Ajuda ao Entendimento da Bíblia
[Matéria selecionada de Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]
ESTER, LIVRO DE. Um livro das Escrituras Hebraicas cujo título é tirado do nome de seu principal personagem, embora alguns exemplares da Vulgata latina o chamem de “Assuero”, segundo o rei persa que figura com destaque no relato. Os judeus o chamam de Meghilláth ’Estér ou simplesmente o Meghilláh, que significa “rolo; volume”, porque, para eles, constitui, em si mesmo, um rolo mui altamente prezado.
ESCRITOR DO LIVRO
As Escrituras não dizem quem escreveu o livro de Ester. Alguns peritos creditam o livro a Esdras, mas o peso da evidência aponta para Mordecai como sendo o escritor. Segundo a Grande Sinagoga dos Judeus, Josefo e Clemente de Alexandria, o escritor foi Mordecai. Mordecai estava em situação de conhecer todos os mínimos fatos relatados na narrativa a respeito das preocupações pessoais dele mesmo e de Ester, os feitos da família de Hamã, e, especialmente, do que se passava no castelo de Susã. Depois de sua promoção a primeiro-ministro do governo persa, ele teria acesso aos documentos oficiais mencionados no relato, e, assim como Daniel, Esdras e Neemias detinham posições oficiais no governo persa durante outros períodos e escreveram livros bíblicos que descreviam a relação dos judeus com aquela potência mundial, assim também Mordecai, com a bênção de Jeová, era o mais provável a escrever o livro de Ester.
CIRCUNSTÂNCIAS HISTÓRICAS
O relato fixa o tempo para seus eventos durante o reinado do Assuero que regia enquanto o Império Persa se estendia da Índia à Etiópia, e incluía 127 províncias ou distritos jurisdicionais. (Est. 1:1) Estes fatos e sua inclusão no cânon, por Esdras, limitam sua cobertura ao período do reinado de um dos seguintes três reis, conhecidos da história secular: Dario I, o Persa; Xerxes I e Artaxerxes Longímano. No entanto, tanto Dario I como Artaxerxes Longímano são conhecidos como favorecendo os judeus, antes do décimo segundo ano de seus respectivos reinados, o que não se‵ enquadra no Assuero do livro, visto que este, pelo que parece, não estava muito familiarizado com os judeus e sua religião, nem tinha inclinações a favorecê-los. Também, o fato de que Xerxes I é conhecido como tendo realizado grande festa e conselho de guerra no terceiro ano de seu reinado, antes de partir para combater a Grécia, tende a confirmar a conclusão de que o rei Assuero do livro de Ester deve ter sido Xerxes I. (Est. 1:3) An American Translation (Uma Tradução Americana) e a tradução do Dr. James Moffatt até mesmo substituem Assuero por Xerxes no texto. Em português, a versão do Pontifício Instituto Bíblico também o faz. (Veja nota marginal da versão do Centro Bíblico Católico sobre Ester 1:1.) Xerxes I começou a reinar em 486 A. E. C., e, segundo os escritos de Tucídides (do quinto século A. E. C.), considerados em conexão com uma tábua cronológica de Diodoro (do primeiro século A. E. C.), seu reinado terminou por volta de 474 A. E. C. De modo que ele regeu por cerca de doze anos, provavelmente até seu décimo terceiro ano, conforme indicado por Ester 3:7; 9:1, e pelos eventos descritos em Ester 9:15 a 10:3. Visto que os primeiros eventos relatados no livro de Ester ocorreram no terceiro ano de seu reinado, e o restante do relato abrange o remanescente de seu reinado, o livro abrange o período de cerca de 484 a 474 A. E. C., aproximadamente dez anos. — Veja ASSUERO N.º 3, Despertai! de 22 de novembro de 1978, p. 13.
Sem dúvida, o livro de Ester foi escrito por volta de 474 A. E. C., pouco após os eventos ocorrerem. O estilo vivido de escrita do livro sugere que o escritor foi uma testemunha ocular. Ademais, a forte inferência de que o escritor tinha acesso aos documentos governamentais (Est. 10:2) torna mui provável que o livro tenha sido escrito em Susã, na província de Elão, que então fazia parte da Pérsia. Suas palavras persas e caldéias, misturadas com o hebraico, ajustam-se ao adrede mencionado tempo de escrita, bem como à terra da Pérsia, como o local da escrita.
