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  • A Bíblia — inspirada por Deus?
    Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
    • Mesmo que alguém sustente que tais profecias não foram escritas no período dos próprios profetas, ainda assim foram registradas antes do terceiro século AEC, pois então já estavam sendo traduzidas para o grego, na Septuaginta. Também, os Rolos do Mar Morto (que incluem trechos de todos os livros bíblicos proféticos) são datados do segundo e do primeiro séculos AEC. Conforme já comentado, muitas das profecias tiveram seu cumprimento só após essas datas.

      Está a Bíblia Cheia de Contradições?

      9-12. (a) Por que dizem alguns que a Bíblia é contraditória? (b) Como são solucionadas algumas “contradições”?

      9 Mas alguns objetam: ‘A Bíblia está cheia de contradições e discrepâncias.’ Com bastante freqüência, os que fazem essa afirmação não investigaram pessoalmente o assunto, mas apenas ouviram outros citarem um ou dois alegados exemplos. Na verdade, a maioria das supostas discrepâncias são facilmente solucionadas se nos lembrarmos de que os escritores da Bíblia com freqüência condensavam os assuntos. Encontramos um exemplo disso no relato da criação. Muitos, ao compararem Gênesis 1:1, 3 com Gênesis 1:14-16, têm perguntado como seria possível Deus “fazer” os luzeiros no quarto dia criativo, se a luz — evidentemente procedente desses mesmos luzeiros — já atingia a Terra no primeiro dia criativo. Neste caso, o escritor hebreu eliminou a necessidade de longas explanações por meio duma meticulosa escolha de palavras. Note que os versículos 14-16 de Gên. 1 falam de “fazer” em contraste com o “criar” em Gênesis 1:1, e de “luzes” em contraste com “luz” em Gênesis 1:3. Isto indica que foi no quarto dia criativo que o Sol e a Lua, já existentes, tornaram-se claramente visíveis através da densa atmosfera da Terra.a

      10 As listas genealógicas também têm causado certa confusão. Por exemplo, Esdras alista 23 nomes na genealogia sacerdotal registrada em 1 Crônicas 5:29-40 (6:3-14), mas alista apenas 16 nomes para o mesmo período ao fornecer sua própria genealogia em Esdras 7:1-5. Não se trata duma discrepância, mas duma simples condensação. Além disso, de acordo com a intenção do escritor ao registrar um evento, ele realçava, minimizava, incluía ou omitia detalhes que outro escritor bíblico descrevia de modo diferente ao registrar o mesmo evento. Tais coisas não são contradições, antes, são relatos que diferem entre si, refletindo o ponto de vista do escritor e o público a que se destinava.b

      11 Muitas vezes, aparentes incoerências podem ser solucionadas por simplesmente examinarmos o contexto. Por exemplo, “onde obteve Caim sua esposa?” é uma pergunta freqüente, realçando a crença de que isto expõe uma discrepância no relato bíblico. Supõe-se que Adão e Eva tiveram apenas dois filhos, Caim e Abel. Tal dificuldade é facilmente solucionada por se continuar a ler. Gênesis 5:4 diz: “Após o nascimento de Sete, Adão viveu 800 anos e gerou filhos e filhas.” Assim, Caim casou-se com uma de suas irmãs, ou talvez com uma sobrinha, o que estaria em plena harmonia com a intenção original de Deus para a expansão da raça humana. — Gênesis 1:28.

      12 Há obviamente muitos pormenores da história humana não registrados como parte do Registro Divino. Mas todos os pormenores necessários, tanto para os primeiros que o leram como para nós hoje, foram incluídos sem torná-lo difícil e impossível de ler.

      Escrita Para Ser Entendida Apenas por Eruditos?

      13-15. (a) Por que crêem alguns que a Bíblia é difícil demais para ser entendida? (b) Como sabemos que Deus pretendia que Sua Palavra fosse entendida?

