, como as brigas o deixam triste, irritado e até com medo. — Provérbios 15:23; Colossenses 4:6.

O que não fazer

Não aja como conselheiro matrimonial. Como jovem, você simplesmente não tem condições de resolver as brigas de seus pais. Para ilustrar: imagine que você é um passageiro num avião pequeno e escuta o piloto e o copiloto brigando. Seria compreensível ficar preocupado. Mas o que aconteceria se você se atrevesse a dizer a eles como pilotar o avião, ou mesmo se tentasse assumir os comandos?

Da mesma forma, tentar ‘assumir os comandos’ por se envolver nos problemas conjugais de seus pais possivelmente só vai piorar as coisas. A Bíblia diz: “Pela presunção só se causa rixa, mas há sabedoria com os que se consultam mutuamente.” (Provérbios 13:10) É provável que seus pais consigam lidar melhor com os problemas deles se ‘consultando mutuamente’ em particular. — Provérbios 25:9.

Não se envolva. Duas pessoas gritando já é muito ruim. Por que acrescentar mais uma voz à discussão? Não importa como possa ser tentador se envolver, o fato é que é responsabilidade de seus pais — não sua — resolver os problemas entre eles. Então, procure seguir o conselho da Bíblia de ‘cuidar de seus próprios negócios’ em tais assuntos pessoais. (1 Tessalonicenses 4:11) Não se envolva.

Não jogue um contra o outro. Alguns jovens, na realidade, atiçam os pais a brigar, jogando um contra o outro. Quando a mãe diz “não”, apelam para as emoções do pai e tentam arrancar dele um “sim”. Essa astuciosa manipulação pode fazer você ganhar um pouco de liberdade, mas a longo prazo só vai fazer com que as discórdias na família continuem por mais tempo.

Não deixe que o comportamento deles influencie o seu. Um jovem chamado Pedro reconheceu que estava se envolvendo em conduta não cristã como uma forma de punir o pai violento. “Eu queria atingi-lo”, diz Pedro. “Eu tinha muita raiva dele por causa da maneira que ele tratava minha mãe, minhas irmãs e a mim.” Não demorou muito e Pedro teve de enfrentar as consequências de suas ações. A lição? Fazer coisas erradas só vai piorar os problemas que você enfrenta em casa. — Gálatas 6:7.

Escreva em qual dos pontos deste capítulo você mais precisa melhorar. ․․․․․

Fica claro, então, que você não pode impedir seus pais de brigar. Mas tenha certeza de que Jeová pode ajudá-lo a lidar com a ansiedade que essas brigas lhe causam. — Filipenses 4:6, 7; 1 Pedro 5:7.

Faça o máximo para aplicar essas sugestões. Com o tempo, seus pais podem se sentir motivados a dar séria atenção a resolver os problemas deles. Quem sabe eles podem até parar de brigar.

TEXTO-CHAVE

“Vossa pronunciação seja sempre com graça.” — Colossenses 4:6.

SUGESTÃO

Se as brigas de seus pais são frequentes e intensas, respeitosamente sugira que eles procurem ajuda.

VOCÊ SABIA . . . ?

Vez por outra, mesmo pessoas que se amam podem discordar.

PLANO DE AÇÃO!

Quando meus pais começarem a brigar, eu vou ․․․․․

Se meus pais pedirem para eu tomar o partido de um deles, eu vou ․․․․․

Eu gostaria de perguntar aos meus pais o seguinte sobre esse assunto: ․․․․․

COMO RESPONDERIA?

● Por que alguns pais brigam?

● Por que você não é culpado pelos problemas de seus pais?

● O que você pode aprender por observar a conduta de seus pais?

[Destaque na página 201]

“Compreender que meus pais não são perfeitos e que têm problemas, assim como eu, me ajudou a lidar com as brigas deles.” — Kathy

[Quadro/Fotos nas páginas 206, 207]

E se meus pais se separarem?

Se seus pais se separarem, como você pode agir com sabedoria apesar de talvez estar se sentindo arrasado? Considere as seguintes sugestões:

● Não crie falsas expectativas. Sua primeira reação talvez seja tentar uni-los novamente. Ana relembra: “Depois de se separarem, meus pais ainda saíam junto conosco às vezes. Eu e minha irmã cochichávamos uma para a outra: ‘Vamos correr na frente e deixar os dois juntos.’ Mas acho que isso não deu certo. Eles jamais voltaram a viver juntos.”