Esdras poderia ter trazido o livro de Babilônia para Jerusalém, em 468 A.E.C., pois a Grande Sinagoga de Jerusalém o possuía no cânon antes de terminar seu período por volta de 300 A. E. C.
AUTENTICIDADE E CANONICIDADE
A autoridade canônica do livro de Ester é posta em dúvida por alguns, porque não é citado nem se faz alusão ao mesmo nas Escrituras Gregas Cristãs. Mas esta não é uma objeção concludente, pois a mesma circunstância existe quanto a outros livros de canonicidade bem estabelecida, tais como Esdras e Eclesiastes. Melito de Sardes, Gregário de Nazianzo e Atanásio achavam-se entre aqueles que omitiram-no de suas listas de livros canônicos. No entanto, Jerônimo, Agostinho e Orígenes se referem nominalmente a tal livro. Acha-se na coleção Chester Beatty, sendo encontrados em um só códice os livros de Ezequiel, Daniel e Ester, códice este que foi provavelmente compilado na primeira metade do terceiro século E. C. Não parece que sua autoridade tenha sido jamais posta em dúvida pelos judeus ou pelos cristãos primitivos como um todo. Em suas Bíblias, os judeus o situam após o Pentateuco, e entre os livros de Josué e Eclesiastes e, às vezes, entre os Hagiógrafos (os Escritos;, entre Eclesiastes e Daniel.
Adições apócrifas foram mais tarde inseridas no livro. Alguns peritos datam sua origem de aproximadamente 100 A. E. C., cerca de 300 anos depois de ser fixado o cânon das Escrituras Hebraicas, segundo o conceito tradicional.
Acusa-se o livro de Ester de exageros em sua menção dum banquete que durou 180 dias, no terceiro ano do reinado de Assuero. (Est. 1:3, 4) No entanto, tem sido expresso que tal festa longa poderia ter sido realizada para alojar os numerosos oficiais das muitas províncias que não podiam, devido a seus deveres, permanecer ali durante toda ela e todos ao mesmo tempo. Na verdade, o texto não afirma que o banquete durasse tanto tempo, mas sim que o rei lhes mostrou as riquezas e a glória de seu reino durante 180 dias. Um banquete é mencionado em 1:3 e 1:5. Poderá ter-se dado que não se queira referir a dois banquetes, e que o banquete de sete dias para todos que estavam no castelo no fim da grande assembléia, seja o mencionado no versículo 3de Est. 1:. [Commentaries on the Old Testament (Comentários Sobre o Velho Testamento), de Keil e Delitzsch sobre “Ester”] Terem tal grande assembléia e festa sido realizadas concorda com uma declaração de Heródoto sobre Xerxes começar a fazer preparativos para sua expedição à Grécia.
Em vista da ausência, por parte do livro, de qualquer menção direta de Deus, ele é acusado de ser irreligioso. Todavia, fala do jejum e de um “clamor por socorro” por parte dos judeus, subentendendo a oração. (Est. 4:3, 16; 9:31) Também, há indícios de Deus manobrar os eventos da insônia do rei no tempo oportuno (6:1), e a possível alusão ao propósito divino no caso de Ester atingir a posição de rainha. (4:14) Ademais, ter Mordecai se recusado estritamente a curvar se diante do inimigo de Deus, Hamã, que, como agagita, talvez fosse um amalequita da realeza, é evidência de que Mordecai adorava a Jeová — 3:1-6; Êxo. 17:14.
Evidência da história e da arqueologia
Descobertas históricas e arqueológicas acrescentaram sua voz em confirmar a autenticidade do livro de Ester. Bastarão alguns exemplos. A forma de os persas honrarem a um homem é descrita com autenticidade. (Est. 6:8) As cores branca e azul (ou violeta) eram as cores reais persas. Em Ester 8:15, lemos que Mordecai trajava uma “vestimenta real de pano azul e de linho” e uma capa de tecido roxo.
