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Julgado pelo Sinédrio e então levado a PilatosJesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 127
Julgado pelo Sinédrio e então levado a Pilatos
MATEUS 27:1-11 MARCOS 15:1 LUCAS 22:66–23:3 JOÃO 18:28-35
O SINÉDRIO SE REÚNE DE MANHÃ PARA JULGAR JESUS
JUDAS ISCARIOTES TENTA SE ENFORCAR
JESUS É ENVIADO A PILATOS PARA SER CONDENADO
A noite está chegando ao fim quando Pedro nega Jesus pela terceira vez. Os membros do Sinédrio terminaram seu suposto julgamento e foram embora. Mas na manhã de sexta-feira se reúnem de novo, provavelmente para dar certa aparência de legalidade ao julgamento feito à noite. Jesus é levado à presença deles.
De novo a corte exige: “Se você é o Cristo, diga-nos.” Jesus responde: “Mesmo que eu lhes dissesse, vocês de modo algum acreditariam. Além disso, se eu lhes fizesse perguntas, vocês não me responderiam.” Mas Jesus corajosamente indica que a profecia de Daniel 7:13 fala sobre ele: “De agora em diante o Filho do Homem estará sentado à direita poderosa de Deus.” — Lucas 22:67-69; Mateus 26:63.
Eles insistem: “Então, você é o Filho de Deus?” Jesus responde: “Vocês mesmos dizem que eu sou.” Isso parece ser uma justificativa para matar Jesus sob a acusação de blasfêmia. Eles perguntam: “Por que precisamos de mais testemunho?” (Lucas 22:70, 71; Marcos 14:64) Então amarram Jesus e o levam ao governador romano Pôncio Pilatos.
Talvez Judas Iscariotes veja Jesus sendo levado a Pilatos. Quando Judas percebe que Jesus foi condenado, sente remorso e fica desesperado. Mas, em vez de buscar a Deus com verdadeiro arrependimento, vai devolver as 30 moedas de prata. Judas diz aos principais sacerdotes: “Pequei quando traí sangue inocente.” Mas esta é a resposta fria que recebe: “O que nós temos a ver com isso? Isso é com você!” — Mateus 27:4.
Judas joga as 30 moedas no templo e aumenta seus pecados por tentar se matar. Parece que, quando Judas tenta se enforcar, o galho onde ele amarra a corda quebra. Seu corpo cai nas rochas abaixo e se arrebenta. — Atos 1:17, 18.
De manhã cedo Jesus é levado ao palácio de Pôncio Pilatos. Mas os judeus que levam Jesus se recusam a entrar. Eles acham que ter esse contato com gentios os deixará impuros, impedindo-os de tomar a refeição em 15 de nisã, primeiro dia da Festividade dos Pães sem Fermento, considerada parte da época da Páscoa.
Pilatos sai e pergunta: “Que acusação vocês levantam contra esse homem?” Eles respondem: “Se esse homem não fosse um criminoso, não o teríamos entregado ao senhor.” Talvez Pilatos ache que eles o estão pressionando, por isso diz: “Levem-no vocês mesmos e julguem-no segundo a sua lei.” A resposta dos judeus mostra que eles querem que Jesus seja morto: “Não nos é permitido matar ninguém.” — João 18:29-31.
Se matarem Jesus durante a festividade da Páscoa, isso pode causar um alvoroço entre as pessoas. Mas, se conseguirem que os romanos o executem por um crime contra o governo, algo que os romanos têm autoridade para fazer, isso como que isentaria esses judeus de responsabilidade perante o povo.
Os líderes religiosos não dizem a Pilatos que condenaram Jesus por blasfêmia, mas inventam outras acusações: “Encontramos este homem [1] subvertendo a nossa nação, [2] proibindo o pagamento de impostos a César e [3] dizendo que ele mesmo é Cristo, um rei.” — Lucas 23:2.
Por representar Roma, Pilatos tem motivo para se preocupar com a acusação de que Jesus afirma ser rei. Por isso, entra de novo no palácio, chama Jesus e pergunta: “Você é o Rei dos judeus?” Em outras palavras: ‘Você violou a lei do império por dizer que é rei em oposição a César?’ Talvez para saber o que Pilatos ouviu sobre ele, Jesus diz: “O senhor está perguntando porque acha isso, ou outros lhe contaram a meu respeito?” — João 18:33, 34.
