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JeováEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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haviam de ser sustentados; mas a culpa recaía sobre os que rejeitavam o que era correto.
Assim, também, predisse-se que surgiria inimizade, porque as normas perfeitas de Deus não permitiriam nenhuma tolerância do proceder rebelde do “descendente [ou: semente]” de Satanás. A desaprovação de tais rebeldes, por parte de Deus, e Sua bênção sobre aqueles que se apegassem a um proceder justo, teria um efeito divisório (Jo 15:18-21; Tg 4:4), assim como se deu no caso de Caim e Abel. — Gên 4:2-8; He 11:4; 1Jo 3:12; Ju 10, 11; veja CAIM, I.
O proceder rebelde escolhido por homens e por anjos iníquos constituía um desafio à legítima soberania de Jeová e à boa ordem de todo o Universo. Aceitar tal desafio exigiu que Jeová se tornasse “pessoa varonil de guerra” (Êx 15:3-7), defendendo seu próprio bom nome e suas normas justas, lutando em favor daqueles que o amam e servem e executando o julgamento naqueles que merecem a destruição. (1Sa 17:45; 2Cr 14:11; Is 30:27-31; 42:13) Ele não hesita em usar sua onipotência, às vezes de forma devastadora, como no Dilúvio, na destruição de Sodoma e Gomorra, e na libertação de Israel do Egito. (De 7:9, 10) E ele não receia tornar conhecidos quaisquer pormenores da sua guerra justa; não oferece desculpas, pois não tem nada de que se envergonhar. (Jó 34:10-15; 36:22-24; 37:23, 24; 40:1-8; Ro 3:4) O respeito que tem por seu próprio nome, e pela justiça que este representa, bem como seu amor por aqueles que o amam, compelem-no a agir. — Is 48:11; 57:21; 59:15-19; Re 16:5-7.
As Escrituras Gregas Cristãs apresentam o mesmo quadro. O apóstolo Paulo incentivou os concristãos, dizendo: “O Deus que dá paz . . . esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés.” (Ro 16:20; compare isso com Gên 3:15.) Ele também mostrou a justeza de Deus retribuir com tribulação aos que causam tribulação aos seus servos, trazendo a destruição eterna de tais opositores. (2Te 1:6-9) Isto estava em harmonia com os ensinos do Filho de Deus, que não deixou nenhuma margem de dúvida quanto à determinação intransigente de seu Pai de forçosamente acabar com toda a iniquidade e com os que a praticam. (Mt 13:30, 38-42; 21:42-44; 23:33; Lu 17:26-30; 19:27) O livro de Revelação está repleto de descrições de divinamente autorizadas ações de guerra. Tudo isto, porém, pela sabedoria de Jeová, em última análise, produz o estabelecimento de uma paz duradoura e universal, solidamente alicerçada na retidão e na justiça. — Is 9:6, 7; 2Pe 3:13.
Os tratos com o Israel carnal e o espiritual. De modo similar, grande parte das diferenças no conteúdo entre as Escrituras Hebraicas e as Escrituras Gregas Cristãs ocorre porque as primeiras lidam principalmente com os tratos de Jeová com o Israel carnal, ao passo que as últimas, em grande parte, levam à sua maneira de lidar com o Israel espiritual, a congregação cristã, e a retratam. Assim, por um lado, temos uma nação cujos milhões de membros o são exclusivamente em virtude da ascendência carnal, um conglomerado de bons e de maus. Por outro lado, temos uma nação espiritual constituída por pessoas atraídas a Deus por meio de Jesus Cristo, pessoas que mostram amor à verdade e ao que é direito, e que pessoal e voluntariamente se dedicam a fazer a vontade de Jeová. É lógico que os tratos e as relações de Deus com estes dois grupos difeririam e que o primeiro grupo provocaria mais expressões da ira e da severidade de Jeová do que o segundo grupo.
No entanto, seria um grave erro não notar a edificante e confortadora percepção da personalidade de Deus provida pelos Seus tratos com o Israel carnal. Estes oferecem primorosos exemplos que provam que Jeová é o tipo de Pessoa que ele mesmo descreveu a Moisés: “Jeová, Jeová, Deus misericordioso e clemente, vagaroso em irar-se e abundante em benevolência e em verdade, preservando a benevolência para com milhares, perdoando o erro, e a transgressão, e o pecado, mas de modo algum isentará da punição, trazendo punição pelo erro dos pais sobre os filhos e sobre os netos, sobre a terceira geração e sobre a quarta geração.” — Êx 34:4-7; compare isso com Êx 20:5.
