Inesquecíveis momentos de fé e amor na Assembléia Internacional “Vitória Divina” no Brasil

Do correspondente de “Despertai!” no Brasil

OS VERDADEIROS cristãos são pessoas de fé vitoriosa. Sua vibrante fé é comprovada por obras práticas que também demonstram seu genuíno amor ao próximo. (1 João 5:4; Tia. 2:18; João 13:35) A recente Assembléia Internacional “Vitória Divina” das Testemunhas de Jeová, em São Paulo, de 26 a 30 de dezembro de 1973, forneceu inesquecível evidência disso.

Meticulosos Preparativos

Com meses de antecipação, iniciaram-se os preparativos para este congresso. Através de seu mensário, o “Ministério do Reino”, muita orientação foi provida pela Sociedade Torre de Vigia, promotora do congresso, para cada testemunha de Jeová. Os preparativos envolveram contratos legais, contato com várias autoridades em busca de concessões favoráveis, e a incessante busca de equipamento para a suave operação da assembléia. Mas, essencial era o espírito voluntário dos que utilizariam tal equipamento. Demonstrando profundo amor às co-Testemunhas, muitos tiraram férias a fim de ajudar exclusivamente na construção e instalação dos vários departamentos. Ao todo, mais de 10.000 Testemunhas serviram voluntariamente a seus irmãos no congresso. — Sal. 110:3; Heb. 6:10.

Meticulosos preparativos foram feitos no nível individual e coletivo, para o transporte até São Paulo. Todos os quadrantes do Brasil estavam representados, e havia centenas de delegados do Exterior. Da Amazônia, graças a uma concessão especial, veio a primeira caravana a percorrer boa parte da Transamazônica, mesmo antes de sua inauguração oficial. Compunha-se de três ônibus e quatro carros. A esta caravana de Manaus juntaram-se outros ônibus de Guajará-Mirim e Rio Branco. Outra caravana especial veio de Belém do Pará. Da Guanabara, um trem especial, e uns 180 ônibus, trouxeram milhares de delegados. Por todas as estradas do Brasil, praticamente, viam-se caravanas de ônibus e carros que rumavam para São Paulo, com faixas e cartazes anunciando a Assembléia Internacional “Vitória Divina”. Houve muitas congregações em que o número de interessados quase que igualou, ou às vezes ultrapassou o total de Testemunhas que viajavam para o congresso.

Gigantesca tarefa foi a de localizar e preparar a hospedagem para mais de 21.000 visitantes. Efetuou-se incessante busca de acomodações de casa em casa. Escolas, garagens, galpões, foram transformados em gigantescos dormitórios. As Testemunhas da Amazônia ficaram quase que todas numa imensa fábrica transformada em dormitório gentilmente cedida pelo marido de uma Testemunha. Cerca de 150 Salões do Reino alojaram mais de 6.000 pessoas, em geral com divisões construídas para homens e mulheres. Só a verdadeira fé e o genuíno amor podiam mover pessoas a fazer os esforços envolvidos. Certa irmã, que por longo tempo preparava seu enxoval de casamento, decidiu que o melhor uso dele seria emprestar as roupas de cama para os irmãos que se hospedariam na Congregação Paraíso, em São Paulo. E foi muito bem usado. Muitas Testemunhas carregaram camas, colchões, travesseiros, muitas vezes nas costas, sendo abençoadas com a feliz associação com seus hóspedes cristãos. A hospitalidade do povo paulista foi notável, digna de sinceros agradecimentos.

Testemunhas de localidades vizinhas de São Paulo, como Jundiaí e Franco da Rocha, entre outras, alegremente deixaram seus lares, indo hospedar-se com parentes ou no Salão do Reino, e cederam suas casas aos visitantes. Eis ai um marco de fé e de amor aos irmãos cristãos, embora desconhecidos. — 3 João 5, 6.

O Maior Interesse

Nesta época de decrescente interesse pela religião da cristandade, qual era o objetivo de tantos milhares de pessoas, chegando a 94.586 no discurso público de domingo, ao afluir ao Estádio Paulo Machado de Carvalho, o popular Pacaembu? Era cultivar mais íntima relação com Jeová Deus conhecê-lo melhor, por meio de Jesus Cristo, aprender mais de Sua vontade, e aprimorar sua devoção a Ele de toda a alma. — Mat. 11:27; Luc. 10:27.

