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    Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
    • Capítulo 7

      O que se pode esperar dos juízes por mil anos

      1. O que foi dado aos que se assentaram nos tronos vistos por João?

      AO RECEBER esta previsão do período de mil anos, que em breve trará maravilhas quase que incríveis, o inspirado apóstolo João escreveu: “E eu vi tronos, e havia os que se assentavam neles, e foi-lhes dado poder para julgar.” — Revelação (Apocalipse) 20:4.

      2. Por que detrai um pouco do quadro de outro modo brilhante a idéia apresentada aqui a respeito dum “julgamento”?

      2 “Tronos”, ocupados pelos que receberam o poder de julgar! É esta uma perspectiva esperançosa e consoladora ou lança uma sombra tenebrosa sobre o que de outro modo seria um quadro brilhante do vindouro Milênio dos milênios? Como encarava o próprio apóstolo João tal perspectiva? Como a devemos encarar nós hoje? Não ficamos profundamente desapontados com o sistema judiciário que prevalece hoje, mesmo na cristandade? Em nosso tempo, como em nenhum outro tempo anterior, cumprem-se as palavras do Salmo 82:5 como profecia referente a homens em cargos judiciais, que são como “deuses”, mas que se mostraram falsos para com o seu cargo: “Nada souberam e não entendem; estão andando em escuridão; são abalados todos os alicerces da terra.” Ou conforme este versículo bíblico é expresso pela versão católica romana da Bíblia de Jerusalém, segundo a edição inglesa: “Ignorantes e insensíveis, agem de modo cego, minando a própria base da sociedade terrestre.”

      3, 4. (a) No entanto, depois daquilo que João viu logo antes disso, que sentimento deve dar-nos a vista daqueles tronos? (b) Por que é correto esperar alívio por parte destes “tronos” para a humanidade mal julgada?

      3 O que a humanidade deseja hoje em dia é alívio! E, felizmente, o que o apóstolo João viu a respeito destes “tronos” de julgamento é algo que nos dá grande alívio mental, não algo para suscitar receios lúgubres. Lembremo-nos de que, em visão profética, João havia previsto a guerra entre o celestial Rei dos reis e os “reis da terra” com seus “exércitos”, e com a organização política, mundial. Houve derrota e destruição de todos estes reis e seus apoiadores terrenos. Isto deixou vagos os tronos ou assentos de poder, dos quais os governantes políticos proferiam julgamentos. Logo após isso, o apóstolo João viu a descida do anjo de Deus para a vizinhança da terra e depois o acorrentamento de Satanás, o Diabo, e seus demônios, e o lançamento deles no abismo, para ficarem encarcerados ali por mil anos, sob o selo divino. — Revelação 19:11 a 20:3.

      4 Tal destruição do sistema de coisas controlado pelo Diabo certamente exige uma mudança das judicaturas na humanidade. Especialmente agora, já que o controle celestial sobre a humanidade passou para as mãos do vitorioso Rei dos reis, que é chamado “Fiel e Verdadeiro, e ele julga e guerreia em justiça”. (Revelação 19:11-16) No decorrer dos acontecimentos, pois, vêm à existência novos tronos de julgamento. Não se poderia esperar nada menos do que um grupo melhor de juízes para ocupar estes novos tronos de julgamento, que são postos pela autoridade de Deus nos céus. Por isso, pode-se esperar alívio judicial para a humanidade mal governada e mal julgada.

      5, 6. Quem serão os juízes que ocuparão esses “tronos”, segundo as palavras de Jesus aos seus onze apóstolos fiéis, antes de ele ser traído?

      5 Quem são estes novos juízes sobre a humanidade? As palavras de Jesus Cristo a um grupo representativo destes prospectivos juízes indicam quem pertencerá a esta série de juízes celestiais.

      6 Na noite em que Jesus foi traído e preso, e julgado injustamente pelo tribunal mais alto de Jerusalém, ele disse aos seus remanescentes apóstolos fiéis: “Vós sois os que ficastes comigo nas minhas provações; e eu faço convosco um pacto, assim como meu Pai fez comigo um pacto, para um reino, a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu reino, e vos senteis em tronos para julgar as doze tribos de Israel.” (Lucas 22:28-30) Estes apóstolos fiéis foram os primeiros dos 144.000 incluídos por Jesus Cristo no pacto para o reino celestial, com seus tronos de julgamento. (Mateus 19:27, 28) Sobre estes 144.000 juízes associados, naturalmente, estará o Juiz Presidente, Jesus Cristo.

      7. Segundo as palavras de Paulo ao Tribunal do Areópago em Atenas, como será a terra habitada julgada no tempo designado de Deus?

      7 Isto traz à lembrança as palavras do apóstolo Paulo, quando intimado a comparecer perante o Tribunal do Areópago em Atenas, por volta do ano 51 E.C. No decorrer de sua explicação do seu caso perante esses juízes, que pareciam “mais dados ao temor das deidades do que os outros”, Paulo disse, por fim: “É verdade que Deus não tem tomado em conta os tempos de tal ignorância, no entanto, agora ele está dizendo à humanidade que todos, em toda a parte, se arrependam. Porque ele fixou um dia em que se propôs julgar em justiça a terra habitada, por meio dum homem a quem designou, e ele tem fornecido garantia a todos os homens, visto que o ressuscitou dentre os mortos.” (Atos 17:22-31) Portanto, o julgamento da terra habitada será feito “em justiça”, e o principal mediante quem Deus fará o julgamento será seu ressuscitado Filho Jesus Cristo.

      8, 9. (a) Como poderá este Juiz designado julgar a humanidade assim como nenhum juiz humano fez? (b) Segundo as palavras de Jesus em João 5:27-30, como cuidará ele de que todos sejam julgados?

      8 Mencionando por nome o designado a fazer o julgamento, o apóstolo Paulo disse, ao escrever sua última carta ao seu companheiro missionário Timóteo: “Eu te mando solenemente, perante Deus e Cristo Jesus, que está destinado a julgar os vivos e os mortos, e pela sua manifestação e pelo seu reino.” (2 Timóteo 4:1) Este Juiz divinamente designado agirá como magistrado dum modo como nenhum juiz humano na terra tem agido ou poderia agir; julgará mais do que apenas os humanos vivos. Ele julgará também os humanos mortos. Nenhum mero juiz humano designado por homens poderia trazer de volta os mortos, a fim de julgá-los. Mas este Juiz nomeado por Deus pode fazer isso. E esses mortos humanos terão tal julgamento milenar embora exija trazê-los de volta dentre os mortos, a fim de que possam ter tal julgamento ao qual tanto eles, como os “vivos” têm direito, por meio da morte sacrificial de Cristo. Note as palavras de Jesus:

      9 “Assim como o Pai levanta os mortos e os faz viver, assim também o Filho faz viver os que ele quer. Porque o Pai não julga a ninguém, mas tem confiado todo o julgamento ao Filho, a fim de que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honrar o Filho, não honra o Pai que o enviou. E deu-lhe autoridade para julgar, porque é Filho do homem. Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma ressurreição de vida, os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de julgamento. Não posso fazer nem uma única coisa de minha própria iniciativa; assim como ouço [do Pai], eu julgo; e o julgamento que faço é justo, porque não procuro a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou.” — João 5:21-23, 27-30.

      10. (a) Para este julgamento, de que livrará o Juiz os mortos? (b) Que espécie de ato levou a esta libertação, e, assim, que pergunta surge sobre o objetivo da ressurreição?

      10 Imagine só! Este Juiz, conhecido na terra como o Filho do homem, glorificará sua magistratura milenar por libertar a todos os mortos nos túmulos memoriais. O Dia do Juízo milenar será o dia de ressurreição para todos os nos túmulos memoriais, pelos quais o Filho do homem morreu como sacrifício humano perfeito. Isto significa todos os remidos da humanidade, além dos 144.000 juízes associados que têm parte na “primeira ressurreição”, uma ressurreição celestial. (Revelação 20:4-6) Devemos agora pensar que este ato amoroso de libertar os mortos enterrados, esta ressurreição terrestre, tem por objetivo prejudicar os ressuscitados? Faz-se um ato amoroso para prejudicar aquele para com quem é feito? O que queremos dizer é o seguinte: Esta ressurreição não será apenas daqueles que são considerados justos, mas também dos que são chamados “injustos”, em comparação. “Há de haver uma ressurreição tanto de justos como de injustos.” (Atos 24:15) Não tememos pelos justos, mas que dizer dos injustos?

      11. (a) Que pergunta surge sobre o objetivo de os “injustos” serem ressuscitados? (b) Como influi neste assunto o caso do malfeitor moribundo, que se compadecia de Jesus?

      11 Receberão os “injustos” a benignidade imerecida de serem ressuscitados apenas para enfrentarem um juiz severo e duro, que recapitulará toda a sua injustiça passada aos seus ouvidos e lhes mostrará assim por que os sentencia então à punição da destruição total, eliminando-os da existência? De que proveito prático seria a ressurreição para estes “injustos”, se este fosse o objetivo no seu caso? É este o propósito de serem ressuscitados, no caso daquele um dos “malfeitores”, pendurado numa estaca de execução ao lado de Jesus Cristo, no Calvário, o qual lhe disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”? Será que dizer ele estas palavras de compadecimento a Jesus o converteu de malfeitor em santo? Será que a resposta consoladora que Jesus lhe deu significava que o malfeitor fora declarado justo ou justificado pela fé, já quarenta e dois dias antes de o ressuscitado Jesus ascender à presença de seu Pai celestial, para apresentar o mérito de seu sacrifício humano? (Lucas 23:39-43) O homem ainda morreu como malfeitor condenado e deve ser contado como um dos “injustos” que hão de ser ressuscitados.

      JUÍZES DOS TEMPOS PRÉ-CRISTÃOS

      12. Por que precisarão tanto os “justos” como os “injustos” mais do que apenas a libertação dos túmulos memoriais por meio da ressurreição?

      12 O que significará a ressurreição dos mortos para os chamados “injustos”, bem como os chamados “justos”? Todos eles morreram por causa do pecado e da penalidade deste, a morte, herdados dos desobedientes Adão e Eva. Portanto, todos eles morreram sem terem qualquer justiça própria. (Romanos 5:12; 3:23) Portanto, quando voltarem na ressurreição, sem transformação nas suas características pessoais, nem mesmo os “justos” serão humanamente perfeitos ou livres da imperfeição e da pecaminosidade. Isto se deu no caso dos homens e das mulheres que os profetas Elias e Eliseu, e o Senhor Jesus Cristo e seus apóstolos ressuscitaram ou trouxeram de volta à vida na terra. (Hebreus 11:35) Em vista disso, os “justos” bem como os “injustos” precisarão de mais do que apenas a libertação dos túmulos memoriais pela ressurreição dentre os mortos. Os “justos” também precisarão ser libertos da pecaminosidade e da imperfeição humana. Por conseguinte, o Juiz celestial Jesus Cristo não pode de repente declará-los realmente inocentes, perfeitos, livres da pecaminosidade condenável, e no mesmo dia em que são ressuscitados fazer a decisão de que são dignos da vida eterna na terra.

      13. (a) Por que destina Deus mil anos para Jesus Cristo ser o Juiz da humanidade? (b) O que mostra o livro dos “Juízes” sobre o que se espera do Juiz milenar de Deus?

      13 Se a questão de cumprir com os deveres de juiz se limitasse apenas a fazer decisões no dia em que os “justos” e “injustos” ressuscitados comparecessem perante ele, por que se lhe designaram mil anos para servir como juiz a favor da humanidade? Designa-se este período longo para se fazer um trabalho e não apenas para proferir veredictos e sentenças. Na Bíblia, os que Deus suscitou como juízes para seu povo escolhido dos tempos pré-cristãos fizeram mais do que apenas resolver disputas entre pessoas ou proferir e executar decisões judiciais. Aqueles “juízes” da parte de Deus foram libertadores de Seu povo escolhido. Na Bíblia há um livro especificamente chamado “Juízes”. É um livro empolgante! Lemos nele a respeito das façanhas corajosas dos homens que Deus, “o Juiz de toda a terra”, suscitou para a libertação de seu povo oprimido. Aclamava-se o dia de julgamento que começava quando Deus suscitava um juiz para executar o julgamento a favor de seus aflitos!

