Ajuda ao Entendimento da Bíblia
[A matéria selecionada abaixo provém de Aid to Bible Understanding, Edição de 1971.]
ARMAS, ARMADURA. [Continuação]
ACHA (MACHADO DE GUERRA)
Arma usualmente provida dum cabo de madeira ou de metal relativamente curto, e de cunha de metal ou de pedra com lâmina afiada. Era usada para cortar e lancinar, no combate corpo a corpo, embora os guerreiros sitiantes talvez a empregassem também para rachar os portões da cidade ou para derrubar árvores a fim de construir máquinas de assalto. Ao passo que a acha era usada amiúde pelos egípcios, assírios, babilônios, elamitas e outros, não parece ter tido grande importância para os israelitas.
Machados de guerra das terras e dos tempos bíblicos eram de dois tipos básicos, embora houvesse variedades deles. Um tipo, com lâmina longa e fio curto, afiado, era usado para lancinar. O outro, com lâmina curta e fio largo, era para cortar. O tipo cortador seria eficaz contra inimigos que não usavam armadura, ao passo que, contra soldados com armaduras, seria útil o tipo lancinante. Um tipo usado para cortar era o “machado epsilo”, assim chamado por causa de sua lâmina semicircular com três “espigas” ou projeções, que eram ajustadas ao cabo, assemelha-se à letra grega épsilon (ou, do outro lado, ao número 3). Parece que, na Palestina e na Síria, este tipo sofreu mudanças até que, para aumentar sua eficácia, a lâmina foi alongada e o fio estreitado, formando o que tem sido chamado de “machado de bico de pato”, que recebeu tal nome graças ao seu formato alongado e sua aparência geral. Às vezes, a parte de trás da lâmina da acha era semelhante a cabeças animais, à crina do cavalo ou aos dedos estendidos da mão. Às vezes uma figura, tal como a dum animal ou a dum barco, era incrustada na lâmina do machado egípcio.
Achas, com cunhas de vários formatos, são representadas em monumentos egípcios e assírios, o machado epsilo sendo um dos tipos representados nos monumentos egípcios. As achas egípcias tinham, em geral, cerca de 60 a 80 centímetros de comprimento. Entre elas havia a acha-d’armas, com cerca de um metro de comprimento, e que consistia num cabo a que se afixava uma bola de metal, com lâmina saliente. A bola talvez chegasse a ter cerca de 10 centímetros de diâmetro, e a lâmina cerca de 25 a 36 centímetros de comprimento, por cerca de 5 a 8 centímetros de espessura.
O cabo da acha amiúde se afilava em direção à cunha, e era mais amplo onde era segurado; ou, era curvo, de modo a não escapar da mão de quem o brandia. Era ajustado a um soquete na cunha, ou a cunha tinha uma ou mais espigas no fundo, que se estendia até ao cabo.
No caso dum machado epsilo egípcio, as espigas têm orifícios através dos quais a lâmina pode ser presa ao cabo por meio de pregos ou de corda, ou de ambos. Um de tais machados descobertos possui lâmina de bronze e cabo de prata.
Em 1961, mais de 450 objetos de cobre, inclusive cunhas de machados, foram encontrados numa caverna no deserto da Judéia, entre Massada e ‘Ain Jidi. Foram considerados como sendo do período anterior a Abraão.
O emprego de achas contra o Egito talvez seja indicado em Jeremias 46:22-24. O Salmo 74:5, 6 também parece fazer referência ao uso da acha, e há alusão figurada a algum tipo de acha de lâmina dupla no Salmo 35:3, onde Davi pede a Jeová que ‘puxe da lança e da acha bipene para enfrentar os que me perseguem’.
ARÍETE
Um instrumento de guerra usado pelos sitiadores para romper ou despedaçar os portões e as muralhas duma cidade ou fortaleza. Em sua forma mais simples, era pesada viga de madeira, com ponteira de aço, semelhante à cabeça dum carneiro. Talvez, devido a isso, ou por causa de suas marradas quando em uso, é designado pela mesma palavra hebraica (kar) que tal animal. Também, em português, carneiro é um sinônimo de aríete.
