Ajuda ao Entendimento da Bíblia
[Prossegue, nesta edição, a seleção de matéria de Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]
TIAGO [Continuação].
Amiúde, Pedro, Tiago e João eram mencionados como estando juntos, em íntima companhia, com Cristo. À guisa de exemplo, estes três foram os únicos presentes com Cristo no monte da transfiguração (Mat. 17:1, 2), foram os únicos apóstolos convidados a entrar na casa para testemunhar a ressurreição da filha de Jairo (Luc. 8:51), e foram aqueles que estavam mais perto de Jesus em Getsêmani, enquanto ele orava, naquela última noite. (Mar. 14:32-34) Pedro, Tiago e João, junto com André, foram os que perguntaram a Jesus quando seria a destruição predita do templo de Jerusalém e qual seria o sinal de sua presença e da terminação do sistema de coisas. (Mar. 13:3, 4) Tiago é sempre mencionado junto com seu irmão, João, e, na maioria dos casos, é mencionado em primeiro lugar. Isto pode indicar que era o mais velho dos dois. — Mat. 4:21; 10:2; 17:1; Mar. 1:19, 29; 3:17; 5:37; 9:2; 10:35, 41; 13:3; 14:33; Luc. 5:10; 6:14; 8:51; 9:28, 54; Atos 1:13.
Para Tiago e seu irmão, Jesus deu o sobrenome de Boanerges, termo semítico que significa “Filhos do Trovão”. (Mar. 3:17) Isto talvez se devesse à natureza ativa, ardente e entusiástica destes homens. Em certa ocasião, por exemplo, quando certos samaritanos foram inóspitos para com Jesus, quiseram Tiago e João mandar descer fogo do céu para aniquilá-los. Embora repreendidos por Jesus por sugeriram tal desforra, todavia essa atitude indicava sua justa indignação e também sua fé. (Luc. 9:51-55) Também entretinham ambições de ter as posições mais destacadas no Reino à mão direita e esquerda de Jesus, e, pelo que parece fizeram com que sua mãe (possivelmente tia de Jesus) solicitasse tais favores a ele. Depois de explicar que tais decisões eram feitas pelo Pai, Jesus aproveitou o ensejo para indicar que “quem quiser tornar-se grande entre vós tem de ser o vosso escravo”. — Mat. 20:20-28.
Tiago, evidentemente, morreu em 44 E. C. Herodes Agripa I o mandou executar pela espada. Foi o primeiro dos doze apóstolos a morrer como mártir. — Atos 12:1-3.
3. Outro apóstolo de Jesus Cristo, e filho de Alfeu. (Mat. 10:2, 3; Mar. 3:18; Luc. 6:15; Atos 1:13) Crê-se, em geral, e é bem provável, que Alfeu era o mesmo que Clopas, caso em que a mãe de Tiago era Maria, a mesma Maria que era “a mãe de Tiago, o Menor, e de Josés”. (João 19:25; Mar. 15:40; Mat. 27:56) Talvez tenha sido chamado de Tiago, o Menor, quer por ser menor em estatura física, quer mais moço do que o outro apóstolo Tiago, filho de Zebedeu.
4. Filho de José e Maria, e meio-irmão de Jesus. (Mar. 6:3; Gál. 1:19) Embora não fosse apóstolo, era evidentemente esse Tiago que era superintendente da congregação cristã de Jerusalém (Atos 12:17) e que escreveu o livro bíblico que leva seu nome. (Tia. 1:1) Talvez tenha sido o mais velho logo depois de Jesus sendo o primeiro mencionado dentre os quatro filhos de Maria: Tiago, José, Simão e Judas. (Mat. 13:55 veja IRMÃO.) Paulo dá a entender, na sua carta aos Coríntios, escrita por volta do ano 55 E. C., que Tiago era casado. — 1 Cor. 9:5.