      14. Brevemente, o que lemos a respeito dos juízes Eúde e Baraque?

      14 Lemos a respeito de Eúde, que começou a sua magistratura por matar ele mesmo o extraordinariamente gordo Rei Eglom dos moabitas, na sua própria sala de conferências, e que depois escapou, organizou os israelitas e os levou à vitória sobre os opressores moabitas. Lemos a respeito de Baraque, que demonstrou ter sido escolhido para a magistratura de sua nação por derrotar as poderosas forças militares de Jabim, rei de Canaã, que tornou terríveis as suas forças militares por equipá-las com novecentos carros de guerra, que tinham foices de ferro nas rodas.

      15. Do mesmo modo, o que lemos sobre Gideão e também sobre Jefté?

      15 Depois houve Gideão, um homem despretensioso, que com apenas trezentos homens de fé em Deus desbaratou os midianitas e os orientais, que haviam inundado a terra de Israel como incontáveis gafanhotos. Na calada da noite, quando Gideão e seus trezentos quase que rodearam o acampamento dos inimigos adormecidos, eles despedaçaram ao mesmo tempo seus jarros contra o chão, ergueram as suas tochas expostas, tocaram as suas trombetas e gritaram: “A espada de Jeová e de Gideão!” O acampamento repentinamente agitado entrou em pânico e fugiu, matando-se uns aos outros, e Gideão e seus trezentos foram perseguir os sobreviventes. Muitos anos depois, surgiu outra crise na Terra da Promessa, e Jeová suscitou Jefté, um proscrito, para enfrentar os amonitas arrogantes. O zelo de Jefté pela causa de Jeová era tão fervoroso, que votou de sua própria iniciativa sacrificar a Deus aquele que lhe viesse ao encontro ao voltar para casa, se obtivesse a vitória. Quando ele, entusiasmado com a vitória, primeiro se encontrou com sua filha única, mostrou sua devoção a Deus por oferecê-la ao serviço divino.

      16, 17. (a) Como serviu Sansão qual juiz de Israel? (b) O que diz o escritor inspirado sobre os Juízes, em Hebreus 11:32-34?

      16 Ora, quem não ouviu falar de Sansão, homem cujo nascimento foi predito aos pais dele e que se mostrou o homem fisicamente mais forte que já houve na terra! Libertou sozinho seu povo de Israel dos filisteus opressivos, mas, no dia de sua morte, como prisioneiro cego dos filisteus, causou o colapso do templo de Dagom, em Gaza, na Filístia, que desmoronou sobre mais de três mil celebrantes, matando assim mais filisteus neste dia de sua morte do que matara durante a sua vida.

      17 Incluindo estes juízes entre os homens de fé triunfante em Deus, o inspirado escritor cristão diz, em Hebreus 11:32-34: “E que mais hei de dizer? Pois o tempo me faltaria se prosseguisse relatando sobre Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, bem como Samuel e os outros profetas, os quais, pela fé, derrotaram reinos, puseram em execução a justiça, obtiveram promessas, taparam as bocas de leões, pararam a força do fogo, escaparam do fio da espada, dum estado fraco foram feitos poderosos, tornaram-se valentes na guerra, desbarataram os exércitos de estrangeiros.”

      18, 19. (a) Quem foi responsável pelas aflições que sobrevieram aos israelitas após a colonização da Terra da Promessa? (b) Por que foi necessário que se lhes suscitasse uma série de juízes?

      18 Naturalmente, os israelitas nos dias daqueles juízes eram responsáveis pelas aflições deles às mãos do inimigo, porque se haviam afastado da adoração pura de Jeová como o Deus vivente. Mas quando voltavam a ele em arrependimento sincero e adoração, Ele lhes mostrava favor. Conforme diz o registro em Juízes 2:16-19:

      19 “Portanto, Jeová suscitava juízes e estes os salvavam da mão dos seus rapinantes. E não escutaram nem mesmo os seus juízes, mas tiveram relações imorais com outros deuses e foram curvar-se diante deles. Desviaram-se depressa do caminho em que seus antepassados haviam andado por obedecerem aos mandamentos de Jeová. Eles não fizeram assim. E quando Jeová lhes suscitou juízes, Jeová mostrou estar com o juiz e os salvou da mão dos seus inimigos, todos os dias do juiz; pois Jeová deplorava seu gemido por causa dos seus opressores e dos que os empurravam. E acontecia que, morrendo o juiz, voltavam atrás e agiam mais ruinosamente do que seus pais, andando após outros deuses para os servir e se curvar diante deles. Não desistiram das suas práticas, nem do seu proceder obstinado.”

      JUÍZES CELESTIAIS, IMORTAIS

      20. (a) Durante o milênio, por que não ficará a humanidade entregue a si mesma, vez após vez, assim como durante o tempo dos juízes de Israel? (b) Por que precisará até mesmo a “grande multidão” de sobreviventes da tribulação ter uma libertação adicional?

      20 Entretanto, os juízes que este mesmo Jeová Deus suscita nas pessoas de Jesus Cristo e de seus 144.000 associados judiciais não morrerão, nem deixarão os habitantes da terra entregues a si mesmos, embora Satanás, o Diabo, e seus demônios tenham sido removidos da vizinhança, por serem lançados num abismo. Possuindo o “poder duma vida indestrutível”, todos servirão continuamente durante o pleno mandato judicial de mil anos. Não se sentarão apenas em tronos, emitindo decisões e decretos, mas agirão como libertadores, assim como fizeram os juízes fiéis, que obtiveram a aprovação de Jeová nos tempos antigos. Até mesmo “os vivos”, que sobreviverão à “grande tribulação” sob a proteção divina e continuarão a viver depois de Satanás e seus demônios terem sido lançados no abismo, ainda necessitarão de uma libertação adicional. Por causa de sua posição justa perante Deus, são preservados vivos na terra para o dia milenar de julgamento, mas no seu caso há mais algo de que precisam ser libertos. De que se trata? É sua pecaminosidade, imperfeição, fraqueza e seu estado morredouro com que foram preservados através da destruição deste sistema de coisas e o lançamento de Satanás e seus demônios no abismo.

      21, 22. (a) Por que precisarão os mortos humanos duma libertação adicional ao serem ressuscitados? (b) Por que motivo serão alguns, tais como Jó e Davi, considerados “justos” ao serem ressuscitados?

      21 Também, no caso dos “mortos”, que precisam ser tirados dos túmulos memoriais: Quer tenham sido considerados “justos”, quer “injustos”, ao serem despertados do sono da morte, todos precisarão de ser libertos da pecaminosidade, das falhas, dos defeitos, das fraquezas humanas e da propensão para a morte. Serem alguns considerados como “justos” não significa que são humana e moralmente perfeitos na carne. Serem justos aos olhos de Deus, porém, significa que são homens e mulheres de integridade para com Deus, assim como o paciente Jó da terra de Uz. (Jó 2:3, 9; 27:5; Tiago 5:11; Ezequiel 14:14, 20) Ou como o Rei Davi, de Jerusalém, que não temia ser julgado pelo seu Deus, pois ele diz no Salmo 26:1-3, 11:

      22 “Julga-me, ó Jeová, porque eu mesmo tenho andado na minha própria integridade e tenho confiado em Jeová, para não vacilar. Examina-me, ó Jeová, e põe-me à prova; refina-me os rins e o coração. Porque a tua benevolência está diante dos meus olhos e tenho andado na tua verdade. Quanto a mim, andarei na minha integridade. Oh! redime-me e mostra-me favor.”

      23, 24. (a) Por causa de que espécie de ressurreição negaram-se aqueles homens de integridade, pré-cristãos, a negociar com os ímpios? (b) O que diz sobre tais Hebreus 11:35-40?

      23 Outros homens dos tempos pré-cristãos, que morreram na sua integridade, negando-se a ser desleais a Jeová Deus por alguma negociata ou transigência com os ímpios, eram os homens e as mulheres mencionados ou falados no Heb capítulo onze do livro escrito aos hebreus cristianizados. Eles aguardavam uma ressurreição à vida sob condições terrestres melhores, sob um governo melhor, debaixo do qual pudessem viver para sempre em perfeita paz e felicidade, e em integridade para com o Deus vivente. Em expressão disso, escreveu-se em Hebreus 11:35-40:

      24 “Mulheres receberam os seus mortos pela ressurreição; mas outros homens foram torturados porque não queriam aceitar um livramento por meio de algum resgate, a fim de que pudessem alcançar uma ressurreição melhor. Sim, outros receberam a sua provação por mofas e por açoites, deveras, mais do que isso, por laços e prisões. Foram apedrejados, foram provados, foram serrados em pedaços, morreram abatidos pela espada, andavam vestidos de peles de ovelhas e de peles de cabras, passando necessidade, tribulação, sofrendo maus tratos; e o mundo não era digno deles. Vagueavam pelos desertos, e pelas montanhas, e pelas covas, e pelas cavernas da terra. Contudo, embora todos estes recebessem testemunho por intermédio de sua fé, não obtiveram o cumprimento da promessa, visto que Deus previu algo melhor para nós, a fim de que eles não fossem aperfeiçoados à parte de nós.”

      25, 26. (a) Por que não temerão os “justos”, ao serem ressuscitados, aquele Dia de Juízo? (b) Por que terão os “injustos” uma desvantagem, ao serem ressuscitados, em comparação com os “justos”?

      25 Por terem morrido na sua integridade a Deus, estes “justos” serão ressuscitados na sua integridade para com Deus, embora não ressuscitados em perfeição humana e conduta impecável. Não temerão o grande Dia do Juízo de mil anos, ao qual são levados pela ressurreição. A integridade que desenvolveram antes da morte e com que serão ressuscitados lhes dará uma vantagem sobre os “injustos” em progredir para a própria perfeição humana, em completa liberdade da pecaminosidade. Eles terão como que uma dianteira sobre os “injustos” nesta direção.

      26 Neste respeito, está escrito: “Alguém de poucos meios que está andando na sua integridade é melhor do que o pervertido nos seus lábios e o estúpido.” Também: “O justo está andando na sua integridade. Felizes são os seus filhos depois dele.” (Provérbios 19:1; 20:7) Por outro lado, será muito mais difícil para os “injustos” que até a morte cultivaram tendências pecaminosas, maus hábitos e anseios ruins. Estes serão impedimentos, desvantagens, estorvos, que operarão contra eles na corrida de ganhar a vida eterna em perfeição humana, sem pecado, numa terra paradísica. Também, muitos destes “injustos”, nesta vida, deixaram de aproveitar-se das oportunidades e provisões espirituais disponíveis, as quais desconsideraram, desprezaram, desdenharam ou repeliram. Assim, terão de vencer uma disposição de falta de apreço e de obstinação. Portanto, será penoso para eles. Jesus Cristo deu exemplos de casos assim, quando disse às cidades impenitentes de Corazim, Betsaida e Cafarnaum:

      27. Como foi isto ilustrado por Jesus por meio de Corazim, Betsaida e Cafarnaum?

      27 “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem ocorrido em Tiro e Sídon as obras poderosas que ocorreram em vós, há muito se teriam arrependido em saco e cinzas. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida ao céu? Até o Hades descerás; porque, se as obras poderosas que ocorreram em ti tivessem ocorrido em Sodoma, ela teria permanecido até o dia de hoje. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para a terra de Sodoma do que para ti.” — Mateus 11:20-24.

      28, 29. (a) Por que será a geração judaica dos dias de Jesus condenada pelos antigos ninivitas e pela rainha do sul? (b) No Dia do Juízo, que equilíbrio haverá entre os que agora têm vantagens e os que têm desvantagens religiosas?

      28 Falando à geração dos judeus, que adulteravam sua relação com Deus pelo mundanismo e que baseavam sua crença em sinais visíveis, Jesus disse: “Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui. A rainha do sul será levantada no julgamento com esta geração e a condenará; porque ela veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão, mas, eis que algo maior do que Salomão está aqui.” — Mateus 12:38-42.