Provérbios 13:12 diz: “A expectativa adiada faz adoecer o coração.” Para evitar ficar indevidamente aflito, lembre-se de que você não pode controlar o que seus pais fazem. Não foi você quem causou a separação deles, e é quase certo que também não poderá intervir e restabelecer o casamento deles. — Provérbios 26:17.

● Evite o ódio. Guardar raiva e ódio por um de seus pais ou pelos dois pode causar-lhe um dano prolongado. Tom se lembra do que sentia quando tinha 12 anos: “Comecei a sentir muita raiva de meu pai. Não gosto de usar a palavra ‘ódio’, mas eu estava muito magoado. Não conseguia entender como era possível que ele se importasse conosco se tinha nos abandonado.”

Mas a separação raramente é apenas o caso de um dos pais ser totalmente bom e o outro totalmente mau. O fato é que seus pais provavelmente não lhe contaram tudo sobre o casamento ou a separação deles; talvez nem eles mesmos entendam. Assim, evite julgar uma situação quando você não sabe tudo o que está envolvido. (Provérbios 18:13) Deve-se admitir que é difícil não sentir raiva, e é natural se sentir muito triste por um tempo. Mas nutrir ira e sentimento de vingança pode, aos poucos, prejudicar sua personalidade. Com bom motivo, a Bíblia nos diz: “Larga a ira e abandona o furor.” — Salmo 37:8.

● Seja realista. Em vez de odiar o pai ou a mãe que saiu de casa, alguns jovens vão ao outro extremo e passam a idolatrar aquele que deixou o lar. O pai de um jovem, por exemplo, era alcoólatra e tinha uma vida imoral. Repetidas vezes abandonou a família até que por fim obteve o divórcio. Mesmo assim, esse jovem se lembra de que, por algum motivo, ele praticamente adorava o pai!

Essa admiração desarrazoada não é incomum. Em certo país, cerca de 90% dos filhos de pais divorciados moram com a mãe e visitam o pai. Assim, muitas vezes a mãe é a responsável pelos cuidados diários com os filhos, o que inclui discipliná-los. E apesar de receber pensão, em geral a situação financeira da mãe piora muito depois do divórcio. Por outro lado, a situação do pai pode melhorar. O resultado: visitar o pai significa ganhar presentes e se divertir! Viver com a mãe significa contar os centavos e obedecer a regras. É triste dizer, mas alguns jovens deixaram o pai ou a mãe Testemunha de Jeová para morar com aquele que não é cristão, que dá muita liberdade e que tem mais dinheiro. — Provérbios 19:4.

Se você se sentir tentado a fazer essa escolha, verifique suas prioridades. Lembre-se de que você precisa de orientação moral e disciplina. Não há outra coisa que um pai ou uma mãe possa oferecer que afete tanto seu caráter e a qualidade de sua vida. — Provérbios 4:13.

[Foto nas páginas 202, 203]

Um jovem que diz a seus pais como resolver os problemas deles é como um passageiro que diz aos pilotos como pilotar o avião

Capítulo 25

Posso ser feliz vivendo apenas com um dos meus pais?

“Os jovens que têm pai e mãe podem ter seu próprio quarto e comprar roupas novas. Mas eu tenho de dividir meu quarto e raramente consigo ter as roupas que eu gosto. Minha mãe diz que não pode comprá-las. Com todas as tarefas que tenho de fazer em casa enquanto ela trabalha fora, eu me sinto como uma empregada doméstica — como se me fosse tirada parte de minha infância.” — Iolanda, de 13 anos.

NÃO há dúvida de que um lar com pais amorosos é o ideal. Pais que estão juntos geralmente podem oferecer mais orientação, proteção e apoio. “Valem mais dois juntos do que um sozinho”, diz a Bíblia, “pois o esforço de dois consegue melhores resultados”. — Eclesiastes 4:9, Tradução da Sociedade Bíblica Portuguesa.

Mesmo assim, um lar com ambos os pais pode ser comparado a um animal ameaçado de extinção — é cada vez mais difícil encontrar. Nos Estados Unidos, por exemplo, antes de completar 18 anos, mais da metade dos filhos viverão algum tempo em uma família que só tem um dos pais.

Apesar disso, alguns jovens que vivem só com o pai ou a mãe sentem vergonha disso. Outros se sentem sufocados por pressões e problemas a que estão sujeitos. Se você vive em uma família que tem apenas um dos pais, que pressões enfrenta? Na linha abaixo, escreva o problema que mais o incomoda.