Alegando não saber nada sobre Jesus, mas com vontade de saber, Pilatos diz: “Por acaso eu sou judeu?” E acrescenta: “A sua própria nação e os principais sacerdotes o entregaram a mim. O que você fez?” — João 18:35.
Jesus não tenta evitar a questão principal, o fato de ele ser rei. Sua resposta sem dúvida deixa o governador Pilatos impressionado.
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Inocentado por Pilatos e por HerodesJesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 128
Inocentado por Pilatos e por Herodes
MATEUS 27:12-14, 18, 19 MARCOS 15:2-5 LUCAS 23:4-16 JOÃO 18:36-38
JESUS É INTERROGADO POR PILATOS E POR HERODES
Jesus realmente é rei e não tenta esconder isso de Pilatos. Mas o seu Reino não é uma ameaça para Roma. Jesus diz: “Meu Reino não faz parte deste mundo. Se meu Reino fizesse parte deste mundo, meus assistentes teriam lutado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o fato é que o meu Reino não é daqui.” (João 18:36) Jesus tem um Reino que não é deste mundo.
No entanto, para Pilatos o assunto não está encerrado. Ele pergunta: “Pois bem, você é rei?” Jesus indica que Pilatos chegou à conclusão certa: “O senhor mesmo está dizendo que eu sou rei. Para isto nasci e para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está do lado da verdade escuta a minha voz.” — João 18:37.
Anteriormente, Jesus disse a Tomé: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Agora até Pilatos fica sabendo que o objetivo de Jesus ter vindo à Terra é dar testemunho da “verdade”, especificamente a verdade sobre seu Reino. Jesus está decidido a ser fiel mesmo que isso custe sua vida. Pilatos pergunta: “O que é verdade?” Mas ele não espera nenhuma explicação adicional. Para ele, o que ouviu já é suficiente para julgar esse homem. — João 14:6; 18:38.
Pilatos volta para a multidão que está esperando do lado de fora do palácio. Parece que Jesus está ao seu lado quando ele diz aos principais sacerdotes e aos que os acompanham: “Não acho motivo para condenar este homem.” Furiosos com essa decisão, a multidão insiste: “Ele atiça o povo ensinando em toda a Judeia, começando da Galileia até aqui.” — Lucas 23:4, 5.
O fanatismo cego dos judeus deve deixar Pilatos impressionado. Enquanto os principais sacerdotes e os anciãos gritam, Pilatos pergunta a Jesus: “Não está ouvindo quantas coisas testemunham contra você?” (Mateus 27:13) Ele não responde. Sua tranquilidade diante dessas acusações absurdas surpreende Pilatos.
Os judeus disseram que Jesus ‘começou na Galileia’. Por meio dessa informação, Pilatos descobre que Jesus, na verdade, é galileu. Com isso, Pilatos tem uma ideia de como escapar da responsabilidade de julgar Jesus. Herodes Antipas (filho de Herodes, o Grande) é o governador da Galileia e está em Jerusalém para a Páscoa. Por isso, Pilatos envia Jesus a Herodes. Foi Herodes Antipas que mandou decapitar João Batista. Mais tarde, ao saber dos milagres de Jesus, Herodes ficou preocupado, se perguntando se Jesus era João levantado dentre os mortos. — Lucas 9:7-9.
Herodes fica contente com a perspectiva de ver Jesus. Mas não é porque quer ajudar Jesus ou deseja realmente saber se as acusações contra ele são válidas. Herodes está apenas curioso e ‘espera ver algum sinal realizado por ele’. (Lucas 23:8) Mas Jesus não satisfaz a curiosidade de Herodes. Na verdade, Jesus não diz nenhuma palavra enquanto é interrogado por ele. Desapontado, Herodes e seus soldados tratam Jesus “com desprezo”. (Lucas 23:11) Eles o vestem com uma roupa esplêndida e zombam dele. Então Herodes envia Jesus de volta para Pilatos. Herodes e Pilatos são inimigos, mas agora se tornam bons amigos.