Parece que, durante o ministério de Jesus, Tiago estava bem a par da atividade de seu irmão (Luc. 8:19; João 2:12), mas, embora aparentemente não fosse opositor, não era um dos discípulos e seguidores de Cristo. (Mat. 12:46-50; João 7:5) Provavelmente estava junto de seus irmãos descrentes quando instaram com Jesus a que fosse galhardamente à festa dos tabernáculos ocasião em que os regentes dos judeus procuravam matá-lo. (João 7:1-10) Tiago também poderia estar incluído entre os parentes que disseram a respeito de Jesus: “Ele perdeu o juízo.” — Mar. 3:21.
Não obstante, depois da morte de Jesus, e antes de Pentecostes de 33 E.C., Tiago se reuniu para oração junto com sua mãe, os irmãos e os apóstolos, num sobrado de Jerusalém. (Atos 1:13, 14) Foi, evidentemente, a este Tiago que o Jesus ressuscitado apareceu pessoalmente, segundo relatado em 1 Coríntios 15:7 assim convencendo este outrora descrente de que era deveras o Messias. Isto nos faz lembrar a aparição pessoal de Jesus a Paulo. — Atos 9:3-5.
Depois disso, Tiago tornou-se membro destacado e pelo que parece, um “apóstolo” da congregação de Jerusalém. (Veja APÓSTOLO [apostolados congregacionais].) Assim, na primeira visita de Paulo aos irmãos de Jerusalém (por volta de 36 E. C.), ele afirma ter passado quinze dias com Pedro, mas que “não vi nenhum outro dos apóstolos, a não ser Tiago, o irmão do Senhor”. (Gál. 1:18, 19) Pedro, após seu livramento milagroso da prisão, instruiu os irmãos, na casa de João Marcos: “Relatei estas coisas a Tiago e aos irmãos”, destarte indicando o destaque de Tiago. (Atos 12:12, 17) Por volta de 49 E. C., surgiu a questão da circuncisão perante ‘os apóstolos e anciãos’ em Jerusalém. Depois do testemunho pessoal de Pedro, Barnabé e Paulo, falou Tiago, propondo uma decisão aprovada e adotada pela assembléia. (Atos 15:6-29 compare com 16:4.) Referindo-se a essa ocasião, Paulo afirma que Tiago, Cefas e João “pareciam ser colunas” entre os que estavam em Jerusalém. (Gál. 2:1-9) No fim duma posterior viagem missionária, Paulo, em Jerusalém, relatou seu ministério a Tiago e a ‘todos os anciãos’, e estes então lhe deram certo conselho que ele deveria seguir. — Atos 21:15-26, veja também Gálatas 2:11-14.
Que foi este ‘irmão de Jesus’ quem escreveu o livro de Tiago, e não um dos apóstolos que tinha o mesmo nome (quer o filho de Zebedeu quer o filho de Alfeu), parece ser indicado no início de sua carta. Ali, o escritor identifica-se como “escravo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”, ao invés de apóstolo. De forma similar seu irmão Judas também se identificou como “escravo de Jesus Cristo, mas irmão de Tiago”. (Tia. 1:1; Judas 1) Ambos os irmãos evitaram humildemente identificar-se como irmãos carnais do Senhor Jesus Cristo.
Ser ele chamado de “Tiago, o Justo” se baseia em tradições que afirmam que era assim chamado por causa de seu modo de vida. Não existe registro nas Escrituras sobre a morte de Tiago. O historiador secular, Josefo, contudo, afirma que, durante o intervalo ocorrido entre a morte do Governador Festo, por volta de 62 E. C., e a chegada de seu sucessor, Albino, o sumo sacerdote, Anano (Ananias) “juntou o sinédrio de juízes, e trouxe diante deles o irmão de Jesus que era chamado Cristo, cujo nome era Tiago, e alguns outros [ou, alguns de seus companheiros]; e, quando ele formulou uma acusação contra eles, como violadores da lei, entregou-os para serem apedrejados”. — Antigüidades Judaicas, em inglês, Livro XX cap. IX, par. 1; veja Vol. 6, p. 71, da História dos Hebreus tradução de V. Pedroso.
TOMÉ [gêmeo]. Este apóstolo de Jesus Cristo era chamado “O Gêmeo”. (Mat. 10:3; Mar. 3:18; Luc. 6:15; João 11:16) Ele parece ter sido um tanto impetuoso ao expressar seus sentimentos ou em apresentar suas dúvidas. No entanto, ao serem removidas tais dúvidas Tomé não hesitou em expressar sua crença.