․․․․․

Será que você está condenado à infelicidade por não ter o amor e o carinho diário de um dos pais? De modo algum! Isso depende muito da maneira que você encara a sua situação. Provérbios 15:15 diz: “Todos os dias do atribulado são maus; mas aquele que é bom de coração tem constantemente um banquete.” Como esse provérbio dá a entender, em geral a disposição de uma pessoa é determinada mais por sua atitude do que por suas circunstâncias. Sendo assim, o que ajudará você a se sentir “bom de coração” apesar da sua situação?

Combata sentimentos negativos

Primeiro, não deixe que os comentários negativos de outras pessoas façam você se sentir deprimido. Por exemplo, há professores que se mostram bem insensíveis aos sentimentos dos alunos criados por apenas um dos pais. Alguns até acham que se há algum problema de comportamento, isso é reflexo de um ambiente familiar inadequado. Mas pergunte-se: ‘Os que fazem esses comentários realmente conhecem a mim e à minha família? Ou estão apenas repetindo o que ouviram dizer sobre lares onde há apenas um dos pais?’

Vale a pena observar que a expressão “menino órfão” aparece dezenas de vezes nas Escrituras. Ela não é usada nem uma vez de forma depreciativa. Na verdade, em quase todas essas ocorrências, Jeová demonstra que tem uma preocupação especial pelos filhos que são criados só pelo pai ou pela mãe.a

Por outro lado, pessoas bem-intencionadas talvez sejam excessivamente cautelosas ao falar com você. Por exemplo, talvez hesitem em usar expressões como “pai”, “casamento”, “divórcio” ou “morte”, temendo que palavras como essas o ofendam ou o deixem perturbado. Esse tipo de comportamento o incomoda? Em caso afirmativo, explique com tato que essa preocupação é desnecessária. Tony, de 14 anos, nunca conheceu seu pai verdadeiro. Ele diz que algumas pessoas parecem hesitar diante de certas palavras. No entanto, o próprio Tony toma a iniciativa de usá-las quando conversa com elas. “Quero que saibam que não estou envergonhado de minha própria situação”, diz ele.

Evite pensamentos do tipo “e se . . . ”

É natural ficar triste ou ter a sensação de perda caso seus pais tenham se divorciado ou um deles tenha morrido. Mas um dia você terá de aceitar a sua situação. A Bíblia dá o seguinte conselho: “Não digas: ‘Por que aconteceu que os dias anteriores mostraram ser melhores do que estes?’” (Eclesiastes 7:10) Com relação a isso, Sara, de 13 anos, cujos pais se divorciaram quando ela estava com 10 anos, recomenda: “Não fique remoendo sua situação com pensamentos tristes do tipo ‘e se’, nem ache que morar com apenas um dos pais é a fonte de seus problemas, ou mesmo que os jovens que moram com os dois pais têm uma vida mais fácil.” Esse é um bom conselho. Afinal, mesmo as famílias “ideais” dificilmente estão livres de problemas.

Por que não imagina a sua família como uma equipe de remadores em um barco a remo? O ideal é que a tripulação esteja completa. Numa família em que só há um dos pais, falta um membro da tripulação e o restante da equipe vai precisar se esforçar mais. Mas será que isso significa que a família é um fracasso? Não! Desde que o restante da equipe trabalhe junto, o barco vai continuar navegando e chegará ao seu destino.

Você está fazendo a sua parte?

O que especificamente você pode fazer para se certificar de que, junto com o restante da família, você está fazendo a sua parte? Considere as seguintes sugestões:

Aprenda a ser econômico. O dinheiro geralmente é uma grande preocupação em famílias com apenas um dos pais. O que você pode fazer para ajudar? Tony, já mencionado, diz: “Os garotos na minha escola exigem que seus pais lhes comprem tênis e roupas de grife. Recusam-se a ir à escola sem eles. Não tenho roupas de grife da última moda, mas procuro me manter limpo e arrumado e cuido bem do que tenho. Minha mãe está fazendo o melhor que pode; não quero tornar as coisas mais difíceis para ela.” Com um pouco de esforço, você pode imitar o apóstolo Paulo, que disse: “Aprendi a estar satisfeito com o que tenho. . . . Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação.” — Filipenses 4:11, 12, Bíblia na Linguagem de Hoje.

Outra maneira de ser econômico é por evitar o desperdício. (João 6:12) O jovem Rodney diz: “Em casa, procuro tomar cuidado para não quebrar as coisas nem perdê-las, visto que se gasta dinheiro para fazer consertos ou comprar algo novo. Tento desligar os aparelhos elétricos ou as luzes que não estão sendo usadas. Isso ajuda a reduzir nossa conta de luz.”