Quando Jesus retorna, Pilatos reúne os principais sacerdotes, os líderes judeus e o povo, e diz: “Eu o interroguei na frente de vocês, mas não achei neste homem base para as acusações que vocês levantam contra ele. De fato, nem Herodes achou, pois o mandou de volta para nós. Como podem ver, ele não fez nada que mereça a morte. Portanto, eu o castigarei e o soltarei.” — Lucas 23:14-16.
Pilatos está ansioso para libertar Jesus, pois percebe que os sacerdotes o entregaram por inveja. Enquanto Pilatos tenta libertá-lo, surge mais um motivo para ele fazer isso. Quando está no tribunal, Pilatos recebe uma mensagem de sua esposa: “Não tenha nada a ver com esse homem justo, pois hoje eu sofri muito, num sonho [pelo visto de origem divina], por causa dele.” — Mateus 27:19.
Pilatos devia libertar esse homem inocente. Será que ele vai conseguir fazer isso?
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Pilatos declara: “Eis o homem!”Jesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 129
Pilatos declara: “Eis o homem!”
MATEUS 27:15-17, 20-30 MARCOS 15:6-19 LUCAS 23:18-25 JOÃO 18:39–19:5
PILATOS TENTA LIBERTAR JESUS
OS JUDEUS PEDEM QUE BARRABÁS SEJA SOLTO
ZOMBAM DE JESUS E O MALTRATAM
A multidão quer ver Jesus morto. Pilatos disse a eles: “Eu . . . não achei neste homem base para as acusações que vocês levantam contra ele. De fato, nem Herodes achou.” (Lucas 23:14, 15) Agora, tentando salvar Jesus, Pilatos usa outra abordagem, dizendo ao povo: “Vocês têm o costume de que eu liberte um homem por ocasião da Páscoa. Portanto, querem que eu solte o Rei dos judeus?” — João 18:39.
Pilatos sabe de um prisioneiro chamado Barrabás, que é conhecido por roubo, sedição e assassinato. Por isso, Pilatos pergunta: “Qual deles vocês querem que eu solte: Barrabás ou Jesus, o chamado Cristo?” Por terem sido incitados pelos principais sacerdotes, o povo pede que Barrabás seja libertado, não Jesus. Pilatos pergunta novamente: “Qual dos dois vocês querem que eu solte?” A multidão grita: “Barrabás!” — Mateus 27:17, 21.
Desapontado, Pilatos pergunta: “O que, então, devo fazer com Jesus, o chamado Cristo?” O povo grita: “Para a estaca com ele!” (Mateus 27:22) Para a vergonha do povo, eles exigem a morte de um inocente. Pilatos faz um apelo: “Por quê? O que este homem fez de mau? Não achei nele nada que mereça a morte. Portanto, eu o castigarei e o soltarei.” — Lucas 23:22.
Apesar dos repetidos esforços de Pilatos, a multidão enfurecida grita numa só voz: “Para a estaca com ele!” (Mateus 27:23) Os líderes religiosos incitaram a multidão a ponto de eles quererem sangue. E não é o sangue de um criminoso, um assassino, mas de um homem inocente que cinco dias antes foi recebido em Jerusalém como rei. Caso os discípulos de Jesus estejam ali, ficam calados e não se manifestam.
Pilatos vê que seus apelos não estão adiantando nada e que o alvoroço está aumentando. Por isso, pega um pouco de água e lava as mãos diante da multidão. Ele diz: “Eu sou inocente do sangue deste homem. Isso é com vocês.” Nem assim a multidão volta atrás. Em vez disso, dizem: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos.” — Mateus 27:24, 25.
Mais para satisfazer a multidão do que para fazer o que sabe ser certo, Pilatos cumpre a exigência deles: liberta Barrabás. Manda tirar as roupas de Jesus e ordena que ele seja açoitado.
