BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • Buscamos primeiro o Reino
    A Sentinela — 1994 | 1.° de fevereiro
    • doença ou de dificuldades financeiras. No entanto, assim como Jeová prometeu, nunca ficamos abandonadas. — Hebreus 13:4.

      Naturalmente, a falta de dinheiro às vezes era um problema. Certa época, por um ano inteiro, minha companheira e eu comemos sanduíches de salsinha no almoço, mas nunca passamos fome, nem nos faltaram as necessidades básicas.

      Com o passar dos anos, nossas forças diminuíram concordemente. Em meados dos anos 80, ambas sofremos cirurgias sérias que nos causaram severas provações, visto que reduziram nossas atividades de pregação. Em janeiro de 1987, fomos convidadas para ser membros do pessoal da sede das Testemunhas de Jeová no Brasil.

      Nossa grande família de mais de mil ministros encontra-se a uns 140 quilômetros de São Paulo, num belo conjunto de prédios, onde se imprimem publicações bíblicas para o Brasil e outros países da América do Sul. Recebemos aqui o cuidado amoroso de servos devotados de Deus. Quando vim ao Brasil, em 1951, havia apenas uns 4.000 pregadores da mensagem do Reino, mas agora há mais de 366.000. Nosso compassivo Pai celestial deveras nos tem acrescentado ‘todas as outras coisas’ por termos buscado primeiro o seu Reino. — Mateus 6:33.

  • Ao aconselhar a outros, trata-os com dignidade?
    A Sentinela — 1994 | 1.° de fevereiro
    • Ao aconselhar a outros, trata-os com dignidade?

      COMO é bom e proveitoso ser aconselhado com dignidade! “O conselho bondoso, que denota consideração e preocupação, contribui para bons relacionamentos”, diz Edward. “Quando sentimos que o conselheiro nos honra e nos respeita, mostrando-se disposto a ouvir a nossa versão da história, fica muito mais fácil de aceitar o conselho”, afirma Warren. “Quando o conselheiro me trata com respeito, eu me sinto à vontade para recorrer a ele em busca de conselho”, comenta Norman.

      O direito natural do homem à dignidade

      Um conselho cordial, amistoso e amoroso é, deveras, bem acolhido. É proveitoso aconselhar outros do mesmo modo como desejaria ser aconselhado. (Mateus 7:12) O bom conselheiro toma tempo para ouvir e procura compreender a pessoa que está sendo aconselhada — seu modo de pensar, sua posição e seus sentimentos — em vez de criticar e condenar. — Provérbios 18:13.

      Os conselheiros atuais, incluindo os anciãos cristãos, precisam estar atentos a tratar os outros com dignidade ao darem conselhos. Por quê? Pela simples razão de que na sociedade prevalece a atitude de tratar os outros de forma indigna. Isso é contagiante. Com muita freqüência, aqueles de quem se espera um tratamento digno são os que deixam de fazê-lo, sejam eles profissionais, líderes religiosos ou outros. Para ilustrar: no local de trabalho, uma demissão é traumatizante e estressante tanto para o empregador como para o empregado. Prejudica a auto-estima, especialmente se a pessoa que está sendo demitida é tratada sem dignidade. Supervisores que enfrentam essa situação precisam aprender a dar tal “notícia desagradável de modo claro, direto e profissional, sem ferir a dignidade da pessoa”, noticia The Vancouver Sun. Sim, todos os humanos merecem um tratamento digno.

      A Assembléia Geral das Nações Unidas proclama: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” Visto que a dignidade do homem está sob ataque, é com bons motivos que a Carta das Nações Unidas e o preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece essa qualidade. Afirmam a “fé nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da pessoa humana”.

      Jeová criou o homem com dignidade inerente

      Jeová é um Deus de dignidade. Sua Palavra inspirada declara corretamente: “Diante dele há dignidade e esplendor”, e, “[Sua] dignidade é narrada acima dos céus”. — 1 Crônicas 16:27; Salmo 8:1.