Ester tomou “depois sua posição no pátio interno da casa do rei, defronte da casa do rei, enquanto o rei estava sentado no seu trono real, na casa real, defronte da entrada da casa. E aconteceu que, assim que o rei viu Ester, a rainha, parada no pátio, ela obteve favor aos seus olhos”. (5:1, 2) Escavações revelaram que o pormenor da descrição é exato. Um corredor levava da Casa das Mulheres ao pátio interno e, ao lado do pátio, em frente ao corredor, estava a sala ou local do trono do palácio. O trono estava colocado no centro da parede mais distante, e deste ponto de observação, o rei podia olhar além da cortina que os separava e podia ver a rainha, aguardando uma audiência. Adicionais pormenores do livro mostram o conhecimento íntimo, por parte do escritor, quanto ao palácio. É evidente que não têm fundamento as objeções ao livro, à base de que não é histórico e exato quanto aos modos e costumes persas.
Fortíssima evidência da autenticidade do livro é a Festividade de Purim, ou “Sortes”, comemorada pelos judeus até os dias atuais, em cujo aniversário é lido nas sinagogas todo o livro. Uma inscrição cuneiforme, encontrada em Borsipa, segundo se afirma, refere-se a um oficial persa pelo nome de Mardukâ (Mordecai?) que estava em Susa (Susã) no fim do reinado de Dario I, ou no início do reinado de Xerxes I.
CONTEÚDO
O livro de Ester é um drama mui comovente que poderia ser dividido em três atos. No entanto, deve-se lembrar que, muito diferente de serem ficcionais, tais atos fazem parte de um drama da vida real. Depois de breve descrição do ambiente, o capítulo 1 apresenta um cenário do pátio do jardim do palácio do rei, onde está sendo realizado um grande banquete para todo o povo do castelo de Susã. No acme da festança, o rei Assuero ordena que a rainha Vasti apareça e mostre sua lindeza ao povo e aos príncipes. Diante da recusa persistente da mesma, e segundo a recomendação de seus príncipes, ele a depõe e anuncia isto a todos os povos do império.
Cena 2, do primeiro ato, descrita no capítulo 2, leva-nos à casa real, onde fazem-se arranjos para reunir no castelo todas as virgens lindas do império e lhes dar tratamentos de beleza, antes de apresentá-las ao rei Dentre estas, o rei deveria escolher sua nova rainha. A escolha vem a ser de Ester, uma jovem judia, prima de Mordecai, seu tutor e servo no portão do rei.
Na terceira cena, o capítulo 3, fala-se da promoção de Hamã e de seu êxito em obter autoridade, da parte do rei, para expedir um decreto ordenando a destruição de todos os judeus do império.
O ato 2 inicia-se com uma cena em frente ao portão do rei, em que Mordecai aconselha e exorta Ester a interceder pelo povo dela, muito embora ela assim colocasse sua vida em perigo. — Ester 4:2-17.
A cena 2 deste ato acha-se na sala do trono do palácio. Ester aparece sem ser convidada perante o rei, fazendo a solicitação para que ele e Hamã sejam seus convidados num banquete, naquele dia. Depois do banquete, a cena muda para a casa de Hamã, onde Hamã e um grupo de seus amigos estão reunidos. Decidem erguer uma estaca (ou madeiro) de cinqüenta côvados, para enforcar nele a Mordecai. — Ester 5:1-14.
A casa do rei é o cenário da cena 4 deste ato. Hamã se acerca do rei para solicitar que Mordecai seja enforcado. O rei, ao invés, faz com que Hamã honre a Mordecai pelos serviços des. te em expor uma trama contra a vida do rei. Ele se vê obrigado a vestir Mordecai com a vestimenta real e conduzi-lo montado num cavalo através da praça da cidade, bradando: “Assim se faz ao homem em cuja honra o próprio rei se agradou.” O ato termina de novo na casa de Hamã, para onde Hamã correu, depois desta experiência humilhante. — Ester 6:4-14.
O capítulo 7 introduz o terceiro ato com um segundo banquete nos aposentos de Ester. Diante da irada exigência do rei, Ester expõe Hamã como o instigador do ardil para massacrar todos os judeus no império, inclusive a ela mesma. Depois disso, o rei mandou enforcar a Hamã na forca preparada para Mordecai.