Depois desse espancamento cruel, os soldados levam Jesus ao palácio do governador. O grupo de soldados maltrata ainda mais Jesus. Eles fazem uma coroa de espinhos e a afundam na sua cabeça. Também colocam uma cana na mão direita de Jesus e um manto escarlate sobre ele, como o usado pela realeza. Zombando de Jesus, dizem: “Salve, Rei dos judeus!” (Mateus 27:28, 29) Além disso, cospem em Jesus e ficam batendo em seu rosto. Pegam a cana que estava com ele e batem na sua cabeça, afundando ainda mais na sua pele os espinhos da sua humilhante “coroa”.
A notável dignidade e força de Jesus diante de tudo isso impressionam tanto a Pilatos que ele tenta mais uma vez se isentar dessa responsabilidade: “Escutem! Vou trazê-lo para fora a vocês, para que saibam que não vejo motivo para acusá-lo.” Será que Pilatos pensa que as multidões mudariam de ideia ao ver Jesus machucado e ensanguentado? Quando Jesus fica de pé diante da turba insensível, Pilatos diz: “Eis o homem!” — João 19:4, 5.
Embora espancado e machucado, de modo silencioso e calmo Jesus mantém a dignidade. Pilatos talvez reconheça isso, pois suas palavras parecem ser um misto de pena e respeito.
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Jesus é entregue para ser mortoJesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 130
Jesus é entregue para ser morto
MATEUS 27:31, 32 MARCOS 15:20, 21 LUCAS 23:24-31 JOÃO 19:6-17
PILATOS TENTA LIBERTAR JESUS
JESUS É CONDENADO E LEVADO PARA SER MORTO
Apesar de Jesus ter sido cruelmente maltratado e ridicularizado, os esforços de Pilatos de libertá-lo não têm efeito nos principais sacerdotes e seus cúmplices. Eles não querem que nada os impeça de matar Jesus. Continuam gritando: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” Pilatos responde: “Levem-no vocês mesmos e executem-no, pois eu não vejo nenhum motivo para acusá-lo.” — João 19:6.
Os judeus não convencem Pilatos de que Jesus cometeu um crime contra o governo que mereça a morte. Mas que dizer de um crime religioso? Eles recorrem à acusação de blasfêmia, feita contra Jesus no julgamento diante do Sinédrio. Dizem: “Nós temos uma lei, e é segundo a lei que ele deve morrer, porque se fez filho de Deus.” (João 19:7) Para Pilatos, essa acusação é nova.
Ele volta para seu palácio e tenta encontrar uma maneira de libertar esse homem que já suportou terríveis maus-tratos e sobre o qual a própria esposa de Pilatos teve um sonho. (Mateus 27:19) Que tipo de acusação é essa que os judeus estão fazendo, de que o prisioneiro é “filho de Deus”? Pilatos sabe que Jesus é da Galileia. (Lucas 23:5-7) Mesmo assim, pergunta a Jesus: “De onde você é?” (João 19:9) Pode ser que Pilatos esteja se perguntando se Jesus viveu antes e, de alguma forma, é de origem divina.
Pilatos ouviu Jesus dizer que é rei de um Reino que não faz parte deste mundo. Como não precisa acrescentar mais nada, Jesus fica em silêncio. Isso fere o orgulho de Pilatos. Inconformado, ele pergunta a Jesus: “Você está se recusando a falar comigo? Não sabe que tenho autoridade para libertá-lo e que tenho autoridade para executá-lo?” — João 19:10.
Jesus simplesmente diz: “O senhor não teria absolutamente nenhuma autoridade sobre mim se não lhe tivesse sido concedida de cima. É por isso que o homem que me entregou ao senhor tem maior pecado.” (João 19:11) É provável que Jesus não esteja se referindo a uma pessoa específica. Em vez disso, ele quer dizer que Caifás, seus cúmplices e Judas Iscariotes têm uma responsabilidade maior do que Pilatos.
Impressionado com as palavras e o comportamento de Jesus, e cada vez mais receoso de que ele seja de origem divina, Pilatos novamente tenta libertá-lo. No entanto, os judeus mencionam mais uma coisa que talvez preocupe Pilatos. Eles ameaçam: “Se o senhor libertar esse homem, não é amigo de César. Todo aquele que se faz rei fala contra César.” — João 19:12.