Os sitiantes erguiam um monte, ou aterro de sítio, contra as muralhas da cidade, para servir de plano inclinado sobre o qual os aríetes e outros engenhos de guerra pudessem ser usados contra elas. Torres tão altas quanto as muralhas das cidades talvez elevassem o aterro, colocando assim os atacantes no mesmo nível que os defensores. Os soldados defensores tentavam colocar os aríetes fora de ação por lançarem fachos de fogo sobre eles, ou por apanhá-los com correntes ou fateixas.
Joabe e seus homens levantaram um aterro de sítio contra Abel, de Bete-Maacá, e talvez tenham usado um aríete na tentativa de derrubar sua muralha. (2 Sam. 20:15) Mandou-se que Ezequiel fizesse um modelo de Jerusalém sob sítio, com aríetes colocados contra ela. (Eze. 4:1, 2) Aríetes faziam parte do equipamento de sítio dos babilônios, para usar contra Jerusalém. — Eze. 21:22.
Os egípcios e assírios estavam todos bem familiarizados com o aríete. Não raro era bastante longo de modo a exigir cem ou duzentos homens para erguê-lo e manejá-lo. Em outros casos, era suspenso por um apoio que lhe permitia girar dentro duma armação.
Uma cena do relevo do palácio do rei assírio Assurnazirpal II, em Nimrud, mostra-o atacando uma cidade e representa um aríete montado numa máquina pesada de seis rodas. Tem uma carroçaria “pré-fabricada” consistindo em muitos escudos retangulares de vime e uma torre abobadada, abaixo da qual sai uma viga demolidora, com ponta metálica. Acha-se também representada elevada torre móvel de assalto, da qual um arqueiro faz a cobertura dos homens que operam o carneiro. É protegido por um escudeiro que segura um escudo de vime, semelhante aos que cobrem a estrutura do aríete.
Tiro foi avisada de antemão que Nabucodonosor dirigiria “o impacto de sua máquina de assalto” contra as muralhas dela (Eze. 26:7-9), indicando, pelo que parece o uso do aríete. Os romanos aperfeiçoaram máquinas de aríetes de cerca de 46 metros de comprimento. Segundo Josefo, usaram um deles, contra Jerusalém, que era tão enorme que eram necessários 300 bois para movê-lo, e 1.500 homens para movimentá-lo contra as muralhas.
BORDÃO
Um cajado de madeira, talvez com ponta metálica, usado como arma. — Eze. 39:9.
CAPACETE
Uma peça militar para a cabeça, que visava proteger um lutador durante a batalha, e uma parte mui básica da armadura defensiva. Nos tempos bem primitivos, os capacetes eram feitos de junco, tendo a forma de colméias ou de solidéus. Usavam-se também peles da cabeça dos animais sobre a cabeça, talvez para ocultar o soldado, para aterrorizar o inimigo, ou o usuário talvez imaginasse que, por esse meio, adquiria a força do animal. Parece que os elamitas (a E de Babilônia) foram os primeiros a criar o capacete metálico.
Os formatos de capacetes variavam consideravelmente, e suas formas não raro serviam a determinados fins desejados. Capacetes redondos ou cônicos, por exemplo, tornavam difícil a penetração, ou ricocheteavam as flechas. Formas e decorações dos capacetes também tornavam possível diferençar o amigo do inimigo no campo de batalha. Às vezes, tipos diferentes eram usados pelas várias unidades do mesmo exército, habilitando assim o comandante a ver, a todo o tempo, onde cada uma estava situada. No entanto em outros casos, a tradição, antes que a finalidade militar, influenciava, pelo que parece, os formatos e as decorações dos capacetes.
Originalmente, os capacetes israelitas eram provavelmente feitos de couro. Mais tarde, foram recobertos de cobre ou ferro, e usados sobre bonés de lã, de feltro ou de couro. Já desde os dias do rei Saul se usavam capacetes de cobre em Israel. (1 Sam. 17:38) Ao passo que os capacetes, de início, talvez fossem reservados para os reis e outros líderes, mais tarde parecem ter tido utilização geral, Uzias suprindo-os a todo o seu exército. (2 Crô. 26:14) A própria Bíblia não nos fornece nenhuma descrição da forma real do capacete israelita.