      29 Então, quantas surpresas haverá para muitos dos religiosos justos aos seus próprios olhos, para os religiosos formais, convencidos, complacentes, certos de que eram mais justos do que os que chamavam de pagãos! Verificarão que eram hipócritas religiosos, ao passo que os pagãos, que menosprezavam, eram mais sinceros, mais dóceis, mais apreciativos e menos repreensíveis, por causa de sua ignorância. A sinceridade e a atitude das pessoas religiosamente menos favorecidas condenará então os privilegiados, que negligenciaram suas oportunidades com indiferença ou deliberação. Portanto, haverá um equilíbrio justo da questão, entre os atuais favorecidos e os desfavorecidos.

      AS VANTAGENS DO DIA DO JUÍZO

      30, 31. (a) No Dia do Juízo, é preciso que se recapitule diante de todos os humanos sua condição anterior para ver se são inocentes ou culpados? (b) Usando-se os judeus sob a Lei, o que se demonstrou a respeito de toda a humanidade?

      30 Não se pode negar a veracidade da declaração em Romanos 3:22, 23: “Não há distinção. Pois todos pecaram e não atingem a glória de Deus.” Portanto, no Dia do Juízo, todos, “os vivos e os mortos”, com a ajuda dos juízes celestiais que Jeová Deus suscitar, necessitarão urgentemente ser libertos de todos os vestígios do pecado, da fraqueza moral e da imperfeição física com que foram levados ao Dia do Juízo. Toda a evidência, todo o testemunho são contra a humanidade, conforme se declara compreensivelmente em Romanos 3:23 e em outros textos, e isto não precisa ser recapitulado perante os em julgamento, para ver se são inocentes ou culpados. O fracasso dos judeus naturais quanto a guardarem a Lei que Deus lhes deu mediante Moisés demonstrou que nenhuma parte da humanidade, nem mesmo os próprios judeus favorecidos, podiam guardar perfeitamente a lei de Deus. Assim, por meio desta demonstração prática com os judeus sob a Lei, toda boca humana foi calada quanto a defender quem a usava, e todo o mundo da humanidade foi provado culpado perante Deus. É assim como o apóstolo Paulo escreveu há muito tempo atrás:

      31 “Ora, nós sabemos que todas as coisas ditas pela Lei ela dirige aos que estão debaixo da Lei, a fim de que tape cada boca e todo o mundo fique sujeito a Deus para punição.” — Romanos 3:19.

      32. (a) O que se precisa dizer a respeito de os homens terem uma “segunda oportunidade” no Dia do Juízo? (b) Então, de quem dependerá se hão de viver ou não na terra paradísica, e por quê?

      32 Visto que a humanidade nasceu pecadora e condenada à morte, ela nunca teve “uma oportunidade”. Nunca pôde justificar-se perante o Deus da absoluta perfeição por fazer obras perfeitas de justiça e livrar-se da pecaminosidade. Portanto, o Dia do Juízo não oferece à humanidade o que se chama de “segunda oportunidade”. Antes, oferece à humanidade sua primeira oportunidade real de obter a vida eterna em perfeição humana e absoluta inocência num Paraíso terrestre. O Dia do Juízo oferece à humanidade a oportunidade que o perfeito sacrifício humano de Cristo lhe provê para se purificar do pecado e ser soerguida à plena “glória de Deus”, que agora não atinge. Em vista disso, depende do que “os vivos e os mortos” farão no Dia do Juízo para ver se hão de possuir a terra paradísica para sempre ou não. Seus antecedentes já foram estabelecidos e são irreversíveis, com bons ou maus efeitos para eles. O Dia do Juízo lhes permitirá provar o desejo sincero de seu coração de ter acabado, liquidado e terminado com o pecado para sempre. Os juízes celestiais estarão no cargo para ajudá-los com instruções e orientação.

      33. Como é a oportunidade do Dia do Juízo representada em linguagem simbólica em Revelação 20:11-15?

      33 Esta oportunidade no Dia do Juízo é retratada para nós em Revelação 20:11-15 na seguinte linguagem simbólica: “E eu vi um grande trono branco e o que estava sentado nele. De diante dele fugiam a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E eu vi os mortos, os grandes e os pequenos, em pé diante do trono, e abriram-se rolos. Mas outro rolo foi aberto; é o rolo da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas escritas nos rolos, segundo as suas ações. E o mar entregou os mortos nele, e a morte e o Hades entregaram os mortos neles, e foram julgados individualmente segundo as suas ações. E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”

      34. (a) Inclui a ressurreição representada ali os que participam da “primeira ressurreição”? (b) Que registro não está contido nos “rolos” abertos então, e por que não?

      34 Este quadro simbólico não envolve os que participam da “primeira ressurreição” e dos quais já se falou em Revelação 20:4-6 como não estando em perigo da “segunda morte”. Este quadro se refere aos que participam na ressurreição à existência na terra e que serão julgados dignos da vida eterna só no fim dos mil anos, quando puderem mostrar sua justiça plenamente adquirida na perfeição humana. Os “rolos” abertos, cujas coisas escritas servem de base para serem julgados favoravelmente ou adversamente, não são rolos com o registro de todos os seus atos passados, imperfeitos e pecaminosos, na vida atual, sob este sistema de coisas. Os juízes celestiais não precisarão gastar mil anos repassando os registros das vidas humanas passadas para saber a culpa ou a inocência de cada um dos ressuscitados. Não são tão ignorantes ou tão mal informados sobre o passado da humanidade. Os juízes não procuram o passado da humanidade, mas sim o futuro dela. A humanidade precisa de orientação para o futuro!

      35, 36. (a) Então, o que representam estes “rolos” e quem saberá o conteúdo deles? (b) Por que não haverá desculpa para ninguém na terra quanto a não saber disso?

      35 De modo que estes “rolos” abertos são a nova série de instruções, orientações e ordens que são dadas à humanidade pelos juízes que atuam por Deus. Assim, toda a humanidade será informada sobre o conteúdo destes “rolos” abertos, para saber as normas segundo as quais será julgada e o que se espera dela quanto à sua conduta e obra futura. A humanidade não será deixada em ignorância, e todos serão obrigados a saber a lei segundo os rolos de julgamento. Não haverá nem Satanás, o Diabo, nem qualquer de seus demônios por perto, na vizinhança invisível da terra, para cegar as pessoas, para desencaminhá-las, para perverter a lei e as instruções publicadas. Não; porque aqueles velhos “céus” terão fugido de diante da face de Deus, quem estabelece o tempo para este Dia do Juízo. Por conseguinte, não haverá feiticeiros, nem médiuns espíritas ou adivinhos, nem astrólogos com horóscopos, nem haverá venda de pranchas Ouija e outros apetrechos demoníacos similares. Existirão apenas os “novos céus” e estes baixarão a justiça. Conforme lemos:

      36 “Ó céus, fazei-o destilar de cima; e escoe o próprio céu nublado a justiça. Abra-se a terra e seja ela frutífera com salvação, e faça ela a própria justiça brotar ao mesmo tempo. Eu mesmo, Jeová, o criei.” — Isaías 45:8.

      “PRÍNCIPES” TERRESTRES

      37. (a) Como transmitirão os Juízes celestiais à humanidade o conteúdo desses “rolos”? (b) Como saberá a humanidade quando se executarão as leis e os regulamentos de Deus?

      37 De que maneira os invisíveis juízes celestiais comunicarão o conteúdo dos “rolos” abertos aos habitantes da terra não se declara especificamente na Bíblia. Mas haverá representantes diretos do reino celestial de Deus na terra. Sua presença entre a humanidade será evidência oficial de que veio à existência uma “nova terra”, com sua nova sociedade humana. A velha “terra” dominada invisivelmente por Satanás, o Diabo, terá fugido de diante da face de Deus e não se encontrará lugar para ela exceto na destruição. Os tribunais, advogados, promotores e o sistema judiciário serão coisas do passado; caberá então à pessoa estar bem versada na lei de Deus, para julgar segundo ela e para aplicá-la. E quando os representantes terrestres do reino agirem, as pessoas saberão e compreenderão nitidamente que se executam a lei e os regulamentos de Deus.

      38. Dependerá o Rei celestial Jesus Cristo de seus antepassados terrestres para ter distinção ou tem distinção pelo seu próprio mérito?

      38 As Escrituras proféticas fornecem-nos indicações deste arranjo para o Dia do Juízo milenar. Por exemplo, veja o Salmo 45, que é um poema a respeito do Rei ungido de Deus, Jesus, o Messias ou Cristo. Depois de falar profeticamente sobre o casamento celestial de Jesus Cristo e de sua congregação-noiva, e sobre os que assistem a classe da noiva, o salmo diz: “Entrarão no palácio do rei. Em lugar de teus antepassados virá a haver teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra.” (Salmo 45:15, 16) Naturalmente, o Rei celestial Jesus Cristo teve antepassados ilustres, cuja lista é fornecida no registro bíblico, quer tenham servido no trono terrestre do Rei Davi, em Jerusalém, quer não. Mas o Rei celestial não dependerá deles para ter distinção. Terá a sua própria, embora na terra, como homem perfeito, Jesus Cristo se negasse a se sentar num trono material em Jerusalém ou em outra parte.

      39. Como excederá o Rei Jesus Cristo em distinção até mesmo o Rei Davi quanto ao território abrangido?

      39 O Rei celestial Jesus Cristo excederá até mesmo Davi em fama, honra e distinção. Estenderá seu reino muito além das fronteiras de todo o território que o Rei Davi conquistou nos seus dias, segundo a promessa de Deus a Abraão. (Gênesis 15:17-21) Sim, até onde o Oriente se encontra com o Ocidente o Norte com o Sul, sim, em volta do planeta, “toda a terra”. Conforme está escrito “Referente a Salomão”, como tipo profético do Rei Jesus Cristo: “Ó Deus, dá ao rei as tuas próprias decisões judiciais, e ao filho do rei a tua justiça. Pleiteie ele a causa do teu povo com justiça e dos teus atribulados com decisão judicial. E terá súditos de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra.” — Salmo 72: cabeçalho, 1, 2, 8.

      40. No que se refere a filhos principescos, que problema parece surgir, por Jesus não ter tido filhos na terra e por ele ser o Herdeiro Permanente do Rei Davi?

      40 No entanto, parece haver um problema nisso? Este Rei que é maior e mais sábio do que Salomão, filho do Rei Davi, não se casou quando esteve aqui na terra como homem perfeito, com a faculdade de procriação nos lombos para produzir uma família humana, perfeita. Então, como se pode cumprir a profecia de que “em lugar de teus antepassados”, note, “virá a haver teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra”? Além disso, o Jesus Cristo celestial é o Herdeiro Permanente do Rei Davi, e por causa de seu “poder duma vida indestrutível” reinará sem sucessores, sem necessidade de que um filho o suceda. Conforme o anjo Gabriel disse a Maria a respeito de seu prospectivo Filho Jesus: “Jeová Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai, e ele reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu reino.” — Lucas 1:32, 33.

      41, 42. (a) Por que não são os 144.000 aqueles “filhos” a serem designados na terra? (b) De que modo terá o celestial Jesus Cristo “Filhos” terrenos, em cumprimento de que título profético?

      41 Sabemos que os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo não são seus filhos espirituais, mas que são filhos de Deus, “deveras, herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo”. (Romanos 8:17) Então, quem são estes mencionados como sendo “teus filhos, os quais designarás para príncipes em toda a terra”? Evidentemente, não são filhos celestiais do Rei Jesus Cristo. Devem ser filhos terrestres, os quais, por estarem na terra, podem ser designados para príncipes “em toda a terra”. Estes serão filhos Seus por meio da ressurreição dos mortos, especificamente dos mortos “justos”. Seu título prometido, segundo a profecia de Isaías 9:6, 7, a saber, Pai Eterno, não será mero título honorífico, fútil. Ele será realmente pai para a família humana ressuscitada. Ele é “o último Adão”, que se tornou “espírito vivificante”. (1 Coríntios 15:45, 47) O primeiro homem Adão vendeu todos os seus descendentes ao pecado e à morte, mas o “segundo homem”, que “é do céu”, depôs a sua vida humana perfeita para comprá-los de volta de tal herança adâmica. Por isso lemos:

      42 “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” (1 Timóteo 2:5, 6) “Observamos a Jesus, feito um pouco menor que os anjos, coroado de glória e de honra por ter sofrido a morte, para que, pela benignidade imerecida de Deus, provasse a morte por todo homem.” — Hebreus 2:9.