De novo, o governador leva Jesus para fora e, sentando-se no tribunal, diz ao povo: “Eis o seu rei!” Mas os judeus não desistem. Gritam: “Mate-o! Mate-o! Para a estaca com ele!” Pilatos faz um apelo: “Devo executar o seu rei?” Há muito tempo que os judeus estão revoltados com o governo romano. Apesar disso, os principais sacerdotes afirmam: “Não temos rei senão César.” — João 19:14, 15.
Sem coragem de contrariar as persistentes exigências da multidão, Pilatos cede e entrega Jesus para a execução. Os soldados tiram de Jesus o manto escarlate e colocam de volta nele as suas roupas. Ele é levado embora e obrigado a carregar sua estaca de tortura.
Já é quase meio-dia de sexta-feira, 14 de nisã. Jesus está acordado desde quinta-feira bem cedo e sofreu dolorosos maus-tratos. Ele luta para aguentar o peso da estaca, mas suas forças se esgotam. Por isso, os soldados fazem com que um homem que passa por ali, chamado Simão, de Cirene, na África, carregue a estaca até o local de execução. Muitas pessoas seguem Jesus, algumas batem no peito de pesar e lamentam o que está acontecendo.
Jesus diz às mulheres que estão chorando: “Filhas de Jerusalém, parem de chorar por mim. Em vez disso, chorem por vocês mesmas e pelos seus filhos; pois saibam que virão dias em que as pessoas dirão: ‘Felizes as mulheres estéreis, os ventres que não deram à luz e os peitos que não amamentaram!’ Então começarão a dizer às montanhas: ‘Caiam sobre nós!’ e às colinas: ‘Cubram-nos!’ Se eles fazem isso quando a árvore está verde, o que ocorrerá quando estiver seca?” — Lucas 23:28-31.
Jesus está se referindo à nação judaica. Ela é como uma árvore que está morrendo, mas que ainda está “verde”, ou tem alguma seiva, pois Jesus ainda está presente e alguns judeus depositam fé nele. Quando esses forem tirados da nação, só sobrará uma nação espiritualmente seca, como uma árvore morta. Haverá muito lamento quando os exércitos romanos forem usados por Deus para executar essa nação.
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Um rei inocente sofre na estacaJesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 131
Um rei inocente sofre na estaca
MATEUS 27:33-44 MARCOS 15:22-32 LUCAS 23:32-43 JOÃO 19:17-24
JESUS É PREGADO NUMA ESTACA DE TORTURA
INSCRIÇÃO NA ESTACA CAUSA ZOMBARIA
JESUS DÁ ESPERANÇA DE VIDA NO PARAÍSO NA TERRA
Jesus e os dois ladrões são levados a um lugar perto da cidade onde serão executados. O lugar se chama Gólgota, ou Lugar da Caveira, e é visível a “certa distância”. — Marcos 15:40.
As roupas dos três condenados são tiradas. Então oferecem a eles vinho misturado com mirra e fel. Parece que essa mistura, um tipo de droga para aliviar a dor, é preparada por mulheres de Jerusalém. Os romanos não proíbem que essa bebida seja dada aos prisioneiros que estão para ser executados. Mas, depois de prová-la, Jesus se recusa a beber. Por quê? Ele quer ter total controle dos seus sentidos durante esse grande teste; quer estar consciente e ser fiel até a morte.
Jesus é deitado sobre a estaca. (Marcos 15:25) Os soldados cravam pregos nas mãos e nos pés dele, perfurando a pele e os ligamentos, causando dor intensa. Quando a estaca é levantada, a dor causada pelo peso do seu corpo rasgando as feridas é insuportável. Mesmo assim, Jesus não repreende os soldados. Ele ora: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo.” — Lucas 23:34.
Os romanos costumam colocar uma inscrição com o crime cometido pelo condenado. A fim de que todos possam ler, Pilatos manda escrever em hebraico, latim e grego: “Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus”. Essa ação de Pilatos mostra seu desprezo pelos judeus que insistiram que Jesus fosse morto. Irritados, os principais sacerdotes reclamam: “Não escreva: ‘O Rei dos judeus’, mas sim que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus.’” Mas Pilatos não quer ser usado por eles novamente, por isso diz: “O que escrevi, escrevi.” — João 19:19-22.