      13 Já se perguntou: “Por que há tantas interpretações divergentes da Bíblia?” Depois de ouvirem autoridades religiosas divergir umas das outras, algumas pessoas sinceras ficam confusas e desanimadas. A conclusão a que muitos chegam é de que a Bíblia é ambígua e contraditória. Assim, muitos rejeitam a Bíblia completamente, crendo ser difícil demais lê-la e entendê-la. Outros, ao se confrontarem com essa grande variedade de interpretações religiosas, relutam em investigar seriamente as Escrituras. Alguns dizem: “Homens instruídos estudaram durante anos em seminários religiosos. Como posso eu ter qualquer base para questionar o que eles ensinam?” Mas é assim que Deus encara o assunto?

      14 Quando deu a Lei à nação de Israel, Deus não indicou que estava dando um sistema de adoração que a nação seria incapaz de compreender, que teria de ser deixado nas mãos de sábios teológicos ou “eruditos”. Deus declarou o seguinte por intermédio de Moisés em Deuteronômio 30:11, 14: “Certamente, esta Instrução que vos imponho neste dia não é difícil demais para vós, nem está além de compreensão. Não, a coisa está bem próxima de vós, em vossa boca e em vosso coração, para observá-la.” Toda a nação, não só os líderes, foram informados: “Tomai a peito estas instruções das quais vos incumbo neste dia. Inculcai-as em vossos filhos. Recitai-as quando estiverdes em casa e quando estiverdes fora, ao deitardes e ao levantardes.” (Deuteronômio 6:6, 7) Os mandamentos de Deus, todos assentados por escrito, eram suficientemente claros para que a nação inteira, tanto os pais como os filhos, os acatassem.c

      15 Já nos dias de Isaías, os líderes religiosos incorreram na condenação de Deus por assumirem a responsabilidade de fazer acréscimos às leis de Deus e interpretá-las. O profeta Isaías escreveu: “Esse povo chegou-se a Mim com a boca e honrou-Me com os lábios, mas manteve seu coração distante de Mim, e a adoração que prestam a Mim tem sido um mandamento de homens, aprendido mecanicamente.” (Isaías 29:13) Sua adoração tornara-se mandamento de homens, não de Deus. (Deuteronômio 4:2) Esses ‘mandamentos de homens’, suas próprias interpretações e explicações, é que eram contraditórios. As palavras de Deus não eram contraditórias. O mesmo se dá hoje em dia.

      Existe Alguma Base Bíblica Para a Tora Oral?

      16, 17. (a) O que crêem alguns sobre uma lei oral? (b) O que indica a Bíblia sobre uma lei oral?

      16 Alguns crêem que Moisés recebeu uma “Tora Oral” além da “Tora Escrita”. Segundo essa crença, Deus ordenou que certos mandamentos não fossem escritos, mas sim transmitidos oralmente de geração em geração, sendo assim preservados apenas por tradição oral. (Veja o quadro “Tem a Tora ‘Setenta Faces’?”) Entretanto, o relato bíblico mostra claramente que Moisés nunca recebeu ordens de transmitir uma lei oral. Êxodo 24:3, 4 nos diz: “Moisés foi e repetiu ao povo todos os mandamentos do SENHOR e todas as regras; e todo o povo respondeu com uma só voz, dizendo: ‘Faremos todas as coisas que o SENHOR ordenou!’” A seguir, Moisés “escreveu todos os mandamentos do SENHOR”. Ademais, somos informados em Êxodo 34:27: “E o SENHOR disse a Moisés: Escreve estes mandamentos, pois em harmonia com esses mandamentos faço um pacto contigo e com Israel.” Não havia lugar no pacto que Deus fez com Israel para uma lei oral não-escrita. (Veja o quadro “Onde Estava a Lei Oral . . .”) Não há em parte alguma da Bíblia qualquer menção da existência de uma lei oral.d O que é mais importante, os ensinos desta contradizem as Escrituras, o que aumenta a impressão errônea de que a Bíblia se contradiz. (Veja o quadro “A Morte e a Alma — O Que São?”) Mas o responsável por essa confusão é o homem, não Deus. — Isaías 29:13. (Veja o quadro “Honra ao Nome de Deus.”)