      43. (a) Como se tornará o Rei pai da “grande multidão” de sobreviventes da tribulação que não precisam de ressurreição? (b) Como se tornará eterna a sua paternidade quanto à humanidade?

      43 Pelo sacrifício de si próprio, segundo a vontade de Deus, Jesus Cristo obteve o direito de conferir a vida à raça morredoura da humanidade, tornando-se assim seu pai. Ele transmitirá vida aos “mortos”, tanto os “justos” como os “injustos”, por chamá-los para fora de seus túmulos memoriais e de suas sepulturas aquosas, soerguendo então todos os dispostos à perfeição da vida humana. Quanto aos “vivos”, que sobreviverão à “grande tribulação” para o reino milenar de Cristo, também elevará estes sobreviventes “justos” a um nível de vida “em abundância”, à vida como criaturas humanas em perfeição gloriosa. (João 10:10; 2 Timóteo 4:1; Atos 24:15) Terá realizado tudo isso até o fim dos mil anos. Mas esta vida abundante de seus filhos terrestres pode prosseguir para sempre, e haverá os que por manterem a integridade em perfeição, se mostrarão merecedores da vida eterna. Estes serão seus filhos eternos e ele será literalmente seu Pai Eterno.

      44, 45. (a) Como começará o Rei a reinar com suficientes príncipes na terra e por que serão todos os designados classificados como “príncipes”? (b) No entanto, é necessário ter linhagem real para que o chefe sobre outros seja chamado de príncipe (sar)?

      44 No princípio de seu reinado milenar, o ilustre Rei Jesus Cristo começará a tomar os aptos dentre os seus filhos terrestres para ser “príncipes em toda a terra”. Os “vivos” que sobreviverem à “grande tribulação” e ao lançamento de Satanás e seus demônios no abismo fornecerão certo número destes “príncipes”. Os “justos” dentre os “mortos” ressuscitados do sono da morte fornecerão mais outros, suficientes para se ter os designados “príncipes em toda a terra”. O Salmo 45:16 parece significar que tais “príncipes” incluirão os homens “justos” dentre os seus “antepassados” ressuscitados. Antigamente eram seus antepassados, mas então se tornarão seus “filhos”, por meio da ressurreição. Sendo filhos do Rei celestial, tais designados serão classificados como “príncipes”.

      45 Entretanto, deve-se notar que a palavra hebraica para “príncipes”, no Salmo 45:16, é sarim. Entre os antigos israelitas, nem todo aquele que era chamado “sar” tinha parentesco real. Entre eles, chamava-se “sar” o chefe de mil, o chefe de cem, o chefe de cinqüenta e até o chefe de dez homens. Até mesmo o chefe dos copeiros reais ou o chefe dos padeiros reais podia ser chamado “sar”. — Êxodo 18:21, 25; Deuteronômio 1:15; 20:9; 1 Samuel 8:12; Gênesis 40:2. Compare isso com Gênesis 23:5, 6.

      46, 47. (a) Será que todos os designados terão de ser antepassados régios ou patriarcais do Rei, e que espécie de homens terão de ser? (b) Nos interesses de quem terão de ter verdadeiro interesse, conforme descrita em Isaías 32:1, 2?

      46 Nem todos estes designados para ser “príncipes em toda a terra” terão de ser dos antepassados reais ou patriarcais de Jesus Cristo como homem. Basicamente, terão de ser homens de integridade, “homens capacitados”, “homens sábios e experientes”, tais como os que o profeta Moisés designou para ser juízes, a respeito dos quais lemos: “Moisés passou a escolher homens capacitados dentre todo o Israel e a dar-lhes posições como cabeças sobre o povo, como chefes [sarim] de mil, chefes [sarim] de cem, chefes [sarim] de cinqüenta e chefes [sarim] de dez. E julgaram o povo em toda ocasião propícia. Qualquer causa difícil traziam a Moisés, mas toda causa pequena resolveram eles mesmos como juízes.” (Êxodo 18:25, 26; Deuteronômio 1:15) Os príncipes terrestres designados pelo Rei Jesus Cristo estarão realmente interessados no bem-estar do povo e em resolver pacífica e amigavelmente as dificuldades. Serão corajosos e protetórios do que é direito, assim como os príncipes descritos em Isaías 32:1, 2, que diz:

      47 “Eis que um rei reinará para a própria justiça; e quanto a príncipes [sarim] governarão como príncipes para o próprio juízo. E cada um deles terá de mostrar ser como abrigo contra o vento e como esconderijo contra o temporal, como correntes de água numa terra árida, como a sombra dum pesado rochedo numa terra esgotada.”

      48, 49. (a) Tem havido um aumento dos crimes por causa de que crença estimulada nos criminosos em vista dos atuais processos legais? (b) Segundo Eclesiastes 8:11-13, a quem irá bem — com o que repete os crimes ou com quem?

      48 Naqueles dias do celestial Príncipe [Sar] da Paz, fazer a justiça e trazer os violadores ao juízo não será um processo vagaroso e demorado, sem juízes e funcionários suficientes para julgar prontamente todos os violadores. Levar muito tempo, em muitos casos vários anos, para levar contraventores a juízo, para desfazer injustiças e fazer vigorar a justiça, tem estimulado os criminosos, que são induzidos a pensar que podem safar-se finalmente sem punição. O crime tem aumentado enormemente durante a última metade deste século vinte, mas já antes de começar o século onze antes de nossa Era Comum, o sábio escritor inspirado de observações aguçadas escreveu:

      49 “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal. Embora o pecador faça o mal cem vezes” — imagine só! Mas o escritor inspirado prossegue: “e continue por um longo tempo conforme quiser, contudo, estou também apercebido de que resultará em bem para os que temem o verdadeiro Deus, porque têm tido temor dele. Mas não resultará em nada de bom para o iníquo nem prolongará ele os seus dias, que são como uma sombra, porque ele não tem temor de Deus”. — Eclesiastes 8:11-13.

      50. (a) A atual vagarosidade da justiça se deve a que, muito acima da humanidade? (b) como reagirá a “nova terra” para com os “novos céus” diante da justiça?

      50 O atual processo vagaroso de se levar os contraventores a juízo ou de nunca serem levados a prestar contas deve-se a vivermos na ‘velha terra’ sob os ‘velhos céus’, e a que Satanás, o Diabo, e suas “forças espirituais iníquas nos lugares celestiais” estão dominando a sociedade humana. A destruição da velha sociedade humana corruta e o lançamento de Satanás e seus demônios no abismo removerá toda a obstrução da justiça durante a magistratura milenar do Príncipe [Sar] da Paz, com seus 144.000 juízes associados. Em resultado da destilação e do escoamento da justiça desde os “novos céus”, o solo humano da “nova terra” reagirá favoravelmente e se tornará frutífero de modo correspondente. Jeová predisse isso, dizendo: “Abra-se a terra e seja ela frutífera com salvação, e faça ela a própria justiça brotar ao mesmo tempo. Eu mesmo, Jeová, o criei.” — Isaías 45:8.

      51. Então, que época ansiamos de alma, junto com Isaías?

      51 Não ansiamos tal era de justiça e juízo? Durante esse tempo, a vereda do justo não será tão escabrosa como agora, mas será alisada. Na expectativa desta época desejável, o profeta Isaías, que aguardava uma ressurreição terrestre, escreveu sob inspiração: “A vereda do justo é retidão. Sendo tu reto, aplainarás o próprio rumo do justo. Sim, pela vereda dos teus julgamentos, ó Jeová, temos esperado em ti. O desejo da alma tem sido por teu nome e por teu memorial. Almejei-te com a minha alma durante a noite; sim, com o meu espírito dentro de mim estou à procura de ti; porque, quando há julgamentos teus para a terra, os habitantes do solo produtivo certamente aprenderão a justiça. Ainda que se mostre favor ao iníquo, ele simplesmente não aprenderá a justiça. Na terra da direiteza ele agirá injustamente e não verá a alteza de Jeová.” — Isaías 26:7-10.

      52, 53. (a) Mesmo na terra da direiteza, sob o favor divino, para quem será difícil aprender a justiça? (b) No caso destes, que princípio declarado pelo apóstolo Pedro parece apropriado?

      52 A milenar “terra da direiteza”, de direiteza nos tratos com o povo e entre o povo, será um lugar onde se mostrará grande favor a toda a humanidade na sua imperfeição humana, inata. Alguns membros da família humana caíram mais profundamente na degradação pecaminosa do que outros e ficaram endurecidos numa personalidade injusta, por causa da longa demora de serem levados ao juízo. Sua tendência habitual é para a injustiça. É fácil de ver como os iníquos desta espécie achariam difícil de aprender a justiça e a retidão, mesmo que tudo em volta deles seja direiteza e se lhes mostre favor divino mediante o Rei Jesus Cristo. Apesar de toda a ajuda que lhes será oferecida, estarão inclinados a agir injustamente. Não vão querer reconhecer a alteza de Jeová como Legislador legítimo, nem a retidão de suas normas da vida. Parece ajustar-se a eles o princípio expresso pelo apóstolo Pedro:

      53 “Pois é o tempo designado para o julgamento principiar com a casa de Deus. Ora, se primeiro começa conosco, qual será o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus? ‘E se o justo está sendo salvo com dificuldade, onde aparecerá o ímpio e o pecador?’” — 1 Pedro 4:17, 18.

      54. Precisarão ser preservados vivos até o fim do Dia do Juízo os que receberem em vão o favor de Deus, desacertando seu propósito? Qual é o motivo disso?

      54 Os que na “terra da direiteza” receberem o “favor” de Deus em vão, desacertando seu propósito amoroso, e que se mostrarem incorrigíveis, não necessariamente terão de ser preservados até o fim dos mil anos antes de serem executados, como inaptos para a vida eterna no Paraíso restabelecido na terra. Sem qualquer injustiça para com tais que se mostrarem além de correção, poderão ser executados por aquele a quem Deus designou para julgar em justiça a terra habitada. Eles não recebem seus nomes inscritos no “livro da vida” e por isso só são aptos para a “segunda morte”, conforme simbolizada pelo “lago de fogo” que causa uma destruição completa. (Revelação 20:14, 15) Quão sábio e prudente é, pois, ser agora obediente às “boas novas de Deus” e cultivar amor à justiça, em vista daquele vindouro Dia do Juízo!

  • O que se pode esperar ao terminar o dia milenar de juízo
    Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
    • Capítulo 8

      O que se pode esperar ao terminar o dia milenar de juízo

      1. Por que não será nada de extraordinário esperar-se que os habitantes da terra aprendam a justiça durante os mil anos em que Satanás estiver no abismo?

      DURANTE os mil anos do encarceramento de Satanás, o Diabo, no abismo, haverá mundialmente os julgamentos da parte de Deus para a terra e seus habitantes. Os juízes celestiais farão decisões e agirão por Jeová Deus. O mesmo farão os representantes principescos na terra. Agirão como os juízes aos quais o Rei Jeosafá, de Jerusalém, colocou em todo o país para fazer o povo voltar a Deus. Jeosafá disse-lhes: “Vede o que estais fazendo, porque não é para o homem que julgais, mas é para Jeová; e ele está convosco na questão do julgamento. E agora venha sobre vós o pavor de Jeová [não do homem]. Tomai cuidado e agi, porque com Jeová, nosso Deus, não há injustiça, nem parcialidade, nem aceitação de suborno.” (2 Crônicas 19:4-7) Havendo tais juízes celestiais e seus príncipes judiciais na terra, não será extraordinário demais esperar-se que os habitantes da produtiva terra paradísica aprendam a justiça, ao todo durante mil anos. — Isaías 26:9.

