BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • g78 22/1 pp. 21-24
  • Ajuda ao Entendimento da Bíblia

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Ajuda ao Entendimento da Bíblia
  • Despertai! — 1978
  • Subtítulos
  • FORMAÇÃO
  • TORNA-SE DISCÍPULO DE CRISTO
  • IDENTIFICAR JOÃO EM SEU EVANGELHO
  • HISTÓRIA POSTERIOR DE JOÃO
  • PERSONALIDADE
Despertai! — 1978
g78 22/1 pp. 21-24

Ajuda ao Entendimento da Bíblia

[De Aid to Bible Understanding, Edição de 1971, extraímos a matéria que segue.]

FILIPE [amante de cavalos].

1. Um dos primeiros discípulos entre os doze apóstolos de Jesus Cristo. Nos relatos evangélicos de Mateus, Marcos e Lucas, menciona-se nominalmente Filipe apenas nas listas dos apóstolos. (Mat. 10:3; Mar. 3:18; Luc. 6:14) Apenas o relato de João fornece algumas informações pormenorizadas sobre ele.

Filipe era da mesma cidade natal de Pedro e André a saber, Betsaida, na margem N do Mar da Galiléia. Ao ouvir o convite de Jesus, “Sê meu seguidor” Filipe fez quase a mesma coisa que André tinha feito no dia anterior. André tinha procurado seu irmão Pedro (Simão) e o trazido a Jesus, e Filipe então fez isto com Natanael (Bartolomeu), afirmando: “Achamos aquele de quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas: Jesus, filho de José, de Nazaré. . . . Vem e vê.” (João 1:43-49) A declaração de que ‘Jesus achou Filipe’ pode indicar certo conhecimento prévio entre eles, assim como as palavras de Filipe a Natanael, visto que Filipe mencionou o nome, a família e a moradia de Jesus. Não se declara se havia qualquer outra ligação, além de amizade, entre Filipe e Natanael (Bartolomeu), mas nas listas bíblicas são geralmente colocados juntos, Atos 1:13 sendo a exceção.

Na ocasião da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, cinco dias antes da Páscoa de 33 E. C. (Mar. 11:7-11), alguns gregos desejavam ver Jesus. Solicitaram a Filipe que os apresentasse, possivelmente atraídos ao apóstolo por causa de seu nome grego, ou, talvez por ser aquele que estava disponível para tal solicitação. De qualquer forma, Filipe evidentemente não se sentiu apto a satisfazer a solicitação destes gregos (evidentemente prosélitos). Ele primeiro conversou com André, com o qual é mencionado em outras partes (João 6:7, 8) e que talvez ele sentisse que possuía relações mais intimas com Jesus. (Compare com Marcos 13:3.) Juntos, apresentaram o pedido, e não os solicitantes, a Jesus, para que o considerasse. (João 12:20-22) Esta atitude circunspecta, um tanto cautelosa, reflete-se na resposta de Filipe à pergunta de Jesus sobre alimentar a multidão, e até mesmo em sua solicitação (feita depois das perguntas um tanto diretas de Pedro e de Tomé), para que Jesus lhes mostrasse o Pai, “e isso chega para nós”. (João 6:5-7; 13:36, 37; 14:5-9) Seus modos jeitosos se contrastam com o modo direto e abrupto de Pedro, e, assim, os relatos breves que envolvem Filipe revelam algo quanto à variedade de personalidades entre os apóstolos escolhidos de Jesus.

Em virtude de sua íntima associação com Natanael (Bartolomeu), e com os filhos de Zebedeu, Filipe talvez fosse um dos dois discípulos não identificados que estavam às margens do Mar da Galiléia quando apareceu o ressuscitado Jesus. — João 21:2.

2. Um evangelista e missionário do primeiro século. Junto com Estêvão, Filipe achava-se entre os sete “homens acreditados . . . cheios de espírito e de sabedoria”, escolhidos para a distribuição diária, imparcial de alimento entre os cristãos de língua grega e hebraica em Jerusalém. (Atos 6:1-6) O relato da atividade de Filipe (como também o de Estêvão), depois deste serviço especial, confirma a elevada qualidade espiritual dos homens que formavam este corpo administrativo escolhido, pois Filipe fez um serviço similar ao posteriormente executado pelo apóstolo Paulo, embora de âmbito mais limitado.