      TEM A TORA “SETENTA FACES”?

      EM Israel hoje em dia não é incomum ouvir pessoas citarem a bem conhecida expressão judaica: “A Tora tem setenta faces” — indicando que crêem que as Escrituras podem ser interpretadas de maneiras diferentes, até mesmo contraditórias. Isso é tido como verdade tanto no caso da Lei escrita como no da chamada lei oral. The Encyclopedia of Judaism (Enciclopédia do Judaísmo) comenta: “A Lei Oral não é um código definitivo; inclui muitas opiniões variadas e até mesmo divergentes. Sobre estas os sábios diziam: ‘Todas elas são as palavras do Deus vivente.’” (Página 532) Entretanto, é razoável crer que Deus inspiraria opiniões divergentes e divisórias? Como surgiu a aceitação de tais contradições?

      Durante o período em que as Escrituras Hebraicas foram assentadas por escrito (c. 1513-c. 443 AEC), os representantes designados de Deus esclareciam assuntos controversiais, muitas vezes com o apoio do próprio Deus através da manifestação de poder divino ou do cumprimento de profecias que os fizera declarar. (Êxodo 28:30; Números 16:1-17:15 [16:1-50, NM); 27:18-21; Deuteronômio 18:20-22) Naquele tempo, se alguém ensinasse explicações e interpretações contraditórias, era encarado, não como erudito, mas como apóstata. Deus advertiu a nação inteira: “Tende o cuidado de observar apenas o que eu vos prescrevo: não acrescenteis nada nem retireis nada.” — Deuteronômio 13:1 (12:32, NM).

      Todavia, com o tempo ocorreu uma alteração fundamental no modo de pensar da nação de Israel. Os fariseus, que se tornaram proeminentes no judaísmo durante o primeiro século EC, advogavam o ensino da “Tora Oral”, que haviam desenvolvido dois séculos antes. Ensinavam que, além de dar à nação de Israel uma Lei escrita no monte Sinai, Deus transmitiu também ao povo, ao mesmo tempo, uma lei oral. Segundo tal crença, essa inspirada lei oral interpretava e esclarecia pormenores da Lei escrita, pormenores que Deus deliberadamente mandara Moisés não registrar. A lei oral não devia ser escrita, mas devia ser transmitida apenas verbalmente, do mestre ao discípulo, de geração em geração. Portanto, isso concedeu autoridade especial aos fariseus, que se consideravam guardiães dessa tradição oral.g

      Após a destruição do segundo templo em 70 EC, o conceito farisaico ganhou aceitação, e o judaísmo tornou-se uma forma de religião dominada pelos rabinos, algo que não acontecia antes.h Com o novo destaque dado aos rabinos, em vez de aos sacerdotes ou aos profetas, a lei oral tornou-se a nova figura central do judaísmo. Como declara The Encyclopedia of Judaism: “A Tora Oral passou a ser encarada como mais importante do que a Tora Escrita, visto que a explicação e o entendimento da última dependia da primeira.” — 1989, página 710.

      À medida que os rabinos ganhavam prestígio e as tradições se multiplicavam, a proibição de assentar por escrito essa lei oral foi suspensa. Em fins do segundo e princípios do terceiro séculos EC, Judah Ha-Nasi (135-219 EC) registrou sistematicamente essas tradições orais rabínicas numa obra chamada de Míxena. As adições feitas posteriormente foram chamadas de Tosefta. Os rabinos por sua vez viram a necessidade de fazer comentários sobre a Míxena, e tais interpretações da tradição oral tornaram-se a base duma volumosa coleção de livros chamada Guemara (compilada do terceiro ao quinto séculos EC). Juntas, essas obras vieram a ser conhecidas como o Talmude. Os comentários sobre todas essas opiniões rabínicas prosseguem até hoje. Visto que é impossível harmonizar todos esses conceitos bastante divergentes, é de admirar que muitos prefiram ver ‘setenta faces na Tora’?