      2, 3. (a) Por meio de Davi, Jesus era Descendente de que belemita, e por isso, com que compara Isaías a Jesus, no seu início terrestre, com referência àquele? (b) O espírito de que qualidades descansará sobre ele e como julgará ele?

      2 Que Juiz Principal habilitado e fidedigno toda a humanidade terá nos “novos céus”, durante todo este Dia do Juízo de dez séculos! Isaías, no oitavo século antes de nossa Era Comum, fez uma descrição profética ardorosa do Juiz. Este predito Juiz é o Senhor Jesus Cristo, o Descendente messiânico do Rei Davi, filho de Jessé, de Belém. Poderia Jeová Deus prover e designar um juiz melhor para endireitar os assuntos humanos e para cuidar de que o povo obtenha justiça e que a justiça seja estabelecida para sempre na terra? Portanto, preste toda a atenção devida, ao passo que o profeta, sob inspiração, fala sobre as qualidades deste futuro Juiz, que descende do belemita Jessé, mediante o Rei Davi. Comparando este Descendente no seu início terrestre a um pequeno renovo que sai crescendo do tronco duma árvore derrubada, Isaías profetizou:

      3 “E do tronco de Jessé terá de sair um renovo; e das suas raízes frutificará um rebentão. E sobre ele terá de pousar o espírito de Jeová, o espírito de sabedoria e de compreensão, o espírito de conselho e de potência, o espírito de conhecimento e do temor de Jeová; e deleitar-se-á no temor de Jeová. E não julgará pelo que meramente parece aos seus olhos, nem repreenderá simplesmente segundo a coisa ouvida pelos seus ouvidos. E terá de julgar com justiça os de condição humilde e terá de dar repreensão com retidão em benefício dos mansos da terra. E terá de golpear a terra com a vara da sua boca; e ao iníquo entregará à morte com o espírito de seus lábios. E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade, o cinto de seus lombos.” — Isaías 11:1-5.

      4. (a) No temor de quem julgará ele a humanidade? (b) Como se tornará ele mais do que apenas um “renovo” ou “rebentão” procedente do “tronco de Jessé”, sem se tornar desapontamento ou irritação?

      4 Este Juiz Principal deleita-se realmente e tem verdadeiro prazer em temer a Jeová, de modo que, sem falta, julgará para Jeová e não para o homem. De modo que é apenas temente a Deus em fazer suas decisões, não temendo o homem. Certamente deve ser sábio, por causa deste temor sadio do único Deus verdadeiro e vivente, Jeová. Não permaneceu como mero “renovo” ou “rebentão”, do firmemente arraigado “tronco de Jessé”, mas desenvolveu-se numa “grande árvore” robusta de realeza celestial, como o Davi Maior, o Filho do Vivente Jeová. (Isaías 61:3; veja Ezequiel 17:22-24.) Sobre este enaltecido, na sua posição régia, majestosa, descansa o poderoso espírito de Jeová, dotando-o de conhecimento, entendimento e sabedoria, tão necessários para este cargo de responsabilidade. Por conseguinte, como Rei entronizado à direita de Deus, trará mérito a Jeová; e como Juiz divinamente nomeado, não será um desapontamento ou uma irritação para os habitantes da terra.

      5. Como mostrará imparcialidade e discernimento a favor da estrita justiça, ainda mais do que Salomão qual juiz?

      5 Estabelecer-se-á a justiça na terra. O Juiz celestial usará de maior discernimento do que seu protótipo, o Rei Salomão, que fez decisões muito esplêndidas, tais como a do caso difícil que lhe foi apresentado por duas prostitutas. Ambas renegaram um filho morto e reivindicaram um filho vivo. A respeito do modo extraordinário em que descobriu a verdadeira mãe do filho vivo está escrito: “E todo o Israel chegou a ouvir a decisão judicial que o rei havia proferido; e ficaram temerosos por causa do rei, pois viram que havia nele a sabedoria de Deus para executar decisões judiciais.” (1 Reis 3:16-28) De modo similar, o Salomão Maior não julgará segundo as aparências das coisas, nem segundo meros boatos, mas cuidará de que se descubram os verdadeiros fatos e se conte a história real, para fazer e executar uma decisão justa. Não favorecerá os altos contra os humildes, nem os arrogantes contra os mansos.

      6. Como mostrará ele, pela sua atuação na “grande tribulação”, que seus mil anos de juizado serão justos?

      6 Para mostrar como prometem ser seus mil anos de magistratura, este Juiz tão cheio do espírito de Jeová mostrará ser libertador dos humildes e dos mansos na vindoura “grande tribulação”, que culminará com a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon. (Mateus 24:21; Revelação 7:14; 16:14, 16) Suas ordens e orientações aos seus exércitos celestiais serão como uma “vara” procedente de sua boca, pois, no cumprimento do que ele disser como Comandante, a ‘velha terra’ de injustiça será golpeada e despedaçada. Os lábios de sua boca serão movidos pelo espírito de Jeová e expressarão sua atitude e seu sentimento para com os iníquos na terra, e estes, por conseguinte, serão mortos. Todo o nosso globo terrestre será purificado dos altivos, arrogantes e iníquos. E, naturalmente, o governante invisível destes, Satanás, será acorrentado e lançado no abismo.

      7, 8. (a) Para o bem da humanidade, de que modo será como se o Juiz estivesse cingido da justiça e da fidelidade? (b) Que efeito tem isso sobre a humanidade em produzir mudanças nela?

      7 Deveras, desta magistratura milenar do Juiz nomeado por Jeová, Jesus Cristo, a humanidade só poderá esperar a justiça e a fidelidade aos seus interesses. Será como se este Juiz celestial estivesse cingido e fortalecido pela justiça, como se se cingisse para a obra da justiça. Sim, será como se ele se cintasse, se cingisse com a qualidade da fidelidade, ou como se se cingisse em apoio do cuidado fiel dos interesses do povo que ele julga segundo as normas de Deus. Em quanta paz e tranqüilidade isto resultará para a terra! Que mudanças haverá nas atitudes das pessoas entre si, que alteração das personalidades, para o bem dos outros! Isto é deleitosamente representado nas palavras proféticas de Isaías, que diz:

      8 “E a justiça terá de mostrar ser o cinto de seus quadris, e a fidelidade, o cinto de seus lombos. E o lobo, de fato, residirá por um tempo com o cordeiro e o próprio leopardo se deitará com o cabritinho, e o bezerro, e o leão novo jubado, e o animal cevado, todos juntos; e um pequeno rapaz é que será o condutor deles. E a própria vaca e a ursa pastarão; juntas se deitarão as suas crias. E até mesmo o leão comerá palha como o touro. E a criança de peito há de brincar sobre a toca da naja; e a criança desmamada porá realmente sua própria mão sobre a fresta de luz da cobra venenosa. Não se fará dano nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” — Isaías 11:5-9.

      TRANSFORMAÇÕES DE PERSONALIDADE

      9. Desde quando e em quem se produziram tais mudanças de características pessoais pelo espírito de Deus?

      9 Imagine as personalidades humanas que se comparam ao lobo, ao leopardo, à ursa, ao leão novo jubado, à naja e à cobra venenosa! Tem havido muitos com tais personalidades que aceitaram finalmente a mensagem do reino de Deus e transformaram sua personalidade, para poderem dar-se bem com outros mansos e inofensivos semelhantes ao cordeiro, ao cabritinho, ao rapazinho, à criança de peito ou à criança desmamada. Desde o derramamento do espírito santo de Deus, mediante Cristo, sobre a congregação cristã, quando estava ajuntada no festivo Dia de Pentecostes, de 33 E.C., o espírito de Jeová tem operado para transformar os membros da congregação para serem semelhantes a Cristo. Em conseqüência disso, os membros fiéis da congregação puderam suportar-se uns aos outros e dar-se bem uns com os outros, embora antes, na personalidade, fossem comparáveis a estes temidos animais selváticos. (Atos 2:1-33) Fiel à profecia de Isaías, não causaram dano a concristãos, nem causaram a ruína à congregação, no “monte santo” da adoração de Jeová.

      10. (a) Em quem mais, além dos 144.000 juízes associados de Cristo, produziram-se tais transformações de personalidade? (b) Que resultado favorável terá tal transformação para eles no começo do juizado milenar de Cristo?

      10 Esta transformação de personalidade não só se deu com os que finalmente constituem os 144.000 juízes associados do Juiz Principal Jesus Cristo, mas também com a inúmera “grande multidão” dos adoradores de Jeová, que hoje são ajuntados dentre todas as nações, tribos, povos e línguas. A estes prospectivos habitantes do Paraíso terrestre assegura-se a proteção de Deus durante a “grande tribulação” e de serem preservados através dela para a nova ordem divina, sob a judicatura milenar de Jesus Cristo. (Revelação 7:9-17) Naturalmente, levarão as suas personalidades transformadas diretamente para a nova ordem divina. Isto será muito favorável para eles, porque serão os “vivos” para com os quais o Juiz celestial, Jesus Cristo, começará a expressar seus julgamentos milenares. (2 Timóteo 4:1) Nestas circunstâncias, terá desaparecido do “monte santo” da adoração de Jeová o temor de dano e ruína. Eles já conhecem a Jeová, e, assim, com estes sobreviventes em todo o globo, a terra realmente estará cheia do conhecimento de Jeová. Mas este conhecimento aumentará.

      11. O que assegurou Deus aos oito sobreviventes do dilúvio a respeito das criaturas terrestres inferiores, e como terá isso um equivalente moderno?

      11 Neste ponto, lembramo-nos do que foi dito aos oito sobreviventes humanos do dilúvio dos dias de Noé, depois de saírem da arca e oferecerem sacrifícios a Deus. Jeová disse-lhes: “E o medo de vós e o terror de vós continuará sobre toda criatura vivente da terra e sobre toda criatura voadora dos céus, sobre tudo o que se está movendo no solo, e sobre todos os peixes do mar. Na vossa mão estão agora entregues.” (Gênesis 9:2) Não terá isso um equivalente moderno? Visto que a vindoura “grande tribulação” será dirigida contra os homens ímpios da terra, não exterminará os animais terrestres, as aves e os peixes do mar. É razoável esperar-se que Deus ponha sobre essas criaturas terrestres, inferiores, qualquer medida de medo e terror das criaturas humanas, que tenham perdido, criaturas humanas que serão comissionadas a converter a terra arruinada num Paraíso. Certamente, visto que Deus, pelo seu espírito, pôde transformar personalidades animalescas em personalidades cristãs, entre os 144.000 e os da “grande multidão” da atualidade, ele poderá fazer algo similar no caso dos animais selváticos. De fato, não causarão dano aos adoradores de Jeová na terra.

      12, 13. (a) Lá no Paraíso original, qual foi a atitude do homem e da mulher para com as criaturas terrestres inferiores? (b) Que espécie de relação existirá entre as próprias criaturas terrestres inferiores em mais do que apenas num sentido figurativo?

      12 Em harmonia com isso, podemos esperar que a descrição deliciosa da vida animal, apresentada em Isaías 11:6-9, tenha um cumprimento literal nas aves, nos peixes e nas criaturas terrestres da terra durante o reino milenar do Príncipe da Paz, o Filho do Jessé Maior, Jeová Deus. Lá no original Paraíso de Prazer ou Jardim do Éden, a mulher Eva não tinha medo da serpente, nem fugiu dela quando se fez que esta falasse com ela. (Gênesis 3:1-4) Antes disso, levaram-se perante Adão os animais selváticos e as criaturas voadoras, e ele lhes deu nomes, não mostrando ter medo deles. (Gênesis 2:19, 20) Esta condição edênica de liberdade do medo das criaturas inferiores da terra e de segurança contra o dano por parte delas será restabelecida no Paraíso restaurado.

      13 Também, tais animais terrestres, criaturas voadoras e peixes estarão em paz entre si, bem como com o homem. Seria incoerente se Deus inspirasse profecias tais como Isaías 11:6-9, Ezequiel 34:25 e Oséias 2:18, para terem apenas um significado figurativo ou espiritual, sem terem uma realidade fiel destas coisas na vida real, como se o cumprimento literal fosse um ideal impossível.