Embora equilibradas pela justiça, as facetas notáveis da personalidade de Jeová são na realidade seu amor, sua paciência e sua longanimidade, conforme reveladas na história de Israel, povo altamente favorecido o qual, na maioria, mostrou ser notavelmente “de dura cerviz” e de “coração duro” para com o Criador. (Êx 34:8, 9; Ne 9:16, 17; Je 7:21-26; Ez 3:7) As repetidas fortes denúncias e condenações de Israel por parte de Jeová, por meio dos seus profetas, só serviram para enfatizar a grandiosidade da Sua misericórdia e da espantosa amplidão da Sua longanimidade. Depois de suportá-los por mais de 1.500 anos, e mesmo depois de Seu próprio Filho ter sido morto às instigações dos líderes religiosos da nação, Jeová continuou a favorecê-los por mais três anos e meio, misericordiosamente providenciando que a pregação das boas novas se restringisse a eles, dando-lhes assim uma oportunidade adicional de obter o privilégio de reinar com Seu Filho — oportunidade aceita por milhares de arrependidos. — At 2:1-5, 14-41; 10:24-28, 34-48; veja SETENTA SEMANAS.
Jesus Cristo evidentemente se referiu à já citada declaração de Jeová, de ‘trazer punição aos descendentes posteriores dos ofensores’, quando disse aos escribas e fariseus hipócritas: “Dizeis: ‘Se nós estivéssemos nos dias de nossos antepassados, não seríamos parceiros deles no sangue dos profetas.’ Portanto dais testemunho contra vós mesmos de que sois filhos daqueles que assassinaram os profetas. Pois bem, enchei a medida de vossos antepassados.” (Mt 23:29-32) Apesar de suas pretensões, tais pessoas demonstravam pelo seu proceder que aprovavam as ações erradas de seus antepassados, e provavam que elas mesmas continuavam entre ‘os que odiavam a Jeová’. (Êx 20:5; Mt 23:33-36; Jo 15:23, 24) Assim, diferente dos judeus que se arrependeram e acataram as palavras do Filho de Deus, elas sofreram o efeito cumulativo do julgamento de Deus, anos depois, quando Jerusalém foi cercada e destruída, e a maior parte da sua população morreu. Poderiam ter escapado, mas preferiram não se valer da misericórdia de Jeová. — Lu 21:20-24; compare isso com Da 9:10, 13-15.
Sua personalidade é refletida no seu Filho. Em todos os sentidos, Jesus Cristo era um reflexo fiel da belíssima personalidade de seu Pai, Jeová Deus, em nome de quem ele veio. (Jo 1:18; Mt 21:9; Jo 12:12, 13; compare isso com Sal 118:26.) Jesus disse: “O Filho não pode fazer nem uma única coisa de sua própria iniciativa, mas somente o que ele observa o Pai fazer. Porque as coisas que Este faz, estas o Filho faz também da mesma maneira.” (Jo 5:19) Segue-se, portanto, que a benignidade e a compaixão, a brandura e a cordialidade, bem como o forte amor à justiça e o ódio à iniquidade que Jesus demonstrava (He 1:8, 9), são todas qualidades que o Filho observara no seu Pai, Jeová Deus. — Compare Mt 9:35, 36, com Sal 23:1-6 e Is 40:10, 11; Mt 11:27-30 com Is 40:28-31 e 57:15, 16; Lu 15:11-24 com Sal 103:8-14; Lu 19:41-44 com Ez 18:31, 32; 33:11.
Todo aquele que ama a justiça e que lê as Escrituras inspiradas, e que verdadeiramente chega a “conhecer” com entendimento o pleno significado do nome de Jeová (Sal 9:9, 10; 91:14; Je 16:21), tem todo motivo, portanto, para amar e bendizer este nome (Sal 72:18-20; 119:132; He 6:10), para louvá-lo e exaltá-lo (Sal 7:17; Is 25:1; He 13:15), para temê-lo e santificá-lo (Ne 1:11; Mal 2:4-6; 3:16-18; Mt 6:9), para confiar nele (Sal 33:21; Pr 18:10), dizendo, junto com o salmista: “Vou cantar a Jeová durante a minha vida; vou entoar melodias ao meu Deus enquanto eu existir. Seja prazenteira a minha reflexão sobre ele. Eu, da minha parte, me alegrarei em Jeová. Dar-se-á cabo dos pecadores de cima da terra; e quanto aos iníquos, não mais existirão. Bendize a Jeová, ó minha alma. Louvai a Jah!” — Sal 104:33-35.