      g Esse ensino, promovido inicialmente pelos fariseus, foi rejeitado por muitos de seus contemporâneos na nação judaica. Os saduceus, muitos dos quais eram sacerdotes, bem como os essênios do primeiro século, rejeitavam esse conceito farisaico. Atualmente, os caraítas (desde o oitavo século EC), bem como os movimentos reformista e conservador do judaísmo, não encaram tal lei oral como divinamente inspirada. Entretanto, o Judaísmo Ortodoxo da atualidade considera tais tradições tanto inspiradas como obrigatórias.

      h  The Encyclopaedia Judaica declara: “O título rabino deriva do substantivo rav, que no hebraico da Bíblia significa ‘grande’, e não ocorre na Bíblia [hebraica].”

      ONDE ESTAVA A LEI ORAL . . .

      . . . quando Moisés repetiu todos os mandamentos de Deus para a inteira nação de Israel? A nação concordou então em cumprir o que ele havia repetido, e depois Moisés “escreveu todos os mandamentos do SENHOR”. — Êxodo 24:3, 4, o grifo é nosso.

      . . . quando Josué reuniu a nação de Israel, depois de esta ter entrado na Terra Prometida, e leu novamente à nação todas as palavras que esta havia concordado em cumprir? “Não houve nem sequer uma palavra de tudo o que Moisés havia ordenado que Josué deixasse de ler na presença da inteira assembléia de Israel.” — Josué 8:35, o grifo é nosso.

      . . . quando, nos dias do Rei Josias, ‘o livro da Lei de Moisés’, guardado em lugar esquecido, foi encontrado durante a reforma do templo? Ao ouvir a leitura do seu conteúdo, Josias rasgou suas vestes de pesar, dando-se conta de que durante gerações a Lei não havia sido cumprida de acordo com o que estava escrito. Ele providenciou então a celebração da Páscoa, que não fora corretamente celebrada durante todo o período dos reis e dos juízes que os precederam. Onde estava a ‘fielmente transmitida’ lei oral durante aquelas centenas de anos? Se tivesse existido, tais informações nunca teriam sido esquecidas. Somente um registro escrito preservado com exatidão habilitou a nação a voltar a fazer corretamente a vontade de Deus. — 2 Reis 22:8-23:25.

      . . . quando o profeta Jeremias declarou: “Do menor ao maior, são todos ávidos de ganho; tanto o sacerdote como o profeta, agem todos falsamente”? (Jeremias 6:13) No decorrer de grande parte da história da nação de Israel, essa era a condição espiritual dos líderes da nação, especialmente dos sacerdotes, responsáveis de ensinar a Lei. (Malaquias 2:7, 8) Os registros escritos falam por si, mas poder-se-ia confiar em homens tão infiéis para preservar fielmente uma tradição oral?

      . . . durante os mais de mil anos de registro das Escrituras Hebraicas? De Moisés a Malaquias, não se menciona a existência de tal lei oral. Somente centenas de anos mais tarde, no período dos rabinos, quando seitas religiosas divergentes lutavam pelo domínio e pela autoridade sobre a nação judaica, é que encontramos a menção desse conceito. Não negam essas centenas de anos de silêncio sobre o assunto e o testemunho das Escrituras inspiradas a afirmação de que certa vez existia tal lei oral inspirada?

      17 Em contraste com as interpretações contraditórias dos homens, a própria Bíblia é clara e fidedigna. Deus nos forneceu abundantes provas em Sua Palavra de que o mundo pacífico visionado em Isaías 2:2-4 não é apenas sonho, mas uma iminente realidade. Somente o próprio Deus, o Deus de profecia, o Deus da Bíblia, é que realizará isso.