A opinião unânime foi de que o programa preparado pelo “escravo fiel e discreto” (Mat. 24:45) foi muitíssimo edificante e animador. Vencer o mundo, como Jesus venceu; continuar ganhando riquezas para Jesus, o novo rei da terra; ter bem em mente a presença do dia de Jeová; reconhecer que todos somos irmãos, foram alguns dos pontos aprendidos. Quatro dramas bíblicos trouxeram vividamente à atenção de todos a importância da misericórdia, de se confiar em Jeová como Salvador, e de se ficar alerta aos sinais dos tempos. Grande privilégio foi ouvir o destacado representante do “Corpo Governante”, irmão N. H. Knorr, que também é o Presidente da Sociedade Torre de Vigia dos EUA.

Ao término da assembléia, muitas Testemunhas desejavam que o congresso se estendesse por mais uma semana, mas, por outro lado, estavam desejosas de voltar a seus territórios, e continuar a pregar cada vez mais zelosa e eficazmente as boas novas do Reino. Recomendamos aos leitores amigos que não deixem de obter os números correntes de A Sentinela, principal publicação das Testemunhas, pois nela serão publicados os discursos principais do congresso.

Expressões dos de Fora

As testemunhas de Jeová não visam impressionar suas concriaturas humanas. (Pro. 27:2; Gál. 1:10) Seu objetivo é agradar a Jeová Deus e ter a Sua aprovação. No entanto, o que para elas é um modo de vida, natural, destacou-se sobremaneira perante os de fora, já desacostumados a ver pessoas ordeiras, pacíficas, bondosas e amorosas. (2 Tim. 3:1-5) Foi exatamente o que comentou “Notícias Populares”, de 25 de dezembro. Depois de tecer vivido quadro do ceticismo e da ausência de valores espirituais do mundo atual, diz: “Obtém-se um contraste vigoroso, quando se compara [com tal situação ruim] este quadro que é formado por um grupo de pessoas espalhado agora em mais de 208 nações e conhecido pelo nome de testemunhas de Jeová. . . . Sua fé é baseada numa esperança viva, não é algo formal. Baseia-se no conhecimento e na pesquisa da Bíblia. . . . Sua fé resistiu aos escaldantes ventos do mundanismo deste século. . . . As testemunhas de Jeová não chegaram à conclusão triste de que Deus está morto. . . . Para elas, Deus está mais vivo do que nunca, cumpriu o que prometeu, cumpre-o agora, e as Testemunhas crêem firmemente que Ele cumprirá a parte mais grandiosa de seu propósito, por trazer em breve uma nova ordem de coisas perfeita para os que vivem agora a sua fé.”

A revista “Veja” tomou nota de que “a principal festa religiosa de São Paulo, no final de 1973, não foi promovida pela Igreja Católica, considerada a maior religião do país. . . . A maior solenidade foi um congresso internacional das Testemunhas de Jeová.” — Número de 2 de janeiro.

Tornaram-se comuns manchetes que exaltavam a Vitória Divina de Jeová Deus e deu-se grande publicidade não só ao comportamento pacífico, como à fé e ao amor das Testemunhas. O jornal “Diário da Noite” lançou em plena assembléia, domingo de tarde, sua edição de segunda-feira, com um encarte especial sobre a assembléia. Na primeira página, estampava enorme foto do Estádio do Pacaembu lotado, sobre a manchete “Testemunhas de Jeová”. Eis algumas das outras manchetes: “Testemunhas de Jeová Anunciam Vitória Divina” (“A Gazeta” 27/12), “A Fé Enche um Estádio” e “Jesus Cristo reinará por mil anos na Terra” (“Última Hora”, 27/12); “O Pacaembu lotado: é um congresso de Testemunhas de Jeová”(“Jornal da Tarde”, 27/12); “Testemunhas batizam três mil novos fiéis” (“Diário de S. Paulo”, 29/12); “Congresso Vitória Divina Reuniu 90 mil fiéis no seu encerramento” (“Última Hora”, 31/12). As manchetes eram acompanhadas de fotos do Pacaembu lotado de pessoas felizes e sorridentes. Mesmo a eventual inclemência do tempo não desanimou as Testemunhas. O “Diário de S. Paulo” (30/12) comentou: “O que chamou a atenção em princípio foi o espírito de previdência das ‘testemunhas’ pois todos, mesmo os que vieram de outros Estados e países, trouxeram guarda-chuvas e guarda-sol para qualquer eventualidade.”