      14. Contudo, o que é mais importante do que domar as criaturas terrestres inferiores, e por quê?

      14 No entanto, o objetivo principal não é domar os animais, as aves e os peixes. Tais criaturas terrestres existiam muito antes da humanidade. O ponto em questão ou em jogo é a existência continuada da humanidade na terra. Todos os descendentes de Adão e Eva nasceram pecadores e assim “não atingem a glória de Deus”. (Romanos 3:23) Em muitos casos, os homens não assumiram qualidades piedosas, mas qualidades dos animais que agora são ferozes. Por isso, a humanidade precisa ser trazida de volta a esta “glória de Deus”, para se mostrar digna da vida eterna para o louvor de Deus, o Criador. Os membros da família humana precisam ser reunidos numa relação mútua pacífica e inofensiva, praticando a justiça e o juízo de modo perfeito. Isto será realizado pela judicatura milenar de Jesus Cristo.

      15. Como farão os juízes celestiais sobre a humanidade que a proporção das transgressões diminua ao passo que a proporção da população aumente?

      15 Atualmente, a proporção dos crimes dos homens aumenta mais rápido do que o aumento da população da terra. Em forte contraste com isso, durante o milênio, a população da terra aumentará regularmente por causa da ressurreição dos mortos, tanto de “justos” como de “injustos”. E ainda assim, a proporção do proceder errado diminuirá até finalmente desaparecer. Por quê? Porque os juízes celestiais sobre a humanidade serão absolutamente justos e ensinarão a toda a humanidade a verdadeira justiça, segundo as normas de Deus. Como ajuda neste sentido, “a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar”. (Isaías 11:9) Permitir-se-á apenas a adoração Dele neste milênio teocrático. A humanidade será levada aos pátios terrestres da “verdadeira tenda” de Jeová, seu templo espiritual. Ali ficará conhecendo a verdade do que Jesus disse em oração ao seu Pai celestial: “Isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro, e daquele que enviaste, Jesus Cristo.” — João 17:3; Hebreus 8:2.

      16. (a) Em vista de que resultado não fracassará no seu objetivo o juizado milenar de Cristo? (b) Por que não será Cristo que concederá à humanidade restabelecida a vida eterna no Paraíso?

      16 O milenar Dia do Juízo não fracassará no seu objetivo. Até chegar ao seu fim, todos os dispostos e obedientes terão sido instruídos no verdadeiro juízo e justiça até a perfeição. Suas debilidades físicas e mentais herdadas de Adão e Eva terão sido eliminadas. Serão assim capazes, em todos os sentidos, de estar a altura das normas absolutas da justiça de Deus, em si mesmos. Conceder-lhes-á então Jesus Cristo, como Juiz Principal, o direito à vida eterna numa terra pacífica, toda gloriosa em beleza paradísica? Não! Neste respeito, ele não age por Deus, porque sabe que está escrito: “É Deus quem os declara justos.” (Romanos 8:33) O que fará então o Juiz de Deus?

  • A prova para toda a humanidade após o milênio
    Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos
    • Capítulo 9

      A prova para toda a humanidade após o milênio

      1. No fim do Dia de Juízo milenar, qual será o requisito final para a humanidade restabelecida, e, por isso, o que fará com ela o Juiz Adjunto, Jesus Cristo?

      NO FIM do Dia do Juízo de mil anos, os da família humana, julgados em justiça, estarão perfeitos diante de seu Juiz e Libertador, Jesus Cristo. Mas ainda não são julgados dignos da vida eterna na terra paradísica. Ainda terão de enfrentar o Supremo Tribunal do universo, o do Deus Altíssimo, Jeová, o Soberano Senhor. Em harmonia com este requisito final, o Juiz Adjunto Jesus Cristo terá de entregar a raça humana, então capaz de justiça perfeita, ao seu Deus e Pai, para que Este faça a sua decisão para com todos os que, sob prova, se mostrem dignos ou indignos da dádiva inestimável da vida eterna em paz e felicidade. Apesar de sua perfeição, ainda são mortais.

      2. O que terá acontecido então à morte adâmica, e, portanto, o que decidirá Jeová a respeito das pessoas individuais da humanidade?

      2 A condição morredoura que se apegou à humanidade por causa do pecado de seu primeiro pai humano, Adão, no Éden, já foi então desfeita, destruída, como que lançada no “lago de fogo” para a sua própria morte. (Revelação 20:14, 15) No entanto, será que a humanidade, então liberta da morte e da imperfeição adâmicas, fará algo de sua própria iniciativa, deliberadamente, para merecer a morte eterna sob o julgamento de Jeová? Quais as pessoas que se mostrarão dignas da “segunda morte”? Isto é o que o Juiz Supremo Jeová terá de determinar como Árbitro Derradeiro.

      3. Segundo 1 Coríntios 15:24-28, que transferência ocorrerá então?

      3 Aplicar-se-á então o que o apóstolo Paulo predisse em 1 Coríntios 15:24-28: “A seguir, o fim, quando ele entregar o reino ao seu Deus e Pai, tendo reduzido a nada todo governo, e toda autoridade e poder. Pois ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada. Pois Deus ‘lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés’. Mas quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele [Jeová Deus] que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos.” — NM; BLH.

      4. Que questões decidirá então o Soberano Senhor Jeová para com a humanidade aperfeiçoada, e por meio de que fará isso?

      4 Como resultado de o Filho entregar o reino a seu Deus e Pai, o reino torna-se propriedade de Jeová Deus. De modo que não restará nenhum reino subsidiário entre o Soberano Senhor Jeová e a humanidade. Como reagirão então os da humanidade ao reinado direto de Deus sobre eles? Declarar-se-ão súditos leais dele por toda a eternidade? Decidirão todos pessoalmente que Ele é sua escolha como Deus, para sempre? Ser alguém declarado justo por motivo dele mesmo e conceder-se-lhe o direito à vida eterna é algo sério, que exige lealdade inabalável da parte de quem recebe tal direito precioso. Como decidirá Deus o nome de quem deve constar do “livro da vida”? Será uma prova de lealdade e integridade de coração, como no caso do patriarca Jó, da terra de Uz.

      5. Como corresponderá a prova então imposta à humanidade aperfeiçoada à de Jó, e com o fim de provar o quê?

      5 A humanidade terá então usufruído a benignidade imerecida de Deus já por mil anos, sob o reino do Filho de Deus, e encontrar-se-á um belo paraíso planetário. Como no caso de Jó, a questão será: Ama e adora a Deus apenas por todo o bem que fez para ela ou por causa do que Ele mesmo é, o único Deus vivente e verdadeiro e Soberano Legítimo do universo? No caso de Jó, sua integridade para com Jeová Deus foi provada por se permitir que o Diabo, Satanás, o hostilizasse, exceto quanto a tirar-lhe a vida. Assim, então, por se permitir que Satanás, o Diabo, ponha a humanidade restabelecida à prova, até onde o Deus Todo-poderoso permitir, a humanidade aperfeiçoada poderá ser testada e provada quanto à integridade a Deus em sentido perfeito. Tal prova exigiria que Satanás e seus ‘demônios’ fossem soltos de seus mil anos de encarceramento no abismo. Isto é o que acontecerá.

      6. Como descreve Revelação 20:7-10 o que acontecerá no fim do reinado milenar de Cristo?

      6 O que ocorrerá após o fim do reinado milenar de Jesus Cristo e de seus 144.000 associados régios, nos é dito em Revelação 20:7-10 nas seguintes palavras: “Ora, assim que tiverem terminado os mil anos, Satanás será solto de sua prisão, e ele sairá para desencaminhar aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de ajuntá-los para a guerra. O número destes é como a areia do mar. E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou. E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.”

      7. Quando soltos, por que estarão Satanás e seus demônios confiantes quanto à humanidade aperfeiçoada, e qual será novamente o ponto em disputa?

      7 Serem Satanás e seus demônios soltos do abismo significa deixá-los vir novamente à vizinhança da terra, onde poderão exercer um controle invisível sobre aqueles da humanidade, que sucumbirem a eles. Satanás, o Diabo, será confiante em si mesmo, apesar da perfeição mental, moral, espiritual e física da humanidade. É verdade que fracassou no caso do patriarca Jó, mas foi bem sucedido mais de vinte e cinco séculos antes, no caso de Adão e Eva, apesar de sua perfeição humana no Éden. Em ambos os casos, porém, a questão em disputa foi a mesma, a saber, a soberania Deus, a qual exige obediência absoluta das criaturas humanas às leis e às proibições de Deus.

      8. (a) Como se mostra aqui que a questão imposta a toda a humanidade é a da soberania universal? (b) Quem são os “santos” e o que é a “cidade amada”?

      8 Que a mesma questão é imposta a toda a humanidade após o fim dos mil anos é revelado pelo fato de que os que então são desencaminhados por Satanás e seus demônios avançam sobre a terra e cercam o “acampamento dos santos e a cidade amada”. Sim, haverá então “santos” na terra. Estes serão cercados por Satanás e suas hostes terrenas, por recusarem ser desencaminhado por Satanás e seus demônios. Esses “santos” são os da humanidade restabelecida, que mantêm sua integridade a Deus nesta prova de decisão total. Estão como que num acampamento de guerra atacado por guerreiros inimigos. Os “santos” são mencionados como separados da “cidade amada”. Não estão nela, mas sim no “acampamento”. É evidente, pois, que esta “cidade” não é uma cidade construída na terra como capital global. Deve ser a cidade de que o glorificado Jesus Cristo falou aos seus seguidores, em Revelação 3:12, e que ele chamou de “cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desceu do céu da parte do meu Deus”.

      9. Para quem é a cidade “amada”, e como desce do céu, da parte de Deus?

      9 Esta “cidade” é “amada” por Deus e também pelos “santos”. Os 144.000 co-herdeiros de Jesus Cristo têm sobre si escrito o nome desta “nova Jerusalém”. Ela não está na terra, como alguma cidade material, mas é uma cidade celestial que desce por estender sua influência e autoridade aos habitantes da terra.

      10. Poderá o solto Satanás atacar diretamente a “cidade amada”? Portanto qual é o objetivo de seu ataque contra ela?

      10 Esta “cidade” não é desorganizada e demolida no fim dos mil anos de sua regência sobre a humanidade, mas os seus efeitos bons e justos permanecerão na terra com os “santos”. Por travar guerra contra esta “cidade amada”, Satanás, o Diabo, pretende desfazer todo este bem que a Nova Jerusalém fez. Não quer que estes benefícios permaneçam com a humanidade para sempre. Visto que estará restrito à vizinhança da terra, sem haver mais lugar para ele no céu, do qual foi expulso com seus demônios, não poderá atacar diretamente a “cidade amada” lá em cima. Por isso guerreia contra ela ao ponto de tentar reduzir a nada toda a justiça que estabeleceu na terra.

      11. (a) Como se travará então a “guerra”? (b) Como se mostrará que a questão não é a onipotência de Deus, mas sim a justeza de sua soberania universal?

      11 Dificilmente é de se esperar que esta “guerra” seja travada com armas científicas, tais como bombas nucleares e outros instrumentos de guerra este século vinte. Durante o milênio, os habitantes da terra não terão armazenado tais armas, nem terão aprendido mais tal guerra. (Isaías 2:2-4) Não será uma guerra de poderio militar de tal espécie. As armas poderosas para vencer as pessoas poderão ser o engano, a proposta fraudulenta e apelos ao egoísmo, em deslealdade ao Soberano Universal. Que a questão será a da legitimidade da soberania universal de Jeová em vez de a da onipotência de Deus é demonstrado por se ter provado o poderio superior de Deus em comparação com Satanás, o Diabo, por Satanás ter sido encarcerado por mil anos no abismo e então ser solto. Ainda sendo rebelde contra a soberania de Jeová, pretende também tornar rebelde toda a humanidade.

