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  • A ilha que apareceu e desapareceu
  • Despertai! — 2004
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Despertai! — 2004
g04 8/4 pp. 26-27

A ilha que apareceu e desapareceu

DO REDATOR DE DESPERTAI! NA ITÁLIA

EM 28 de junho de 1831, um forte terremoto sacudiu a costa ocidental da ilha mediterrânea da Sicília. Um marujo sentiu o abalo e achou que a sua embarcação havia atingido um banco de areia.

Depois disso, as águas próximas à costa da Sicília ferviam por vários dias. Peixes mortos flutuavam na superfície. Um cheiro fétido de enxofre impregnava o ar. As ondas levavam pedras-pomes para a praia.

Em 10 de julho, Giovanni Corrao, capitão do bergantim napolitano Teresina, navegava no Mediterrâneo quando avistou algo incrível — uma enorme coluna de água e fumaça que se elevava 20 metros acima do nível do mar. Ouviu também “um estrondo como o de um trovão”.

Ao saber do fenômeno, Ferdinando II, rei das Duas Sicílias, enviou o navio de guerra Etna para investigar o acontecido. As notícias chegaram também a Malta, que na época era colônia britânica. Não querendo ficar para trás, Sir Henry Hotham, vice-almirante britânico na ilha, enviou navios para “fazer um reconhecimento, saber a posição exata nas cartas de navegação e fazer quaisquer outras observações sobre a natureza do fenômeno”.

Esse foi o início de uma controvérsia que continua até o dia de hoje.

Nasce uma ilha

Em 19 de julho de 1831, numa região entre a Sicília e a costa africana, avistou-se uma nova ilha, gerada pela erupção de um vulcão submarino. Charles Swinburne, comandante da chalupa britânica Rapid, contornava a extremidade ocidental da costa da Sicília quando viu uma coluna alta e irregular de fumaça ou vapor bem branco. Swinburne rumou direto para a coluna. Ao anoitecer, viu clarões em meio à fumaça bem visível mesmo ao luar. Depois vieram erupções luminosas. Na madrugada do dia seguinte, quando a fumaça se dispersou um pouco, ele distinguiu “um pequeno outeiro de cor escura um pouco acima da superfície do mar”.

Dentro de um mês, a ilha já estava uns 65 metros acima da água, com 3,5 quilômetros de circunferência. “Esse acontecimento causou grande sensação nas ilhas”, relatou a Malta ­Government Gazette, “e muitas pessoas já se dirigiram para o local”. Uma delas foi o geólogo prussiano, professor Friedrich Hoffmann, que na época fazia pesquisa na Sicília. Ele chegou a um quilômetro da ilha, de onde ela “estava bem visível”. Mas, não querendo se arriscar, recusou-se a desembarcar.

Menos cauteloso foi o Capitão Humphrey ­Senhouse que, segundo consta, aportou na ilha em 2 de agosto e fincou no chão a bandeira da Grã-Bretanha. Ele chamou a ilha de Graham, em homenagem a Sir James Graham, primeiro-lorde do almirantado.

A Universidade de Catânia, na Sicília, confiou o estudo da ilha ao professor de história natural Carlo Gemellaro. Ele deu à ilha o nome de Ferdinandea, em homenagem a Ferdinando II. Sem ligar para o relato da bandeira hasteada na ilha, Ferdinando declarou oficialmente que a ilha fazia parte de seu reino, mesmo estando situada fora das águas territoriais da Sicília.

Por último chegaram os franceses. O geólogo Constant Prévost deu à ilha o nome de Julia, visto que havia surgido no mês de julho. Ele também fincou na ilha a bandeira do seu país. Com esse gesto, segundo deixou registrado, ele queria ‘informar a todos os que viessem depois que a França não perdia oportunidades de mostrar seu interesse por assuntos científicos’.

A disputa sobre o domínio da ilha ficava cada vez mais acirrada. Segundo um artigo recente no jornal londrino The Times, a Grã-Bretanha, a Itália e a França estavam “em pé de guerra” por causa desse pontinho no meio do oceano.

Desaparece a ilha

A controvérsia sobre o domínio da ilha — ora chamada Julia, ora Ferdinandea, ora Grahama até o dia de hoje — não durou muito tempo. “A ilha está encolhendo a cada dia que passa”, escreveu Hoffmann após tê-la visitado em setembro, “e se continuar no ritmo que presenciamos  . . .  , as tempestades do próximo inverno por si só acabarão com ela em poucos meses”.

Em dezembro a ilha havia afundado e o que restava dela era apenas um rochedo perigoso alguns metros abaixo do nível do mar. “O que sobrou da ilha Julia”, escreveu o vulcanólogo italiano Giuseppe Mercalli, “foram os muitos nomes impostos pelos navegadores de várias nações que tiveram a sorte de presenciar o espetáculo de sua formação e desaparecimento”.

Ressurge a ilha?

Foi esse o fim da ilha? Nem pensar! O local onde ela se encontrava continua ativo geologicamente. Segundo o historiador siciliano Salvatore Mazzarella, ela é hoje “um ponto estratégico tão importante quanto no século 19”. Alguns geólogos acreditam que a ilha ressurgirá. Com isso desde já aumenta a polêmica sobre a posse da ilha que ainda não ressuscitou.

O conto da ilha que apareceu — e desapareceu — tornou-se mais uma página triste na história do domínio humano. O jornalista italiano Filippo D’Arpa tem toda a razão ao referir-se a esse conto como “uma metáfora sobre a futilidade do poder”.

[Nota(s) de rodapé]

a  Foram propostos pelo menos quatro outros nomes para a ilha — Corrao, Hotham, Nerita e Sciacca.

[Foto na página 26]

Uma pintura da erupção de 1831

[Crédito]

Copyright Peter Francis/The Open University

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