Furiosos, os sacerdotes repetem o falso testemunho que deram nos julgamentos diante do Sinédrio. Como era de esperar, os que passam por ali balançam a cabeça em sinal de zombaria e insultam a Jesus, dizendo: “Ah! você que ia derrubar o templo e construí-lo em três dias, salve a si mesmo, descendo da estaca.” Também, os principais sacerdotes e os escribas dizem uns aos outros: “Que o Cristo, o Rei de Israel, desça agora da estaca, para que vejamos e possamos crer.” (Marcos 15:29-32) Até os ladrões à esquerda e à direita de Jesus o censuram, embora ele seja o único realmente inocente.
Quatro soldados romanos também zombam de Jesus. Talvez eles estejam bebendo vinho acre e, para se divertir às custas de Jesus, pode ser que coloquem um pouco da bebida diante dele, que obviamente não pode alcançá-la. Referindo-se à inscrição acima da cabeça de Jesus, os romanos dizem de forma provocativa: “Se você é o Rei dos judeus, salve a si mesmo.” (Lucas 23:36, 37) Imagine só! O homem que provou ser o caminho, a verdade e a vida agora está sofrendo maus-tratos e zombaria, tudo sem merecer. Mas, com forte determinação, ele enfrenta tudo isso sem censurar os judeus que estão presentes, os soldados que estão zombando dele e os dois criminosos que estão pendurados em estacas ao seu lado.
Quatro soldados pegam as roupas de Jesus e as dividem em quatro partes, lançando sortes para ver quem fica com cada parte. Mas a túnica de Jesus é de boa qualidade, ‘não tem costura, pois é tecida de alto a baixo’. Os soldados dizem: “Não vamos rasgá-la, mas vamos lançar sortes para decidir de quem será.” Assim, cumprem a passagem das Escrituras que diz: “Repartiram entre si as minhas roupas e lançaram sortes sobre a minha vestimenta.” — João 19:23, 24; Salmo 22:18.
Com o tempo, um dos criminosos percebe que Jesus deve mesmo ser um rei. Ele repreende o outro: “Você não tem nenhum temor de Deus, agora que recebeu o mesmo julgamento? E no nosso caso isso é justo, pois estamos recebendo o que merecemos pelas coisas que fizemos. Mas este homem não fez nada errado.” Então suplica a Jesus: “Lembre-se de mim quando entrar no seu Reino.” — Lucas 23:40-42.
Jesus responde: “Em verdade, eu lhe digo hoje: Você estará comigo”, não no Reino, mas “no Paraíso”. (Lucas 23:43) Essa promessa é diferente da que Jesus fez a seus apóstolos, de que eles reinariam junto com ele no Reino. (Mateus 19:28; Lucas 22:29, 30) Mas talvez esse criminoso judeu tenha ouvido falar do Paraíso terrestre que Jeová deu para Adão e Eva e seus descendentes morarem. Agora, prestes a morrer, o ladrão tem essa esperança diante de si.
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“Certamente este homem era o Filho de Deus”Jesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 132
“Certamente este homem era o Filho de Deus”
MATEUS 27:45-56 MARCOS 15:33-41 LUCAS 23:44-49 JOÃO 19:25-30
JESUS MORRE NA ESTACA
OCORREM COISAS EXTRAORDINÁRIAS NA MORTE DE JESUS
Agora é “a sexta hora”, ou meio-dia. Uma estranha escuridão cai “sobre toda aquela terra, até a nona hora”, ou as três horas da tarde. (Marcos 15:33) Essa misteriosa escuridão não é causada por um eclipse solar. Esses eclipses ocorrem na lua nova, mas estamos na lua cheia, visto que é a época da Páscoa. E essa escuridão dura bem mais do que os minutos de um eclipse. Sem dúvida, ela é causada por Deus.
Imagine o efeito que isso deve ter nos que estão zombando de Jesus. Durante a escuridão, quatro mulheres se aproximam da estaca de tortura. Elas são a mãe de Jesus e também Salomé, Maria Madalena e Maria, mãe do apóstolo Tiago, o Menor.