Quando Jesus propôs voltar à Judéia, para que pudesse despertar a Lázaro dentre os mortos, Tomé declarou: “Vamos também, para que morramos com ele.” (João 11:16) Visto que os judeus haviam, pouco antes dessa ocasião, tentado apedrejar Jesus (João 11:7, 8), é possível que Tomé tivesse presente encorajar os outros discípulos a acompanhar Jesus, muito embora isto pudesse resultar em se juntarem na morte a Lázaro e/ou a Jesus.
Tomé mostrou uma atitude dúbia em resposta ao comentário de Jesus sobre ir embora a fim de preparar um lugar para os apóstolos, dizendo: “Senhor, não sabemos para onde vais. Como sabemos o caminho?” (João 14:2-6) Similarmente, depois de ouvir falar na ressurreição de Jesus, Tomé declarou: “A menos que eu veja nas suas mãos o sinal dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos pregos, e ponha a minha mão no seu lado, certamente não acreditarei.” Oito dias depois, Tomé teve oportunidade de fazer isto, quando Jesus novamente apareceu aos discípulos. Mas, não se declara se Tomé realmente sentiu as feridas nesta ocasião. Sem embargo, ficou convencido e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!” Cristo então o repreendeu com brandura, dizendo: “Felizes são os que não vêem, contudo, crêem.” — João 20:24-29.
JUÍZES, LIVRO DE. Este livro bíblico abrange, basicamente, um período de cerca de 330 anos, entre a conquista de Canaã, por Israel, e o início da monarquia. (Veja CRONOLOGIA.) Anteriormente, avisara-se aos israelitas de que deixarem de expulsar os habitantes da terra, conforme divinamente ordenado, levaria à adoção das práticas religiosas degradadas dos cananeus. Por fim, isto resultaria no desfavor de Jeová, e em Ele os abandonar diante de seus inimigos. (Êxo. 23:32, 33; 34:11-17; Núm. 33:55; Deu. 7:2-5) O registro histórico do livro de Juízes mostra como o aviso antecipado tornou-se realidade. No entanto, ao invés de lidar extensivamente com a infidelidade de Israel e a resultante opressão estrangeira, o livro relata primariamente os feitos dos juízes e as maravilhosas libertações que Jeová realizou por meio deles. Assim, destacam-se a capacidade de salvar, da parte de Jeová, e sua longanimidade, misericórdia, bondade imerecida e justiça. Os próprios juízes se destacam como exemplos excelentes de fé. — Heb. 11:32-34, 39, 40.
ARRANJO
Juízes está relacionado ao livro bíblico precedente por suas palavras iniciais: “E aconteceu depois da morte de Josué . . .” Contudo, alguns dos acontecimentos narrados nele ocorreram, evidentemente antes de Josué morrer. Por exemplo, Juízes 2:6 reza: “Quando Josué mandou o povo embora, então os filhos de Israel seguiram seu caminho, cada um para a sua herança, para tomar posse do país.” Assim, parece que Juízes 1:1 a 3:6 serve de introdução, o escritor apoiando-se em eventos que ocorreram antes e depois da morte de Josué, a fim de fornecer um fundo histórico para o relato que segue. A seção que vai do capítulo 3 versículo 7, até o fim do capítulo 16, acha-se, basicamente, em ordem cronológica, e relata as atividades de doze juízes (não incluindo Débora), começando com Otniel e terminando com Sansão. Poder-se-ia denominar de apêndice a última parte do livro, e esta se enquadra em um período muito anterior ao do juizado de Sansão. A captura de Laís pelos danitas poderia, razoavelmente, ter ocorrido antes da morte de Josué. (Compare com Josué 19:47; Juízes 18:27-29.) O crime sexual em massa cometido pelos homens de Gibeá, e os eventos subseqüentes que resultaram no quase extermínio da tribo de Benjamim, ocorreram provavelmente não muitos anos depois da morte de Josué. (Juí. 19:1 a 21:25; Jos. 24:31) Isto daria suficiente tempo para que os benjamitas tivessem aumentado, passando de cerca de 600 homens (Juí. 20:47) para cerca de 60.000 guerreiros, na ocasião do reinado de Davi. — 1 Crô. 7:6-12.