      ROLOS DO MAR MORTO

      Rolo do Mar Morto

      Datados de antes da Era Comum, revelam a exatidão da transmissão do texto bíblico no decorrer dos séculos. Eles confirmam também que as profecias foram registradas antes de seu cumprimento.

  • Qual é o propósito de Deus para a humanidade?
    Haverá Algum Dia um Mundo sem Guerra?
    • Qual é o propósito de Deus para a humanidade?

      1-4. (a) Qual era o propósito original de Deus para a humanidade? (b) Por que o homem se mostrou desobediente? (Veja o quadro “Quem é Satanás?”)

      A PROMESSA de um mundo sem guerra, conforme revelada em Isaías 2:2-4 e Miquéias 4:1-4, não só nos fornece uma esperança bem alicerçada para o futuro próximo, mas também nos diz algo muito importante sobre nosso Criador. Ele é um Deus de propósito. A profecia de Isaías, capítulo 2, realmente faz parte duma longa série de profecias que vai das primeiras páginas da Bíblia até as últimas, tornando claro para nós como Deus cumprirá seu propósito original.

      2 Quando Deus criou o primeiro casal humano, revelou-lhes em termos claros qual era seu propósito para eles. Em Gênesis, capítulo 1, versículo 28, lemos: “Deus os abençoou e Deus lhes disse: ‘Sede férteis e aumentai, enchei a Terra e dominai-a; e subjugai os peixes do mar, as aves do céu, e todas as coisas viventes que rastejam na Terra.’” Quando relacionamos essa ordem com o que é declarado no capítulo seguinte de Gênesis — “O SENHOR Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden, para cultivá-lo e tomar conta dele” — fica evidente que Deus intencionava que o primeiro casal, junto com sua descendência, ampliasse o Paraíso para além dos limites do jardim do Éden, para por fim abranger o globo terrestre inteiro.a — Gênesis 2:15.

      3 Por quanto tempo desfrutariam desse lar paradísico? As Escrituras dão a entender que o homem foi criado para viver para sempre na Terra. A morte só sobreviria à humanidade se esta desobedecesse ao Criador, conforme declarado em Gênesis, capítulo 2, versículos 16 e 17: “O SENHOR Deus ordenou ao homem, dizendo: ‘De toda árvore do jardim estás livre para comer; mas quanto à árvore do conhecimento do bem e do mal, não deves comer dela; pois, assim que comeres dela, morrerás.’” Portanto, é razoável concluirmos que a obediência continuada teria resultado na continuidade da vida, em vida eterna, em tais condições paradísicas. — Salmo 37:29; Provérbios 2:21, 22.

      4 Contudo, certo anjo, mais tarde chamado de Satanás (que significa “Adversário”), influenciou aquele primeiro casal a fazer mau uso do livre-arbítrio, escolhendo desobedecer a Deus. (Jó 1:6-12; compare com Deuteronômio 30:19, 20.) Criando a ilusão de que uma serpente estava falando, esse anjo rebelde disse a Eva e, por meio dela, a Adão, que se tornariam mais sábios e sua vida ficaria mais completa por não se sujeitarem a Deus como a Derradeira Autoridade.b (Gênesis 3:1-19) Devido à sua franca rebelião, foram condenados à morte. Significava isso que o propósito de Deus para a humanidade foi frustrado ou fracassou? Não, antes, significava que haveria necessidade dum outro meio para cumprir o propósito original de Deus de ter uma Terra paradísica cheia de humanos obedientes desfrutando de vida eterna. Como se daria isso?

      QUEM É SATANÁS?