O apóstolo João está com a mãe de Jesus “junto à estaca”. Maria está triste, pois vê a agonia do filho que ela deu à luz e criou. Para ela, é como se “uma longa espada” a atravessasse. (João 19:25; Lucas 2:35) Mas apesar de sentir uma dor imensa, Jesus se preocupa com o bem-estar dela. Com esforço, ele acena com a cabeça para João e diz à sua mãe: “Este é o seu filho!” E, acenando para Maria, diz a João: “Esta é a sua mãe!” — João 19:26, 27.
Jesus deixa sua mãe, que pelo visto é viúva, aos cuidados do apóstolo a quem ele ama especialmente. Jesus sabe que seus meios-irmãos, os outros filhos de Maria, ainda não têm fé nele. Assim, providencia que alguém cuide dela não só em sentido físico, mas também em sentido espiritual. Que excelente exemplo!
Quando a escuridão termina, Jesus diz: “Estou com sede.” Com isso, ele cumpre as Escrituras. (João 19:28; Salmo 22:15) Ele sente que seu Pai como que tirou sua proteção, de modo que a integridade de seu Filho possa ser testada até o limite. Cristo clama, talvez num dialeto galileu do aramaico: “Eli, Eli, lama sabactâni?”, que significa “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” Alguns não entendem muito bem o que ele diz e exclamam: “Vejam! Ele está chamando Elias.” Um deles corre, molha uma esponja em vinho acre, coloca-a na ponta de uma cana e dá para ele beber. Mas outros dizem: “Deixem-no! Vamos ver se Elias vem tirá-lo dali.” — Marcos 15:34-36.
Então Jesus clama: “Está consumado!” (João 19:30) Sim, ele conseguiu realizar tudo o que seu Pai o enviou para fazer na Terra. Por fim, Jesus diz: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” (Lucas 23:46) Assim, Jesus confia a Jeová sua força de vida, certo de que Deus a dará a ele novamente. Com total confiança em Deus, Cristo inclina a cabeça e morre.
Naquele momento, acontece um violento terremoto, que parte as rochas. É tão forte que os túmulos nos arredores de Jerusalém se abrem e os corpos são jogados para fora. Pessoas que veem os cadáveres expostos entram na “cidade santa” e relatam o que acabam de presenciar. — Mateus 12:11; 27:51-53.
Quando Jesus morre, a longa e pesada cortina que separa o Santo do Santíssimo no templo de Deus se rasga em duas, de alto a baixo. Esse evento espantoso é uma demonstração da ira de Deus contra os que mataram seu Filho e significa que agora é possível entrar no Santíssimo, ou no próprio céu. — Hebreus 9:2, 3; 10:19, 20.
É compreensível que as pessoas fiquem apavoradas. O oficial do exército responsável pela execução declara: “Certamente este homem era o Filho de Deus.” (Marcos 15:39) Talvez ele tenha estado no julgamento de Jesus perante Pilatos, quando foi questionado se Jesus era filho de Deus. Agora ele está convencido de que Jesus é justo e que é mesmo o Filho de Deus.
Outros, impressionados com esses acontecimentos extraordinários, voltam para casa “batendo no peito”, demonstrando seu grande pesar e vergonha. (Lucas 23:48) Alguns observam à distância, como as mulheres que seguiam Jesus e às vezes o acompanhavam em suas viagens. Elas também estão muito abaladas com todos esses acontecimentos marcantes.
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O corpo de Jesus é preparado e sepultadoJesus — o Caminho, a Verdade e a Vida
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CAPÍTULO 133
O corpo de Jesus é preparado e sepultado
MATEUS 27:57–28:2 MARCOS 15:42–16:4 LUCAS 23:50–24:3 JOÃO 19:31–20:1
O CORPO DE JESUS É TIRADO DA ESTACA
O CORPO É PREPARADO PARA O SEPULTAMENTO
MULHERES ENCONTRAM O TÚMULO VAZIO
É fim de tarde, sexta-feira, 14 de nisã. O sábado 15 de nisã começará com o pôr do sol. Jesus já morreu, mas os dois ladrões ainda estão vivos. Segundo a Lei, um corpo “não deve ficar a noite toda no madeiro”, mas deve ser enterrado no mesmo dia. — Deuteronômio 21:22, 23.