Para a cena 2 deste ato, voltamos à casa do rei. Visto que o decreto de morte dos judeus é imutável, segundo o costume medo-persa, um contradecreto, permitindo que os judeus se defendam, é enviado. — Ester 8:1-17.
Por conseguinte, o capítulo 9 relata que os judeus destroem seus inimigos em Susã e por todas as províncias, inclusive matando e então pendurando os dez filhos de Hamã. Mordecai e Ester dão ordens para comemorar esta libertação anualmente, no décimo quarto e décimo quinto dias de adar, chamados de dias de Purim, por causa da Pur, ou sorte, usada por Hamã como forma de adivinhação, para escolher o tempo auspicioso para destruir os judeus.
O capítulo 10 conclui o relato, mencionando brevemente a grandeza de Mordecai e o trabalho enérgico feito em favor de seu povo.
O livro de Ester está em completo acordo com o restante das Escrituras, e complementa os relatos de Esdras e Neemias por relatar o ocorrido, na Pérsia, com o povo exilado de Deus. Como se dá com toda a Escritura, foi escrito para fornecer encorajamento, conforto e instrução para nós. — Rom. 15:4; veja “Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”, págs. 88-91.
PLÁTANO [Heb., ‘armóhn]. O nome desta árvore em hebraico provém, evidentemente, da raiz ‘aráh, que significa “nudez”, ou da palavra ‘arám, que significa “despido”. Em Gênesis 30:37, 38, Jacó é descrito como colocando varas desta árvore, junto com as de outras árvores, diante dos rebanhos de Labão, em Harã, na Síria. As varas foram descascadas, “deixando expostos” ou revelando os “lugares brancos”. O plátano-do-oriente (Platanus orientalis) descasca-se anualmente, perdendo sua camada externa em tiras ou seções, expondo a suave casca esbranquiçada interna, que fica por baixo.
O Plátano tem majestosa aparência, crescendo até atingir uma altura de 21,30 metros, ou mais, possuindo ramos amplamente espalhados e largas folhas verde-escuras, semelhantes a uma vinha, provendo esplêndida sombra. A circunferência do tronco amiúde atinge até 12,20 metros. Era, portanto, uma árvore digna de ser comparada, embora não fosse realmente uma sua rival, ao majestoso cedro-do-líbano, que Ezequiel usou como figura do rei da Assíria, em sua mensagem a Faraó. (Eze. 31:8) Em todos os respeitos, então, o plátano-do-oriente ajusta-se satisfatoriamente à descrição bíblica, ao passo que a “castanheira” da Versão Almeida não o faz. A Vulgata e a Septuaginta fornecem ambas “plátano”, em Gênesis 30:37, como o fazem a maioria das traduções modernas.
Os plátanos-do-oriente se encontram ao longo dos rios e correntes, por toda a Síria, e na região da antiga Assíria, bem como, em menor grau, na Palestina e no Líbano.
ROMÃZEIRA [Heb., rimmóhn]. Por meio de Moisés, Jeová prometeu à nação de Israel que Ele os levaria a uma terra de trigo, cevada, videiras, figos, romãs, azeitonas e mel. (Deu. 8:7-9) Antes disso, os espias que foram até a terra voltaram com uvas, figos e romãs. (Num. 13:2, 23) Os israelitas tinham conhecido as romãs no Egito, conforme indicado por sua queixa, em Números 20:5. A túnica sem mangas das vestes do sumo sacerdote, Arão, tinha, em sua bainha, uma série de romãs feitas de linha azul, lã vermelho-purpurina e fibras carmíneas entretecidas, alternando-se com campainhas de ouro. (Êxo. 28:33, 34; 39:24-26) Mais tarde, quando foi construído o templo, os capitéis das duas colunas de cobre sobre o pórtico da casa foram decorados com fileiras de gravuras de romãs. — 1 Reis 7:18, 20, 42; 2 Reis 25:17; 2 Crô. 3:16; 4:13; Jer. 52:22, 23.