A revista “O Cruzeiro”, de 16 de Janeiro, trazia uma reportagem de quatro páginas, com enorme fotografia do estádio repleto, sob a manchete: “A Copa Mundial da Fé”, comentando: “Poucas vezes — só em dias de grandes clássicos — o Estádio Municipal do Pacaembu terá recebido tamanha multidão: 95 mil pessoas. Era de fé o espetáculo — talvez o maior, no gênero — a que se assistia.” Finalizando a reportagem, disse: “O [congresso] ‘Vitória Divina’ foi, de fato, uma vitória.”

O “Jornal Nacional” da Rede Globo, apresentou vários flagrantes do congresso, repercutindo em todo o país. Uma das Testemunhas, que deixara que pequenos problemas a impedissem de ir ao congresso, viu tais flagrantes do primeiro dia, e decidiu-se então a tomar o primeiro avião e comparecer ao congresso nos demais dias. A TV-Gazeta Canal 11, de São Paulo, gravou uma entrevista de uma hora, a cores, em seu conhecido programa “Paredão”, destacando as inúmeras publicações das Testemunhas, e que suas convicções são alicerçadas em sólida base, e não em emocionalismo passageiro.

Evidente Progresso

A Assembléia “Vitória Divina” deixou patente o progresso das testemunhas de Jeová no Brasil. Um total de 3.187 pessoas simbolizaram sua dedicação a Deus pelo batismo em água. Entre elas, achava-se uma cega de Santo Amaro, São Paulo que decora textos bíblicos a fim de usá-los na pregação. Mesmo invidente, toma parte regularmente na Escola do Ministério Teocrático, onde as Testemunhas de Jeová aprendem oratória, argumentação, e a arte de ensino em geral.

Nem a idade avançada era obstáculo. Um casal de Santo André, com 78 e 70 anos, dedicou-se junto. Recebiam um sacerdote em casa, para comungar, devido à doença da esposa. Depois de entrarem em contato com as Testemunhas, aceitaram um estudo bíblico e assistiram a algumas reuniões. Então ela pediu ao sacerdote que ensinasse mais a Bíblia na Missa, o que não aconteceu. Lamentam terem perdido tanto tempo na religião falsa, mas, estão decididos a aproveitar bem o tempo agora em servir a Jeová Deus.

Entre outros batizandos achavam-se pessoas simples, humildes trabalhadores braçais, carpinteiros, pedreiros, e também jovens universitários, cirurgiões-dentistas, médicos e outros profissionais.

As experiências relatadas na assembléia indicam que pessoas de todas as rodas da vida, de todas as religiões, adotam o “caminho” da verdade. (Atos 24:14) Reconhecem a urgência dos tempos, e a necessidade premente de abandonarem “Babilônia a Grande”, o império mundial da religião falsa. Dentre os 3.187 batizados, muitos antes levavam vidas imorais, bebiam demais, tinham vários vícios, inclusive o de tóxicos. A obediência à verdade de Deus os purificou. (1 Ped. 1:22) A fé e o amor demonstrados nesse congresso foi de grande ajuda para tais pessoas.

As palavras finais do Presidente Knorr foram de grande encorajamento. Foi emocionante ouvi-lo dizer que “esta foi a maior assembléias das testemunhas de Jeová dessa série ‘Vitória Divina’”. Mas, a assembléia não era o clímax de tudo. Foi uma fonte de ânimo para a grande obra adiante. Há muitas pessoas pobres, necessitadas, que anseiam a verdade. As testemunhas de Jeová estão mais dispostas do que nunca a pregar zelosamente as boas novas do Reino, no curto tempo que ainda resta. Assim, em breve, poderão ser vitoriosos espectadores da completa e total “Vitória Divina” de Jeová, por meio de Jesus Cristo, seguindo-se seu maravilhoso reino messiânico de paz, justiça e amor. — 2 Ped. 3:13.

[Foto na página 26]

Pacaembu repleto 94.586 pessoas ouvem com atenção a N. H. Knorr sobre a “Vitória Divina”.