ESCRITOR E TEMPO DA COMPOSIÇÃO
A evidência interna fornece base para se determinar quando o livro de Juízes foi escrito. Foi compilado quando um rei regia sobre Israel. De outra forma, o escritor, ao referir-se ao passado, não teria dito: “Naqueles dias não havia rei em Israel.” (Juí. 17:6; 18:1; 19:1; 21:25) Todavia, foi numa ocasião em que os jebuseus ainda moravam em Jerusalém. (Juí. 1:21) Visto que Davi capturou dos jebuseus a “fortaleza de Siso” (uma parte de Jerusalém) em 1070 A. E. C., e transferiu sua capital para lá (2 Sam. 5:6-9), o livro de Juízes deve ter sido assentado por escrito antes dessa data, provavelmente durante o reinado de Saul. Nessa época, Samuel era o principal paladino da adoração verdadeira e, como profeta de Jeová, teria sido a pessoa lógica para registrar este livro.
AUTENTICIDADE
Não pode haver dúvida de que o livro de Juízes ocupa legitimamente um lugar no cânon bíblico. É franco e honesto, e não oculta os crassos pecados de Israel. Em todo ele, o livro dá glória e honra, não aos juízes humanos, mas a Jeová Deus, como o verdadeiro Libertador de Israel. Mostra que o espírito de Deus dava poder aos juízes (Juí. 3:9, 10; 6:34; 11:29; 13:24, 25; 14:6, 19; 15:14, 18; 16:20, 28-30) e eles, por sua vez, reconheciam a Jeová como Juiz (11:27) e Rei (8:23). Outros livros bíblicos inspirados se referem a eventos registrados nele. — 1 Sam. 12:9-11; 2 Sam. 11:21; Sal. 83:9-12; Isa. 9:4; 10:26; Heb. 11:32-34.
ESBOÇO DO CONTEÚDO
I. Fundo histórico e condições do tempo dos juízes (1:1 a 36)
A. Embora se apossassem das heranças por meio de esforços tribais e individuais, israelitas deixam de obedecer ao decreto de Deus de expulsar cananeus e destruir acessórios da idolatria (1:1 a 2:5)
B. Depois da morte de Josué e da geração mais idosa, israelitas são enlaçados pela adoração falsa dos cananeus remanescentes, Jeová abandona Seu povo diante dos inimigos, mas suscita juízes para libertá-los, quando arrependidos (2:6 a 3:6)
II. Registro de opressões específicas dos inimigos e subseqüentes feitos dos juízes (3:7 a 16:31)
A. Sob controle do Rei Cusã-Risataim por oito anos libertos por Otniel, filho de Quenaz (3:7-11)
B. Por dezoito anos sujeitos ao Rei Eglam, moabita benjamita Eúde, depois de matar Eglom, reúne os israelitas para a guerra e derrota Moabe (3:12-30)
C. Sangar golpeia 600 filisteus com uma aguilhada de gado e salva Israel (3:31)
D. Vinte anos de opressão sob Jabim, rei de Hazor profetiza Débora julga Israel, Baraque comissionado a liderar luta contra inimigo (4:1 a 5:31)
1. Baraque reúne forças israelitas no Monte Tabor, atraindo os carros inimigos para o vale da torrente de Quisom. (4:11-13)
2. Jeová dá vitória a Baraque, o que fornece base para o cântico entoado por Débora e Baraque (4:14 a 5:31)
E. Israelitas fustigados por midianitas, amalequitas e orientais durante sete anos; Gideão comissionado divinamente qual libertador (6:1-24)
1. Gideão age segundo comissão — de noite, com a cooperação de dez homens, derruba altar de Baal, abate o poste sagrado, constrói altar para Jeová e sacrifica touro; quando forças inimigas acampam na planície baixa de Jezreel, Gideão convoca um exército e, por meio de dois testes, assegura-se de ter o apoio de Jeová (6:25-40)
2. Força israelita de 32.000 acampa junto ao poço de Harode; 22.000 temerosos são despedidos e, por submeter os restantes a uma prova, exército finalmente é reduzido a 300 homens (7:1-8)
