Ajuda ao Entendimento da Bíblia
[A matéria que segue foi extraída de Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]
ARCA. [Continuação]
Durante a Segunda Guerra Mundial, vários relances aéreos foram noticiados. Em 1956, um francês e seu filho tiveram êxito em trazer de volta alguma madeira. Nas décadas de 1950 e de 1960, as buscas foram quase que contínuas. Tábuas trazidas do Ararate, em 1955 e 1958 foram calculadas como tendo de 4.000 a 5.000 anos. Ampla publicidade foi dada a uma investigação, em 1959-1960, de um incomum acidente topográfico a cerca de 32 quilômetros do Ararate, mas isto resultou atribuível a um deslizamento — não havia nenhuma arca ali. O ano de 1962 produziu mais madeira. Em 1964, quatro expedições foram organizadas, de várias nações. O ano de 1965 presenciou, entre outras, uma expedição de um quarto de milhão de dólares, patrocinada por uma organização científica. Em 1966, veiculou-se que uma equipe de arqueólogos ainda estavam perfurando o gelo, na esperança de fazer “uma das maiores descobertas da História”. Moderno equipamento eletrônico foi anexado às pás e picaretas em tal procura. No entanto, a veracidade do relato bíblico não depende da descoberta de uma embarcação que corresponda à descrição bíblica da arca. A própria arca poderia já ter sido desmontada por um período de tempo após o Dilúvio, e os materiais terem sido usados para outras construções.a
2. A pequena arca em que Joquebede escondeu seu bebê “bem-parecido”, de três meses mais tarde chamado Moisés, e que foi encontrada pela filha de Faraó entre os juncos à beira do Nilo, em 1593 A.E.C. Foi feita de papiro, e era à prova de água, com um revestimento de betume e piche. — Êxo. 2:2-4, 10; 6:20.
3. O recipiente de acácia em que foi temporariamente conservado o segundo conjunto de tábuas de pedra da lei dada a Moisés, no monte Sinai, até ser construída a arca do testemunho meses depois. — Deu. 10:1-5.
Veja ARCA DO PACTO.
ARARATE [terra santa, altiplanos]. O nome aplicado a uma região e também à cadeia montanhosa no que é agora a Turquia oriental, perto das fronteiras do Irã e da U. R. S. S.
Após o dilúvio, a arca de Noé pousou sobre os “montes de Ararate”. (Gên. 8:4) No reinado do Rei Ezequias, foi para a “terra de Ararate” que os filhos de Senaqueribe — Adramaleque e Sarezer — fugiram, depois de assassinarem seu pai. (2 Reis 19:37; Isa. 37:38) Jeremias predisse que Ararate se situaria entre os “reinos” a subir contra Babilônia no tempo da destruição dela, no sexto século A. E. C. (Jer. 51:27) Estas últimas referências bíblicas indicam uma terra ao N da Assíria. Eusébio e Jerônimo, e a maioria dos outros primitivos escritores cristãos, consideravam Ararate como equivalente da Armênia, e as traduções Septuaginta e Vulgata assim a representam. Numerosas inscrições assírias, dos reinados de Assurnazirpal II, Salmaneser, Tiglate-Pileser III, e Sargão, no nono e oitavo século A. E. C. fazem referência a Ararate como “Urartu”. Uma inscrição de Esar-Hadom, outro filho de Senaqueribe e sucessor do trono assírio, afirma que derrotou os exércitos de seus irmãos parricidas em Hanigalbate, na área da Armênia. À base de tais inscrições e da associação feita por Jeremias de Ararate com os reinos de Mini e Asquenaz, parece que a terra de Ararate se centralizava na região montanhosa do Lago Vã, na antiga Armênia, com os mananciais do rio Tigre ao S e os montes Cáucaso ao N.