      A EXTENSÃO DA REBELIÃO APÓS O MILÊNIO

      12. O que é indicado por se dizer que aqueles que Satanás desencaminha são “como a areia do mar”?

      12 O número dos que Satanás e seus demônios conseguirão desencaminhar na questão primária é mencionado como sendo “como a areia do mar”, quer dizer, aparentemente sem número. (Revelação 20:8) Isto de modo algum significa que será a vasta maioria da humanidade. Por exemplo, os exércitos combinados que guerrearam contra o Juiz Josué foram mencionados como tão numerosos como os grãos de areia à beira mar. (Josué 11:4) Disse-se que os camelos dos inimigos que invadiram a terra de Israel nos dias de Gideão, filho de Joás, eram inúmeros, tão numerosos como os grãos de areia que há à beira do mar”. (Juízes 7:12) Assim também os que serão desencaminhados por Satanás são de número indefinido, não se predizendo quantos deles, mas o bastante para darem a impressão duma grande multidão. De modo que Satanás, o Diabo, terá êxito apenas limitado.

      13. É por meio duma ressurreição que aparecerão na terra paradísica “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”?

      13 Os que Satanás conseguir desencaminhar são mencionados como “aquelas nações nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue”. Aparecerem na terra paradísica não se dará pela ressurreição dos mortos, inclusive dos “injustos”, mas será o resultado de Satanás desencaminhar um número não predito da humanidade restabelecida.

      14. Então, em que sentido podem ser chamadas de “nações” e em que sentido se pode dizer que estão “nos quatro cantos da terra”?

      14 Durante o milenar Dia do Juízo não terá havido divisões nacionais da humanidade, nem terá o julgamento das pessoas sido influenciado pela sua descendência nacional. Serem os desencaminhados pelo liberto Satanás chamados de “nações” indica que, iguais a Satanás, recusam reconhecer a soberania universal de Jeová e decidem estabelecer uma soberania terrestre própria, tal qual uma soberania nacional. Talvez não tenham uma soberania unida sobre si, mas por causa duma divisão entre si mesmos, podem ter soberanias de grupos. Não importa como seja, todos estarão unidos contra a soberania de Jeová. Serem chamadas de “aquelas nações nos quatro cantos da terra” sugere que estão longe da “cidade amada”. Portanto, na sua atitude para com a soberania, os desencaminhados se terão afastado para longe da soberania de Jeová Deus. No seu caso, Jeová Deus não se terá tornado “todas as coisas para com todos”.

      15, 16. (a) De que modo são aqueles nacionalistas desencaminhados semelhantes a ‘Gogue e Magogue”, quanto ao tempo da questão e o objetivo do ataque? (b) Em que se assemelham aqueles desencaminhados a Gogue, ao serem manobrados por Jeová para fazerem seu ataque?

      15 Estes nacionalistas desencaminhados são bem apropriadamente chamados “Gogue e Magogue”. No caso do original “Gogue da terra de Magogue”, conforme predito na profecia de Ezequiel, ele fez um ataque final contra os adoradores de Jeová Deus. Fez isso depois de estes adoradores terem sido restabelecidos no seu devido domínio terrestre e sua terra se ter tornado como o “jardim do Éden”. (Ezequiel 36:35) Habitavam como que numa “terra campestre” e ‘tinham sossego, morando em segurança, todos eles habitando sem muralha’, não tendo “nem mesmo tranca e portas”. (Ezequiel 38:11) Também, o povo da “terra de Magogue” apoiou seu maioral-chefe neste ataque contra os aparentemente indefesos adoradores de Jeová. Mas Gogue realmente veio ao ataque de longe, porque, conforme Jeová diz: “Hei de voltar-te e pôr ganchos nas tuas maxilas, e hei de fazer-te sair com toda a tua força militar, . . . Na parte final dos anos virás à terra daqueles que foram recuperados.” — Ezequiel 38:4-8.

      16 Os desencaminhados por Satanás, o Diabo, após o milenar Dia do Juízo ter acabado, seguirão este maioral invisível, que acabava de ser solto por Jeová Deus, do abismo, com o objetivo de deixá-lo fazer um ataque contra a humanidade restabelecida. Ao serem soltos do abismo, Satanás, o Diabo, e seus demônios têm permissão de invadir novamente a vizinhança da terra e entrar em contato íntimo com a humanidade na terra paradísica, então semelhante ao Jardim do Éden. Portanto, ao fazer seu ataque, o liberto Satanás, o Diabo, é como que levado por ganchos nas maxilas sob as manobras de Jeová. E os que na terra forem então desencaminhados por Satanás, o Diabo, serão iguais a ele levados como que por ganchos nas maxilas para fazer este ataque contra “o acampamento dos santos e a cidade amada”. (Revelação 20:7-9) De modo que os nomes de Gogue e Magogue podem ser apropriadamente usados e aplicados a estes nacionalistas desencaminhados da humanidade, que atacam e procuram despojar os que aderem realmente à soberania universal de Jeová Deus.

      17, 18. (a) Terão os desencaminhados a capacidade de atacar diretamente a “cidade amada”, ou como serão obrigados a fazer o ataque? (b) No fim do reinado milenar de Cristo, que ação serão obrigados a tomar seus filhos principescos na terra, e com que objetivo?

      17 Estes desencaminhados da humanidade, sendo meros homens na terra, não podem atacar diretamente a Nova Jerusalém celestial, assim como tampouco o pode fazer seu líder invisível, Satanás o Diabo. Mas podem entrar em contato com os que na terra representaram fielmente o governo messiânico, celestial, a saber, os “príncipes em toda a terra”. Tendo sido designados para príncipes pelo Rei da Nova Jerusalém, o Pai Eterno, Jesus Cristo, servem como representantes principescos, visíveis, da “cidade amada”. E no fim do seu reinado milenar, quando o Filho régio de Deus “entregar o reino ao seu Deus e Pai”, estes filhos principescos na terra terão de tomar uma ação correspondente. Terão de imitar o Filho de Deus, que “se sujeitará Àquele que lhe sujeitou todas as coisas”, o Pai celestial.

      18 Portanto, estes “filhos” principescos do Pai Eterno, Jesus Cristo, o imitarão corretamente e se sujeitarão ao Deus e Pai dele, como Soberano Legítimo do universo. Em vez de se rebelarem orgulhosamente contra o que sua situação mudada exige, agirão como Cristo e se sujeitarão à soberania universal de Jeová. Os desencaminhados por Satanás o Diabo, os atacarão com argumentos e pressões para dissuadir os representantes terrestres, visíveis da “cidade amada”, mas estes se recusarão decididamente. Manterão sua integridade ao Deus Altíssimo e se apegarão lealmente à sua soberania legítima sobre toda a terra e todo o universo. Decidirão sem hesitação deixar Jeová Deus ser “todas as coisas para com todos” no seu próprio caso. — 1 Coríntios 15:24-28.

      ELIMINAÇÃO DE “GOGUE E MAGOGUE” E SEU DESENCAMINHADOR

      19. Ao serem atacados pelos desencaminhados, como mostrarão os leais não só fé em Deus, mas também integridade para com a Sua soberania universal?

      19 Nesta “guerra”, para a qual Satanás, o Diabo, terá ajuntado seus desencaminhados na terra, o “acampamento dos santos” e os representantes terrestres da “cidade amada’’ não lutarão em defesa com armas carnais. Naturalmente, não podem matar a Satanás, o Diabo, nem seus anjos demoníacos, aos quais não podem ver nem alcançar. Entretanto, embora possam ver na terra os desencaminhados que constituirão “Gogue e Magogue”, os que escolhem em lealdade a soberania universal de Jeová não matarão os desencaminhados, não agindo assim como executores dos desencaminhados. Escolhendo o lado de Jeová Deus, deixarão que ele expresse a sua soberania universal e a prove aos desleais desencaminhados. Deixarão que a batalha seja de Jeová e não presumirão agir como Suas forças executoras, combatendo com armas mortíferas. Isto não só demonstrará fé da sua parte, mas também perfeita integridade para com Jeová Deus e sua soberania universal. Que Ele mesmo os salve e destrua os desleais! Em plena confiança, ficarão parados e verão a “salvação da parte de Jeová” a seu favor. — 2 Crônicas 20:15-17.

      20. (a) O que terão o privilégio de ver os leais, sob a proteção divina? (b) O que significará esta ação divina para os desleais?

      20 Pousando “sob a própria sombra do Todo-poderoso”, os que se mantiverem leais à soberania universal de Jeová ‘apenas estarão olhando com os seus olhos e estarão vendo a própria retribuição feita aos iníquos’. (Salmo 91:1, 8) Verão o cumprimento do que foi predito em Revelação 20:9 a respeito de “Gogue e Magogue” após o milênio: “E avançaram sobre a largura da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Mas desceu fogo do céu e os devorou.” Estes desleais da humanidade obterão um batismo de fogo, que significará sua destruição eterna. Deus não os justificará ou declarará justos, nem inscreverá seus nomes no “livro da vida”. (Romanos 8:33) Este não será um abuso da soberania universal de Jeová, mas uma expressão legítima dela para com os seus inimigos.

      21. (a) Quanto tempo seria Satanás solto do abismo, e ter-se-á então atingido a finalidade disso? (b) O que significaria ser ele retornado ao abismo?

      21 Entretanto, a destruição eterna destes odiadores indisciplinados do que é bom não elimina Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos da vizinhança da terra. Ele já ficou então bastante tempo solto do abismo. O propósito de Deus o soltar já foi servido plenamente; não há mais motivo para deixá-lo solto por mais tempo com seus demônios. Lembramo-nos de que está escrito a respeito de ele ser lançado no abismo por mil anos: “Depois destas coisas terá de ser solto por um pouco.” (Revelação 20:3) Acabou o “pouco” de tempo em que Satanás, o Diabo, tentara desencaminhar quantos pudesse da humanidade restabelecida a pensar que Jeová exerce sua soberania sobre a terra de modo errado e arrogante. O que se segue então? São Satanás e seus demônios lançados de volta no abismo? Fazer isso daria a entender que seriam novamente soltos, assim como o próprio Jesus Cristo foi solto dum abismo e os gafanhotos simbólicos foram soltos do abismo, bem como a “fera” montada por Babilônia, a Grande, subiu do abismo. — Romanos 10:7; Revelação 9:1-3; 17:8; veja Revelação 11:7.

      22, 23. (a) Como se terá respondido à acusação de Satanás contra o homem, e a favor de quem se terá resolvido a longa controvérsia? (b) O que sobrevirá então a Satanás e seus demônios?

      22 O acorrentamento e encarceramento de Satanás, o Diabo, e seus demônios no abismo foi um tormento temporário para eles. Deve ser novamente temporário ou para todo o sempre o tormento da restrição deles? O que lhes acontecerá depois de terem visto aqueles a quem desencaminharam na terra punidos com a destruição ardente? Respondeu-se então a Satanás, à acusação que sempre fez, que os homens na terra servem a Jeová Deus apenas pelo que podem obter dele e que nenhum homem permaneceria leal a Jeová de puro amor a ele, mesmo sob a tentação iníqua por Satanás, o Diabo. Os homens e as mulheres de integridade que permanecerem vivos na terra após o aniquilamento ardente dos desleais estarão como resposta viva para o Diabo, provando que sua acusação era falsa e que ele é mentiroso. A controvérsia de milênios de tempo terá acabado em favor do Deus da verdade, e por isso não haverá muito motivo para se deixar viver a Satanás, o Diabo, e seus demônios por mais tempo. A paciência de Deus para com eles estará então no fim. Por este motivo, ele não devolverá estes anjos rebeldes ao abismo. Portanto, o que lhes sobrevirá?

      23 “E o Diabo que os desencaminhava foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já estavam tanto a fera como o falso profeta; e serão atormentados dia e noite, para todo o sempre.” — Revelação 20:10.

      24, 25. (a) Serem Satanás e seus demônios lançados no lago de fogo significará o que para eles? (b) Por que é esta uma outra espécie de morte?