Tome a iniciativa. Muitos pais ou mães que criam sozinhos os filhos relutam em impor regras em casa ou em pedir que seus filhos ajudem nas tarefas domésticas. Por quê? Alguns acham que precisam compensar a ausência de um dos pais facilitando a vida para os filhos. ‘Eu não quero que meus filhos deixem de se divertir’, talvez pensem.

Diante dessa situação, você pode se sentir tentado a se aproveitar dos sentimentos de culpa do seu pai ou da sua mãe. Mas fazer isso só vai aumentar a carga de seus pais, não aliviá-la. Em vez disso, por que não toma a iniciativa de ajudar? Considere o que Tony está disposto a fazer. “Minha mãe trabalha num hospital, e o uniforme dela tem de ser passado a ferro”, diz ele. “Assim, eu o passo para ela.” Isso não é trabalho de mulher? “Alguns acham que sim”, responde Tony. “Mas isso ajuda minha mãe, então eu faço.”

Expresse gratidão. Além de oferecer ajuda prática, você pode fazer muito para animar seu pai ou sua mãe simplesmente expressando gratidão. Certa mãe que cria os filhos sozinha escreveu: “Quando eu chego em casa muito triste ou me irritando com facilidade por causa de um dia difícil no trabalho, já notei que geralmente esse é o dia que minha filha escolheu para colocar a mesa e adiantar o jantar.” Ela acrescenta: “Meu filho coloca os braços em volta de mim e me abraça.” Como ela se sente com essa demonstração de consideração? Ela diz: “Meu ânimo volta a melhorar.”

Escreva aqui em qual dos três pontos mencionados você mais precisa melhorar. ․․․․․

Viver em uma família que só tem um dos pais lhe dá a oportunidade de desenvolver qualidades como compaixão, generosidade e fidelidade. Além disso, Jesus disse: “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” (Atos 20:35) Você pode sentir muita felicidade se der de si mesmo, ajudando seu pai ou sua mãe que, sozinho, cria você.

É claro que vez por outra você vai desejar ter um lar com seu pai e com sua mãe. Mesmo assim, você pode aprender a lidar com a situação da melhor maneira possível. Foi isso o que uma jovem chamada Nia descobriu: “‘A sua vida é você quem faz’ — alguém me disse isso depois que meu pai morreu e eu nunca me esqueci dessas palavras. Elas me lembraram de que eu não tinha de ser vítima das circunstâncias.” Você pode adotar uma atitude similar. Lembre-se de que não são as suas circunstâncias que o farão feliz ou infeliz. É a maneira como você as encara — e o que você faz a respeito delas.

LEIA MAIS SOBRE ESTE ASSUNTO NO VOLUME 1, CAPÍTULO 4

[Nota(s) de rodapé]

TEXTO-CHAVE

“Que ninguém procure somente os seus próprios interesses, mas também os dos outros.” — Filipenses 2:4, BLH.

SUGESTÃO

Caso você se sinta sobrecarregado de responsabilidades, sugira com tato que seu pai ou sua mãe tente o seguinte:

● Fazer uma lista com todas as tarefas que cada membro da família deve realizar e deixá-la à mostra.

● Redistribuir as tarefas, quando necessário, entre os membros da família que têm condições de realizá-las.

VOCÊ SABIA . . . ?

Assumir responsabilidades em casa pode ajudá-lo a amadurecer mais rápido do que os jovens em famílias com ambos os pais, pois, em geral, esses jovens têm menos responsabilidades.

PLANO DE AÇÃO!

Eu vou combater meus sentimentos negativos por ․․․․․

Se as pessoas à minha volta não estiverem à vontade, eu vou dizer ․․․․․

Eu gostaria de perguntar aos meus pais o seguinte sobre esse assunto: ․․․․․

COMO RESPONDERIA?

● Por que algumas pessoas mostram preconceito contra filhos criados por um dos pais?

● Por que seu pai ou sua mãe talvez relute em pedir que você ajude nas tarefas domésticas?

● Como você pode expressar gratidão ao seu pai ou à sua mãe?

[Destaque na página 211]

“Desde o divórcio de meus pais, eu e minha mãe realmente conseguimos conversar; nos tornamos verdadeiras amigas.” — Melanie

[Foto nas páginas 210, 211]

Uma família com apenas um dos pais é como um barco a remo sem um dos membros da tripulação — o restante da equipe vai precisar se esforçar mais, no entanto eles podem ser bem-sucedidos se todos trabalharem juntos

Seção 6

Minhas anotações — Seus pais

Qual é a situação mais desafiadora que você enfrenta em casa e por que acha tão difícil lidar com ela?

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Depois de ler esta seção, como você planeja lidar com o problema que acabou de identificar?

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