      Como Deus de dignidade e Soberano Universal, ele confere dignidade a toda a sua criação, celestial e terrena. Notável entre os assim honrados é seu glorificado e reinante Filho, o Rei, Cristo Jesus. “Puseste sobre ele dignidade e esplendor”, escreveu Davi profeticamente. — Salmo 21:5; Daniel 7:14.

      Infelizmente, abusou-se muito desse direito humano básico durante toda a História. Um poderoso anjo, que por suas ações tornou-se Satanás, o Diabo, desafiou a legitimidade, a justiça e o mérito da soberania de Deus. Ao fazer isso, mostrou desrespeito por Jeová e desonrou seu nome digno, desafiando ao mesmo tempo Seu direito de governar. Atribuiu a si mesmo excessiva dignidade. Iguais ao Diabo, poderosos monarcas humanos, tais como o Nabucodonosor dos tempos bíblicos, jactaram-se de seu ‘poder e grandeza’. Agrediram a dignidade de Jeová, atribuindo desarrazoada dignidade a si mesmos. (Daniel 4:30) O governo opressivo de Satanás, imposto ao mundo da humanidade, tem atacado e continua atacando a dignidade do homem.

      Foi sua dignidade alguma vez prejudicada? Quando aconselhado, fez-se com que se sentisse excessivamente culpado, envergonhado, desonrado, ou rebaixado? “Não percebi nenhuma preocupação, compaixão e dignidade. Fez-se com que eu me sentisse indigno”, afirma André, acrescentando: “Isso levou a sentimentos de frustração e ansiedade, até mesmo à depressão.” “É difícil aceitar conselhos de alguém que você sente que não está preocupado com o seu bem-estar”, diz Laura.

      Por esse motivo, os superintendentes cristãos são admoestados a tratar o rebanho de Deus com respeito e honra. (1 Pedro 5:2, 3) Se surgirem situações em que é necessário e proveitoso aconselhar a outros, como poderá proteger-se de pensar e agir como os homens do mundo que, sem hesitar, ferem a dignidade dos outros? O que poderá ajudar-lhe a preservar a dignidade de concristãos, bem como a sua própria? — Provérbios 27:6; Gálatas 6:1.

      Princípios que preservam a dignidade

      A Palavra de Deus não se cala nesse assunto. O conselheiro perito confiará implicitamente no conselho da Palavra de Deus, em vez de recorrer à sabedoria deste mundo. Os Escritos Sagrados contêm conselhos valiosos. Quando acatados, eles dignificam tanto o conselheiro como a pessoa que é instruída. Assim, a orientação de Paulo ao superintendente cristão Timóteo foi: “Não critiques severamente um ancião. Ao contrário, suplica-lhe como a um pai, os homens mais jovens, como a irmãos, as mulheres mais idosas, como a mães, as mulheres mais jovens, como a irmãs, com toda a castidade.” (1 Timóteo 5:1, 2) Quanta tristeza, mágoa e embaraço podem ser evitados por se aderir a essas normas!

      Note que o segredo de um conselho bem dado é mostrar o devido respeito pela outra pessoa e por seu direito de ser tratada de forma digna, indicando preocupação. Os anciãos cristãos, incluindo os superintendentes viajantes, devem esforçar-se a acatar esse conselho, procurando determinar por que a pessoa que necessita ser reajustada pensa e age daquele modo. Devem querer ouvir seu ponto de vista e fazer todo empenho de evitar envergonhar, rebaixar ou desonrar a pessoa que está sendo ajudada.

      Como ancião, deixe seu irmão saber que você se preocupa com ele e deseja ajudá-lo a resolver seus problemas. É isso o que um bom médico faz quando você vai ao consultório dele para fazer um exame. A idéia de despir-se numa sala fria e estéril talvez o deixe embaraçado e o faça sentir-se humilhado. Quanto você aprecia um médico que mostra consideração para com seu amor-próprio e lhe trata com dignidade, cobrindo-o com um lençol enquanto efetua os exames necessários para determinar a causa de sua doença! De modo similar, o conselheiro cristão que mostra o devido respeito pela pessoa é bondoso e firme, porém cobre o aconselhado com dignidade. (Revelação [Apocalipse] 2:13, 14, 19, 20) Por outro lado, um conselho duro, frio e insensível equivale figurativamente a despir alguém, fazendo-o sentir-se envergonhado, desonrado e privado de sua dignidade.