      24 O tormento de Satanás, o Diabo, no lago de fogo e enxofre significa para ele e seus demônios o mesmo que significou para a simbólica fera e o falso profeta. O quê? A destruição para todo o sempre. (Revelação 19:20) Satanás, o Diabo, e seus demônios não viverão mais, assim como tampouco viverão esta simbólica fera e o falso profeta. Seus nomes não estarão escritos em qualquer divino “livro da vida”. Vida é vida, quer gasta em prazeres, quer em sofrimento doloroso. Por isso, serem lançados no simbólico “lago de fogo e enxofre” não significa que são preservados vivos, para sofrerem tormento consciente no corpo e na mente.

      25 Este “lago” simbólico não representa o que se chama de “morte viva”. Simboliza outra espécie de morte, diferente da sofrida por toda a humanidade pela herança inata legada pelos pecadores Adão e Eva e que, pelo que parece, foi a primeira forma de morte a entrar no domínio da criação, entre criaturas à imagem de Deus. Tal morte herdada mostrou ser temporária, transformada num ‘sono da morte’ pela ressurreição que resulta da morte e da ressurreição de Jesus Cristo. — 1 Coríntios 15:20-22.

      26. Por que é esta espécie diferente de morte apropriadamente chamada de “segunda morte”? E onde não se inscreverão os nomes dos humanos que a sofrerem?

      26 A morte simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre” é diferente da morte que a humanidade herdou de Adão, visto que não é como um sono que termina ao se despertar, mas destruição total, a morte infindável. A morte recebida de Adão como herança era a ‘primeira morte’. Esta espécie diferente de morte, conforme simbolizada pelo “lago de fogo e enxofre”, portanto, é apropriadamente chamada de “segunda morte”. É isto o que representa no caso dos homens, na terra, que entrarem no Dia do Juízo milenar e que depois não receberem seus nomes inscritos no “livro da vida”, de Deus. As Escrituras inspiradas fornecem o significado do “lago de fogo” para tais indignos da vida eterna, dizendo: “E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo. Outrossim, todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” — Revelação 20:14, 15.

      27, 28. (a) Por que é possível que Satanás e seus demônios sofram a “segunda” morte? (b) Então, o que significará serem eles atormentados para sempre no lago de fogo?

      27 Dá-se um segundo testemunho desta explicação divina do que é simbolizado pelo “lago de fogo”, alguns versículos depois, onde lemos: “Todo aquele que vencer herdará estas coisas, e eu serei o seu Deus e ele será o meu filho. Mas, quanto aos covardes, e aos que não têm fé, e aos que são repugnantes na sua sujeira, e aos assassinos, e aos fornicadores, e aos que praticam o espiritismo, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, terão o seu quinhão no lago que queima com fogo e enxofre. Este significa a segunda morte.” (Revelação 21:7, 8) Visto que todas estas referências ao “lago de fogo” estão tão juntas assim, no mesmo contexto de Revelação, capítulos 19-21, então aquilo que o “lago de fogo” significa para os homens não achados inscritos no “livro da vida” significa também para Satanás, o Diabo, e seus demônios. Significa “a segunda morte”. Não necessariamente significa morrer pela segunda vez, mas morrer da segunda espécie de morte de que a Bíblia fala, e esta é uma morte infindável.

      28 Por conseguinte, Satanás e seus demônios podem ter esta espécie de morte, embora nunca antes tenham morrido. Não havia nem um pouco de vida na primeira espécie de morte, que se introduziu pelo pecado do primeiro homem. Do mesmo modo, não há nenhuma faísca de vida na “segunda morte”, que é a punição eterna dos que deliberadamente desobedecem a Deus, até mesmo arruinando sua perfeição para fazer isso. Segundo todas as regras bíblicas, pois, o tormento de Satanás e seus demônios no lago de fogo e enxofre para todo o sempre significa serem reduzidos a nada, serem tornados inexistentes e serem exterminados para sempre da vida espiritual. Em resultado, Deus terá um universo livre de demônios, nunca mais se permitindo que apareçam novamente demônios.

      PASSAR A VIVER APÓS O FIM DO MILÊNIO

      29. Permitir Deus a sobrevivência do acampamento dos santos e também dos representantes principescos da cidade amada significará que ele tomou que ação para com eles?

      29 Que gloriosa eternidade, pois, aguarda a humanidade! Eis que Jeová Deus permitirá que o “acampamento dos santos” e os representantes principescos, na terra, da “cidade amada” sobrevivam à destruição de “Gogue e Magogue”, e de Satanás, o Diabo, e seus demônios! O que significa isso senão que Deus inscreveu seus nomes no “livro da vida” ou deixou seus nomes permanecer no “livro da vida”? Significa que Ele os declarou justos ou os justifica por manterem sua integridade para com ele, juntando-se assim ao Filho de Deus, Jesus Cristo, e aos 144.000 co-herdeiros na vindicação da soberania universal do Deus Altíssimo, o Criador de todas as coisas boas. Serem declarados justos por Jeová Deus significa que ele lhes concedeu o direito à vida eterna no seu lar paradísico.

      30. (a) Com quem ficarão endividados eternamente os que passarem com êxito pela prova final e onde ficarão de pé para sempre? (b) Quando é que realmente passarão a “viver”?

      30 Foi o Rei, Sacerdote e Juiz celestial, Jesus Cristo, quem por seus tratos amorosos com a humanidade, durante os mil anos, levou os dispostos e obedientes a esta justiça perfeita na carne. Se não tivesse feito isso até o fim dos mil anos, então teria hesitado em entregá-los para uma prova final por parte do Juiz Supremo, Jeová Deus. Por quê? Porque teria sabido que, por falta de justiça perfeita, nunca poderiam suportar a prova divina com bom êxito e ganhar a vida eterna. Assim, em completa justiça e ausência de pecado na carne, estão em pé nos pátios terrestres da “verdadeira tenda” ou templo de Jeová, como seus adoradores. Continuarão ali de pé para sempre por passarem pela prova divina com integridade irrepreensível e lealdade inabalável ao Soberano Senhor Jeová. Permanecerão para sempre endividados para com o Filho de Deus, Jesus Cristo, que amorosamente os soergueu a esta justiça perfeita em evidência da obra terminada de seu Resgatador e Salvador, o Senhor Jesus. De modo que naquele tempo estarão realmente vivos!

      31. Assim, ao fim do reinado de mil anos de Cristo, o que alcançarão os “demais mortos” e o que acontecerá com a morte adâmica?

      31 À luz disso, podemos apreciar a correção da declaração parentética de Revelação 20:5: “(Os demais mortos não passaram a viver até terem terminado os mil anos.)” Se Jesus Cristo e seus 144.000 co-herdeiros, que participaram da “primeira ressurreição”, não tivessem feito para eles a obra preliminar dos mil anos, este estado de vida perfeita não poderia ter sido o quinhão dos “demais mortos” no fim dos mil anos. É realmente até então que ‘a morte (conforme herdada de Adão) entregou os mortos nela e que a morte foi lançada no lago de fogo, para sofrer a “segunda morte” ou a extinção’. (Revelação 20:13, 14) Então se cumpre o predito em 1 Coríntios 15:25, 26: “Ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo, a morte há de ser reduzida a nada.”

      32. Como se cumprirá então plenamente Revelação 21:3, 4?

      32 Daí, com referência à morte herdada do pecador Adão, será plenamente veraz: “E o próprio Deus estará com eles. E enxugará dos seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram.” — Revelação 21:3, 4.

      33. (a) Como é que os que alcançarem aquela abundância de vida mostrarão ser dignos de que se lhes prolongue a vida para sempre? (b) Como reconhecerão então em si mesmos a verdade de Romanos 6:23?

      33 Será que todos os que passarem a viver neste sentido perfeito no fim dos mil anos escolherão prolongar esta vida abundante para sempre? Poderão fazer isso por se mostrarem dignos de receber o direito à vida eterna da Grande Fonte de toda a vida, Jeová Deus. Por passarem pela prova cabal de sua integridade de toda a alma a Ele, os fiéis e leais serão recompensados com este direito precioso, de terem sua vida protegida e prolongada por toda a eternidade, em felicidade. Assim reconhecerão em si mesmos que “o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Romanos 6:23) Se Deus não tivesse usado seu amado Filho unigênito, isto não teria sido possível para a família humana.

      34, 35. (a) Que esperança temos a respeito da “grande multidão” que já antes da “grande tribulação” serve no tempo espiritual de Jeová em compridas vestes brancas? (b) Que sentimentos dos filhos de Corá para com Jeová poderão ser desenvolvidos até mesmo pelos “injustos” ressuscitados?

      34 Quão satisfatório para a alma será então adorar e servir o Deus cujo nome é Jeová, nos pátios terrenos de seu templo espiritual! Já no começo do glorioso milênio deu-se que os da “grande multidão” de sobreviventes da “grande tribulação” “lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo”. (Revelação 7:9, 14, 15) Espera-se que os membros desta “grande multidão” de vestes limpas permaneçam nesses pátios do templo espiritual de Deus através dos mil anos de integridade absoluta para com o Soberano Senhor Jeová, depois de findar o milênio. Os que forem ressuscitados de suas sepulturas durante o milênio serão trazidos aos pátios terrenos do templo espiritual de Jeová para empreender ali Sua adoração e Seu serviço. Por obterem o devido apreço do serviço de Jeová ali, até mesmo os “injustos” ressuscitados se sentirão assim como os filhos do levita Corá:

      35 “Pois um dia nos teus pátios é melhor que mil em outra parte. Escolhi ficar de pé no limiar da casa de meu Deus, em vez de andar em volta nas tendas da iniqüidade. Porque Jeová Deus é sol e escudo; favor e glória é o que ele dá. O próprio Jeová não reterá nada de bom dos que andam sem defeito.” — Salmo 84: cabeçalho, 10, 11.

      36. Que apreço do templo de Deus, conforme expresso por Davi, cultivarão os decididos a manter a sua integridade?

      36 Os decididos a manter de todo o coração a integridade para com o único Deus vivente e verdadeiro cultivarão o apreço de coisas espirituais que Davi expressou, ao dizer: “Uma coisa pedi a Jeová — é o que procurarei: morar na casa de Jeová todos os dias da minha vida, para contemplar a afabilidade de Jeová e olhar com apreciação para o seu templo.” — Salmo 27: cabeçalho, 4.

      37, 38. (a) A que estado natural será finalmente levado o “escabelo” de Jeová? (b) Usufruirão os habitantes do “escabelo” apenas um paraíso natural, e como responderão à chamada do último dos Salmos?

      37 Toda a terra será então lugar da adoração de seu maravilhoso Criador. Ela é seu “escabelo”, ao passo que os céus são seu “trono”. (Isaías 66:1) Seu trono celestial é glorioso, seu escabelo terrestre será feito glorioso, como lugar adequado para os seus pés. Toda a parte da terra será paradísica, igual ao Jardim do Éden, igual ao Jardim de Jeová. (Gênesis 2:8; 13:10) Será um lugar de delícias e alegria, porque será um lugar de vida em pura felicidade para todos os adoradores dele que não mais deixarão de ‘atingir a glória de Deus’. Todos terão as qualidades piedosas em belo desenvolvimento e usufruirão a plenitude da agradável relação com Deus, de modo que se encontrarão tanto num Paraíso espiritual como num Paraíso terrestre. Quanto motivo emocionante tudo isto será para louvar o grandioso Criador e Provedor de toda esta indizível bondade! Louvá-lo-ão em gratidão com vozes melodiosas e toda a sua perícia musical que desenvolveram. Poderão juntar-se para sempre às hostes celestiais em responder à chamada entusiástica do último dos Salmos inspirados:

      38 “Louvai a Já! Louvai a Deus no seu lugar santo. Louvai-o na expansão da sua força. Louvai-o pelas suas obras potentes. Louvai-o segundo a abundância da sua grandeza. Louvai-o com toque de buzina. Louvai-o com o instrumento de cordas e com a harpa. Louvai-o com o pandeiro e com a dança de rodas. Louvai-o com cordas e com o pífaro. Louvai-o com os címbalos de som melodioso. Louvai-o com os címbalos retumbantes. Toda coisa que respira — louve ela a Já. Louvai a Já!” — Salmo 150:1-6.

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