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Jeová, Dia deEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ, DIA DE
Veja DIA DE JEOVÁ.
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Jeová, O Próprio, Está AliEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ, O PRÓPRIO, ESTÁ ALI
Esta expressão traduz Yehwáh Shám·mah, aplicada à cidade observada pelo profeta Ezequiel na sua visão registrada nos capítulos 40 a 48. (Ez 48:35) A cidade da visão é retratada como quadrangular (cada lado de 4.500 côvados longos [2.331 m]) e com 12 portões, cada um com o nome de uma das tribos de Israel. (Ez 48:15, 16, 31-34) A cidade da visão na profecia de Ezequiel há de pertencer a “toda a casa de Israel”. (Ez 45:6) O nome Jeová-Samá, ou “O Próprio Jeová Está Ali”, indicaria uma presença representativa de Deus, como aquela expressa em outros textos, tais como Salmo 46:5; 132:13, 14; Isaías 24:23; Joel 3:21; e Zacarias 2:10, 11, onde Jeová, a quem nem ‘o céu dos céus pode conter’, é mencionado como que residindo numa cidade ou lugar terrestre. — 1Rs 8:27; veja também MAIORAL.
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Jeová dos exércitosEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ DOS EXÉRCITOS
Esta expressão, encontrada com variações mais de 285 vezes nas Escrituras, traduz a hebraica Yeho·wáh tseva·ʼóhth. Os livros proféticos, especialmente Isaías, Jeremias e Zacarias, contêm a grande maioria destas ocorrências. Paulo e Tiago, citando essas profecias ou aludindo a elas, usaram o equivalente a essa expressão (transliterada para o grego) nos seus escritos. — Ro 9:29; Tg 5:4; compare isso com Is 1:9.
A palavra hebraica tsa·váʼ (singular; plural: tseva·ʼóhth) significa basicamente um exército literal de soldados, ou de forças combatentes, como em Gênesis 21:22; Deuteronômio 20:9, e em muitos outros textos. Todavia, o termo é também usado em sentido figurado, como em “os céus, e a terra, e todo o seu exército”, ou “o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus”. (Gên 2:1; De 4:19) A forma plural (tseva·ʼóhth) é diversas vezes aplicada às forças israelitas, como em Êxodo 6:26; 7:4; Números 33:1; Salmos 44:9; 60:10. Alguns peritos acreditam que “exércitos”, na expressão “Jeová dos exércitos”, não só inclui as forças angélicas, mas também o exército israelita e os inanimados corpos celestes. Todavia, parece que os “exércitos” mencionados se referem primária, se não exclusivamente, às forças angélicas.
Quando Josué viu um visitante angélico perto de Jericó e lhe perguntou se estava a favor de Israel ou do lado inimigo, a resposta foi: “Não, mas eu — eu vim agora como príncipe do exército de Jeová.” (Jos 5:13-15) O profeta Micaías disse aos reis Acabe e Jeosafá: “Deveras vejo a Jeová sentado no seu trono e todo o exército dos céus em pé junto a ele, à sua direita e à sua esquerda”, referindo-se claramente aos filhos espirituais de Jeová. (1Rs 22:19-21) O uso do plural em “Jeová dos exércitos” é apropriado, visto que as forças angélicas não são descritas apenas em divisões de querubins, serafins e anjos (Is 6:2, 3; Gên 3:24; Re 5:11), mas também como constituindo grupos organizados, de modo que Jesus Cristo podia falar de ter “mais de doze legiões de anjos” à sua disposição. (Mt 26:53) Na súplica por ajuda dirigida a Jeová por Ezequias, este o chamou de “Jeová dos exércitos, Deus de Israel, sentado sobre os querubins”, evidentemente aludindo à Arca do Pacto e às figuras de querubins na sua tampa, que simbolizavam o trono celestial de Jeová. (Is 37:16; compare isso com 1Sa 4:4; 2Sa 6:2.) O temeroso servo de Eliseu foi reconfortado por uma visão miraculosa, na qual ele viu os montes ao redor da cidade sitiada, em que Eliseu morava, ‘cheios de cavalos e de carros de guerra, de fogo’, como parte das hostes angélicas de Jeová. — 2Rs 6:15-17.