      Os superintendentes da Escola do Ministério Teocrático tomam especial cuidado para aconselhar com dignidade. Ao aconselharem pessoas de idade, eles refletem o mesmo amor que mostrariam aos seus próprios pais. Mostram consideração, são amistosos e cordiais. Tal consideração é necessária. Gera uma atmosfera que facilita dar e receber conselhos.

      Anciãos, lembrem-se de que conselhos práticos são animadores, edificantes e positivos. Efésios 4:29 declara: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra pervertida, mas a que for boa para a edificação, conforme a necessidade, para que confira aos ouvintes aquilo que é favorável.”

      Não há necessidade de empregar termos, linguagem ou argumentos duros. Antes, o respeito pela outra pessoa e o desejo de preservar seus sentimentos de dignidade e amor-próprio o induz a apresentar os assuntos de forma positiva e construtiva. Antes de quaisquer observações, faça elogios sinceros e genuínos às suas características ou qualidades boas, em vez de frisar conceitos que o façam sentir-se frustrado e indigno. Caso sirva como ancião, use sua ‘autoridade para edificar e não para demolir’. — 2 Coríntios 10:8.

      Sim, o efeito de qualquer conselho procedente de superintendentes cristãos deve ser o de dar o necessário encorajamento, conferir aquilo que é favorável. Não deve desanimar ou “apavorar”. (2 Coríntios 10:9) Mesmo a alguém que tenha cometido uma grave transgressão é preciso conceder certa medida de amor-próprio e dignidade. O conselho precisa ser equilibrado com palavras de repreensão bondosas, porém firmes, de modo a induzi-lo ao arrependimento. — Salmo 44:15; 1 Coríntios 15:34.

      É significativo que a Lei de Deus dada a Israel incorporasse esses mesmos princípios. Dava margem a conselhos e até a disciplina física, ao mesmo tempo em que resguardava o direito da pessoa a uma medida de dignidade pessoal. Permitia espancamento com golpes ‘correspondentes em número à ação iníqua’, mas estes não deviam ser excessivos. Impunha-se um limite ao número de golpes desferidos, para que o transgressor não ficasse “realmente degradado”. — Deuteronômio 25:2, 3.

      A preocupação com os sentimentos dos transgressores arrependidos era também uma qualidade característica de Jesus. Sobre ele, Isaías profetizou: “Não quebrará nenhuma cana esmagada; e quanto à fraca mecha de linho, não a apagará. Produzirá justiça em veracidade.” — Isaías 42:3; Mateus 12:17, 20; Lucas 7:37, 38, 44-50.

      As palavras de Jesus no Sermão do Monte frisam adicionalmente a necessidade de se mostrar empatia: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles.” (Mateus 7:12) Esse princípio é tão fundamental na promoção de bons relacionamentos, que é comumente chamado de Regra de Ouro. Na qualidade de ancião cristão, como pode isso ajudá-lo a tratar outros com bondade e dignidade ao dar conselhos?

      Tenha presente que você também comete erros. Como observou Tiago, “todos nós tropeçamos muitas vezes”. (Tiago 3:2) Lembrar-se disso o ajudará a moderar seus comentários e a controlar seus sentimentos quando for necessário falar a outros sobre suas faltas. Tome em consideração as sensibilidades deles. Isso o ajudará a evitar ser excessivamente crítico, trazendo à tona pequenos erros ou faltas. Jesus salientou isso ao dizer: “Parai de julgar, para que não sejais julgados; pois, com o julgamento com que julgais, vós sereis julgados; e com a medida com que medis, medirão a vós.” — Mateus 7:1, 2.