O nome Ararate é especificamente aplicado ao monte culminante desta região, e é o lugar tradicional de repouso da arca de Noé. Há dois picos cônicos, distantes cerca de 11,3 quilômetros um do outro, e separados por profunda depressão. O mais alto destes picos ascende a uns 5.165 metros acima do nível do mar, e é coberto de neve perpétua nos últimos 914 metros até o seu cume. O pico menor, a SE, tem 3.913 metros acima do nível do mar. O pico mais elevado é especialmente difícil de escalar, e foi primeiramente escalado por Parrot, em 1829. Muitos nomes de lugares da região fazem lembrar o relato bíblico. O próprio monte Ararate é chamado pelos turcos de Aghri Dagh (Monte da Arca), e pelos persas de Kuhi-Nuh (Monte de Noé). — Veja ARCA N.º 1.
ARCA DO PACTO. A arca sagrada situada no Santíssimo do tabernáculo, feita segundo às ordens de Jeová e conforme seu projeto. A palavra hebraica ‘aróhn se refere a esta arca do pacto, e é em outra parte traduzida “ataúde” (Gên. 50:26), “cofre” (2 Reis 12:10) e “caixa” (Êxo. 27:8; 38:7). Diferente palavra hebraica teváh, designa a arca de Noé e a arca de junco em que Moisés flutuou no Nilo. (Gên. 6:14; Êxo. 2:3) Nas Escrituras Gregas, contudo, o único termo, kibotós equivale a ambos os termos hebraicos. — Heb. 9:4; 11:7.
Os escritores bíblicos designam a arca do pacto em mais de vinte modos diferentes. As mais comuns destas expressões, “a arca do pacto” (Jos. 3:6; Heb. 9:4) e “a arca do testemunho” (Êxo. 25:22), não são peculiares a nenhum escritor determinado, e são usadas de forma intercambiável.
MODELO E PROJETO
A primeira coisa que Jeová deu a Moisés, quando o instruiu a construir o tabernáculo, foi o modelo e o projeto da Arca, pois deveras ela era o objeto central e principal do tabernáculo e do inteiro acampamento de Israel. A própria caixa media 2,5 côvados de comprimento, 1,5 côvados de largura, e 1,5 côvados de altura (c. 111 cm x 67 cm x 67 cm). Era feita de acácia, recoberta por dentro e por fora com ouro puro. Artística “bordadura de ouro” servia como borda coroadora “em volta”. A segunda seção da Arca, sua tampa, era feita de ouro maciço, e não apenas de madeira recoberta de ouro, e abrangia todo o comprimento e largura da arca. Montados sobre esta tampa havia dois querubins de ouro, de obra batida com martelo um de cada lado da tampa, virados um para o outro, com as cabeças inclinadas e asas estendidas para cima e abrigando a Arca. (Êxo. 25:10, 11, 17-22; 37:6-9) Esta tampa também era conhecida como “trono de misericórdia” ou “tampa propiciatória”. — Êxo. 25:17, ed. 1953, em inglês; Heb. 9:5.
Longos varais foram providos para o transporte da Arca. Também foram feitos de acácia sendo recobertos de ouro e eram inseridos em duas argolas de ouro, em cada lado da caixa. Estes varais não deviam ser removidos de suas argolas; por isso, jamais havia necessidade de os carregadores da Arca tocaram nela. Não se tem certeza onde é que as argolas estavam localizadas, de cada lado da Arca. Havia quatro pés, “pés de andar, pés inclinados como que para andar” [Biblical Commentary on the Old Testament (Comentário Bíblico do Velho Testamento), O Pentateuco, de Keil & Delitzsch, Vol. II, p. 167], localizados nos cantos, para erguer a Arca do chão, não se revelando a que altura. Parece que as argolas estavam montadas logo acima dos pés, se não sobre os próprios pés, pois, quanto mais baixas as argolas, tanto mais alto a Arca seria transportada, nos ombros dos levitas. — Êxo. 25:12-16; Núm. 4:5, 15; 1 Reis 8:8; 1 Crô. 15:15.