Quando a perseguição espalhou a todos, exceto aos apóstolos, que permaneceram em Jerusalém, Filipe se dirigiu a Samaria, e declarou ali as boas novas do Reino, e, graças ao poder miraculoso do espírito santo expulsou demônios e curou os paralíticos e os coxos. Transbordando de alegria, multidões aceitaram a mensagem e foram batizadas, inclusive certo Simão, que tinha praticado artes mágicas. (Atos 8:4-13) Assim quando os apóstolos “ouviram que Samaria havia aceito a palavra de Deus, mandaram-lhes Pedro e João”, para que esses crentes batizados pudessem receber o dom gratuito do espírito santo. — Atos 8:14-17.

Filipe foi então conduzido pelo espírito de Jeová a encontrar-se com o eunuco etíope, no caminho de Gaza, e ali, num tempo curto, este “homem de poder sob Candace, rainha dos etíopes”, teve fé em Jesus e solicitou que Filipe o batizasse. (Atos 8:26-38) Dali dirigiu-se para Asdode e prosseguiu para Cesaréia e “declarava as boas novas a todas as cidades” pelo caminho. (Atos 8:39, 40) Estes breves relatos ilustram a obra dum “evangelizador”. — Atos 21:8.

Foi nessa interseção internacional de Cesaréia, cerca de vinte anos depois, que Filipe ainda se encontrava ativo no ministério, e ainda era conhecido como tendo sido “um dos sete homens” escolhidos pelos apóstolos. Conforme relatado por Lucas, quando ele e Paulo ficaram na casa de Filipe, por certo tempo, por volta do ano 56 E. C., “este homem [Filipe] tinha quatro filhas virgens, que profetizavam”. (Atos 21:8-10) Terem as quatro filhas idade suficiente para se empenhar em proferimentos proféticos pode significar que Filipe já era casado por ocasião de sua atividade inicial.

3. Marido de Herodias e pai de Salomé. Ele morava em Roma na ocasião em que sua esposa o deixou, de forma adúltera, para tornar-se esposa de seu meio-irmão, Herodes Ântipas. (Mat. 14:3, 4; Mar. 6:17, 18; Luc. 3:19, 20) Filipe era filho de Herodes, o Grande, e de sua terceira esposa, Mariamne II, filha do sumo sacerdote, Simão Por conseguinte, era meio-judeu e meio-idumeu.

4. O regente distrital de Ituréia e de Traconítis, na ocasião em que João Batista começou seu ministério no “décimo quinto ano do reinado de Tibério César”, em 29 E. C. (Luc. 3:1-3) Filipe era filho de Herodes, o Grande, e de sua quinta esposa, Cleópatra de Jerusalém, e, por conseguinte, era meio-irmão de Herodes Ântipas, de Arquelau e do Filipe N.º 3, acima.

JOÃO [Jeová tem sido gracioso].

[João Batista; João, pai de Simão Pedro; João Marcos; João, regente judeu—serão considerados numa edição posterior.]

5. O apóstolo João, filho de Zebedeu e de Salomé (compare com Mateus 27:55, 56; Marcos 15:40), e irmão do apóstolo Tiago, provavelmente o irmão mais moço de Tiago, uma vez que Tiago é usualmente mencionado primeiro, quando os dois são citados. (Mat. 10:2; Mar. 3:14, 16, 17; Luc. 6:14; 8:51; 9:28; Atos 1:13) Zebedeu casou-se com Salomé, da casa de Davi evidentemente irmã carnal de Maria, mãe de Jesus.

FORMAÇÃO

A família de João parecia gozar de uma situação relativamente muito boa. Seu pai, Zebedeu, empregava vários homens em seu negócio pesqueiro, em que ele era sócio de Simão. (Mar. 1:19, 20; Luc. 5:9, 10) A esposa de Zebedeu, Salomé, achava-se entre as mulheres que acompanhavam e ministravam a Jesus, quando ele estava na Galiléia (compare com Mateus 27:55, 56; Marcos 15:40, 41), e ela tomou parte em trazer aromas para preparar o corpo de Jesus para o enterro. (Mar. 16:1) João, evidentemente, tinha sua própria casa. — João 19:26, 27.

Zebedeu e Salomé eram hebreus fiéis, e a evidência aponta que criaram João no ensino das Escrituras. Entende-se geralmente que ele é o discípulo de João Batista que estava com André quando João lhes anunciou: “Eis o Cordeiro de Deus!” Sua pronta aceitação de Jesus como o Cristo revela que tinha conhecimento das Escrituras Hebraicas. (João 1:35, 36, 40-42) Ao passo que jamais se declara que Zebedeu se tornou discípulo quer de João Batista quer de Cristo, parece que ele não opôs nenhuma resistência a que seus dois filhos se tornassem pregadores de tempo integral junto com Jesus.