A romãzeira (Punica granatum) cresce por todo o Oriente como pequena árvore ou arbusto, raramente ultrapassando 4,60 metros de altura. São numerosos oa ramos estendidos, apresentando folhas verde-escuras, lanceoladas, e flores de cor vermelho-coral a cor de escarlate. O fruto maduro tem cor marrom, em forma de maçã, tendo um invólucro ou coroa que se estende por volta da sua parte inferior. Dentro da casca dura mostra-se apinhado de pequenas cápsulas cheias de sumo, e cada uma contém pequena semente rosa ou vermelha. O sumo dá uma bebida refrescante (Cân. 8:2), um xarope chamado granadina é produzido das sementes, e as flores são usadas no preparo de um remédio adstringente usado para combater a disenteria. As têmporas veladas da jovem sulamita foram comparadas a uma “fatia de romã”, e a pele dela a “um paraíso de romãs”. — Cân. 4:3, 13; 6:7.
A romã era cultivada extensamente nos tempos bíblicos, e os nomes de locais de Rimom, En-Rimom e Gate-Rimom sem dúvida se derivam da abundância destas árvores em sua área. (Jos. 15:32; 19:45; Nee. 11:29) A romãzeira era muito prezada e, assim, é amiúde associada a outras importantes árvores frutíferas, tais como a videira e a figueira. — Cân. 7:12, 13; Joel 1:12; Ageu 2:19.
SALGUEIRO [Heb., tsaftsafáh]. O nome desta árvore, em hebraico, corresponde ao árabe safsaf, que é aplicado ao salgueiro. Há quatro tipos de salgueiros que crescem na Palestina, um sendo designado pelo termo botânico Salix safsaf, porém o mais comum é o Salix acmophylla. A palavra hebraica só ocorre uma vez, em Ezequiel 17:5, onde a simbólica “semente da terra”, evidentemente referindo-se a Zedequias, é plantado figuradamente pelo rei de Babilônia qual “salgueiro junto a vastas águas”. Os salgueiros são encontrados ao longo das margens dos rios e em correntes rasas, e outros lugares úmidos, onde brotam rapidamente de mudinhas ou por estaquia e crescem celeremente. Jamais alcançam a estatura dos choupos, mas crescem como arbustos ou pequenas árvores, e, com freqüência, formam matagais ao longo dos cursos d’água. Sua beleza acha-se nas longas folhas delgadas, que se dependuram graciosamente dos ramos e raminhos delgados.
SARÇAS, SEBE DE SARÇAS [Heb., barqanim; hhédheq]. A sarça é uma planta com caule lenhoso que produz espinhos ou acúleos, e o nome pode referir-se a numerosas plantas deste tipo. Há autoridades que identificam o primeiro termo hebraico alistado (barqanim) com a planta designada pelo substantivo cognato em árabe: a Centaurea scoparins, uma planta comum, semelhante ao abrolho, com pontas espinhosas. Gideão usou algum tipo de sarça para punir os homens de Sucote por sua recusa de fornecer pão a seus soldados famintos durante sua luta contra os midianitas. — Juí. 8:6, 7, 16.
Provérbios 15:19 assemelha a vereda do preguiçoso a uma “sebe de sarça” (ou, hhédheq), talvez no sentido de que visualiza ou imagina dificuldades, e problemas espinhosos, em todo empreendimento, desculpando-se assim de ir avante, naquela base; ao passo que o justo acha seu curso bem delineado e permitindo bom progresso. (Coteje com Isaías 40:3.) Plantas espinhosas eram amiúde usadas como sebes para proteger pomares e vinhas contra ladrões e animais. (Isa. 5:5) Visto que as sarças serviam para muito pouco, a não ser como sebes ou como combustível, o profeta Miquéias sentiu-se movido, pela decadência moral da nação de Israel, a dizer sobre o povo que “o melhor deles é como a sarça, o mais reto deles é pior do que uma sebe de espinhos”. (Miq. 7:4) Várias plantas espinhosas são usadas como sebes na região palestina, uma das mais comuns sendo o oleastro ou Elaeagnus hortensis, planta de denso crescimento e espinhos fortes, aguçados. O espinheiro-de-casca-branca (Lycinm europaeum) era também usado amplamente como sebe, especialmente nas regiões costeiras. — Veja ESPINHEIRO-DE-CASCA-BRANCA, Despertai!, de 22/1/79, p. 27; URTIGA; ESPINHEIRO, Despertai! 22/1/79, p. 26.