Além disso, a tarde de sexta-feira é chamada de Preparação, pois é o dia em que as pessoas preparam refeições e terminam de realizar tarefas que não podem ficar para depois de sábado. Neste pôr do sol, começa um sábado duplo, ou um “grande” sábado. (João 19:31) Isso acontece porque 15 de nisã será o primeiro dia da Festividade dos Pães sem Fermento. Essa festividade dura sete dias, e o primeiro dia é sempre considerado um sábado. (Levítico 23:5, 6) Desta vez, o primeiro dia da festividade coincide com o sábado normal, o sétimo dia da semana.
Por isso, os judeus pedem a Pilatos que apresse a morte de Jesus e dos dois ladrões. Como? Por quebrar as pernas deles. Assim não será possível usarem as pernas para erguer o corpo a fim de respirar. Então os soldados quebram as pernas dos dois ladrões. Mas não quebram as pernas de Jesus, pois ele parece estar morto. Isso cumpre o Salmo 34:20: “Ele protege todos os seus ossos; nem mesmo um deles foi quebrado.”
Para eliminar qualquer dúvida de que Jesus está morto, um soldado lhe fura o lado com uma lança, atingindo a região do coração. ‘Imediatamente sai sangue e água.’ (João 19:34) Isso cumpre outra profecia: “Eles olharão para aquele que traspassaram.” — Zacarias 12:10.
José da cidade de Arimateia, “um homem rico” e membro bem-conceituado do Sinédrio, também presencia a execução. (Mateus 27:57) Ele é descrito como “um homem bom e justo”, que ‘aguarda o Reino de Deus’. Na verdade, como é ‘discípulo de Jesus, mas secretamente, pois tem medo dos judeus’, ele não apoiou a decisão do tribunal no julgamento de Jesus. (Lucas 23:50; Marcos 15:43; João 19:38) José cria coragem e pede a Pilatos o corpo de Jesus. Pilatos chama o oficial do exército, que confirma que Jesus está morto. Então Pilatos atende ao pedido de José.
José compra linho fino e tira o corpo de Jesus da estaca. Ele enrola o corpo no linho em preparação para o sepultamento. Nicodemos, ‘que foi ao encontro de Jesus pela primeira vez de noite’, ajuda na preparação. (João 19:39) Ele traz uns 33 quilos de uma mistura cara de mirra e aloés. O corpo de Jesus é enrolado em faixas que contêm esses aromas, conforme os judeus costumam fazer no sepultamento.
José tem um túmulo novo, escavado na rocha, ali perto. E o corpo de Jesus é colocado nele. Então uma grande pedra é rolada até a entrada do túmulo. Isso é feito às pressas, antes de o sábado começar. Talvez Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago, o Menor, ajudem a preparar o corpo. Elas correm para casa a fim de “preparar aromas e óleos perfumados” para passar no corpo de Jesus depois do sábado. — Lucas 23:56.
No dia seguinte, sábado, os principais sacerdotes e os fariseus vão até Pilatos e dizem: “Nós nos lembramos de que aquele impostor dizia, enquanto ainda estava vivo: ‘Depois de três dias eu serei levantado.’ Portanto, ordene que se mantenha a sepultura em segurança até o terceiro dia, para que não venham os discípulos dele e o furtem, e digam ao povo: ‘Ele foi levantado dentre os mortos!’ Então esta última mentira seria pior do que a primeira.” Pilatos responde: “Vocês podem levar soldados. Vão, mantenham a sepultura tão segura quanto puderem.” — Mateus 27:63-65.
Bem cedo na manhã de domingo, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e outras mulheres vão ao túmulo passar aromas no corpo de Jesus. Dizem umas às outras: “Quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?” (Marcos 16:3) Mas ocorreu um terremoto. E o anjo de Deus tirou a pedra da entrada do túmulo, os soldados não estão ali e o túmulo parece vazio.
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