INAUGURAÇÃO E USO
Bezalel e os de coração sábio que o ajudavam, seguiram explicitamente os planos, construindo a Arca com materiais contribuídos pelo povo. (Êxo. 35:5, 7, 10, 12; 37:1-9) Quando o tabernáculo foi concluído e erguido, um ano após o Êxodo, Moisés tomou as duas tábuas de pedra da Lei e as colocou dentro da Arca. (Deuteronômio 10:1-5 indica que uma arca temporária, feita de acácia, abrigou as tábuas durante apenas o intervalo de alguns meses entre o tempo em que Moisés as recebeu, no monte, até que foram transferidas para a Arca feita por Bezalel.) Em seguida, Moisés inseriu os varais nas argolas da Arca, colocou sua tampa, levou-a para a tenda, e colocou a cortina que devia separar o Santo do Santíssimo. Daí, qual parte da cerimônia de inauguração, Moisés ungiu com óleo a Arca e todas as demais mobílias. Dali em diante, quando os sacerdotes desmontavam o tabernáculo para mudar o acampamento, a mesma cortina divisória era usada para cobrir a Arca, junto com adicionais peles de foca e o pano azul, para impedir que o povo olhasse para ela ‘nem pelo mínimo instante de tempo para não morrerem’. — Êxo. 40:3, 9, 20, 21; Núm. 3:30, 31; 4:5, 6, 19, 20; 7:9; Deu. 10:8; 31:9; veja TABERNÁCULO.
A Arca servia de arquivo sagrado para a segura conservação dos lembretes sagrados do testemunho, cujo conteúdo principal eram as duas tábuas do testemunho ou Dez Mandamentos. (Êxo. 25:16) Um “jarro de ouro com o maná e a vara de Arão, que brotara” foram adicionados à Arca, mas foram mais tarde removidos, algum tempo depois da construção do templo de Salomão. (Heb. 9:4; Êxo. 16:32-34; Núm. 17:10; 1 Reis 8:9; 2 Crô. 5:10) Pouco antes de Moisés morrer, forneceu um exemplar do “livro da lei” aos sacerdotes levitas, com instruções de que fosse conservado, não dentro mas “ao lado da arca do pacto de Jeová, vosso Deus, e ali [será] testemunha contra ti”. — Deu. 31:24-26.
Símbolo da presença de Deus
A Arca representava a presença de Deus por toda a sua história. Jeová prometeu: “Ali me hei de apresentar a ti e falar contigo de cima da tampa, de entre os dois querubins que há sobre a arca do testemunho.” “Aparecerei numa nuvem por cima da tampa.” (Êxo. 25:22; Lev. 16:2) Samuel escreveu que Jeová “está sentado sobre os querubins” (1 Sam. 4:4); por isso, os querubins serviam de “representação do carro” de Jeová. (1 Crô. 28:18) Assim sendo, “sempre que Moisés entrava na tenda de reunião para falar com [Jeová], então ouvia a voz conversando com ele de cima da tampa da arca do testemunho, de entre os dois querubins, e falava com ele”. (Núm. 7:89) Mais tarde, Josué e o Sumo Sacerdote, Finéias também indagaram de Jeová perante a Arca. (Jos. 7:6-10; Juí. 20:27, 28) No entanto, apenas o sumo sacerdote realmente entrava no Santíssimo e via a Arca, uma vez por ano, não para comunicar-se com Jeová, mas para cumprir a cerimônia do Dia de Expiação. — Lev. 16:2, 3, 13, 15, 17; Heb. 9:7.
Em outros sentidos, a presença de Jeová, conforme representada pela Arca, trouxe bênçãos para Israel. Era costumeiro, quando Israel mudava de acampamento, que a Arca, com a nuvem sobre ela, fosse à frente. (Núm. 10:33, 34) Assim, no cruzamento do Jordão, quando os sacerdotes que transportavam a Arca pisaram nas águas do rio, Jeová parou seu fluxo, permitindo-lhes passar. (Jos. 3:1 a 4:18) Na linha de marcha ao redor de Jericó as forças equipadas para a guerra eram seguidas por sete sacerdotes que tocavam trombetas, daí, pela Arca, e, atrás havia a guarda da retaguarda. (Jos. 6:3-13) Em contraste com a vitória em Jericó houve a derrota sofrida quando certos rebeldes presunçosamente se adiantaram na tentativa de tomar a Terra Prometida, contrário às instruções divinas, e, quando “a arca do pacto de Jeová e Moisés não se afastaram do meio do acampamento”. (Núm. 14:44, 45) Interessante é que, até os inimigos filisteus reconheciam a presença de Jeová quando a Arca aparecia no campo de batalha. Em seu terror bradaram: “Deus chegou ao acampamento [de Israel]!” “Ai de nós!, pois nunca antes aconteceu tal coisa! Ai de nós! Quem nos salvará da mão deste Deus majestoso? Este é o Deus que golpeou o Egito com toda sorte de matança no ermo.” — 1 Sam. 4:6-8.