      Trate outros com dignidade — oponha-se ao Diabo

      As táticas de Satanás destinam-se a destituí-lo de sua dignidade, a produzir sentimentos de desonra, inutilidade e desespero. Note como ele usou um agente humano para estimular emoções negativas no fiel Jó. O hipócrita Elifaz afirmou: “Eis que ele [Jeová] não tem fé nos seus servos, e a seus mensageiros [santos anjos] acusa de defeito. Quanto mais com os que moram em casas de barro [humanos pecaminosos], cujo alicerce está no pó! São esmigalhados mais depressa do que uma traça.” (Jó 4:18, 19) Assim, segundo ele, para Deus Jó não valia mais do que uma traça. De fato, os conselhos de Elifaz e seus companheiros, longe de serem edificantes, privavam a Jó até mesmo da lembrança de tempos melhores. Na opinião deles, os atos fiéis passados, o treinamento familiar, a relação com Deus e dádivas de misericórdia de Jó não valiam nada.

      Igualmente hoje, os transgressores arrependidos são especialmente suscetíveis a tais sentimentos, e existe o perigo de serem ‘tragados pela excessiva tristeza’. Anciãos, ao aconselharem outros assim, ‘confirmem seu amor’ por eles, permitindo-lhes preservar certa medida de dignidade. (2 Coríntios 2:7, 8) “Ser tratado sem dignidade torna difícil aceitar conselhos”, admite William. É essencial fortalecer sua crença de que eles são valiosos aos olhos de Deus. Lembre-os de que Jeová ‘não é injusto, para se esquecer de sua obra e do amor que mostraram ao seu nome’ nos anos que passaram em serviço fiel. — Hebreus 6:10.

      Que fatores adicionais poderão ajudá-lo a conferir dignidade a outros ao dar conselhos? Reconheça que todos os humanos possuem o direito natural à dignidade, visto que foram feitos à imagem de Deus. São prezados por Jeová Deus e Jesus Cristo; a dupla provisão do resgate e da ressurreição atestam esse fato. Jeová acrescenta dignidade adicional aos cristãos ‘designando-lhes um ministério’, usando-os para instar com uma geração perversa para que faça as pazes com Deus. — 1 Timóteo 1:12.

      Anciãos, lembrem-se de que a vasta maioria de seus irmãos cristãos são prospectivos membros fundadores da nova sociedade humana na Terra purificada. Sendo pessoas tão prezadas e preciosas, merecem ser tratadas com honra. Ao aconselharem outros, lembrem-se de como Jeová e Jesus mostram consideração para com eles, e continuem fazendo sua parte para ajudar seus irmãos a preservar um sentimento de dignidade e amor-próprio diante dos desafios de Satanás. — 2 Pedro 3:13; compare com 1 Pedro 3:7.

      [Quadro na página 29]

      Conselho que dignifica

      (1) Faça elogios genuínos e sinceros. (Revelação [Apocalipse] 2:2, 3)

      (2) Seja bom ouvinte. Identifique clara e bondosamente o problema e o motivo do conselho. (2 Samuel 12:1-14; Provérbios 18:13; Revelação 2:4)

      (3) Baseie seus conselhos nas Escrituras. Seja positivo, razoável e animador, e mostre empatia. Não fira a dignidade e o amor-próprio do aconselhado. (2 Timóteo 3:16; Tito 3:2; Revelação 2:5, 6)

      (4) Assegure o aconselhado de que será abençoado se aceitar e aplicar os conselhos. (Hebreus 12:7, 11; Revelação 2:7)

      [Foto na página 26]

      Os anciãos cristãos precisam tratar os outros com dignidade ao dar conselhos

Publicações em Português (1950-2026)
Sair
Login
  • Português (Brasil)
  • Compartilhar
  • Preferências
  • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
  • Termos de Uso
  • Política de Privacidade
  • Configurações de Privacidade
  • JW.ORG
  • Login
Compartilhar