Quando João, junto com Pedro, foi conduzido perante os regentes judeus, foram considerados “indoutos e comuns”. Isto não significava, porém, que eles não tivessem nenhuma instrução, nem que não soubessem ler nem escrever, mas que não tinham recebido sua formação nas escolas rabínicas. Declara-se, ao invés, que “começaram a reconhecer a respeito deles que costumavam estar com Jesus”. — Atos 4:13.

TORNA-SE DISCÍPULO DE CRISTO

Depois de ser apresentado a Jesus Cristo, no outono setentrional de 29 E.C., João, sem dúvida, seguiu Jesus à Galiléia e foi testemunha ocular do primeiro milagre dele em Caná. (João 2:1-11) Ele talvez acompanhasse Jesus da Galiléia até Jerusalém, e, de novo em seu retorno à Galiléia através de Samaria; pois a qualidade vívida de seu relato parece marcá-lo como o de uma testemunha ocular dos eventos descritos. No entanto, o registro não declara isto. (Caps. 2-5) Sem embargo, João não abandonou seu negócio pesqueiro senão algum tempo depois de se tornar familiarizado com Jesus. No ano seguinte, quando Jesus andava ao longo do Mar da Galiléia, Tiago e João estavam no barco, junto com seu pai, Zebedeu, consertando suas redes. Ele os convocou para a obra de dedicação exclusiva de serem “pescadores de homens” e o relato de Lucas nos informa: “Trouxeram assim os barcos de volta à terra, abandonaram tudo e o seguiram.” (Mat. 4:18-22, Luc. 5:10, 11, Mar. 1:19, 20) Mais tarde, foram escolhidos para ser apóstolos do Senhor Jesus Cristo. — Mat. 10:2-4.

João era um dos três mais intimamente associados com Jesus. Pedro, Tiago e João foram levados ao monte da transfiguração. (Mat. 17:1, 2; Mar. 9:2; Luc. 9:28, 29) Somente eles, dentre os apóstolos, tiveram permissão de entrar com Jesus na casa de Jairo. (Mar. 5:37; Luc. 8:51) Tiveram o privilégio de serem os levados por Jesus mais adiante do que os outros, no jardim de Getsêmani, na noite em que foi traído embora, nesse momento, até mesmo eles não compreendessem o pleno significado da ocasião, adormecendo três vezes, e sendo despertados por Jesus. (Mat. 26:37, 40-45; Mar. 14:33, 37-41) João ocupava a posição junto a Jesus em sua última Páscoa, e na instituição da Refeição Noturna do Senhor. (João 13:23) Era o discípulo que, por ocasião da morte de Jesus, recebeu a honra insigne de lhe ser confiada a mãe de Jesus para que cuidasse dela. — João 21:7, 20; 19:26, 27.

IDENTIFICAR JOÃO EM SEU EVANGELHO

No Evangelho de João, ele jamais se refere a si mesmo nominalmente. Ele é mencionado, ou como um dos filhos de Zebedeu, ou como o discípulo a quem Jesus amava. Quando fala de João Batista, diferente dos outros escritores dos Evangelhos, ele chama o Batista apenas de “João”. Isto seria mais natural de ser feito por alguém que tivesse o mesmo nome, visto que ninguém entenderia errado a pessoa a quem ele se referia. Outros teriam de usar um sobrenome ou título, ou outros termos descritivos, para identificar a pessoa visada, como o próprio João faz quando fala de uma das Marias. — João 11:1, 2; 19:25; 20:1.

Enfocando-se o escrito de João sob tal prisma, torna-se evidente que ele mesmo era o companheiro, cujo nome não é mencionado, de André, a quem João Batista apresentou Jesus Cristo. (João 1:35-40) Foi ele quem conseguiu entrar, junto com Pedro, no pátio do sumo sacerdote, porque o sumo sacerdote o conhecia. (João 18:15, 16) Depois da ressurreição de Jesus, João ultrapassou Pedro ao correrem até o túmulo, para investigar o relato de que Jesus tinha ressuscitado. (João 20:2-8) Ele teve o privilégio de ver o ressuscitado Jesus nessa mesma noite (João 20:19; Luc. 24:36) e, de novo, na semana seguinte. (João 20:26) Ele era um dos sete que retornaram à pesca, e aos quais Jesus apareceu. (João 21:1-14) João também estava presente no monte da Galiléia, depois que Jesus ressuscitou dentre os mortos, e ouviu pessoalmente a ordem: “Fazei discípulos de pessoas de todas as nações.” — Mat. 28:16-20.