A presença de Jeová continuou a ser demonstrada quando os filisteus capturaram a Arca e a levaram para Asdode, para ficar ao lado da imagem de Dagom. Nessa noite, Dagom caiu de face por terra; na noite seguinte, de novo caiu diante da arca de Jeová, e tanto sua cabeça como as palmas de ambas as mãos tinham sido decepadas. Nos sete meses seguintes, à medida que a Arca circulava entre as cidades filistéias, o povo foi afligido de hemorróidas, e a cidade de Ecrom foi lançada numa “confusão mortífera” até que, por fim, a Arca foi devolvida a Israel, com uma oferta apropriada. — 1 Sam. 5:1 a 6:12.
A presença de Jeová exigia que se tivesse devido respeito e alta consideração pela Arca. Por isso, quando a Arca era movimentada, e quando repousava, Moisés declarava palavras de louvor a Jeová. (Núm. 10:35, 36) O Sumo Sacerdote Eli ficou tão abalado de ouvir dizer que os filisteus tinham capturado a Arca que perdeu o equilíbrio, caiu de costas e quebrou o pescoço e também sua nora, nos estertores da morte, lamentou: “A glória exilou-se de Israel, porque foi capturada a arca do verdadeiro Deus.” (1 Sam. 4:18-22) O Rei Salomão reconheceu que “os lugares aos quais chegou a arca de Jeová são algo sagrado”. — 2 Crô. 8:11.
Não era talismã
No entanto, a Arca não era um talismã. Apenas a sua presença não garantia o êxito, as bênçãos de Jeová dependiam da condição espiritual e da obediência fiel dos que possuíam a Arca. Por isso, os israelitas, sob a liderança de Josué sofreram derrota em Ai, devido à infidelidade apesar da presença da Arca em seu acampamento. (Jos. 7:1-6) Similarmente, confiar Israel na presença da Arca entre as próprias forças combatentes não impediu que os filisteus matassem 30.000 israelitas e capturassem a Arca. (1 Sam. 4:1-11) Por outro lado, quando Saul mandou trazer para perto a Arca, deu-se a vitória, graças à posição limpa que Saul e os israelitas então gozavam perante Jeová, e não apenas devido à presença da Arca. (1 Sam. 14:18, 23) A devolução da Arca por parte dos filisteus foi ocasião de grande regozijo, de oferta de sacrifícios e ações de graças, todavia, Jeová ‘golpeou o povo com uma grande matança’. Por quê? “Porque tinham olhado para a arca de Jeová”, em violação de sua ordem. (1 Sam. 6:11-21; Núm. 4:6, 20) Exatamente quantos morreram nessa ocasião não se sabe ao certo. O texto massorético reza: “Assim ele golpeou entre o povo a setenta homens — cinqüenta mil homens.” Esta construção ambígua sugere certo erro do copista, os “cinqüenta mil homens” sendo, possivelmente, uma interpolação. As versões Siríaca e Árabe afirmam que “cinco mil e setenta homens” foram golpeados. O Targum de Jonatã reza: “E golpeou a setenta homens entre os anciãos do povo, e cinqüenta mil entre a congregação.” A Versão dos Setenta afirma que “setenta homens dentre eles, e cinqüenta mil dos homens” foram golpeados. Josefo menciona apenas setenta homens como tendo sido mortos. — Antiguidades Judaicas, em inglês, Livro VI, cap. I, par. 4; veja página 165 do Volume 2 da tradução de Vicente Pedroso.