Entre os egípcios, os capacetes eram usualmente feitos de pano acolchoado de linho, embora também usassem capacetes de couro. Os filisteus possuíam capacetes metálicos, Golias usando um de cobre. (1 Sam. 17:5) Um relevo do templo de Ramsés III, em Medinete Habu, representa um guerreiro filisteu morto com sua plena armadura, inclusive o capacete plumado. Os capacetes assírios variavam em seu formato, em diferentes períodos. Segundo indicado em monumentos antigos, alguns eram simples bonés redondos e podem ter sido semelhantes aos usados pelos israelitas. Outros capacetes assírios eram de ferro, e terminavam num ponto no topo, a fim de desviar os golpes dos atacantes. De modo a proteger as orelhas e a parte de trás da cabeça, às vezes possuíam abas com escamas metálicas que desciam até os ombros. Os capacetes babilônicos também possuíam abas sobre a orelhas.
Ezequiel mencionou capacetes em relação aos persas, etíopes e outros. (Eze. 27:10; 38:5) Capacetes gregos e romanos, dos tempos herodianos, eram comumente feitos de couro ou de bronze. O primitivo capacete grego encobria toda a cabeça, mas, posteriormente, foi reduzido, e recebeu um visor, uma crista e, não raro, uma pluma. Os capacetes romanos tinham abas móveis sobre as orelhas e plumas.
Isaías escreveu que Jeová colocou figurativo “capacete de salvação”. (Isa. 59:15-17) O apóstolo Paulo citou como parte da “armadura completa de Deus’, do cristão, o “capacete da salvação”. (Efé. 6:13, 17) Também instou a que se usasse “por capacete a esperança da salvação”. — 1 Tes. 5:8.
CINTO (CINTA)
O cinto militar dos tempos antigos era um cinto de couro usado em volta da cintura ou dos quadris. Variava de largura, de uns 5 a 15 centímetros, e não raro era tachonado com placas de ferro, prata ou ouro. A espada do guerreiro era suspensa nele, e, às vezes, o cinto era seguro por um suspensório. (1 Sam. 18:4; 2 Sam. 20:8) Adagas eram geralmente presas ao cinto, assim como alguns, atualmente, no Oriente Médio, portam um punhal ou uma pistola dessa maneira. Também, uma couraça ou cota de malha poderia ser assim presa pela cintura.
Antes de ir ver Eglom, rei moabita, Eúde fez uma espada e “a cingiu por baixo de sua veste, sobre a sua coxa direita”. (Juí. 3:15-17) O Rei Messiânico também deveria cingir sua espada sobre a coxa e ‘cavalgar na causa da verdade e da humildade, e da justiça’. — Sal. 45:3-6.
Ao passo que um cinto solto denotava descanso (1 Reis 20:11), cingir os lombos ou quadris indicava prontidão para ação ou batalha. (Êxo. 12:11; 1 Reis 18:46; 1 Ped. 1:13, Tradução do Novo Mundo, em inglês, ed. 1950, nota marginal c) Os cristãos equipados com a armadura espiritual de Deus foram apropriadamente admoestados pelo apóstolo Paulo: “Mantende-vos firmes, tendo os vossos lombos cingidos com a verdade.” — Efé. 6:14.
CLAVA DE GUERRA
A “clava de guerra” era evidentemente uma clava ou maça pesada, às vezes tachonada de metal. Em Provérbios 25:18, assemelha-se a testemunha falsa à “clava de guerra” (“martelo”, Almeida, rev. e corr.), à espada e à flecha. A mesma palavra hebraica (mefitís, que significa literalmente “abalador, dispersador”) também pode aplicar-se a um martelo, tal como o usado por um ferreiro, e a um cajado levado pelos pastores no Oriente Médio, hoje em dia.
A palavra hebraica mappéts, derivada de outra raiz, aparece em Jeremias 51:20, e é traduzida “clava” (“martelo”, AL). Ali, Nabucodonosor, em especial, como cabeça das forças babilônicas, é mencionado como uma “clava” e como armas de guerra através das quais Deus ‘espatifaria nações’ e ‘arruinaria reinos’. Uma palavra hebraica similar (mappáts) é empregada em Ezequiel 9:2, onde se diz que os executores divinamente designados estão equipados de uma “arma maçadora”.
Jeová disse a Jó que um cacete foi considerado por leviatã como mero restolho. (Jó 41:29) E o cacete (Gr., xílon) achava-se entre as armas portadas por aqueles que vieram prender Jesus Cristo no Jardim de Getsêmani. — Mat. 26:47, 55; Mar. 14:43, 48; Luc. 22:52.
Além disso, havia a maça mais requintada que em geral consistia em pesada cunha de pedra ou metal, encaixada num cabo relativamente curto. Às vezes, o cabo era preso com corda onde era segurado, provavelmente para impedir que escapasse das garras de quem o brandia. A maça era usada para bater e destroçar no combate corpo a corpo. Sua cunha poderia ter forma de pêra ou de pires, ou esférica. Com o aperfeiçoamento e uso do capacete e de outras couraças, a maça quase que desapareceu do campo de batalha.
A maça acha-se freqüentemente representada nos monumentos egípcios. Um tipo consistia num cabo de madeira ao qual se ligava uma bola de bronze. Maças egípcias tinham cerca de 80 centímetros de comprimento e eram portadas pela infantaria fortemente armada e pelos aurigas. As tropas e arqueiros egípcios forte e levemente armados, também usavam um porrete curvo, que provavelmente era lançado contra o inimigo ou empregado no combate corpo a corpo. Este artefato é representado tanto nos monumentos egípcios como assírios. Segundo Heródoto (Livro VII, sec. 63), os assírios do exército de Xerxes “possuíam porretes de madeira tachonados de ferro”.
Cunhas de maças de várias espécies têm sido descobertas. Por exemplo, escavações próximo de Berseba revelaram cunhas de maças redondas de cobre, consideradas como sendo do tempo anterior a Abraão. Cunhas mesopotâmicas de maças, em forma de pêra e acaneladas, de calcário, consideradas como sendo do mesmo período, também foram encontradas.
Ao esmiuçar as nações inimigas, o rei messiânico brandiria, segundo predito, um “cetro de ferro” figurativo, com efeito notável. — Sal. 2:6-9; compare com Revelação 19:15.
COTA DE MALHA
Uma cota usada como proteção na batalha. Consistia num manto de pano ou de couro, na superfície do qual se prendiam centenas de pedacinhos escalonados de metal (um tanto parecido às escamas de peixe). Amiúde recobria o peito, as costas e os ombros, embora, às vezes, chegasse até os joelhos, ou mesmo até os tornozelos.
Entre os hebreus, a cota de malha (Heb., shirián) era feita amiúde de couro, recoberto de escamas ou placas metálicas. Seu usuário gozava, por tal meio, de considerável proteção, mas, mesmo assim, ficava vulnerável nos pontos de ligação das escamas ou onde a cota de malha se ligava às outras partes da armadura. Assim, o rei Acabe foi mortalmente ferido por um arqueiro que “foi atingir o rei de Israel entre as peças acessórias e a cota de malha”. — 1 Reis 22:34-37.
A Bíblia não fornece nenhuma descrição pormenorizada da cota de malha usada pelos israelitas ou por outros, nos tempos antigos. Tem-se sugerido que, originalmente em Israel, tais coberturas protetoras só eram usadas pelos reis e chefes. No entanto, seu uso não estava assim restrito numa época posterior, pois Uzias forneceu cotas de malha a todo o seu exército. — 2 Crô. 26:14.
O adversário filisteu de Davi, Golias, “estava vestido de uma cota de malha, de escamas imbricadas e o peso da cota de malha era de cinco mil ciclos de cobre”, equivalente a cerca de 57 quilos. (1 Sam. 17:5) Davi vestiu, mas logo em seguida retirou, a cota de malha que o rei Saul lhe ofereceu, derrotando o gigante sem tal veste pesadona. — 1 Sam. 17:38-51.
Face à oposição inimiga, a metade dos homens associados a Neemias na reconstrução dos muros de Jerusalém segurava armas e cotas de malha (“couraças”, Almeida, rev. e corrigida) para usar no caso dum ataque. (Nee. 4:16) Cotas de malha (“couraças”, Al) constituíam parte do equipamento bélico dos egípcios, segundo as palavras de Jeová ao Egito, mediante Jeremias. (Jer. 46:1-4) Por meio desse mesmo profeta, disse-se aos babilônios: “Não se eleve ninguém na sua cota de malha”, para defender a cidade condenada. — Jer. 51:3, 4.
As cotas de malha egípcias mais antigas cobriam o peito, as costas e a parte superior dos braços. Tipos posteriores protegiam mormente os ombros e o abdome. No entanto, às vezes, a cota de malha egípcia se estendia quase até o joelho, e era presa com um cinto, na cintura, de modo a não pesar demais sobre os ombros. Os guerreiros assírios, nos carros de guerra, que portavam o escudo para defender o rei, são representados em baixos-relevos de Nínive como trajando cotas de malha que desciam até o joelho ou até o tornozelo.
As Escrituras usam a cota de malha em sentido figurado. Segundo Isaías (59:17), diz-se que Jeová “vestiu a justiça como cota de malha”.
COURAÇA
Uma proteção blindada para o peito dos guerreiros, consistindo em escamas, malha ou metal sólido. Talvez fosse usada sobre a cota de malha, às vezes estando ligada a ela e constituindo seu painel frontal.
Um tipo de couraça protetora usada pelos soldados gregos e romanos consistia em duas placas sólidas de metal, uma protegendo o peito, e a outra as costas. Era ajustada com ombreiras, sendo articulada do lado direito e afivelada do esquerdo.
A “couraça” [Gr., thóraka] da justiça” é parte da armadura espiritual do cristão, da parte de Deus, segundo o apóstolo Paulo. (Efé. 6:14) Ele instou com os tessalonicenses: “Mantenhamos os nossos sentidos, estando vestidos da couraça da fé.” (1 Tes. 5:8) Os gafanhotos simbólicos de Revelação são descritos como tendo “couraças como couraças de ferro”, e diz-se que os membros da cavalaria simbólica usam couraças. — Rev. 9:9, 17.
ESCADA
Escadas de madeira para sítio eram amiúde empregadas nas guerras dos tempos antigos, sendo usadas pelos atacantes para escalar as muralhas das cidades. Em alguns monumentos, como em Tebas, soldados equipados de escadas são representados como atacando fortificações. Representações similares aparecem nos monumentos assírios. Um mural egípcio, dum túmulo em Sacara, mostra o uso, pelos guerreiros, de uma escada de assalto ímpar, dotada de rodas e, por isso, móvel.
Durante um ataque, as tropas que transportavam lanças e escudos poderiam tentar subir nas muralhas da cidade por meio de escadas estrategicamente colocadas, ao passo que seus co-sitiantes lançavam sobre os defensores, situados nas muralhas, uma barragem de flechas. Algumas modalidades deste tipo de ataque são mostradas num relevo de Nínive, que representa o rei assírio, Assurbanipal, atacando uma cidade egípcia. Em face de tal investida, os defensores da cidade com freqüência retaliavam por meio de flechas ardentes, pedras ou água ou óleo fervente. A única menção duma escada nas Escrituras é a daquela que Jacó viu em seu sonho. — Gên. 28:12; veja ESCADA.
ESCUDEIRO
Um ajudante militar dum rei, ou de outro líder, que carregava sua armadura e suas armas, ficava junto dele durante o perigo e fazia o que ele mandava. Os inimigos feridos por um guerreiro de destaque talvez recebessem o golpe final do escudeiro dele. (1 Sam. 14:13) Tais ajudantes eram escolhidos entre soldados valentes, e alguns, evidentemente, eram mui devotados a seus comandantes. — 1 Sam. 14:6, 7; 31:5.
Abimeleque, mortalmente ferido, mandou que seu ajudante, que portava suas armas, o matasse, a fim de não se dizer: “Foi uma mulher que o matou.” (Juí. 9:52-54) Davi, certa vez, servia qual escudeiro do rei Saul (1 Sam. 16:21), ao passo que outro escudeiro, que se recusou a matar o regente moribundo, acompanhou-o no proceder suicida. (1 Sam. 31:3-6) Escudeiros também serviam Jonatã e Joabe (1 Sam. 14:6-14; 2 Sam. 18:15; 23:37; 1 Crô. 11:39) e os principais guerreiros de várias nações antigas, tais como o gigante filisteu, Golias. (1 Sam. 17:7, 41) E, devido à pouca maneabilidade, os escudos, virtualmente do tamanho de um homem, empregados pelos arqueiros assírios, eram transportados por escudeiros.
[Continua]
[Foto na página 20]
Aríete com torre abobadada e viga demolidora, saliente. Por trás dele há uma torre móvel de assalto com arqueiro e escudeiro. Cópia exata do relevo do palácio do rei assírio Assurnazirpal II.
[Foto na página 22]
Maça egípcia.