HISTÓRIA POSTERIOR DE JOÃO

Depois da ascensão de Jesus, João estava em Jerusalém, na assembléia de cerca de 120 discípulos quando Matias foi escolhido, por sortes, e reconhecido junto com os onze apóstolos. (Atos 1:12-26) Ele estava presente no derramamento do espírito no dia de Pentecostes, e viu 3.000 pessoas serem acrescentadas à congregação naquele dia. (Atos 2:1-13, 41) Ele, junto com Pedro, declararam perante os regentes judeus o princípio seguido pela congregação do povo de Deus: “Se é justo, à vista de Deus, escutar antes a vós do que a Deus, julgai-o vós mesmos. Mas, quanto a nós, não podemos parar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” (Atos 4:19, 20) De novo, juntou-se aos demais apóstolos para dizer ao Sinédrio: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” — Atos 5:27-32.

Depois da morte de Estêvão às mãos dos judeus enraivecidos, surgiu grande perseguição contra a congregação em Jerusalém, e os discípulos foram espalhados. Mas João, junto com os demais apóstolos, permaneceu em Jerusalém. Quando a pregação de Filipe, o missionário, moveu muitos em Samaria a aceitar a palavra de Deus o corpo governante enviou Pedro e João para auxiliar esses novos discípulos a receber espírito santo. (Atos 8:1-5, 14-17) Em 49 E. C., João estava presente na conferência do corpo governante quanto à questão da circuncisão para os conversos gentios. (Atos 15:5, 6, 28, 29) Paulo disse que João era um daqueles, em Jerusalém, “que pareciam ser colunas” da congregação. João, qual membro do corpo governante, deu a Paulo e Barnabé a “mão direita da parceria”, ao serem enviados em sua missão de pregar às nações (gentios). — Gál. 2:9.

Enquanto Jesus Cristo estava na terra, ele indicara que João sobreviveria aos demais apóstolos. (João 21:20-22) Por uns setenta anos, ele serviu fielmente a Jeová. Perto do fim de sua vida, João ficou preso na ilha de Patmos, onde veio a estar “por ter falado a respeito de Deus e ter dado testemunho de Jesus”. (Rev. 1:9) Isto prova que ele estava intensamente ativo em pregar as boas novas, mesmo em idade muitíssimo avançada (por volta de 96 E. C.).

Enquanto em Patmos, João foi favorecido com a maravilhosa visão de Revelação, que escreveu fielmente. (Rev. 1:1, 2) Crê-se, em geral, que foi exilado pelo Imperador Domiciano, e foi liberto pelo sucessor de Domiciano, o Imperador Nerva (96-98 E. C.). Segundo a tradição, ele se dirigiu para Éfeso, onde escreveu seu Evangelho e suas três cartas, intituladas Primeira, Segunda e Terceira de João, por volta de 98 E. C. Tradicionalmente, crê-se que morreu em Éfeso em 100 E.C., durante o reinado do Imperador Trajano.

PERSONALIDADE

Os peritos concluem, em geral, que João era uma pessoa passiva, sentimental e introspectiva. Conforme expressou certo comentarista: “João, com sua mente contemplativa, imponente, visionária, percorreu a vida como um anjo.” Tais pessoas baseiam sua avaliação da personalidade de João no fato de que João fala tanto sobre o amor, e porque não parece tão destacado nos Atos dos apóstolos como o são Pedro e Paulo. Também, observam que ele parece deixar que Pedro assuma a liderança em falar quando estavam juntos.

É verdade que, quando Pedro e João estavam juntos, Pedro é sempre destacado como o porta-voz. Isto seria natural, contudo, pois Pedro era, evidentemente, o mais velho, e João deixaria que ele tomasse a liderança em falar, assim como lhe fora ensinado, pelas Escrituras Hebraicas, a respeitar aqueles que eram seus seniores, e como aconselham também as Escrituras Gregas Cristãs. (Jó 32:4-7; 1 Tim. 5:17) Mas os relatos não afirmam que João ficava em silencio. Antes, quando estavam perante os regentes e anciãos tanto Pedro como João falaram com destemor. (Atos 4:13, 19) Semelhantemente, João falou intrepidamente assim como os demais apóstolos, perante o Sinédrio embora Pedro seja nominal e especificamente mencionado. (Atos 5:29) E, quanto a ser um tipo enérgico ativo, não ultrapassou ele a Pedro na corrida para chegarem ao túmulo de Jesus? Mas, ele mostrou cortesia e respeito para com Pedro, como irmão cristão mais velho, ao esperar que Pedro entrasse primeiro no túmulo de Jesus. — João 20:2-8.