LOCAIS EM QUE A ARCA FOI MANTIDA
A Arca não teve lugar permanente de repouso até a edificação do templo de Salomão. Concluída (c. 1467 A. E. C.) a conquista principal da terra, foi levada para Silo, onde aparentemente permaneceu (com exceção de uma época, em que ficou em Betel), até que foi capturada pelos filisteus. (Jos. 18:1; 1 Sam. 3:3; 6:1) Ao voltar para o território israelita, repousou sucessivamente em Bete-Semes e Quiriate-Jearim, ficando neste último lugar por cerca de setenta anos. (1 Sam. 6:11-14; 7:1, 2) A única menção de ser levada de Quiriate-Jearim antes dos dias do Rei Davi, foi no tempo em que Saul a fez trazer ao seu local do acampamento, ao lutar com os filisteus. — 1 Sam. 14:18.
O desejo de Davi de fazer com que a Arca fosse trazida para Jerusalém era bom, mas o método que ele primeiramente usou levou ao desastre. Ao invés de fazer com que fosse transportada pelos varais, nos ombros dos levitas coatitas, conforme fora instruído, Davi permitiu que fosse colocada sobre uma carroça. Isto quase provocou uma virada, e causou a morte de Uzá, porque ele tocou nela, contrário à lei de Deus. — 2 Sam. 6:2-11; 1 Crô. 13:1-11; 15:13; Núm. 4:15.
A Arca foi finalmente trazida a Jerusalém, sendo corretamente transportada pelos levitas (1 Crô. 15:2, 15), e ali permaneceu numa tenda durante o restante do reinado de Davi. (2 Sam. 6:12-19; 11:11) Os sacerdotes tentaram levar a Arca, quando fugiram da rebelião de Absalão, mas Davi insistiu que ela permanecesse em Jerusalém, confiando que Jeová traria a todos eles seguramente de volta até ela. (2 Sam. 15:24, 25, 29; 1 Reis 2:26) Davi desejou construir uma casa permanente para a Arca, mas Jeová adiou tal construção até o reinado de Salomão. (2 Sam. 7:2-13; 1 Reis 8:20, 21; 1 Crô. 28:2, 6; 2 Crô. 1:4) Na ocasião em que o templo foi dedicado, a Arca foi levada da tenda, em Sião, para o Santíssimo do templo, no monte Moriá onde foi colocada sob as asas abrigadoras de dois grandes querubins. Foi a única peça de mobiliário do tabernáculo original que se tornou parte do templo de Salomão. — 1 Reis 6:19; 8:1-11; 1 Crô. 22:19; 2 Crô. 5:2-10; 6:10, 11; veja TEMPLO, de Salomão; QUERUBIM N.º 1.
A única referência histórica, pós-salomônica à arca do pacto, cerca de novecentos anos depois de feita, acha-se em 2 Crônicas 35:3, onde o Rei Josias, por volta de 642 A. E. C., ordenou que fosse devolvida ao templo. Não se declara como é que veio a ser removida dali. Josias subiu ao trono depois de alguns reis muito apóstatas um dos quais pusera uma imagem na casa de Jeová, e é possível que um destes reis iníquos removesse a Arca. (2 Crô. 33:1, 2, 7) Por outro lado, Josias patrocinou extensivos consertos do templo, tempo durante o qual a Arca poderia ter sido conservada em outra parte, para sua própria proteção contra danos. (2 Crô. 34:8 a 35:19) Não há menção de a Arca ser levada para Babilônia. Não se enumera a Arca entre os artigos do templo que foram levados. Semelhantemente, não se menciona sua devolução e colocação no templo reconstruído de Zorobabel nem se fez um substituto dela. Não se sabe quando e nem em que circunstâncias a Arca desapareceu. — 2 Reis 25:13-17; 2 Crô. 36:18; Esd. 1:7-11; 7:12-19.
Jeremias predisse um tempo em que a arca do pacto não mais existiria, mas que não se sentiria falta dela, e os adoradores de Jeová não sentiriam nenhuma dificuldade por não a possuir. Antes, ‘a própria Jerusalém será chamada de trono de Jeová’. (Jer. 3:16, 17) No livro simbólico de Revelação, João afirma que “viu-se a arca de seu pacto no santuário do seu templo” no céu, indicando provavelmente a presença de Jeová. — Rev. 11:19.
ARMAS, ARMADURA. Armas de defesa e de ataque são amiúde mencionadas na Bíblia, embora não se visasse que ela fosse um glossário de tais equipamentos e, por isso, ela não fornece extensivos pormenores de sua fabricação e utilização. Pode-se obter alguns conceitos da armadura e das armas empregadas, nos dias bíblicos, por meio de 1 Samuel 17:4-7, que menciona o equipamento do gigante filisteu, Golias, na ocasião de seu encontro final, quando o jovem pastor Davi, com confiança em Jeová, derrotou este poderoso antagonista.
Ao passo que as Escrituras Hebraicas, em especial, falam repetidas vezes do uso da espada da lança, do escudo e de outras armas literais também destacam, de forma coerente, a necessidade vital e a vantagem de se confiar em Jeová. (Gên. 15:1; Sal. 76:1-3; 115:9-11; 119:114; 144:2) A confiança nele era evidente nas palavras de Davi a Golias: “Tu vens a mim com espada, e com lança, e com dardo, mas eu chego a ti com o nome de Jeová dos exércitos, o Deus das fileiras combatentes de Israel, de quem escarneceste. No dia de hoje Jeová te entregará na minha mão, . . . E toda esta congregação saberá que não é nem com espada nem com lança que Jeová salva, porque a Jeová pertence a batalha.” (1 Sam. 17:45-47) A dependência do espírito de Jeová, e não de força militar, é indicada como essencial e eficaz. (Zac. 4:6) E, ao confirmar Seu amor por sua esposa figurativa, Sião, Jeová garantiu: “Nenhuma arma que se forjar contra ti será bem sucedida.” — Isa. 54:17.
Nas Escrituras Gregas Cristãs, a armadura e as armas literais receberam pouca atenção, ao passo que se admoestou aos israelitas espirituais: “A noite está bem avançada; o dia já se tem aproximado. Portanto, ponhamos de lado as coisas pertencentes à escuridão e revistamo-nos das armas da luz.” (Rom. 13:12) O apóstolo Paulo cingiu-se “das armas da justiça à direita e à esquerda”, e disse aos co-membros do Israel espiritual: “As armas de nosso combate não são carnais, mas poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas.” — 2 Cor. 6:7; 10:4.
Paulo também nos habilita a obter uma visão um tanto completa da armadura dos tempos antigos, ao falar de equipamentos espirituais tais como “o grande escudo da fé”, e do “capacete da salvação”, depois de instar com os cristãos: “Revesti-vos da armadura completa de Deus, para que vos possais manter firmes contra as maquinações do Diabo.” — Efé. 6:11-17.
Especialmente significativas são as promessas inspiradas, feitas por Jeová Deus, por meio dos profetas Isaías e Miquéias, que asseguram que, na “parte final dos dias”, as pessoas instruídas por Jeová ‘forjarão das suas espadas relhas de arado, e das suas lanças, podadeiras’. (Isa. 2:2, 4; Miq. 4:3) Como os habitantes de disposição justa do antigo Israel, que ansiavam tal paz e confiavam em Jeová, os membros do Israel espiritual e seus companheiros amantes da paz fiam-se em Jeová Deus, que é “um sol e um escudo”. (Sal. 84:11) Sabem que, sob Seu reino, cumprir-se-á a promessa: “Ele faz cessar as guerras até a extremidade da terra. Destroça o arco e retalha a lança.” (Sal. 46:9) Por conseguinte, foi apropriado que o salmista declarasse: “Eu não estava confiando no meu arco, e não era a minha espada que me salvava. Pois tu [Jeová] nos salvaste dos nossos adversários e envergonhaste os que nos odiavam intensamente. Em Deus ofereceremos louvor o dia inteiro e elogiaremos o teu nome por tempo indefinido.” — Sal. 44:6-8.
[Continua]
[Nota(s) de rodapé]
a Veja Despertai! de 22 de fevereiro de 1976, página 20, “O Que Dizer da Procura da Arca de Noé?”
[Foto na página 13]
Representação, por um ilustrador, da arca do pacto.