A expressão “Jeová dos exércitos” transmite assim o sentido de poder, do poder do Governante Soberano do Universo, que tem às suas ordens vastas forças de criaturas espirituais. (Sal 103:20, 21; 148:1, 2; Is 1:24; Je 32:17, 18) Inspira assim profundo respeito e espanto reverente, sendo ao mesmo tempo motivo de consolo e de encorajamento para os servos de Jeová. Davi, sozinho e sem a ajuda de alguma força militar terrestre, desafiou o gigantesco filisteu Golias em “nome de Jeová dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel”. (1Sa 17:45) Não somente em ocasiões de batalhas literais, mas também em outras situações provadoras ou ocasiões importantes, o povo de Deus como um todo e como indivíduos podia derivar coragem e esperança do reconhecimento da majestade da posição soberana de Jeová, refletida no seu controle sobre poderosas forças que servem desde as Suas cortes celestiais. (1Sa 1:9-11; 2Sa 6:18; 7:25-29) O uso da expressão “Jeová dos exércitos” pelos profetas dava ainda um motivo adicional aos que ouviam as profecias para ter certeza do cumprimento delas.
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Jeová é nossa justiçaEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ É NOSSA JUSTIÇA
Esta expressão traduz as duas palavras Yehwáh Tsidh·qé·nu, encontradas em Jeremias 23:6 e 33:16.
Jeremias 23:5, 6, é uma profecia messiânica, descrevendo o futuro rei como brotando da linhagem de Davi para “executar o juízo e a justiça na terra”. Visto que ele governa como representante de Deus (assim como Davi, e outros, sentado “no trono de Jeová”, como rei ungido de Deus; 1Cr 29:23), a profecia diz: “Este é o nome pelo qual será chamado: Jeová É Nossa Justiça.” Não há base para se afirmar, como alguns fizeram, que isto significa que Jesus, o Messias, e Jeová sejam uma só pessoa, constituindo um só Deus. Isto se pode ver no fato de que a profecia messiânica similar, em Jeremias 33:14-16, aplica a mesmíssima expressão a Jerusalém, dizendo: “E isto é o que ela será chamada: Jeová É Nossa Justiça.” Em ambos os casos, a expressão mostra que o nome de Deus, Jeová, colocado tanto sobre o seu prometido rei como sobre a sua capital escolhida, é uma garantia da justiça destes. Além disso, o juízo e a justiça emanantes destas fontes, ou expressos por elas, são o produto da plena devoção a Jeová e à Sua vontade divina, resultando na bênção e na direção de Jeová.
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Jeová-JiréEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ-JIRÉ
[Jeová Cuidará [Disso]; Jeová Providenciará].
Lugar num dos montes da terra de Moriá, onde Abraão encontrou um carneiro preso numa moita e subsequentemente o ofereceu em lugar de Isaque. Abraão encarou este carneiro como provisão de Jeová e por isso chamou o lugar de Jeová-Jiré. A tradição antiga relaciona este sítio com o lugar do templo de Salomão. — Gên 22:2, 13, 14; veja MORIÁ.
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Jeová-NissiEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ-NISSI
Nome do altar comemorativo erguido por Moisés depois da batalha bem-sucedida de Israel contra os amalequitas em Refidim. — Êx 17:8, 13-16.
O nome significa “Jeová É Meu Poste de Sinal”, derivando nis·sí de nes (poste, ou haste, de sinal). Os tradutores da Septuaginta grega entenderam que nis·sí derivava de nus (fugir para ter refúgio), dando ao nome o significado “Jeová É Meu Refúgio”. Já na Vulgata latina foi considerado como derivado de na·sás (içar; erguer), dando assim ao nome o significado “Jeová É Minha Exaltação”. — Êx 17:15 n.
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Jeová-SalomEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOVÁ-SALOM
[Jeová É Paz].
Nome dado ao altar que Gideão construiu em Ofra, ao O do Jordão. Depois de ter visto o anjo de Jeová, Gideão temia que ia morrer. Mas, assegurou-se-lhe: “Paz seja contigo. Não temas. Não morrerás.” Em gratidão, Gideão construiu o altar, evidentemente não para sacrifícios, mas como memorial para Jeová. — Jz 6:22-24.
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JeozabadeEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 2
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JEOZABADE
[provavelmente: Jeová Dotou].
1. Segundo dos oito filhos de Obede-Edom, incluído entre os porteiros do santuário. — 1Cr 26:1, 4, 5, 13, 15.
2. Oficial benjamita encarregado de 180.000 homens do exército de Jeosafá. — 2Cr 17:17, 18.
3. Cúmplice na morte do Rei Jeoás de Judá. Jeozabade e Jozacar, servos de Jeoás, mataram o rei por ele ter assassinado Zacarias, o filho de
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