-
‘Não consultei nem a carne, nem o sangue’A Sentinela — 1974 | 1.° de maio
-
-
então outro equipamento para nós, e começávamos logo de novo. Finalmente, o caso foi levado perante o tribunal mais alto do Luxemburgo e a decisão foi a nosso favor. Todos os nossos bens confiscados foram devolvidos.
Mais tarde, fomos convidados a escolher outra região em que pregar, onde havia maior necessidade. Escolhemos Marche-en-Famenne, também nas Ardenas. Partimos para nossa designação, confiantes em que acharíamos acomodações antes de cair a noite. Mas não achamos nada. Por isso voltamos à estação da estrada de ferro, quando vimos, de repente, uma senhora dirigir-se a nós. Perguntou-nos se éramos os que procuravam alojamento; ela tinha exatamente o que necessitávamos. Começamos de novo desde o princípio.
Com o passar dos anos, pudemos iniciar estudos bíblicos, mas foi preciso ter muita perseverança, porque passaram-se oito anos de trabalho árduo antes de nossa cozinha ficar pequena demais para as reuniões. No entanto, lançou-se o alicerce, e a congregação aumentou. De modo que, em 1967, fomos designados para outra região — Aywaille e suas redondezas, não muito longe de Liège.
Novamente tivemos o privilégio de ajudar na edificação duma congregação, partindo praticamente do nada. Por fim, a congregação tornou-se bastante próspera para se estabelecer num local adequado, durante 1972.
No começo de 1971, a saúde de minha esposa caiu repentinamente. Ela foi implacavelmente atacada de câncer. Havia sido minha companheira fiel durante vinte e cinco anos, compartilhando comigo as aflições e os sacrifícios, para que a luz da verdade de Deus pudesse brilhar no Luxemburgo.
Assim como se deu com o apóstolo Paulo, que havia passado por muitas dificuldades, mas que estava cônscio da aprovação de Jeová, sinto-me feliz de ter estado no ministério de tempo integral por tantos anos. Não lamento não ter entrado em conferência com carne e sangue antes de tomar a minha decisão de servir a Jeová com toda a minha força vital. Se eu tivesse de começar tudo de novo, tomaria a minha bicicleta e sairia pregando a Palavra de Deus, assim como fiz em 1936. Jeová cuidou liberalmente de todas as minhas necessidades. Meu desejo é continuar fiel na tarefa de que me incumbiu.
-
-
Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1974 | 1.° de maio
-
-
Perguntas dos Leitores
● O que significa a expressão “conduta desenfreada” encontrada em Gálatas 5:19?
Seria de presumir-se que este termo (proveniente da palavra grega asélgeia) se referisse à conduta imoral, mas num grau menor e não muito sério. Isto, porém, não se dá, segundo a evidência disponível nas Escrituras e também nos antigos escritos seculares gregos em que aparece a palavra. Ela não se limita a atos de imoralidade sexual. E em vez de se relacionar com a má conduta de natureza um pouco insignificante ou menor, parece descrever atos que indicam uma atitude descarada, revelando desrespeito, desconsideração ou mesmo desprezo por normas, leis e autoridade. O ‘desenfreio’ da conduta, portanto, não se deve principalmente à fraqueza, mas resulta duma atitude de desrespeito, insolência ou sem-vergonhice.
Em apoio disso, verificamos que os léxicos da língua grega definem asélgeia (e outras formas desta palavra) como descrevendo: “atos ultrajantes”, “licenciosidade, violência arbitrária”, “insolência”, “ultraje vulgar”, “brutal[idade]” (Liddell e Scott); “excesso, intemperança, em qualquer coisa, p. ex. linguagem, conduta, insolência” (Robinson); “concupiscência descontrolada, . . . ultraje, sem-vergonhice” (Thayer); “injustificada insolência desregrada” (Trench). A New Testament Wordbook (Vocabulário do Novo Testamento) de Barclay diz: “[Asélgeia] é usada por Platão no sentido de ‘impudência’. . . . É definida como ‘violência
-