3. Gideão inspeciona acampamento inimigo e, depois disso, ele e seus homens tocam buzinas, espatifam jarros, seguram tochas no alto e bradam o grito de guerra, Jeová lança inimigo em confusão, fazendo com que amalequitas, midianitas e orientais se voltem uns contra os outros (7:9-22)
4. Outras tribos de Israel convocadas a participar na batalha; efraimitas capturam Orebe e Zeebe príncipes midianitas, porém, mais tarde, tentam iniciar uma altercação com Gideão por não terem sido convocados mais cedo; Gideão, com jeito, evita contenda (7:23 a 8:3)
5. Gideão continua a perseguir inimigos; na volta vitoriosa, castiga homens de Sucote e mata homens de Penuel por deixarem de prestar ajuda; também executa dois reis de Midiã, Zeba e Zalmuna (8:4-21)
6. Recusa a realeza mas faz éfode com despojos de guerra, éfode este que mais tarde se torna objeto de veneração idólatra (8:22-28)
F. Gideão torna-se pai de grande família, mas, depois de sua morte, quase todos os seus filhos são mortos e Abimeleque torna-se rei (8:30 a 9:5)
1. Abimeleque, filho de Gideão por meio da concubina de Siquém, assassina quase todos seus meio-irmãos, exceto Jotão, o caçula, e torna-se rei de Siquém (8:31; 9:1-21)
2. Fricção entre siquemitas e Abimeleque, por fim Abimeleque destrói Siquém e, depois disso, ao sitiar Tebes, sofre esmagamento do crânio e depois disso, ordena a seu ajudante que o mate (9:22-57)
G. Tola e Jair julgam Israel por vinte e três e vinte e dois anos respectivamente (10:1-5)
H. Israel volta-se de novo para a adoração falsa e fica sob a opressão filistéia e amonita, Juiz Jefté usado como libertador (10:6 a 12:7)
1. Jefté lidera luta contra amonitas, é abençoado com vitória e, depois disso, cumpre voto a respeito de sua filha (11:1-40)
2. Efraimitas sentem-se desprezados acusam erroneamente Jefté de não ter solicitado sua ajuda; irrompe luta como resultado e efraimitas sofrem derrota (12:1-6)
3. Jefté julga Israel por seis anos (12:7)
I. Ibsã, Elom e Abdom servem quais juízes por um total geral de vinte e seis anos (12:8-15)
J. Israel fica sujeito ao controle filisteu por quarenta anos; Sansão e salvador (13:1 a 16:31)
1. Jeová designa Sansão, filho por nascer da esposa do danita Manoá, como salvador (13:2-25)
2. Sansão, dotado de poder pelo espírito de Jeová realiza grandes feitos durante vinte anos de seu juizado; traído por Dalila, objeto de seu amor Sansão é aprisionado pelos filisteus, mas finalmente mata mais filisteus, na sua própria morte, do que durante toda a sua vida (14:1 a 16:31)
III. Informação histórica adicional que revela condições existentes no tempo dos juízes (17:1 a 21:25)
A. Efraimita Micá empenha-se em idolatria e emprega os serviços do jovem levita, “Jonatã, filho de Gersom” (17:1-13, 18, 30)
B. Certos danitas roubaram os ídolos de Micá e também levam o levita para Laís; capturam Laís e o levita começa a servir qual sacerdote para eles (18:1-31)
C. Crime sexual em massa dos homens em Gibeá de Benjamim precipita guerra civil, quando benjamitas recusam-se a entregar os culpados, tribo de Benjamim quase aniquilada (19:1 a 21:25)
Veja o livro “Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”, págs. 44-49.
RUTE, LIVRO DE. Este livro bíblico deriva seu nome de um de seus principais personagens, Rute, a Moabita. A narrativa mostra como Rute tornou-se ancestral de Davi por meio do casamento levirato ou de cunhado com Boaz, em favor de sua sogra, Noemi. O apreço, a lealdade e a confiança em Jeová, manifestos por Boaz, Noemi e Rute, permeiam o relato. — Rute 1:8, 9, 16, 17; 2:4, 10-13, 19, 20; 3:9-13; 4:10.
Exceto a lista genealógica (Rute 4:18-22), os eventos relatados no livro de Rute abrangem um período de cerca de onze anos do tempo dos Juízes, embora não seja declarado exatamente quando é que ocorreram durante esse período. — Rute 1:1, 4, 22; 2:23; 4:13.
A tradição judaica credita a Samuel a escrita do livro, e isto não discordaria com a evidência interna. O fato de que este relato conclui com a genealogia de Davi sugere que o escritor sabia a respeito do propósito de Deus com relação a Davi. Isto se ajustaria a Samuel, pois foi ele quem ungiu Davi como rei. Por isso, teria sido também apropriado que Samuel fizesse um registro dos ancestrais de Davi. — 1 Sam. 16:1, 13.
AUTENTICIDADE E VALOR
Que o livro de Rute é histórico é confirmando pela genealogia de Jesus Cristo apresentada por Mateus, que alista Boaz, Rute e Obede na linhagem de ascendentes. (Mat. 1:5; compare com Rute 4:18-22; 1 Crônicas 2:5, 9-15.) Ademais, é inconcebível que um escritor hebreu tivesse inventado deliberadamente ancestrais maternos estrangeiros para Davi, o primeiro rei da linhagem real de Judá.
O registro histórico fornece matéria de fundo que ilustra e esclarece outras partes da Bíblia. Tornar-se Davi um ‘homem que agradava o coração de Jeová’ pode ser parcialmente explicado à base de sua herança ancestral, segundo apresentada no livro de Rute. (1 Sam. 13:14) As aplicações das leis que envolviam a respiga (Lev. 19:9, 10; Deu. 24:19-22; Rute 2:1, 3, 7, 15-17, 23) e do casamento de cunhado (Deu. 25:5-10; Rute 3:7-13; 4:1-13) são apresentadas vividamente. Há evidência da orientação de Jeová na preservação da linhagem de descendentes que levava ao Messias, e também na escolha de indivíduos para essa linhagem. As mulheres israelitas casadas com um homem da tribo de Judá tinham a possível perspectiva de contribuir para a linhagem de descendência terrestre do Messias. (Gên. 49:10) O fato de que Rute, uma moabita, foi assim favorecida, ilustra o princípio declarado pelo apóstolo Paulo: “Depende, . . . não daquele que deseja nem daquele que corre, mas de Deus, que tem misericórdia.” (Rom. 9:16) Rute escolhera a Jeová como seu Deus, e Israel como povo dela, e, em sua grande misericórdia, Jeová lhe concedeu um “salário perfeito”, ao permitir-lhe tornar-se um elo na mais importante linhagem de descendência. — Rute 2:12; 4:13-17.
ESBOÇO DO CONTEÚDO
I. Viuvez e perda de filhos por parte de Noemi, ao residir em Moabe (1:1-5)
II. Noemi e noras enviuvadas, Rute e Orpa, partem de Moabe (1:6-18)
A. No caminho, Noemi recomenda que Rute e Orpa voltem a Moabe (1:6-13)
B. Orpa beija Noemi e parte (1:14)
C. Rute apega-se a Noemi e expressa sua determinação de ser adoradora de Jeová (1:15-18)
III. Experiências de Rute e Noemi em Belém (1:19 a 4:22)
A. Reação local à chegada delas (1:19-22)
B. Rute respiga no campo de Boaz e é favorecida por ele (2:1-23)
C. Rute obedece às instruções de Noemi e solicita que Boaz aja como resgatador (3:1-18)
D. Boaz estende oportunidade a parente próximo para fazer o resgate; ao recusar este, ele toma a Rute como esposa (4:1-13)
E. Casamento de Boaz com Rute é abençoado com nascimento de Obede, a quem Noemi serve como ama-seca ou babá, e que mais tarde se torna ancestral de Davi. (4:14-22)
Veja o livro “Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”, págs. 49-51.