      A BÍBLIA refere-se a Satanás, não como “a inclinação maligna” inerente no homem, mas, antes, como uma criatura espiritual invisível, um anjo. (Jó 1:6) Sendo um dos anjos, ou filhos de Deus, ele foi criado perfeito, mas mais tarde fez de si o primeiro rebelde, ou adversário, em oposição a Deus. (Deuteronômio 32:4; compare com Ezequiel 28:12-17.) Como parte de sua rebelião contra a soberania de Deus, ele acusa os homens de serem infiéis, de agirem visando apenas interesses próprios. Note alguns textos bíblicos que expõem abertamente as tentativas sutis de Satanás de induzir homens a um proceder de desobediência e conduta errada:

      1. Jó 1:6-12; 2:1-7

      2. 1 Crônicas 21:1

      3. Zacarias 3:1, 2

      Uma Semente Prometida

      5, 6. (a) O que prometeu Deus como solução para os problemas na Terra causados pela rebelião de Satanás? (b) O que prometeu Deus a Abraão?

      5 Ao pronunciar a sentença para os envolvidos na rebelião contra sua autoridade, Jeová Deus declarou que suscitaria uma “semente”, ou “descendência”, que desfaria os danos causados pelo instigador da rebelião. Em linguagem simbólica, Deus falou da serpente, representando a Satanás, como sendo golpeada, ou esmagada, na cabeça por essa Semente, pondo assim fim à existência e à rebelião de Satanás. No decorrer dos anos, esse versículo de Gênesis foi interpretado de maneiras variadas e contraditórias. Mas, uma vez que a palavra “semente” é usada em muitas profecias, outras promessas relacionadas revelam seu significado. — Gênesis 3:15.

      6 O termo “semente” se relaciona freqüentemente com a realização do propósito de Deus para a humanidade como um todo. Conforme registrado em Gênesis 22:18, o fiel hebreu Abraão recebeu a seguinte promessa de Deus: “Todas as nações da Terra abençoarão a si mesmas por meio de teus descendentes [semente, JP], porque obedeceste à Minha ordem.” (O grifo é nosso.) Deus mostrou especial interesse em Abraão como homem que genuinamente O buscava. Contudo, embora Deus recompensasse diretamente a Abraão, esse texto mostra claramente que o interesse de Deus não era só em Abraão, nem exclusivamente em seus descendentes carnais. Deus tinha bem em mente seu propósito original duma Terra paradísica para toda a humanidade, para “todas as nações”. Ele revelava então a Abraão que, em resultado de sua fidelidade, teria o privilégio de produzir a “semente” por meio da qual todas as nações abençoariam a si mesmas.

      7, 8. De que modo essa prometida Semente ficou ligada aos conceitos de reinado e do Messias?

      7 Abraão foi pai de muitas grandes nações. (Gênesis 17:4, 5) Mas Jeová Deus revelou claramente através de qual dessas linhagens viria a prometida Semente, que traria bênçãos a toda a humanidade. (Gênesis 17:17, 21) Tanto o filho de Abraão, Isaque, como seu neto, Jacó, foram mencionados como pertencentes à linhagem que produziria a “semente”. Uma das nações que se originaram de Abraão foi a nação de Israel, que abrangia as 12 tribos que descenderam dos filhos de Jacó, neto de Abraão. Era nessa nação que finalmente surgiria a prometida “semente”. — Gênesis 26:1, 4; 28:10, 13-15, JP.

      8 Profecias posteriores revelaram que uma semente especial, ou governante, viria especificamente por meio da tribo de Judá. Gênesis 49:10 declara: “O bastão não se afastará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e sua seja a obediência dos povos.”3 O comentarista bíblico Rashi declara que a frase “até que venha Siló” significa “até que venha o Rei Messias, a quem pertencerá o reino”.4 Como Rashi, muitos comentaristas bíblicos têm entendido essa profecia como tendo significado messiânico.

      9. (a) O que prometeu Deus ao Rei Davi com respeito à Semente? (b) Como se relaciona a promessa de Gênesis 49:10 com a do Salmo 72:7, 8?