No começo do seu ministério como apóstolo, Jesus deu o sobrenome de Boanerges (“Filhos do Trovão”) a João e seu irmão Tiago. (Mar. 3:17) Este título por certo não indica nenhum sentimentalismo piegas, nem a falta de vigor, antes, porém, o dinamismo de personalidade. Quando um povoado samaritano recusou-se a receber Jesus, estes “Filhos do Trovão” estavam prontos a invocar o fogo do céu para aniquilar seus habitantes. Anteriormente, João tentou impedir que certo homem expulsasse demônios em nome de Jesus. Jesus repreendeu-o e corrigiu-o em cada caso. — Luc. 9:49-56.

Os dois irmãos, nessas ocasiões, mostraram entendimento errado, e, em grande medida, faltava-lhes o equilíbrio, e o espírito amoroso e misericordioso que mais tarde cultivaram. Todavia, nessas duas ocasiões manifestaram um espírito de lealdade e uma personalidade decidida e vigorosa que, canalizada na direção correta, os tornou testemunhas fortes, enérgicas e fiéis. Tiago padeceu a morte de mártir às mãos de Herodes Agripa I (Atos 12:1, 2), e João persistiu como pilar, “na tribulação, e no reino, e na perseverança em companhia de Jesus”, como o último apóstolo vivo. — Rev. 1:9.

Quando Tiago e João, pelo que parece, conseguiram que sua mãe solicitasse que eles se sentassem junto de Cristo em seu reino, eles demonstraram espírito ambicioso, que deixou indignados os demais apóstolos. Mas, isso concedeu a Jesus excelente oportunidade de explicar que o grande entre eles seria aquele que servisse a outros. Daí, apontou que mesmo ele tinha vindo para ministrar e dar sua vida como resgate por muitos. (Mat. 20:20-28; Mar. 10:35-45) Sem considerar quão egoísta fosse o desejo deles, o incidente revela sua fé na realidade do Reino.

Por certo, se a personalidade de João tivesse sido conforme pintada pelos comentaristas religiosos — fraca, pouco prática, sem energia, introvertida—Jesus Cristo não o teria provavelmente usado para escrever o livro estimulante e poderoso de Revelação (Apocalipse), em que Cristo repetidas vezes incentiva os cristãos a ser conquistadores do mundo, fala das boas novas a serem pregadas em todo o mundo, e proclama os julgamentos trovejantes de Deus.

É verdade que João fala do amor mais do que os outros escritores dos Evangelhos. Isto não fornece evidência alguma de qualquer sentimentalismo piegas. Pelo contrário, o amor é uma qualidade forte. A inteira Lei e os Profetas baseavam-se no amor. (Mat. 22:36-40) “O amor nunca falha.” (1 Cor. 13:8) O amor “é o perfeito vínculo de união”. (Col. 3:14) O amor da espécie que João advogava se apega aos princípios e é capaz de dar forte repreensão, correção e disciplina, bem como de mostrar bondade e misericórdia.

Sempre que ele aparece nos três relatos evangélicos sinópticos, bem como em todos os seus próprios escritos, João sempre manifesta o mesmo amor e lealdade fortes para com Jesus Cristo e seu Pai, Jeová. A lealdade, e o ódio ao que é mau, são manifestos em suas observações de maus motivos ou características ruins nas ações de outros. Somente ele nos conta que foi Judas quem murmurou contra o uso, por Maria, de custoso óleo para ungir os pés de Jesus, e a razão da queixa de Judas: porque ele levava a caixa de dinheiro e era ladrão. (João 12:4-6) Ele aponta que Nicodemos veio a Jesus ‘na calada da noite’. (João 3:2) Ele observa a grave falha de José de Arimatéia, que era um “discípulo de Jesus, mas em secreto, por temor dos judeus”. (João 19:38) João não podia admitir que alguém professasse ser discípulo de seu Amo e, ainda assim, se envergonhasse disso.

João já tinha cultivado os frutos do espírito em um grau muito maior, quando escreveu seu Evangelho e suas cartas, do que quando era um jovem recém-associado com Jesus. Certamente não era a mesma pessoa que havia solicitado um trono especial no Reino. E, em seus escritos, podemos encontrar a expressão de sua madureza e bons conselhos, para nos ajudar a imitar seu proceder fiel, leal, enérgico.

    Publicações em Português (1950-2026)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar