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Luto e funerais — para quem?A Sentinela — 1977 | 1.° de dezembro
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que pela fé e pela paciência herdam as promessas.” — Heb. 6:12.
FUNERAIS DE DESASSOCIADOS?
No entanto, suponhamos que o falecido tenha sido um desassociado, alguém que foi expulso da congregação cristã, por um motivo ou outro. Nas “Perguntas dos Leitores” (A Sentinela de 1965, p. 288), adotou-se a posição de que um funeral para alguém que foi desassociado é impróprio. O comentário era: “Jamais queremos dar a impressão aos de fora de que uma pessoa desassociada era aceitável à congregação, quando, na verdade e na realidade, não era aceitável, mas fora desassociada de lá.” Será que não há exceções em providenciar-se um serviço fúnebre para um desassociado?
Antes de responder a esta pergunta, convém recapitular brevemente o assunto da desassociação. Que ela tem base bíblica, pode ser visto em Primeira aos Coríntios, capítulo 5, onde o apóstolo Paulo ordena a desassociação de um homem imoral. Entretanto, foi só em 1952 que o povo de Jeová, nos tempos modernos, agiu neste sentido, em vista da crescente urgência. Com forte zelo pela justiça e com ódio ao que é iníquo, estabeleceu-se uma orientação para os que tomam a dianteira, a fim de manter as congregações espiritual, doutrinal e moralmente limpas.
Com o decorrer dos anos, o povo de Jeová passou a compreender o assunto da desassociação de modo cada vez mais claro. Não só se apresentaram os pormenores, mas viu-se cada vez mais que a sabedoria e o amor, além da justiça, entravam em jogo. Compreendeu-se a necessidade de mostrar misericórdia para com os errantes realmente arrependidos, e de se considerarem circunstâncias atenuantes e a evidência de sincero pesar. Nos últimos anos, salientou-se também que há uma diferença entre a maneira de os cristãos se comportarem para com um pecador notório ou um apóstata agressivo, e para com alguém que é considerado como “homem das nações” — para com quem se pode ter a cortesia comum de cumprimentá-lo. — Mat. 18:17; 2 João 9, 10.
Parece que esta distinção também pode ser observada com relação ao funeral dum desassociado. A congregação cristã não quer macular seu bom nome por se associar com alguém a quem se aplica 2 João 9, 10, nem mesmo na sua morte. Mas, suponhamos que alguém desassociado tenha dado certa evidência de genuíno arrependimento e tenha passado a freqüentar as reuniões, mostrando o desejo de ser readmitido na congregação. Então, se os anciãos acharem que isso não perturbaria a paz e a harmonia da congregação, nem lançaria vitupério sobre o povo de Deus, não haveria objeção a que um ancião profira um discurso. Como é que poderiam saber se Jeová já não lhe perdoou, visto que há alguma evidência de arrependimento? Os anciãos, corretamente, talvez quisessem esperar para se certificar de que seu arrependimento era sincero. Obviamente, cada caso é diferente e terá de ser julgado nos seus próprios méritos. É evidente que, caso se profira um discurso fúnebre, será preciso tomar cuidado para não se falar sobre assuntos pessoais, nem para fazer declarações positivas a respeito de a pessoa ser ressuscitada ou não. Mas, certamente se poderá dar uma boa apresentação bíblica e um testemunho.
Além disso, não devemos desperceber dois dos principais motivos da desassociação do transgressor. Um é fazê-lo cair em si, se possível. O outro é proteger a congregação contra a sua má influência. Nenhum deles se aplicaria agora, visto que a pessoa desassociada já faleceu. Mesmo quando o desassociado tem continuado apenas como “homem das nações”, por assim dizer, um discurso fúnebre, bíblico, pode servir a mais de uma boa finalidade, conforme já mencionado: Pode prover consolo aos enlutados e ser um testemunho para os de fora. O mero fato de se dar bom testemunho pode servir de consolo e conforto para os enlutados, não importa quais as circunstâncias.
Só nós, dentre todas as criaturas da terra, fomos feitos à imagem de Deus. Por causa disso, temos a capacidade de avaliar o que é a morte. Por isso, também temos a capacidade de lamentar a perda da vida por alguém, e o desejo de consolar os enlutados. Não é nosso Pai celestial deveras “o Pai de ternas misericórdias e o Deus de todo o consolo”? Certamente que sim! Portanto, na questão do luto e dos funerais, deixamos que seus princípios de sabedoria, justiça e amor ditem nossos sentimentos e nossas ações, assim como devem fazer em todos os outros assuntos da vida. — 2 Cor. 1:3, 4; 1 Cor. 16:14.
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Espantosos julgamentos por DeusA Sentinela — 1977 | 1.° de dezembro
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Espantosos julgamentos por Deus
O PROFETA hebreu Habacuque ficou muito perturbado com as condições existentes nos seus dias. Aonde quer que olhasse, na terra de Judá, podia ver violência, opressão, altercações, contendas e injustiças. Isto o induziu a exclamar: “Até quando, ó Jeová, terei de clamar por ajuda e tu não ouvirás? Até quando clamarei a ti por socorro contra a violência e tu não salvarás?” — Hab. 1:1-4.
É possível que você, leitor, também tenha feito perguntas similares, ao ver a violação da lei que se tornou tão prevalecente entre os que afirmam representar a Deus — os membros das organizações religiosas da cristandade. A resposta que Habacuque recebeu parecia quase que inacreditável. (Hab. 1:5) Abalou até mesmo o próprio profeta. (Hab. 1:13-17) Não menos chocantes para as suscetibilidades religiosas serão os meios pelos quais os sistemas religiosos da cristandade terão o seu fim.
OS CALDEUS A SEREM USADOS
A pronúncia de Jeová, por meio de Habacuque, foi: “Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que vai aos lugares espaçosos da terra para tomar posse de residências que não lhe pertencem. Aterradora e atemorizante é ela. Sua própria justiça e sua própria dignidade procedem dela mesma. E seus cavalos mostraram-se mais velozes do que os leopardos e mostraram-se mais ferozes do que os lobos da noitinha. E seus corcéis escarvaram o chão e seus próprios corcéis vêm de longe. Voam como a águia que se apressa a comer algo. Vem na sua totalidade para a mera violência. A reunião das suas faces é como o vento oriental, e ajunta cativos como areia. E ela, da sua
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