      9 O primeiro governante da linhagem de Judá, o Rei Davi, recebeu a seguinte promessa de Deus: “Tua casa e . . . teu trono ficar[ão] estabelecido[s] para sempre.” (2 Samuel 7:16) Deus prometeu adicionalmente: “Suscitarei a tua semente depois ti, . . . e estabelecerei seu reino. Ele Me construirá uma casa, e eu estabelecerei seu trono para sempre.” (1 Crônicas 17:11, 12, JP) O filho e sucessor de Davi, o Rei Salomão, de fato construiu a casa, ou o templo, de Jeová, mas ele obviamente não reinou para sempre. Contudo, um dos da semente de Davi seria o mesmo “Siló”, ou Messias, profetizado em Gênesis 49:10. (JP) Falando profeticamente sobre este, o Rei Davi escreveu: “Em seus dias floresça o justo e haja abundância de paz, até que não haja mais lua. Que ele tenha domínio também de mar a mar, e do Rio até os confins da Terra.” — Salmo 72:7, 8, JP.

      10 O que havia de ser realizado pela Semente prometida de Gênesis 3:15, e como isso se harmoniza com a promessa dada a Abraão?

      10 Se seguirmos a revelação gradual por meio das profecias, passamos a entender que as bênçãos prometidas a Abraão — “em tua semente todas as nações da Terra serão abençoadas” — de fato se cumprirão por meio desse mesmo Governante da linhagem de Davi. (Gênesis 22:18, JP) Desse modo as profecias sobre a Semente se vinculam à esperança da nação judaica no Messias, em cujo reinado a Terra usufruirá paz total. De fato, ele é a “semente” mencionada em Gênesis 3:15, que porá fim à rebelião original contra a soberania de Deus e desfará os danos resultantes disso. (Salmo 2:5, 8, 9) Outras perguntas e informações sobre o prometido Messias são tratadas na seção “Quem Conduzirá as Nações à Paz?” Mas por ora consideremos como Deus lidou adicionalmente com os descendentes de Abraão.

      O Objetivo do Pacto da Lei

      11-13. De que modo o pacto da Lei beneficiou a nação, e destinava-se a durar para sempre?

      11 Os israelitas tornaram-se uma nação algumas centenas de anos depois do tempo de Abraão. Deus libertou esses descendentes do cativeiro no Egito, e, sob a liderança de Moisés, outro homem de fé que Ele escolhera, Deus celebrou um pacto, ou acordo, especial com eles. (Êxodo 19:5, 6; Deuteronômio 5:2, 3) Esse pacto da Lei forneceu à nação orientações claras de como Deus desejava ser adorado. Organizou-os como nação para tal adoração.

      12 Convém notarmos que esse pacto, desde o início, era condicional. Antes de revelar à nação de Israel os Dez Mandamentos e o inteiro pacto do qual esses faziam parte, Deus a informou: “Agora, pois, se Me obedecerdes fielmente e guardardes Meu pacto, sereis Minha estimada possessão entre todos os povos. Deveras, toda a Terra é Minha, mas vós sereis para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa.” (Êxodo 19:5, 6) A fim de continuarem a ser usados por Deus qual estimada possessão, teriam de obedecer fielmente a ele. Esses eram os termos do pacto.

      13 A prometida recompensa pela fidelidade — servirem qual reino de sacerdotes — revela que o pacto da Lei não era um fim em si mesmo, antes, era um passo de transição para a habilitação dum sacerdócio que contribuiria para outras nações passarem a conhecer o verdadeiro Deus. Desde o início, o propósito de Deus era que toda a humanidade, e não apenas indivíduos duma única nação, abençoasse a si mesma. — Gênesis 22:18.

      14. Que outros benefícios resultaram do pacto da Lei?

      14 Visto que o pacto da Lei não era um fim em si mesmo, qual era seu objetivo? Sem dúvida, serviu para expor e denunciar sem rodeios todos os conceitos religiosos falsos que o homem começara a desenvolver independentemente desde o tempo da rebelião no jardim do Éden. (Deuteronômio 18:9-13) Protegia também a nação de Israel das práticas detestáveis e da adoração das nações em volta por reduzir ao mínimo todo o contato com aquelas nações. (Deuteronômio 7:1-6) Enquanto Israel guardasse a Lei, seria preservado

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